Destinação de Resíduos de Medicamentos Controlados - Proteção do meio ambiente e da saúde da população

Documentos relacionados
Fatores de risco à saúde humana relacionados ao consumo humano de água de mananciais subterrâneos Gerenciamento e Controle.

Lei 9782/1999. Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências.

Portaria n.º 43/2008

ANEXO I Norma Técnica Nº 001/2013

PORTARIA SMS Nº DE

Diário Oficial da União Seção 01 DOU 05 de janeiro de 2009 Página 21

Ministério da Saúde AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

O OLHAR DO SETOR SAÚDE

Portaria 2215/ SMS.G

FICHA DE FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO E DAS ATIVIDADES FARMACÊUTICAS EM INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS

Professor. Evandro Carlos Lebarch

PROCEDIMENTO CADASTRAL

PORTARIA Nº 015 de 2018

Anexo III INFORME PRÉVIO. IMPORTADORA De Medicamentos. Nome da Empresa /RS, 20

Lei de Janeiro de 1999 Publicado no Diário Oficial n o de 5 de Fevereiro de 1999

Dispõe sobre a documentação para regularização de equipamentos médicos das Classes de Risco I e II.

FICHA DE VERIFICAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL EM FARMÁCIAS. Lei 3.820/60 Artigo 10 Item-C - Resolução 357/2001 do CFF. T. I. n º: / 20 Profissional:

Nº DOU de 25/06/18 - Seção 1 - p.34 MINISTÉRIO DA SAÚDE AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA DIRETORIA COLEGIADA

NORMA GERAL PARA O CREDENCIAMENTO DE EMPRESA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE COLETA DE RESÍDUO GERAL

Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 56, DE 8 DE OUTUBRO DE 2014.

Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

RESOLUÇÃO N 005, DE 26 DE FEVEREIRO DE Revoga Instrução Normativa 11, de

Resolução nº 55 de 17/03/2005 / ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (D.O.U. 21/03/2005)

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA INSTRUÇÃO NORMATIVA INDEA-MT N.º 004/2018

Programa de Capacitação de Agentes Fiscais SANTA MARIA: 14/08/2013

PROCEDIMENTOS PARA entrega de documentos (BMPO, RMNRA, RMNRB2) por estabelecimentos (Farmácias/Drogarias) localizados no Município de Fortaleza-CE

Este documento visa descrever os procedimentos globais para realização das operações de Abastecimento de Combustíveis.

Reunião com Associações de Empresas de Produtos para Saúde

Vigilância Sanitária de Alimentos. Fronteiras - PAF

Circular 325/2016 São Paulo, 01 de Agosto de 2016.

NORMA PARA PAGAMENTO DE AUXÍLIO FINANCEIRO A ALUNOS DE MESTRADO/DOUTORADO PARA REALIZAÇÃO DE TRABALHO DE CAMPO E PARTICIPAÇÃO OU PUBLICAÇÃO EM EVENTOS

DECRETO Nº , DE 28 DE OUTUBRO DE 2011.

Diário Oficial da União Seção 01 DOU 18 de janeiro de 2012 [Página 39-41]

HOSPITAL PUC-CAMPINAS PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS COM IMPACTO AMBIENTAL E FINANCEIRO EM SERVIÇOS DE SAÚDE

DIRETORIA COLEGIADA. RESOLUÇÃO - RDC N o - 96, DE 29 DE JULHO DE 2016

Resolução SS - 65, de

RESOLUÇÃO - RDC No- 11, DE 6 DE MARÇO DE 2013 DOU Nº46 DE 08/03/2013 página 76/77

PORTARIA Nº 017 de 2018

HISTÓRICO DE REVISÕES

REQUISITOS DE SST E MA PARA TERCEIROS N.º DO DOC.: PR-QSMS-29

Boas Práticas de Distribuição e Transporte Susie Gonçalves

ECO PRIMOS COMÉRCIO DE RESÍDUOS LTDA

DIAGNÓSTICO DAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA PB QUANTO AOS SEUS RESÍDUOS

Portaria FEPAM N 029/2017

Cód. 29 Engenheiro I - Sanitarista

Flávio Luis A. Bragante

CLÍNICA DE REPOUSO NOSSO LAR PAI NOSSO LAR

GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA. Renato das Chagas e Silva Engenheiro Químico Divisão de Controle da Poluição Industrial FEPAM

NORMA PARA PAGAMENTO DE AUXÍLIO FINANCEIRO A ALUNOS PARA PARTICIPAÇÃO E/OU PUBLICAÇÃO EM EVENTOS E TRABALHOS DE CAMPO Universidade Federal de Itajubá

