TÍTULO: PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PARADESPORTISTAS PRATICANTES DE JUDÔ

Documentos relacionados
MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA EM CORREDORES AMADORES DE RUA NA REGIÃO DO ALTO TIETÊ

TÍTULO: AUTOEFICÁCIA EM ADOLESCENTES COM E SEM DEFICIÊNCIA ATLETAS DE VOLEIBOL

HIV/AIDS E QUALIDADE DE VIDA: ESTUDO COMPARATIVO EM PESSOAS ACIMA DE 50 ANOS

AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA GLOBAL DE USUÁRIOS DE UM AMBULATÓRIO DE FONOAUDIOLOGIA

AUTOR(ES): CARLA CAMILA AMARAL RODRIGUES, LETÍCIA DE MENESES FREITAS, NAIARA MORAIS MEIRA, PATRICIA GOMES LUCATELI

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS ATENDIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM BELÉM, PA

AUTOR(ES): LETICIA MARTINS BARBOSA, AMANDA LENNON FREIRE AMARO NIHEI, BRUNA DA SILVA BARRETO, MATHEUS CARVALHO PEDRO, MAURO RICARDO RIEGO COTS

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DE DEFICIENTES FÍSICOS

TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA EM PROFISSINAIS DE ENFERMAGEM CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA

TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS ÁREAS DE EXATAS, HUMANAS E SAÚDE

Variáveis influenciando e sendo influenciadas pela ansiedade-traço pré-competitiva: um estudo com judocas. Introdução

TÍTULO: MODALIDADES PARALÍMPICAS E O SEU LEGADO NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Grupo Bem-me-quero: Intervenção para pais na APAE em Juiz de Fora/MG

ANSIEDADE FRENTE AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PSFS DO MUNICÍPIO DE PONTE NOVA 1

Avaliação da Imagem Corporal de adolescentes estudantes do IF Sudeste MG - Câmpus Juiz de Fora

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE DIABÉTICOS PARTICIPANTES DE UM PSF DE GURUPI TO 1

QUALIDADE DE VIDA DOS DOCENTES: UM ESTUDO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DA CIDADE DE PALMAS TO.

Itaú Viver Mais e o impacto na vida dos 55+ Tatianna Galeckas Marques

A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIO FÍSICO NA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DO GÉNERO FEMININO

ESGOTAMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DA CIDADE DE MONTES CLAROS

Um dos principais objetivos com o desenvolvimento do programa de

SATISFAÇÃO COM ASPECTOS PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO E SAÚDE DOS PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA EM RECIFE, PERNAMBUCO

Relação entre qualidade de vida e tempo de prática paradesportiva em praticantes de Tênis em Cadeira de Rodas

AGRESSIVIDADE COMPETITIVA EM LUTADORES Carlos José Ferreira Lopes 1, Nelimar Ribeiro de Castro 2. Introdução

UMA ANÁLISE DO BEM-ESTAR SUBJETIVO EM IDOSOS

Ansiedade Traço e Estado de Atletas Escolares de Esportes Coletivos

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

Avaliação do suporte familiar, qualidade de vida e funcionalidade do idoso em tratamento fisioterapêutico

TÍTULO: CONCEPÇÃO DE PRÉ-ADOLESCÊNCIA EM HENRI WALLON CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA

NÍVEL DE DEPENDÊNCIA DE INTERNET E QUALIDADE DE VIDA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO CORRELACIONAL

Clima organizacional dos colaboradores da indústria de Panificação do Grupo Cíntia

A INFLUÊNCIA DO TRABALHO NO NÍVEL DE ESTRESSE EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

AUTOR(ES): NOEMI DUARTE MASCARENHAS SANTOS, ANA CAROLINA SANTOS VAZ, ISABELLA SANTOS RIBEIRO DE FARIAS, NATHALY GONSALVEZ TURASSA

TÍTULO: SAPATILHAS, UMA LUZ NA ESCURIDÃO: A QUALIDADE DE VIDA DE BAILARINAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

TÍTULO: IDOSOS ATIVOS UM ESTUDO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: TERAPIA OCUPACIONAL

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

PESQUISA E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO PARA DISSEMINAÇÃO SOBRE TEMAS DIVERSOS DA PESSOA IDOSA

Marco Aurélio Rocha Santos

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NOS GRUPOS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS

Marcelo Pio de Almeida Fleck Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Faculdade de Medicina.

