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Nome Nº Série / Ano Ensino Turma 2º Médio Disciplina Professor Natureza Código / Tipo Trimestre / Ano Data Filosofia Guilherme Atividade 2 o / 2016 24/06/2016 Tema: Roteiro de estudos e lista de exercícios valor Releia, atentamente, todos os trechos de textos de Hobbes, Locke e Montesquieu que nós utilizados em sala de aula nesse trimestre. Releia, atentamente, os apontamentos em seu caderno e as passagens mais importantes do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Rousseau. Consulte suas anotações de aula e analise as respostas dos exercícios e avaliações que resolvemos em sala de aula. Se julgar necessário, pesquise e consulte materiais adicionais (didáticos ou paradidáticos) que lhe ajudem a apreender os conceitos, teorias e contexto dos autores estudados. Depois dessas etapas você deverá sentir-se seguro e capaz para responder a essas questões básicas: OBS: Essa atividade deverá ser entregue diretamente ao professor no primeiro dia de aula ao retornar das férias e valerá um bônus de 0,5 pontos na média final. Testes 1. Para Thomas Hobbes e John Locke, a comunidade política era A) mandamento divino. B) direito natural. C) artifício criado pelos homens através de um contrato. D) imposição de poder de um único homem sobre os outros. E) um estado democrático. 2. Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homem eram: A) família, propriedade e religião. B) liberdade, propriedade e servidão. C) propriedade, servidão e família. D) liberdade, igualdade e propriedade. E) família, religião e pátria. 3. Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através do acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são

daquela comunidade. (LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p.139.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato social em Locke, considere as afirmativas a seguir. I. O direito à liberdade e à propriedade são dependentes da instituição do poder político. II. O poder político tem limites, sendo legítima a resistência aos atos do governo se estes violarem as condições do pacto político. III. Todos os homens nascem sob um governo e, por isso, devem a ele submeter-se ilimitadamente. IV. Se o homem é naturalmente livre, a sua subordinação a qualquer poder dependerá sempre de seu consentimento. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 4. o Estado ou a Cidade mais que uma pessoa moral, cuja vida consiste na união de seus membros, e se o mais importante de seus cuidados é o de sua própria conservação, torna-se-lhe necessária uma força universal e compulsiva para mover e dispor cada parte da maneira mais conveniente a todos. Assim como a natureza dá a cada homem poder absoluto sobre todos os seus membros, o pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus, e é esse mesmo poder que, dirigido pela vontade geral, ganha, como já disse, o nome de soberania. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. de Lourdes Santos Machado. 3.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1994. p. 48.) De acordo com o texto e os conhecimentos sobre os conceitos de Estado e soberania em Rousseau, é correto afirmar: a) A soberania surge como resultado da imposição da vontade de alguns grupos sobre outros, visando a conservar o poder do Estado. b) O estabelecimento da soberania está desvinculado do pacto social que funda o Estado. c) O Estado é uma instituição social dependente da vontade impositiva da maioria, o que configura a democracia. d) A conservação do Estado independe de uma força política coletiva que seja capaz de garanti-lo. e) A soberania é estabelecida como poder absoluto orientado pela vontade geral e legitimado pelo pacto social para garantir a conservação do Estado. 5. Poder-se-ia [...] acrescentar à aquisição do estado civil a liberdade moral, única a tornar o homem verdadeiramente senhor de si mesmo, porque o impulso do puro apetite é escravidão, e a obediência à lei que se estatui a si mesma é liberdade. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 37.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a liberdade em Rousseau, é correto afirmar: a) As leis condizentes com a liberdade moral dos homens devem atender aos seus apetites. b) A liberdade adquire sentido para os homens na medida em que eles podem desobedecer às leis. c) O homem livre obedece a princípios, independentemente de eles também valerem para a sociedade. d) O homem afirma sua liberdade quando obedece a uma lei que prescreve para si mesmo. 2