Sistema Integrado de Gestão Medabil

VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Rita de Cassia Dias Carreira Bacoccini Divisão Técnica de Produtos Relacionados à Saúde DITEP- CVS - SES

Boas Práticas Agrícolas. Felipe Vita Pedrosa Médico Veterinário Vigilância em Saúde Secretaria de Saúde Prefeitura Municipal de Campinas

DECISÃO DE DIRETORIA Nº 03, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2004 DOE SP DE 20/02/2004

O QUE MUDA NA PRÁTICA COM A LOGÍSTICA REVERSA DE LÂMPADAS?

Of. NEP n.º 01/11 São Paulo, 11 de abril de 2011.

PORTARIA IMA Nº 1.650, de

Questionário: informações sobre a gestão municipal dos RSS

Certificação de Serviço de Inspeção de Recipientes de GLP realizado por Empresas Distribuidoras de GLP

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

11º ENTEC Encontro de Tecnologia: 16 de outubro a 30 de novembro de 2017

ANEXO I. Condicionantes para Licença de Operação (LO) da Ambientec Incineração de Resíduos Ltda.

NORMA PARA PAGAMENTO DE AUXÍLIO FINANCEIRO A BOLSISTA PNPD PARA PARTICIPAÇÃO E/OU PUBLICAÇÃO EM EVENTOS E TRABALHO DE CAMPO

Ref: RDC 306 de 07 de dezembro de 2004, publicada no D.O.U. (Diário Oficial da União) em 10/12/2004.

Prefeitura Municipal de Vila Velha Estado do Espírito Santo Secretaria de Desenvolvimento Sustentável

REGIMENTO INTERNO DO ALMOXARIFADO QUÍMICO DO CAMPUS URUGUAIANA TÍTULO I DOS FINS

- TERMO DE REFERÊNCIA - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

RESOLUÇÃO-RDC Nº 103, DE 8 DE MAIO DE 2003

Secretaria Municipal de Saúde Diretoria de Vigilância à Saúde Vigilância Sanitária

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE. Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

Questionário: informações sobre a gestão municipal dos RSS

CONSIDERANDO a necessidade de revisão e unificação das normas e critérios referentes à operação da Seção Farmacêutica do IMASF;

PORTARIA BHTRANS - DPR Nº 57, DE

NORMAS DE MEIO AMBIENTE

CAPÍTULO I DA EMISSÃO DA NOTA

DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA, PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO - DSPCI

Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.

PROJETO DE LEI N.º DE DE DE 2016

Este documento é um modelo técnico desenvolvido pela Organização Social e será

1. OBJETIVO 2. CAMPO DE APLICAÇÃO

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Ministério da Educação UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ CONSELHOS SUPERIORES

PROCESSO DE COMPRAS Revisão: 01 Página 1 de 8

Orientação sobre a RDC nº 270/2019 Regime de Notificação de Produtos para Saúde de Classe de Risco I

NOTA TÉCNICASOBRE A RDC Nº20/2011

Boas Práticas de Fabricação (BPFs) PARA INSUMOS FARMACÊUTICOS

DIRETORIA COLEGIADA RESOLUÇÃO-RDC No- 54, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2013 DOU de 11/12/2013 Seção I págs. 76 e 77

RESOLUÇÃO Nº 716, de 12 de novembro de 2013.

Avaliação dos Relatórios de Inspeções de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos Utilizando o FormSUS. Andrea Renata Cornelio Geyer

Prefeitura Municipal de Dumont

Art. 5º A SDA manifestar-se-á dentro do prazo máximo de 15 (quinze) dias corridos da data de recebimento da solicitação de autorização.

Informe Técnico n. 65, de 23 de fevereiro de Assunto: Esclarecimentos sobre o uso de enzimas em alimentos e bebidas.

SOLICITAÇÃO DE ALVARÁ SANITÁRIO (INICIAL E RENOVAÇÃO)

Resolução RDC nº 20 de 5 de maio de Dispõe sobre o controle de antimicrobianos

Início da inspeção: : horas do dia ( ) de de 20

Termo de Verificação de Atividades em Estabelecimento Público

ORDEM DE SERVIÇO Nº. 009/2018/PROAD, DE 19 DE JULHO DE 2018.

