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Transcrição:

Programa Plante Bonito Relatório Técnico de Restauração Florestal Chácara Ouro Verde - Córrego Barranco Vistoria Bonito/MS, 01 de agosto de 2013

Sumário 1. Introdução... 3 2. Objetivo... 4 3. Caracterização 3.1 Área... 4 3.2 Contratos de parceria... 5 3.3 Atividades realizadas... 6 4. Modo operacional 4.1 Procedimentos adotados na área... 7 4.2 Avaliação visual... 8 4.3 Dados estruturais: altura e DAS... 9 5. Registro fotográfico... 9 6. Considerações finais... 14 7. Equipe envolvida na vistoria... 14 8. Observações... 14

1. Introdução A Serra da Bodoquena encontra-se inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Miranda e ocupa uma posição estratégica para a conexão dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal, o que também lhe confere uma alta diversidade biológica. Além disso, devido as suas características peculiares, no ano de 2000 foi criado o primeiro Parque Nacional do Estado do Mato Grosso do Sul, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena com cerca de 76.000 hectares. Porém, apesar de abrigar um imenso patrimônio natural e ser fundamental para conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos da região, a Serra da Bodoquena vem sofrendo com vários impactos ambientais advindos da ocupação e atividades econômicas desenvolvidas na região. Um estudo realizado pela ONG Conservação Internacional estimou que até 2004, cerca de 40% dos 363.442 km2 da Bacia do Alto Paraguai teve sua vegetação original suprimida. Destes, cerca de 140 km2 ou 37,44% da BAP foi em áreas de Planalto e o restante na própria planície pantaneira. O estudo ainda apontou que municípios como Jardim e Bodoquena já perderam entre 40 e 60% de sua vegetação original, enquanto Bonito já perdeu entre 60 e 80%. Outro estudo aponta que boa parte da vegetação original localizada no entorno do Parque Nacional da Serra da Bodoquena já foi substituída por áreas de pastagem cultivada. O resultado dessa ocupação é uma grande perda da biodiversidade original da região. Apesar disso, a Serra da Bodoquena ainda possui o maior remanescente de florestas do Estado do Mato Grosso do Sul com formações de cerrado, floresta estacional semidecidual e floresta estacional decidual. Esta última considerada uma das formações vegetais mais seriamente ameaçadas do Brasil. Assim, iniciativas de conservação adotadas por diversas instituições são essenciais para desacelerar o processo de degradação da região. Neste contexto, o Programa Plante Bonito, desenvolvido pelo Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB é voltado à recuperação florestal de áreas, preferencialmente matas ciliares por sua contribuição para a conservação da água e incremento da biodiversidade. Visa também promover ações socioambientais por meio de atividades sustentáveis que auxiliem na conservação da Serra da Bodoquena. O Programa Plante Bonito é patrocinado por empresas preocupadas com a proteção aos recursos naturais, que encontram no IASB a parceria para colocar em prática esses valores. O apoio dado pelas empresas possibilitam que o Plante Bonito realize plantios de mudas de árvores nativas em diversas áreas e, realize ainda, atividades de Educação Ambiental nos locais onde atua, estimulando nos envolvidos, empresários, proprietários de terra, estudantes, a adoção de práticas sustentáveis, valorização dos recursos naturais e mudanças de atitude. Na perspectiva dos benefícios trazidos pelo Programa à sociedade e à Natureza, empresas do ramo turístico, escolas visitantes e diversos eventos iniciaram a parceria com o IASB a partir do ano de 2007 e até a presente data, foram plantadas 5143 mudas florestais de essências nativas. Este texto foi produzido com informações extraídas da página: <h p://www.pantanal-brasil.com/estados/serra_bodoquena.aspx>, no dia 05 de fevereiro de 2012 3