TÍTULO: ANALISE DA INCIDÊNCIA DE ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE EM JUDOCAS INFANTO-JUVENIL PARTICIPANTES DE CAMPEONATO REGIONAL DE JUDÔ CATEGORIA: CONCLUÍDO

NÍVEL DE MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA ESPORTIVA DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO

Métodos 28. município de São Bernardo do Campo (SP), com idade entre 14 e 18 anos, e

HOSPITAL DAS CLÍNICAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - GO

A CONCEPÇÃO DE ALUNOS INSTITUCIONALIZADOS SOBRE O ACESSO DE ATIVIDADES FÍSICAS E ESPORTES NA CIDADE DE MUZAMBINHO MG

Mini ebook CUIDADOS COM A VISÃO ALERTAS E

UNIVERSIDADE DE COIMBRA FACULDADE DE CIÊNCIAS DO DESPORTO E EDUCAÇÃO FÍSICA

CESSAÇÃO DO TABACO EM PACIENTES PARTICIPANTES DE PROJETO DE EXTENSÃO EDUCANDO E TRATANDO O TABAGISMO NO ANO DE 2014

ANTROPOMETRIA, FLEXIBILIDADE E DESEMPENHO MOTOR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE FUTSAL.

QUALIDADE DE VIDA: ESTUDO EXPLORATÓRIO COM ESTUDANTES DE UMA UNIVERSIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Metodologia III METODOLOGIA. Universidade da Beira Interior 51

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES E HOMENS IDOSOS DE UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS. RESUMO

FATORES CONEXOS A QUALIDADE DE VIDA DE MORADORES DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ITAPEUA, MÉDIO SOLIMÕES/AM.

A ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA DO COMPLEXO AQUÁTICO E DO GINÁSIO DIDÁTICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CAMPUS JOÃO PESSOA

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

TÍTULO: PROJETO NUTRIR PARA CRESCER: ANÁLISE ANTROPOMÉTRICA DE PRÉ-ESCOLARES

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE1 METHODS FOR EVALUATING THE QUALITY OF LIFE IN OLD AGE1

RESUMO. Palavras-chave: Doença de Alzheimer. Cuidadores. Qualidade de vida. INTRODUÇÃO

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DAS QUEDAS EM CRIANÇAS INTERNADAS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO

INDICADORES DE BEM-ESTAR SUBJETIVO E QUALIDADE DE VIDA EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

PROJETO DE FERIDAS NA FORMAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM E MEDICINA

Revista CPAQV - Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida - ISSN: v.1, n. 1, 2009 NÍVEL DE QUALIDADE DE VIDA DE UNIVERSITÁRIOS

O PROFISSIONAL DOCENTE E A QUALIDADE DE VIDA

Silva Vieira, Risomar; Fialho Moreira, Iara; Faria Neves, Jânia; Lucena Rangel, Mayara. Brasil

Qualidade De Vida De Idosos Portugueses E Brasileiros

ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DE IDOSOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS: NOTA PRÉVIA

AGILIDADE EM PARATLETAS DE BASQUETEBOL DE LONDRINA 1. RESUMO. Palavras Chave: Esporte, Basquetebol, Agilidade, Deficiência Física, Paratletas

MOTIVAÇÃO PARA FAZER O DEVER DE CASA E ESTUDAR PARA UMA MATÉRIA DESINTERESSANTE: RELATO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE CAMPINAS-SP