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde/ Biotério/ Instituto de Biociências/ Campus Rio Claro/SP

Transcrição:

2º Simpósio Brasileiro Saúde e Ambiente Desenvolvimento, conflitos territoriais e saúde: ciência e movimentos sociais para a justiça ambiental na políticas públicas. 19 à 22 de outubro de 2014 Minascentro Belo Horizonte / MG Resíduos de Serviços de Saúde, Ambiente e Saúde Eixo 3. Direitos justiça ambiental e política públicas ANÁLISE DO ENCAMINHAMENTO DE RESÍDUOS DE MEDICAMENTOS CONTROLADOS (PERIGOSOS) À LUZ DA LEGISLAÇÃO, PROTEÇÃO DO AMBIENTE E DA SAÚDE DA POPULAÇÃO - A EXPERIÊNCIA DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE VALINHOS / SP. Autora: Daniela Zazeri (1) (1) Direção do Departamento de Saúde Coletiva, Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Valinhos. saudecoletiva@valinhos.sp.gov.br Co-autor: Cláudio Boschi Júnior(2) (2)Engenheiro Ambiental, Divisão de Vigilância Sanitária, Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Valinhos claudio.visa@valinhos.sp.gov.br 1

Resumo O encaminhamento de resíduos de medicamentos gerados em estabelecimentos públicos e privados devem atender a normas e legislações específicas, determinadas pelos órgãos ambientais e de saúde pública. Fazem parte deste grupo de resíduos os provenientes de medicamentos sujeitos ao controle especial, conforme estabelecido pela Portaria SVS 344 de 1998. Para o encaminhamento destes tipos de resíduos, cabem aos geradores comprovar, através de documentos oficiais emitidos pelos órgãos públicos competentes, relativos a cada etapa de seu gerenciamento. O intuito dos legisladores foi o de diminuir os risco de poluição do meio ambiente e o de exposição da população à produtos tóxicos, conforme preconizado pelo Sistema Único de Saúde SUS, através de ações de prevenção. O presente trabalho descreve os procedimentos adotados pela Vigilância Sanitária do município de Valinhos, São Paulo, para o estabelecimento dos trâmites administrativos para a análise da solicitação de inutilização de tais medicamentos. A fim de comprovar o atendimento ao estabelecido pela legislação é necessário que os responsáveis apresentem à Vigilância Sanitária, determinados documentos que comprovem a regularidade dos serviços contratados de coleta, transporte, tratamento e disposição final. O passo inicial para a elaboração dos procedimentos foi o de identificar a legislação pertinente. A seguir, foram elencados os documentos necessários a serem elaborados pela vigilância sanitária, bem como os a serem apresentados pelo gerador dos resíduos. Após a determinação do trâmite processual e dos documentos necessários, foi realizado encontro técnico com os profissionais farmacêuticos (dos estabelecimentos públicos e privados do município) para orientação técnica e comunicação dos procedimentos a serem adotados. O resultado deste trabalho, à luz da legislação sanitária e ambiental, foi o de ter contribuído para o correto encaminhamento destes resíduos, atendendo ao preconizado pelos órgãos ambientais e de saúde pública, diminuindo os riscos de poluição ambiental e exposição de populações à produtos tóxicos. Palavras-chaves: Meio Ambiente e Saúde Pública; Saúde Pública; Poluição Ambiental; Exposição Ambiental. Origem / Problema Em razão da necessidade do estabelecimento de procedimentos administrativos para 2

verificação de regularidade de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos de medicamentos específicos. Esses procedimentos referem-se: a) Ao atendimento de legislações e normas que preconizam o controle de substâncias medicamentosas; b) À proteção do meio ambiente; c) À proteção da. Tais resíduos são gerados por serviços de saúde existentes no município de Valinhos. As legislações e normas envolvidas possuem origem sanitária e ambiental e são de competência de ações de Vigilância Sanitária. Localização Os resíduos de medicamentos controlados são gerados no município, por estabelecimentos públicos e privados de serviços de saúde (figura 1). São cerca de 70 estabelecimentos, distribuídos na área urbana do município que contém cerca de 65 quilômetros quadrados. Sua população é estimada em 104 mil habitantes ( IBGE 2010), sendo sua área total cerca de 150 quilômetros quadrados ( figura 2). O município de Valinhos está situado cerca de 100 km da capital do estado de São Paulo. Compõe a Região Metropolitana de Campinas (RMC). A cidade de Campinas, com quem faz divisa, é a segunda mais populosa do estado, ficando atrás apenas da capital. Estão instaladas em Valinhos pequenas e médias indústrias de diferentes seguimentos, como: metalúrgicas, alimentos, equipamentos, têxteis, peças automobilísticas, químicas, entre outras. Possui atividade agrícola, fazendo parte do denominado "Circuito das frutas". È circundada por duas das pricipais rodovias do estado, com intensa circulação de veículos, caminhões e ônibus. Também existe linha de trêm para transporte de produtos. Sua região registra a existência de alguns ribeirões e córregos, os quais desaguam no rio Atibaia, um dos mananciais de abastecimento de água do município e também de Campinas. 3