e) É no estado de natureza que o homem pode atingir sua verdadeira liberdade. 6. Através dos princípios de um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um poder limitado, de direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado liberal. Bobbio. Considerando o texto citado e o pensamento político de Locke, seguem as afirmativas abaixo: I. A passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil, segundo Locke, é realizada mediante um contrato social, através do qual os indivíduos singulares, livres e iguais dão seu consentimento para ingressar no estado civil. II. O livre consentimento dos indivíduos para formar a sociedade, a proteção dos direitos naturais pelo governo, a subordinação dos poderes, a limitação do poder e o direito à resistência são princípios fundamentais do liberalismo político de Locke. III. A violação deliberada e sistemática dos direitos naturais e o uso contínuo da força sem amparo legal, segundo Locke, não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de resistência, pois o exercício de tal direito causaria a dissolução do estado civil e, em consequência, o retorno ao estado de natureza. IV. Os indivíduos consentem livremente, segundo Locke, em constituir a sociedade política com a finalidade de preservar e proteger, com o amparo da lei, do arbítrio e da força comum de um corpo político unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade. V. Da dissolução do poder legislativo, que é o poder no qual se unem os membros de uma comunidade para formar um corpo vivo e coerente, decorre, como consequência, a dissolução do estado de natureza. Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está correta. b) as afirmações I e III estão corretas. c) as afirmações III e IV estão corretas. d) as afirmações III e V estão incorretas. e) as afirmação II e III estão corretas 7. Thomas Hobbes afirma que Lei Civil, para todo súdito, é a) construída por aquelas regras que o Estado lhe impõe, oralmente ou por escrito, ou por outro sinal suficiente de sua vontade, para usar como critério de distinção entre o bem e o mal. b) a lei que o deixa livre para caminhar para qualquer direção, pois há um conjunto de leis naturais que estabelece os limites para uma vida em sociedade. c) reguladora e protetora dos direitos humanos, e faz intervenção na ordem social para legitimar as relações externas da vida do homem em sociedade. d) calcada na arbitrariedade individual, em que as pessoas buscam entrar num Estado Civil, em consonância com o direito natural, no qual ele o súdito tem direito sobre a sua vida, a sua liberdade e os seus bens. DISCURSIVAS 1. Leia os trechos abaixo e responda: A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais 3

vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa também aspirar, tal como ele. Porque quanto à força corporal o mais fraco tem força suficiente para matar o mais forte, quer por secreta maquinação, quer aliando-se com outros que se encontrem ameaçados pelo mesmo perigo. Quanto às faculdades do espírito, encontro entre os homens uma igualdade ainda maior do que a igualdade de força. Desta igualdade quanto à capacidade deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos nossos fins. Portanto, se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível ela ser contemplada por ambos, eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim (que é principalmente sua própria conservação, e às vezes apenas seu deleite) esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro. (Hobbes Leviatã) a) De acordo com Hobbes, a desigualdade é natural no ser humano? Discuta a questão, mostrando o raciocínio de Hobbes. b) Segundo Hobbes, qual a consequência dessa igualdade natural? c) De acordo com Hobbes qual a solução para esse problema gerado pela igualdade natural? 2. Leia os textos a seguir. 1. A única maneira de instituir um tal poder comum é conferir toda sua força e poder a um homem ou a uma assembleia de homens. É como se cada homem dissesse a cada homem: Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isso, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado. (Adaptado de: HOBBES, T. Leviatã. Trad. de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p.109. Coleção Os Pensadores.) 2. O ponto de partida e a verdadeira constituição de qualquer sociedade política não é nada mais que o consentimento de um número qualquer de homens livres, cuja maioria é capaz de se unir e se incorporar em uma tal sociedade. Esta é a única origem possível de todos os governos legais do mundo. (Adaptado de: LOCKE, J. Segundo tratado do governo civil: ensaio sobre a origem, os limites e os fins verdadeiros do governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p.141. Coleção Os Pensadores.) A partir da análise dos textos e dos conhecimentos sobre o jusnaturalismo e contratualismo no que se refere à instituição do Estado, explique as diferenças entre o contrato proposto por Hobbes e o proposto por Locke. 3. Deus, que deu o mundo aos homens em comum, deu-lhes também a razão, para que se servissem dele para o maior benefício de sua vida e de suas conveniências. A terra e tudo o que ela contém foi dada aos homens para o sustento e o conforto de sua existência. Todas as frutas que ela naturalmente produz, assim como os animais selvagens que alimenta, pertencem à humanidade em comum, pois são produção espontânea da natureza; e ninguém possui originalmente o domínio privado de uma parte qualquer, excluindo o resto da humanidade, quando estes bens se apresentam em seu estado natural; entretanto, como foram dispostos para a utilização dos homens, é preciso necessariamente que haja um meio qualquer de se apropriar deles, antes que se tornem úteis ou de alguma forma proveitosos para algum homem em particular. Os frutos ou a caça que alimenta o índio selvagem, que não conhece as cercas e é ainda proprietário em comum, devem lhe pertencer, 4