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS COM PARALISIA CEREBRAL PRATICANTES DE BOCHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

BARREIRAS E FACILITADORES PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NOS ATLETAS DO RUGBY EM CADEIRA DE RODAS

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

TÍTULO: ATITUDES EM RELAÇÃO À VELHICE: UM ESTUDO COM ALUNOS DE GRADUAÇÃO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

DELINEAMENTOS E REFLEXÕES: IDOSOS E QUALIDADE DE VIDA

ALTERAÇÕES DE EQUILÍBRIO EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO E SUA INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA

TÍTULO: ACURÁCIA DA ESTIMAÇÃO DO PRÓPRIO TAMANHO CORPORAL E DE OUTROS INDIVÍDUOS E ATIVIDADE FÍSICA EM UNIVERSITÁRIOS

TÍTULO: ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSO QUE PRATICAM ATIVIDADE FÍSICA

INTRODUÇÃO METODOLOGIA

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AERÓBICA EM JUDOCAS ENTRE 7 E 14 ANOS DA CIDADE DE SANTA MARIA -RS

TÍTULO: PREVALÊNCIA DE LESÕES EM CORREDORES DOS 10 KM TRIBUNA FM-UNILUS

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Anais. IV Seminário Internacional Sociedade Inclusiva

TÍTULO: INCIDÊNCIA DE DOR E ESTRESSE RELACIONADOS AO CONDICIONAMENTO AERÓBIO DOS PROFESSORES DE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

A INFLUÊNCIA DA HIDROGINÁSTICA NO ESTADO DE HUMOR DOS PARTICIPANTES DO ATIVE-SE/UNATI-UNICRUZ 1

*OS DOCUMENTOS ABAIXO LISTADOS DEVERÃO SER ANEXADOS NA PLATAFORMA BRASIL EM PDF.

IMPACTOS DA GINÁSTICA FUNCIONAL NA AUTOESTIMA DE IDOSOS NA MAIOR IDADE

PRODUTO TÉCNICO (RELATÓRIO TÉCNICO) COMPETÊNCIA EM SAÚDE MENTAL NA PERSPECTIVA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE ATUAM EM CAPS NO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA-GO

QUALIDADE DE VIDA E PRÁTICA ESPORTIVA NA TERCEIRA IDADE: UMA REFLEXÃO PSICOSSOCIAL.

CAPITULO III METODOLOGIA

Produção de projeto de pesquisa na Blossom Educação em Terapia Floral

Afasia na vida das PCA

TÍTULO: EDUCAÇÃO CONTINUADA: A BOLSA DE ESTUDOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

Mestrados Reabilitação Psicomotora (Teses de mestrado entradas até Setembro de 2011)

PERFIL DA CATARATA EM IDOSOS DA REGIÃO DA BORBOREMA

VALORES NO DESPORTO - O QUE É PARA MIM IMPORTANTE NO DESPORTO: A OPINIÃO DOS ATLETAS DA SELECÇÃO PORTUGUESA DE ANDEBOL SUB-20

Transcrição:

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PARADESPORTISTAS PRATICANTES DE JUDÔ CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU AUTOR(ES): JULIA AMIZES DA SILVA, CAMILA CERQUEIRA FUCIDJI, JANICE HEIDT SCHMIDT, RIVANIR RODRIGUES DE OLIVEIRA MARCELINO ORIENTADOR(ES): MARCELO DE ALMEIDA BURITI