Figura 1: Resíduos de medicamentos Figura 2: Município de Valinhos / SP Conceitos Os conceitos deste trabalho compreendem : - O atendimento aos trâmites processuais administrativos; - Legislações sanitárias e ambientais; - Responsabilidade dos profissionais das empresas terceirizadas; - Normas de transporte de resíduos. Segundo o Código Sanitário Estadual ( Lei 10.083 de 23 de setembro de 1998), as ações de vigilância sanitária comreendem o enfrentamento de fatores ambientais de risco à saúde, conforme descritos em seus artigos 11 e 12: Art.11 Constitui finalidade das ações de vigilância sanitária sobre o meio ambiente o enfrentamento dos problemas ambientais e ecológicos, de modo a serem sanados ou minimizados a fim de não representarem risco à vida, levando em consideração aspectos da economia, da política, da cultura e da ciência e tecnologia, com vistas ao desenvolvimento sustentável, como forma de garantir a qualidade de vida e a proteção do meio ambiente. Art. 12 São fatores ambientais de risco à saúde aqueles decorrentes de qualquer situação ou atividade no meio ambiente, principalmente os relacionados à organização territorial, ao ambiente construído, ao saneamento ambiental, às fontes de poluição, à proliferação de artrópodes nocivos, a vetores e hospedeiros 4

intermediários às atividades produtivas e de consumo, às substâncias perigosas, tóxicas, explosivas, inflamáveis, corrosivas e radioativas e a quaisquer outros fatores que ocasionem ou possam vir a ocasionar risco ou dano à saúde, à vida ou à qualidade de vida. Parágrafo único - Os critérios, parâmetros, padrões, metodologias de monitoramento ambiental e biológico e de avaliação dos fatores de risco citados neste artigo serão os definidos neste Código, em normas técnicas e demais diplomas legais vigentes. Diversos poluentes podem ser introduzidos nos diferentes compartimentos ambientais. Os diferentes resíduos gerados nas atividades econõmicas fazem parte destes elementos potencialmente poluidores quando gerenciados de forma inadequada. Segundo a Cetesb ( Companhaia de Tecnoclogia Ambiental de São Paulo), a poluição ou contaminação do meio ambiente pose ser ocasionada pela introdução de qualquer substância ou resíduos de forma inadequada. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu o regulamento técnico para substâncias e medicamentos sujeitos à controle especial através da Portaria SVS 344 de 12 de maio de 1998. Em seu art 2º o regulamento técnico determina a obrigatoriedade de Autorização Especial concedida pela Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) do Ministério da Saúde (MS) para Para extrair, produzir, fabricar, beneficiar, distribuir, transportar, preparar, manipular, fracionar, importar, exportar, transformar, embalar, reembalar, para qualquer fim, as substâncias constantes das listas deste Regulamento Técnico (ANEXO I) e de suas atualizações, ou os medicamentos que as contenham. Além da Autorização especial, a citada legislação regulamenta o Comércio, Transporte, Prescrição, Receita, Escrituração, Guarda, Balanços, Embalagem, Controle e Fiscalização. Compete aos Estados, Municípios e o Distrito Federal, exercer a fiscalização e o controle dos atos relacionados a produção, comercialização e uso de substâncias constantes das listas deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, bem como os medicamentos que as contenham, no âmbito de seus territórios bem como fará cumprir as determinações da legislação federal pertinente e deste Regulamento Técnico, conforme o art 107. O item 2.6 da Resolução Anvisa 306 de 2004 que regulamenta o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde determina que os geradores de resíduos solicitem às empresas prestadoras de serviços terceirizados a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde, e documento de cadastro 5