2. Objetivo Este Relatório Técnico de Restauração Florestal tem por objetivo registrar as informações colhidas durante visita de vistoria na área de mata ciliar pertencente ao Córrego Barranco, localizada dentro da Chácara Ouro Verde, município de Bonito/MS. 3. Caracterização 3.1 Área Nome da propriedade: Chácara Ouro Verde Tamanho da área em recuperação florestal: 0,19 ha Quantidade de mudas plantadas até a presente data: 449 (Quatrocentos e quarenta e nove) mudas Quantidade de reposições e mudas plantadas até a presente data: 1 reposição / 20 mudas Município: Bonito/MS Coordenadas: 21º 04' 21 S / 56º 28' 18 O Curso d água: Córrego Barranco O Córrego Barranco é um importante afluente do Rio Mimoso. O trecho do córrego na área em recuperação apresenta cerca de 10 metros de vegetação na barranca do curso d água. Há um princípio de uma voçoroca originada do carreamento de sedimentos e pela falta de vegetação adensada. A área apresenta ainda solo compactado por ter sido anteriormente utilizada para pastagem e por este mesmo motivo, é 100% ocupada pelo capim braquiária. O plantio de mudas neste tipo de solo é um dos principais desafios encontrados, pois ele apresenta ainda fragmentos rochosos misturados, o que dificulta a abertura de covas e o desenvolvimento das mudas. Outro fator que dificulta a recuperação do local é a presença de uma rede elétrica atravessando este trecho de mata ciliar. A orientação dada pela empresa que administra a rede é iniciar os plantios com no mínimo 5 metros de distância dos fios. Figura 1. Mapa evidenciando a área de restauro florestal na mata ciliar do Córrego Barranco 4

3.2 Contratos de parceria A tabela 1 apresenta um resumo dos contratos de parceria entre as empresas que apoiaram plantios na Chácara Ouro Verde, com quantidade de mudas e respectivas datas de plantios. Tabela 1. Contratos de parcerias efetivados no período de março de 2009 a setembro de 2011. Data Empresa / Escola Quantidade de mudas Status 26/03/2009 VisaNet Brasil 55 Vistoria finalizada 30/11/2009 REPAMS 93 Vistoria finalizada 15/04/2011 REPAMS 20 Reposição 21/09/2011 Abismo Anhumas 10 Plantio concluído 21/09/2011 Agência Águas Turismo 10 Plantio concluído 21/09/2011 Agência Big Tour 10 Plantio concluído 21/09/2011 Agência Eco DMC 10 Plantio concluído 21/09/2011 Aquário Natural 10 Plantio concluído 21/09/2011 Agência Ar 10 Plantio concluído 21/09/2011 Aroeira Materiais para Construção 10 Plantio concluído 21/09/2011 Balneário Ecológico do Sol 10 Plantio concluído 21/09/2011 Agência Bonito Way 10 Plantio concluído 21/09/2011 Buraco das Araras 10 Plantio concluído 21/09/2011 Centro de Convenções de Bonito 10 Plantio concluído 21/09/2011 Chalé Apart Hotel 10 Plantio concluído 21/09/2011 COMTINTAS 10 Plantio concluído 21/09/2011 Do Comp Capacitação Profissional 10 Plantio concluído 21/09/2011 Dr. Laércio Tadeu 10 Plantio concluído 21/09/2011 Hotel Pirá Miuna 10 Plantio concluído 21/09/2011 Hotel Pousada Águas de Bonito 10 Plantio concluído 21/09/2011 Jandiá Hotel 10 Plantio concluído 21/09/2011 Marruá Hotel 10 Plantio concluído 21/09/2011 Mercado Rebuá 10 Plantio concluído 5