1 Percepção da Qualidade de Vida dos Paradesportistas praticantes de Judô RESUMO O presente estudo visou estudar a percepção da qualidade de vida dos paradesportistas, que possuem deficiência visual, praticantes de Judô. O termo paradesportista pode ser atribuído a uma pessoa que possui deficiência, intelectual ou física, adquirida ou congênita, e que pratique alguma modalidade esportiva. A prática do esporte dá ao indivíduo portador de deficiência física a possibilidade de equilibrar suas limitações com suas potencialidades e viver com qualidade de vida, que consiste na busca da felicidade e satisfação pessoal em todos os aspectos da vida. Objetivou-se verificar a percepção da qualidade de vida no cotidiano dos indivíduos que possuem deficiência visual e a influência que a prática esportiva tem sobre essa percepção. Especificamente objetivou-se verificar a percepção da qualidade de vida dos indivíduos quanto aos aspectos físicos, psicológicos, emocionais e ambientais. Realizou-se pesquisa descritiva com estratégia de campo. Para a coleta dos dados foram utilizados um questionário de identificação dos participantes e o questionário de avaliação da qualidade de vida World Health Organization Quality of Life Instruments WHOQOL-bref. A pesquisa foi aprovada pelo CEP parecer número 114.427. A amostra foi composta de 21 paradesportistas, deficientes visuais, praticantes de Judô, que participam regularmente de uma equipe, bem como de seus respectivos treinos e campeonatos, sendo 14 do gênero masculino e 7 feminino, com média de 29,24 anos, em três visitas. Os dados foram analisados de maneira qualitativa e quantitativa, sendo os aspectos ligados ao instrumento, mensurados através do pacote estatístico SPSS versão 12.0. Para análise estatística utilizou-se o teste não paramétrico do Qui-quadrado, sendo a margem de erro adotada de 5%. Os dados mostraram que em relação aos níveis de satisfação com a qualidade de vida, dos paradesportistas deficientes visuais praticantes de Judô, o domínio Físico, que está relacionado ao nível de independência para realizar atividades de vida diária, ficou com uma média de 15,05±1,92; o domínio Psicológico, que engloba os sentimentos positivos em relação à vida, teve a média de 16,79±1,61; o domínio Relações Pessoais, que considera o impacto das relações sociais da pessoa, obteve média de 16,95±2,42; e o domínio Meio Ambiente, que considera as variáveis ambientais, teve média de 13,12±1,45. A auto-avaliação da QV teve média de 16,29±2,39, sendo a média total de todos os domínios de 15,17±1,30. O teste do Qui-

2 quadrado (χ²o = 4,17 para χ²c = 7,81(n.g.l. = 3, n.sig. = 0,05)) constatou que não houve diferença estatisticamente significante entre os domínios. Concluiu-se que, mesmo tendo deficiência visual, os níveis de satisfação com a qualidade de vida, encontrados para os domínios Físico, Psicológico e Social foram altos enquanto o Ambiental apresentou um nível de satisfação menor, devido às dificuldades encontradas pelos paradesportistas no que se refere às questões relacionadas ao transporte e recursos financeiros. Palavras-chave: Psicologia do Esporte. Deficientes Visuais. Esporte Adaptado. INTRODUÇÃO A busca pela qualidade de vida vem se tornando cada vez mais intensa na sociedade atual, sendo que no âmbito esportivo essa situação não é diferente. Os atletas têm buscado formas de melhorar a qualidade de vida e consequentemente obter um melhor desempenho no contexto esportivo. No que diz respeito a atletas paralímpicos, que se encontram inseridos na conjuntura do esporte de alto nível, tem havido manifestações cada vez mais significativas e direcionadas para a obtenção do bem-estar e autoestima dos mesmos (Parreiras, 2008). Gianetti (2002) postula que a dimensão objetiva é mais fácil de ser identificada, observada e medida por fora, já que está refletida nas condições de vida que podem ser estatisticamente apontadas, como por exemplo, a nutrição, saúde, moradia, criminalidade, entre outros fatores. Já a dimensão subjetiva está fundamentada diretamente na experiência interna de cada pessoa, englobando aquilo que passa em sua mente de maneira espontânea, aquilo que sente e percebe em relação à vida que possui. Agregar os princípios da Teoria da Ação com instrumentos de pesquisa possibilita a realização de uma avaliação diferenciada dos fatores que podem ser percebidos, tanto como provedores quanto nocivos à qualidade de vida que os atletas possuem, dependendo da percepção pessoal que cada um tem (Parreiras, Samulski & Silva, 2007). Estes fatores interagem entre si e alteram assim a percepção dos mesmos, durante a realização de uma determinada ação, necessitando estes serem regulados através de processos psíquicos presentes durante os treinamentos e nas competições esportivas (Parreiras, Samulski & Silva, 2007, p. 21). Assim, os agentes que regulam a

