DIREITO DA NAVEGAÇÃO MARÍTIMO - EMPRESÁRIOS DA NAVEGAÇÃO. Prof. Marcelo Alvares Vicente



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Transcrição:

DIREITO DA NAVEGAÇÃO MARÍTIMO - EMPRESÁRIOS DA NAVEGAÇÃO Prof. Marcelo Alvares Vicente 1

Empresários da Navegação Armador (owner OW) Armação conceito Aprestar, colocar em estado de navegabilidade (seaworthiness), aptidão de executar todas as operações relativas ao transporte; Explorar comercialmente o navio Objetivamente: operação consistente em aprestar o navio para determinada expedição marítima atividade economicamente organizada Subjetivamente: profissão de armador, a exploração comercial do navio Aprestar: aprontar, aparelhar, preparar 2

Características empresário ou sociedade empresária que procede a armação da embarcação e a explora comercialmente; não é necessariamente proprietário da frota, podendo utilizar navios afretados de terceiros; fornece o BL, documento representativo da carga, para o embarcador Finalidade realizar o transporte marítimo, nacional ou internacional, através da operação de navios, transportando cargas de todos os tipos de um porto a outro Responsabilidade do Armador Responde por todos os problemas ou efeitos sobre a carga, a partir do momento em que a recebe para embarque Teoria da Responsabilidade objetiva Objetiva por atos do comandante funções de gestão comercial Pessoal do comandante funções de gestão náutica 3

Conceito legal Lei 2.180/54 art. 101 1º Considera-se Armador a pessoa natural ou jurídica que, em seu nome e sob sua responsabilidade, apresta o navio para sua utilização Lei 5.056/66 art. 13 Lei 9.537/97 (LESTA) art. 2o, III (Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário em Águas sob jurisdição Nacional) Obrigatoriedade de registro Certificado de Registro de Armador expedido pelo TM, mesmo quando a atividade for explorada pelo próprio proprietário da embarcação (Lei 7.652/88) 4

Categorias de Armador Armador-proprietário (shipowner ou ship-owner) Proprietário arma e explora Armador-gerente (managing owner ou ship s husbund) Casos de parceria marítima (propriedade pro-indiviso ) Manging owner = um dos componentes da parceria é o armador (maioria) Ship s husbund = armador fora da parceira (unanimidade) Armador-locatário (owner pro-tempore) Locação de coisa móvel Responsabilidade permanece com o proprietário Direito de regresso Armador-arrendatário (Leasing) Instituição financeira (arrendador) adquire o bem e disponibiliza para o arrendatário Contrato de locação com opção de compra, ao final do contrato Armador-afretador (charter) Contrato de fretamento é o contrato pelo qual o fretador (armador) põe a disposição do afretador um determinado navio, equipado e armado, obrigando-se a realizar uma ou mais viagens, por um prazo certo e mediante pagamento de quantia determinada Armador-Estado Quando o Estado é responsável pela armação do navio: navio público; no caso de utilização com fins econômicos, submete-se às regras dos navios privados 5

Exemplos de Armadores 6

Empresa de Navegação Marítima Atividades Armador / transportador Transporte público (common carrier) Transporte privado (private carrier) Intermediação de negócios (navios de terceiros) comercialização de espaços do navio (angariamento de carga) operação do navio - manutenção do navio - contratação e administração da equipagem - seguros Operador de Navio (operator) Atividades Gestão comercial Gestão náutica 7

NVOCC Operador de transporte não armador (Non Vessel Operating Common Carrier) Características Não proprietário de navio Realiza transporte em navios de terceiros Registro no DMM somente para NVOCC estrangeiros, que devem ser representados por um brasileiro Compra de espaço nos navios por tempo (time charter) Responsável pela unitização (consolidação, ova) e desunitização (desconsolidação, desova) Responsabilidade sobre a carga desde o recebimento até a disponibilização para o destinatário Emite B/L para o embarcador e recebe B/L do armador Consignatário do B/L emitido pelo armador é um NVOCC no destino da carga 8