Data Empresa / Escola Quantidade de mudas Status 21/09/2011 Parque das Cachoeiras 10 Plantio concluído 21/09/2011 Pousada Di Luna 10 Plantio concluído 15/04/2011 Pousada do Peralta 10 Plantio concluído 21/09/2011 Pousada Rancho Jarinu 10 Plantio concluído 21/09/2011 Projeto Jiboia 10 Plantio concluído 21/09/2011 Supermercado Santos 10 Plantio concluído 21/09/2011 Supermercado São Marcos 10 Plantio concluído 21/09/2011 Taboa Bar 10 Plantio concluído 21/09/2011 Josmail Rodrigues 10 Plantio concluído 21/09/2011 Ygarapé Tour Agência e Viagens 10 Plantio concluído 21/09/2011 Caroline Dutra 10 Plantio concluído 3.3 Atividades realizadas Por meio do Programa Plante Bonito o IASB assume o compromisso de vistoriar as áreas em recuperação no período de 24 meses, pois não apenas os plantios de mudas nativas são importantes, mas também a avaliação de seu desenvolvimento ao longo do tempo para identificação de perturbações; para definição de medidas de manejo, condução ou replantio; para verificação dos métodos e espécies empregadas, dentre outros. Desta forma, as vistorias consistem em visitas de avaliação visual do estado da área e coleta de dados como altura e diâmetro de pelo menos 30% das mudas plantadas visando acompanhar o seu desenvolvimento. A avaliação visual é feita com base na investigação das seguintes questões: Pastoreio: observação direta de presença e de sinais do agente degradador; Plantas invasoras: cobertura de plantas invasoras na área total; Excesso de formigas cortadeiras: contagem de olheiros na área total; Fogo: observação direta de sinais de fogo e porcentagem da área atingida; Processos erosivos: observação direta da ocorrência de erosão laminar, sulcos e voçorocas; Cobertura vegetal da área com nativas: verificação visual da cobertura de plantas nativas (arbóreas e/ou não arbóreas) na área total; Matéria orgânica: presença de serrapilheira (matéria orgânica) nos coroamentos; Ocorrência de avifauna: verificação de presença de aves nos locais de plantio; 6

Indícios de ocorrência de fauna: presença ou ausência (contagem) de sinais, como fezes de aves, fezes de mamíferos, pegadas, tocas/esconderijos, ninhos, sementes, insetos, aracnídeos, anfíbios e outros; Indicadores de conservação da área em restauração: avaliação qualitativa por meio de observações dos tratos culturais e situação geral da área. 4. Modo operacional 4.1 Procedimentos adotados na área No dia 01 de agosto a equipe IASB realizou mais uma visita de vistoria na Chácara Ouro Verde, acompanhada da estagiária Isabelly dos Santos Ribeiro. Nesta área, já foram realizados diversos plantios, onde nos primeiros adotou-se o método de plantio convencional e no último, realizado em setembro de 2011, a metodologia Ilhas Verdes. O primeiro passo dado pela equipe foi localizar as mudas, considerando que o capim encontrava-se muito adensado. Observou-se que diversas mudas foram cobertas pela braquiária, inclusive não foi possível identificar todas, uma vez que ao pisar sobre o capim, havia risco de pisar sobre as mudas. Foi constatado que a grande maioria das estacas, colocadas no ato do plantio,estavam quebradas, o que também contribuiu para dificultar a visualização das mudas. Os plantios feitos no formado de ilha se mostraram promissores. O capim invadiu timidamente o coroamento não chegando a afetar o desenvolvimento das mudas. Bastou arrancar manualmente as touceiras para que a ilha ficasse limpa novamente. As mudas dos plantios mais antigos encontram-se com mais de dois metros de altura. Observou-se ainda que as espécies mais adaptadas ao local são a sangra d água e a pororoca, já que foram as mudas que apresentaram maior crescimento. Também foi possível constatar que a geada ocorrida nos dias anteriores à visita provocou a queda de folhas de várias mudas, o que também prejudicou o trabalho em campo. Geada negra não é sentido estrito uma geada (resultando do congelamento do orvalho ou da umidade do ar), mas sim uma condição atmosférica que provoca o congelamento da parte interna da planta (da seiva). Após a etapa de observação visual, o procedimento seguinte foi a coleta aleatória de dados estruturais. Figura 2. Altura e adensamento do capim na área em recuperação da Chácara Ouro Verde 7

4.2 Avaliação visual Presença de pastoreio Não foi visualizada presença de gado na área em recuperação; Plantas invasoras A área está completamente tomada pelo capim, fato este que prejudicou a visualização das mudas. É importante constar que, onde foi constatada a presença de ilhas de vegetação, as mudas se mostraram em bom desenvolvimento e livres do capim; Fogo Não foram observados vestígios de queimada; Processos erosivos Não se aplica à área em recuperação; Cobertura vegetal da área com nativas Presença de espécies em fase juvenil provenientes de plantios antigos do Programa Plante Bonito no canto direito da área. O canto esquerdo já apresenta mudas com porte de árvore adulta. Não foi observada ocorrência de plantas nativas, a não ser as que foram plantadas. Matéria orgânica Não se aplica à área; Ocorrência da avifauna Não foi observado durante esta visita; Indícios de ocorrência de fauna Não foi visualizado indícios de ocorrência de fauna durante esta visita; I n d i c a d o r e s d e conservação da área em restauração Não ocorreu nenhuma ação por parte do proprietário quanto à manutenção, irrigação, dentre outros tratos culturais que os plantios necessitavam. 8