e lhe pertencer de tal forma, ou seja, fazer parte dele, que ninguém mais possa ter direito sobre eles, antes que ele possa usufruí-los para o sustento de sua vida. Ainda que a terra e todas as criaturas inferiores pertençam em comum a todos os homens, cada um guarda a propriedade de sua própria pessoa; sobre esta ninguém tem qualquer direito, exceto ela. Podemos dizer que o trabalho de seu corpo e a obra produzida por suas mãos são propriedade sua. Sempre que ele tira um objeto do estado em que a natureza o colocou e deixou, mistura nisso o seu trabalho e a isso acrescenta algo que lhe pertence, por isso o tornando sua propriedade. Ao remover este objeto do estado comum em que a natureza o colocou, através do seu trabalho adiciona-lhe algo que excluiu o direito comum dos outros homens. Sendo este trabalho uma propriedade inquestionável do trabalhador, nenhum homem, exceto ele, pode ter o direito ao que o trabalho lhe acrescentou, pelo menos quando o que resta é suficiente aos outros, em quantidade e em qualidade. (Locke, John. SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO CIVIL. Trad. Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. 3ª edição. ED. VOZES Petrópolis. 2001.) a) Para o autor, ao nascermos, já possuímos alguma(s) coisa(s)? O quê? b) Segundo o autor, o que confere aos homens o direito de se apropriar privadamente dos bens naturais? Qual é o limite estabelecido pelo autor para a apropriação privada desses bens? c) Levando em consideração os conhecimentos sobre o autor e seu contexto histórico, discorra sobre suas intenções ao desenvolver tal argumento (o da propriedade como direito natural ). 4. A respeito do Estado Moderno, o pensador político inglês John Locke (1632-1704) escreveu: "Considero poder político o direito de fazer leis para regular e preservar a propriedade". (Citado por Kazumi Munakata, A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA NO BRASIL, 1984) a) Explique a função do estado segundo essa tese de Locke. b) Como a partir dessa tese se explica a relação do Estado Moderno com a acumulação de capital? 5. Com base na citação abaixo e em outras informações presentes na mesma obra, explique de que modo, para Rousseau, o estado de natureza ajuda a compreender a origem da desigualdade entre os homens. (...) não constitui empreendimento trivial separar o que há de original e de artificial na natureza atual do homem, e conhecer com exatidão um estado que não mais existe, que talvez nunca tenha existido, que provavelmente jamais existirá, e sobre o qual se tem, contudo, a necessidade de alcançar noções exatas para bem julgar de nosso estado presente. Estendi-me desse modo sobre a suposição dessa condição primitiva porque, devendo destruir antigos erros e preconceitos inveterados, achei que devia pulverizá-los até a raiz e mostrar, no quadro do verdadeiro estado de natureza, como a desigualdade, mesmo natural, está longe de ter nesse estado tanta realidade e influência quanto pretendem nossos escritores. (ROUSSEAU, J-J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. Lourdes Santos Machado. Col.Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1999.) 6. De acordo com Jean-Jacques Rousseau no Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, há duas qualidades que distinguem os homens dos animais no estado de natureza. Quais são elas e como são caracterizadas pelo autor? 5

7. Durante o século XVIII, ganhou corpo na Europa o Iluminismo, um movimento intelectual que propunha a transformação das relações sociopolíticas que caracterizavam o Antigo Regime. Montesquieu e Rousseau, citados abaixo, são pensadores cujas ideias exemplificam as posições iluministas. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas, e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. MONTESQUIEU, Charles de. O espírito das leis. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. p. 187. (Pensamento Político). A primeira e mais importante consequência decorrente dos princípios até aqui estabelecidos é que só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo com a finalidade de sua instituição, que é o bem comum, porque, se a oposição dos interesses particulares tornou necessário o estabelecimento das sociedades, foi o acordo desses mesmos interesses que o possibilitou.[...] Somente com base nesse interesse comum é que a sociedade pode ser governada. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 43. a) A partir dos fragmentos textuais acima, identifique uma característica do Antigo Regime e explique-a. b) Explique outras duas características do Antigo Regime às quais se opunha o pensamento iluminista. 8. Considere a afirmação de Rousseau abaixo: "Por serem os laços da servidão formados unicamente pela dependência mútua dos homens e pelas necessidades recíprocas que os unem, é impossível subjugar um homem sem antes tê-lo colocado na situação de não poder viver sem o outro, situação essa que, por não existir no estado de natureza, nele deixa cada um livre do jugo e torna inútil a lei do mais forte". (Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, primeira parte) Levando em conta o trecho acima, explique: Por que, segundo Rousseau, seria difícil explicar ao homem selvagem o que é a servidão e a dominação? 9. Leia estes trechos: TRECHO 1 Renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres. Não há recompensa possível para quem a tudo renuncia. Tal renúncia não se compadece com a natureza do homem, e destituir-se voluntariamente de toda e qualquer liberdade equivale a excluir a moralidade de suas ações. Enfim, é uma inútil e contraditória convenção a que, de um lado, estipula uma autoridade absoluta, e, de outro, uma obediência sem limites. Não está claro que não se tem compromisso algum com aqueles de quem se tem o direito de tudo exigir? E essa condição única, sem equivalente, sem compensação, não levará à nulidade do ato? Pois que direito meu escravo terá contra mim, desde que tudo que possui me pertence e desde que, sendo meu o seu direito, esse direito meu contra mim mesmo passa a constituir uma palavra sem qualquer sentido? TRECHO 2 Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato 6

social oferece. (ROUSSEAU, J.-J. Do Contrato Social ou Princípios do Direito Político. Livro primeiro. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 27 e 32.) Nos trechos 1 e 2, acima transcritos, o autor refere-se, respectivamente, à escravidão e ao estado civil. Tomando como referência as citações acima, discorra sobre o contrato social proposto por Rousseau respondendo à seguinte questão: obedecer é, necessariamente, renunciar à liberdade? 7