Agência Marítima Características Representa o Armador onde este não esteja estabelecido Funções Auxiliar na armação assistência aos despachos do navio embarque e desembarque de tripulantes pagamentos requisição de práticos atracação Auxiliar no transporte marítimo angariamento de carga controle de operações de carga e descarga administração do navio recebimento e remessa do valor do frete ao armador representação do navio e do armador perante as autoridades atendimento aos clientes 9

Auxiliares das agências marítimas Agentes de navios (marítimos) Responsáveis pela entrega aos destinatários das mercadorias e recebimento de fretes; responsável pela assinatura dos B/Ls Consignatários de navios Pessoas (físicas ou jurídicas) contratadas para representar o armador em localidade em que este não possua agentes (contrato de mandato) Corretores de navios Intermedeiam a compra e venda de navios ou o fretamento de navios 10

Corretor de cargas (cargo broker, broker) Responsável pela reserva de praça (booking note) Transitário de carga (freight forwarder, forwarding agent) Atua desde a retirada da carga até a sua entrega Mandatários comerciais do embarcador ou do recebedor para: Reserva de espaço Embarque Desembarque Emissão de docs Negociação bancária Contratação de cambio Representação perante repart. públicas, ag. governamentais, ag. marítimas Liberação e despacho de cargas 11

Despachante aduaneiro Funções Formulação da chamada Declaração Aduaneira, cujo conceito moderno foi delimitado pela Convenção de Kyoto, das Nações Unidas, e absorvido pelas principais legislações aduaneiras do mundo, entre elas as dos mais importantes blocos econômicos formados no pós-guerra (União Européia e Mercosul) Profissional autônomo, responsável pela realização dos procedimentos necessários para o desembaraço aduaneiro da mercadoria objeto de importação e exportação, nas áreas alfandegadas Atua na zona primária portos, aeroportos e pontos de fronteira e na zona secundária EADIs, Terminais de Carga, de Conteineres etc. Opera por conta e ordem do importador / exportador, como representante legal através de instrumento de mandato (procuração) - artigo 20, inciso IV, do Decreto nº 646, de 09.09.92 Prepara e assina documentos que servem para a nacionalização da carga / exportação despacho aduaneiro possui senha especial para acessar o SISCOMEX Sistema Integrado de Comércio Exterior, na qualidade de profissional qualificado que é (IN/SRF nº 146, de 23.12.92 dispõe sobre a habilitação do Despachante Aduaneiro ao SISCOMEX PROFISSÃO regulada por lei (decreto-lei nº 2.472, de 01.09.88, artigo 5º ) e erigida à categoria de profissional liberal (indicação trazida pelo decreto-lei nº 366, de 19.12.68 e ratificada pelo Parecer CST nº 721, de 31.03.82) Recebe honorários, os quais devem ser pagos por intermédio dos órgãos de classe de jurisdição de trabalho desses prestadores de serviços (SDAs) O ingresso no Registro dos Despachantes Aduaneiros ocorre mediante requerimento de qualquer Ajudante de Despachante Aduaneiro que tenha pelo menos dois anos de inscrição no respectivo Registro" 12

Demais funções Preparação, entrada e acompanhamento da tramitação e de documentos que tenham por objeto o despacho aduaneiro, nos termos da legislação respectiva; Assistência à verificação da mercadoria na conferência aduaneira; Assistência à retirada de amostras para exames técnicos e periciais; Recebimento de mercadorias ou de bens desembaraçados; Solicitação de vistoria aduaneira, assistência à vistoria aduaneira e desistência de vistoria aduaneira; Subscrição de documentos que sirvam de base ao despacho aduaneiro; Ciência e recebimento de intimações, de notificações, de autos de infração, de despacho, de decisões e dos demais atos e termos processuais relacionados com o procedimento fiscal; Subscrição de termos de responsabilidade, observado o disposto no art. 24 do Decreto 646/92. Enquadramento tarifário da mercadoria respectiva, providenciando o pagamento dos impostos que incidem na operação e outros encargos Tributos II, IPI, ICMS, PIS e COFINS sobre a IMPORTAÇÃO, AFRMM Frete marítimo, rodoviário e/ou ferroviário Demurrage Taxa de armazenagem e de capatazias 13