4.3 Dados estruturais: altura e diâmetro à altura do solo (DAS) Nº estaca Nome da muda monitorada Altura DAS 1 Genipapo 54cm 1,3cm 2 Caroba 91cm 1,1cm 3 Sem identificação 65cm 0,5cm 4 Cumbaru 190cm 3,6cm 5 Caroba 130cm 1,8cm 6 Embaúba 90cm 1,1cm 7 Embaúba 123cm 2,5mm 8 Embaúba 80cm 1,1cm 9 Pororoca 66cm 0,5cm 10 Pororoca 80cm 1,2cm Nº ilha (estaca) Quantidade de mudas por ilha Nome da muda monitorada Altura DAS 5 7 Caroba Pororoca 100cm 14cm 1,7cm 0,7cm 5. Registro fotográfico Figura 3. Aspecto das mudas dos plantios mais antigos 9

5. Registro fotográfico Figura 4. As espécies florestais de dossel mais baixo são fruto do primeiro plantio feito na área Figura 5. Aspecto das plantas (a braquiária cobriu diversas mudas) 10

Figura 6. Coleta de dados gerais Figura 7. Coleta de dados estruturais - altura Figura 8. Aspecto das mudas Figura 9. Aspecto das mudas atingidas pela geada 11

Figura 10. Aspecto da muda de embaúba atingida pela geada Figura 11. Coleta de dados estruturais - diâmetro 12

Figura 11. Altura da pororoca plantada em 2009 Figura 13. Aspecto geral da área com destaque para o desenvolvimento das pororocas e outras espécies plantadas no ano de 2009 13

6. Considerações finais Esta área tem sofrido com várias interferências, além da invasão pelo gado, ocorrida a pelo menos 12 meses atrás, o capim tem ficado cada vez mais denso, abafando e retardando o desenvolvimento das mudas, o que seria resolvido pela manutenção. No entanto, o proprietário da chácara não possui condições de dar este auxílio. Outro fator que agravou a recuperação foi a geada negra que provocou a queda das folhas de várias mudas. Devido ao frio intenso, a planta fica escura, queimada e pode até morrer. Desta forma, foi confirmada a necessidade de uma nova reposição de mudas. Desta vez deverão ser plantadas pelo menos 100 mudas. Como forma de amenizar o problema da manutenção será adotado em todos os plantios a metodologia de Ilhas Verdes que reduz a necessidade de limpeza nos coroamentos. Esta reposição será agendada para o próximo período de chuvas (entre os meses de outubro de 2013 a março de 2014). A próxima vistoria nesta área está prevista para o mês de fevereiro de 2014. 7. Equipe envolvida na vistoria Equipe técnica - IASB Liliane Lacerda Bióloga e Técnica Ambiental Nadiani dos Santos Pereira Pedagoga e Secretária Isabelly dos Santos Ribeiro Estagiária 8. Observações O plantio realizado na Chácara Ouro Verde foi uma ação conjunta do Projeto Ilhas Verdes, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental e, do Programa Plante Bonito, que contou com o apoio das empresas elencadas no item Contratos de Parceria (páginas 5 e 6). As vistorias realizadas no ano de 2013, tanto desta quanto de outras áreas participantes do programa estão sendo apoiadas pelo Fundo Socioambiental CASA. 14

INSTITUTO DAS ÁGUAS DA SERRA DA BODOQUENA - IASB O IASB é uma organização não governamental sem fins lucrativos fundada em 2002 por pessoas com formação e experiências variadas na área rural e ambiental. Desde então promove ações e implanta projetos com a temática de recuperação florestal e educação ambiental, buscando incentivar e promover a conservação da natureza. Contato Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB Rua 24 de fevereiro, nº. 1.507, - Centro Bonito/MS - CEP 79.290-000 Telefone: (67) 3255-1920 - (67) 8404-2833 www.iasb.org.br - iasb@iasb.org.br