3 ação refletem diretamente na percepção quando o indivíduo está participando, executando e agindo em determinado ambiente, refletindo dessa forma, a qualidade de vida dos atletas. (Silva, 2007). O conceito relativo à qualidade de vida está relacionado a vários contextos e sentidos, fundamentalmente no que diz respeito a como as pessoas vivem, sentem e compreendem o seu dia-a-dia, o que envolve questões como a saúde, educação, transporte, moradia, trabalho e participação em decisões que de certa forma, afetam a interação do indivíduo com o mundo (Gonçalves & Vilarta, 2004). O termo qualidade de vida pode ser usado em duas situações em especial: as circunstâncias materiais externas, nas quais boa qualidade de vida é representada por boa saúde física, suporte da família e de amigos também conhecida como bem-estar objetivo, e significar a sensação individual de felicidade ou satisfação refletindo aspectos globais da vida também chamada de bem-estar subjetivo (O Connor,1993 citado por Fernandes & Somchinda, 2003). Com base neste contexto, compreende-se que mesmo as pessoas com alguma deficiência, devem encarar o fato de que a vida continua e oportunidades existem para prosseguirem a sua trajetória do dia-a-dia, ainda que a fragilidade seja marcante para quem vivencia a deficiência. É importante ressaltar que a presença de estudantes de psicologia no ambiente esportivo pode contribuir para entender e tentar ajudar da melhor maneira possível junto ao meio, para que ambos possam sentir-se bem. JUSTIFICATIVA Uma vez que são escassos os estudos que se dispõem a investigar a qualidade de vida relacionada a atletas paraolímpicos, essa pesquisa se torna relevante também no sentido de fornecer esclarecimentos acerca das relações existentes entre a qualidade de vida e a prática esportiva desses atletas, bem como contribuir para o desenvolvimento de uma teoria específica para o contexto do esporte adaptado. OBJETIVOS Objetivo Primário O objetivo geral deste trabalho é verificar a percepção da qualidade de vida no cotidiano dos indivíduos que possuem deficiências físicas, bem como a influência que a prática do esporte tem sobre essa percepção.

4 Objetivos secundários a) Verificar a percepção da qualidade de vida dos indivíduos praticantes de judô quanto aos aspectos físicos; psicológicos; sociais e ambientais. MÉTODO Participantes Participaram do projeto 20 paradesportistas com cegueira, praticantes da modalidade esportiva denominada judô. A amostra é intencional e foram selecionados os sujeitos que estiveram, em 2013, participando regularmente das atividades e dos treinos obrigatórios para competições. Os critérios de inclusão foram: participar ativamente da equipe, independentemente da modalidade esportiva ser coletiva ou individual; comparecer aos treinos e campeonatos (sempre que houver); ser portador de alguma deficiência física, que o designe como paradesportista. Material Para a coleta dos dados foram utilizados três instrumentos: um questionário de identificação dos participantes (Anexo 1), que tem como finalidade obter maiores informações sobre o pesquisado e sua história; o questionário de avaliação da qualidade de vida World Health Organization Quality of Life Instruments WHOQOL_bref (Anexo 2), que visa verificar aspectos físicos, psicológicos e sociais dos pesquisados e, por fim, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE (Anexo 3), para garantir aos pesquisados o sigilo e possibilidade de cessar sua participação na pesquisa. Procedimento O projeto foi submetido à aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa (CEP). Mediante aprovação, foi iniciada a aplicação dos três instrumentos para obtenção dos dados referentes à qualidade de vida dos sujeitos, que ocorreu durante o mês de maio. A aplicação dos instrumentos foi realizada em apenas uma visita aos atletas, onde se leu individualmente para cada participante o TCLE. Durante a aplicação, uma testemunha acompanhou cada participante, sendo que esta também assinou o referido