Demais funções Atua perante vários órgãos públicos vinculados a inúmeros Ministérios Governamentais, tais como: da Saúde da Agricultura da Indústria e do Comércio da Fazenda Responsabilidades Deverá manter registro dos despachos em que atuar e guardar em arquivo os documentos a eles referentes pelo prazo de cinco anos, a contar da data do registro do documento que serviu de base ao despacho aduaneiro Comunicar à repartição aduaneira, perante a qual estiverem credenciados, a mudança de endereço, de situação ou de vinculação trabalhista. Serão aplicadas, nas transgressões respectivas, as seguintes penalidades (Dec. 646/92): I - repreensão (art. 28); II - suspensão do credenciamento (art. 29); III - perda do credenciamento (art. 30). 14

Ajudante de Despachante Aduaneiro Requisitos 2º. Grau completo Deverá subordinar-se tecnicamente, a um despachante aduaneiro Nomeação publicada no DOU Permissão para requerer o registro como Despachante Aduaneiro 02 (dois anos) após a nomeação de Ajudante no Diário Oficial da União. Comissária de Despachos Empresa prestadora de serviços A Comissária de Despachos não pode exercer atividades de despachos aduaneiros, tanto que seu nome não consta das declarações de importação e nem pode assiná-las e nem são credenciadas legalmente para tal mister O artigo 9º, 1º, da IN-SRF nº 286, de 2003: Somente poderão ser credenciadas para exercer atividades relacionadas com o despacho aduaneiro, as seguintes pessoas: I - despachante aduaneiro, II - dirigente ou empregado de pessoa jurídica representada; III - empregado de empresa coligada ou controlada da pessoa jurídica representada; e IV - funcionário ou servidor especificamente designado, no caso de órgão da administração pública, missão diplomática ou representação de organização internacional. 15

REBOQUE Conceito Operação de empurrar ou puxar um navio (Rebocado) impossibilitado ou não de usar sua força motriz, ou um flutuante qualquer, desprovido de força motriz própria usando um outro navio ou embarcação (Rebocador) Operação mais comum = puxar Utilização de cabos de reboque Instrumento facilitador da entrada e saída de navios dos portos, travessia de canais ou estreitos de difícil navegação, manobras de atracação e desatracação Rebocador Qualquer navio pode atuar como Rebocador em situações extraordinárias Em geral: Embarcações pequenas, extremamente robustas, com o espaço ocupado por máquinas de grande potência Possuem grande estabilidade Possui equipagem capacitada para realizar a atividade 16

Rebocado Navio que precise de auxílio temporário Barcos sem motor (não são navios) Empurrador Sob o aspecto jurídico, é assimilado aos rebocadores, podendo ser considerado uma espécie destes Embarcação com a proa quadrada, facilitando a pressão na popa da barcaça que vai empurrar Comum no Rio Amazonas: Trem de reboque de três ou mais barcaças Classificação Quanto ao local de execução dos serviços Interno ou de porto atracação e desatracação Alto-mar auxiliar navios encalhados, reboque de embarcações em alto-mar Quanto a modalidade de serviço prestado Reboque manobra Serviços auxiliares ao navio em manobras para entrar e sair do porto Reboque-transporte Serviço de transporte a destino convencionado de embarcações sem motor (não navios) Reboque-assistência Reboque de navio que necessite de auxílio temporário para locomoção por estar em estado de inavegabilidade 17

Contrato de Reboque Documento pelo qual o armador de um navio (Rebocador) se obriga a fazer locomover outro navio ou qualquer flutuante mediante certa remuneração, durante tempo determinado ou em algum porto específico Remuneração definida pelas partes, de comum acordo Conceito jurídico Contrato de transporte Rebocador transporta o Rebocado: semelhante a uma locomotiva e os vagões de carga; responsáveis por avarias que efetem terceiros: Rebocador Contrato de locação de serviços Rebocador aluga sua força para puxar ou empurrar o Rebocado; quem dirige a operação é o Rebocado; responsáveis por avarias que efetem terceiros: Rebocado No Brasil Definição pela Resolução n. 5.202/77 da extinta SUNAMAN: Contrato de Prestação de Serviços Comando das operações Serviços de atracação, desatracação, entrada e saída de diques etc. Pertence ao comandante do navio, assistido ou não por prático Serviços de Reboque em alto-mar Pertence ao comandante do Rebocador Reboque da Marinha de Guerra brasileira Serviços de Reboque em alto mar ou para fins de desencalhe do navio Rebocador não será responsável por qualquer acidente, avaria etc. Rebocado sempre responsável perante terceiros 18