Formulário Destinação de Resíduos de Medicamentos Controlados - Proteção do meio ambiente e da emitido pelo órgão responsável de limpeza urbana para a coleta e o transporte dos resíduos. O art 3º da Resolução Conama 358 de 2005 confere a resposabilidade do gerador do resíduo desde a sua geração até sua disposição final. Abordagem O passo inicial para a elaboração dos procedimentos foi o de identificar a legislação pertinente, elencar os documentos necessários a serem elaborados pela vigilância sanitária, bem como estabelecer os documentos a serem apresentados pelo gerador dos resíduos. Após a determinação do trâmite processual e dos documentos necessários a serem avaliados, foi realizado encontro técnico com os profissionais farmacêuticos (dos estabelecimentos públicos e privados do município) para orientação técnica e comunicação dos procedimentos a serem adotados. Tal evento foi realizado em um único dia e foi divulgado através de convite encaminhado diretamente a cada estabelecimento. Realizou-se através de apresentação audio visial e entrega de material impresso. Como resultado, a fim de comprovar o atendimento ao estabelecido pela legislação, quando da solicitção de inutilização dos referidos medicamentos, é necessário que os responsáveis apresentem a Vigilância Sanitária, os seguintes documentos: próprio preenchido e assinado em 02 (duas) vias, especificando uma relação dos medicamentos; do Contrato de Prestação de Serviço para a coleta e tratamento de resíduos de serviço de saúde; do documento de Cadastro na Vigilância Sanitária Local da empresa responsável pela coleta de resíduos perigosos; do documento de Responsabilidade Técnica do profissional responsável pela empresa de coleta; do documento de regularidade do veículo transportador emitido pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e Instituto Nacional de Pesos e Medidas (Inmetro); do Certificado de Destinação de Resíduos de Interesse Ambiental CADRI) emitido pela Companhia de Tecnologia Ambiental de São Paulo (Cetesb ); do documento de Licença de Operação emitido pela Cetesb da empresa de tratamento do resíduo; do documento de Responsabilidade Técnica do profissional responsável pela 6

empresa de tratamento do resíduo. Quando da apresentação, uma das vias do Formulário é devolvida ao solicitante para futura conferência dos medicamentos em caso de deferimento da solicitação. É gerado protocolo de recebimento e aberto processo administrativo próprio. Após analisada a validade dos documentos apresentados e comprovada a regularidade do encaminhamento dos medicamentos a serem inutilizados (resíduos), a autoridade sanitária lavrará o Termo de Inutilização para os medicamento listados no formulário, conforme Lei Estadual 10083 de 1998. Em seguida, a referida listagem é conferida com os medicamentos acondicionados no estabelecimento. Apresentando-se em conformidade, os medicamentos são acondicionados em sacolas plásticas transparentes e lacradas através de dispositivo numerado. Após, são acondicionados em recipiente próprio de propriedade do estabelecimento, contendo identificação de risco próprio ( Químico), conforme Resolução Anvisa RDC 306 2004. O número do lacre é acrescentado ao texto do Termo de Inutilização. Uma das vias do Termo é entregue ao estabelecimento, outra é juntada ao Processo Administrativo iniciado pela solicitação de inutilização. Em posse da via do Termo de Inutilização, os responsáveis pelo estabelecimento estão autorizados pela Vigilância Sanitária a encaminhar tais medicamentos para coleta, transporte, tratamento e disposição final, conforme informado pelo responsável no processo. Após a emissão de cópia do Certificado de Destinação, emitido pela empresa de Tratamento de resíduos e sua apresentação, pelos solicitantes, no referido Processo Administrativo, os trâmites são considerados concluídos e encerrados. Os procedimentos estabelecidos pela Vigilância Sanitária para a inutilização de medicamento da Portaria SVS 344 de 1998 foram informados aos responsáveis pelos estabelecimentos através de ação de Educação em Saúde. Encontro Técnico com Profissionaos Farmaceuticos do município, no ano de 2013. O ínício das solicitações de encaminhamento dos resíduos iniciaram-se no segundo semestre de 2013. Resultados Quase a totalidade dos estabelecimentos convocados compareceram ao treinamento. Cerca de 4(quatro) estabelecimentos solicitaram o encaminhamento dos resíduos acumulados. Três deles conseguiram comprovar o encaminhamento adequado, porém, um 7

não comprovou a regularidade do veículo transportador, tendo sua solicitação negada, até a devida regularização. Conclusões Como resultado da adoção dos procedimentos estabelecidos, à luz da legislação sanitária e ambiental, foi possível garantir, através de procedimento administrativo, o correto encaminhamento destes resíduos. Atendendo ao preconizado pelos órgãos ambientais e de saúde pública, evitando, assim, os riscos de poluição ambiental e exposição de populações à produtos tóxicos. Referências Resolução Anvisa RDC 3016 de 2004; Resolução Conama 358 de 2005; Portaria SVS 344 de 1998; Lei Estadual 10.083 de 1998. 8