Praticagem (Pilotage) Conceito atividade em que um profissional habilitado embarca em um navio para auxiliar nas manobras em locais de risco; o profissional deve possuir perfeito conhecimento do local em que atua, adquirido pela prática, de particularidades locais ou regionais, que dificultem a movimentação segura das embarcações em portos, ao longo da costa, lagos e rios; Os práticos indicam com maior segurança o percurso a ser feito; assessoram os capitães de navios nos serviços de praticagem; tem autorização do órgão governamental competente; Legislação No Brasil, a legislação federal é que rege os serviços de praticagem Fiscalização Ministério da Marinha, através da DPC, com abrangência nacional; Capitania dos Portos edita normas para a região a que pertence 19

Características A Praticagem é uma atividade baseada no conhecimento dos acidentes e pontos característicos da área onde é desenvolvido. Realizada em trechos da costa, em baías, portos, estuários de rios, lagos, rios, lagos, rios, terminais e canais onde há tráfego de navios. A principal razão da existência deste serviço é proporcionar maior eficiência e segurança à navegação e garantir a proteção da sociedade e preservação do meio ambiente. Os práticos ( pilots ) são os profissionais que executam este trabalho. Possuem grande experiência e conhecimentos técnicos de navegação e manobra de navios, bem como das particularidades locais. Esta função é desenvolvida a bordo dos navios para onde os práticos são conduzidos por meio de lanchas que têm padrões especiais para o transbordo seguro do Prático. Atividade privatizada em 1961, por decisão histórica do Ministério da Marinha 20

Classificação dos serviços de praticagem Barra ou porto Fluvial (ambas) auxiliam as manobras dentro dos portos, rios, lagos e lagoas - profundidade, marés e correntes de marés - conhecimento delimitado a determinada área De mar ou de costa (quase extinta; zonas muito trafegadas: Mar do Norte, o Canal da Mancha, Mar Báltico; não obrigatório) Zona de Praticagem (ZP) área geográfica delimitada pelo Min. da Marinha onde se realiza a praticagem (Ex: ZP do rio Amazonas) Obrigatória Livre Se não for utilizado o serviço de praticagem, além das sanções, o armador estará sujeito ao pagamento pelo serviço que seria executado pelo prático 21

Contingências do serviço de praticagem Preços excessivos (monopólio exercido pelas associações) Responsabilidade civil (o prático não pode ser responsabilizado objetiva ou subjetivamente) Prático Conceito Profissional aquaviário não-tripulante que presta serviço de praticagem embarcado Habilitação através de exame prestado perante as autoridades do DPC, na CP da respectiva zona; consiste em vária etapas: Exame para praticante de prático cidadão brasileiro mais de 21 e menos de 45 anos segundo grau completo Obtém certificado que o habilita a adestrar-se a bordo de navios mercantes, supervisionado por um prático; após 6 meses poderá realizar exame para Prático Obtém, então, Certificado de Habilitação na Zona de Praticagem correspondente - "Carta de Prático 22

Qualificação trabalhista OGMO Relação entre o prático e o capitão auxiliar técnico, não assume o comando da embarcação, não dirige as manobras e a navegação; o capitão pode remover o prático e chamar outro; ou executar ele próprio os serviços; dever de fiscalizar o prático Capitão não é responsável por acidentes da navegação oriundos de sugestões do prático, a menos que evidentemente erradas Contrato "faina de praticagem Acordo de prestação de serviços de praticagem entre a Associação ou Comissão de Práticos e as empresas de navegação Execução do contrato Inicio: No momento do embarque do prático ou, quando as condições de tempo impedirem o embarque, a partir do momento em que o prático inicia as orientações de manobra, em terra firme ou em sua embarcação de praticagem Final: com o desembarque do prático; com o fundeio ou atracação 23

Marcelo Alvares Vicente Advogado, Despachante Aduaneiro credenciado pela 8ª RF/RFB, Professor Universitário, Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP Material disponível em http://www.tributario.pro.br/aulas 24