5 termo, confirmando a conduta ética dos pesquisadores. Foram preenchidas duas vias do TCLE e logo em seguida assinadas pelos participantes, sendo que uma permaneceu com cada um dos sujeitos e a outra com as estudantes. Em seguida, foi feita a leitura do questionário de identificação, seu preenchimento, finalizando com a aplicação do questionário de qualidade de vida. O tempo médio gasto para a realização do procedimento foi aproximadamente 30 minutos, visto que a amostra teve 20 paradesportistas, que foram divididos em quatro grupos, cada qual sendo de responsabilidade de uma pesquisadora. Análise dos dados Os dados foram analisados de maneira qualitativa e quantitativa, os aspectos ligados ao instrumento foram mensurados por meio do pacote estatístico SPSS versão 12.0. Para análise estatística foi utilizado o teste não paramétrico do Qui-quadrado e o teste T de Student. Após a análise, os dados foram apresentados em forma de tabelas e gráficos. A margem de erro adotada na pesquisa foi de 5%, adotado pela área de conhecimento do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÕES Caracterização da amostra do estudo Os dados referentes às variáveis de caracterização do para-atletas deficientes visuais praticantes da modalidade esportiva denominada Judô, como gênero, faixa etária, tipo de deficiência, forma de aquisição, tempo de prática da atividade e praticantes de esportes antes da aquisição da deficiência, estão elucidadas a seguir. Tabela 1. Distribuição dos atletas segunda a faixa etária. Idade N % 18 --- 27 anos 8 38,10 28 --- 37 anos 10 47,61 38 --- 47 anos 3 14,29 Total 21 100

6 Na Tabela 1 estão descritos o número de paratletas de acordo com a faixa etária. É possível observar que 47,61% dos paratletas se enquadram na faixa entre 28 e 37 anos. Já na faixa dos 18 aos 27 anos de idade, se enquadram 38,10% e na faixa dos 38 aos 47 anos estão 14,29% dos paratletas. Com a aplicação do teste do Qui-quadrado,constatou-se que o χ² o = 3,71 para χ² c = 5,99 (n.g.l. = 2, n.sig. = 0,05) sendo possível observar que não há diferença estatisticamente significante no que se refere a idade dos paratletas deficientes visuais que praticam Judô. Tabela 2. Motivo do desenvolvimento ou aquisição da deficiência visual. Doença/Acidente N % Albinismo 1 4 Astigmatismo 1 4 Catarata 3 12 Disparo de Arma de Fogo 2 8 Envelhecimento Precoce 2 8 Esclerose Múltipla 1 4 Glaucoma 3 12 Hipermetropia 1 4 Hepicanto 1 4 Retinose Pigmentar 3 12 Rinopatia da Prematuridade 3 12 Toxoplasmose 2 8 Não souberam dizer 2 8 Total 25 100 * Alguns indivíduos possuem mais de uma característica associada à deficiência. Quanto indagados sobre a causa da deficiência visual, os paratletas argumentavam que tinham baixa visão, sendo-lhes questionado em seguida à que se devia tal característica. A veemência visual das pessoas com baixa visão é muito variável. Geralmente, a condição de baixa visão é definida como aquela condição na qual a visão do indivíduo não pode ser corrida totalmente por óculos e lentes de contato, interferindo, dessa maneira, com as atividades diárias, bem como prejudicando a leitura e a condução (Romagnolli & Ross, 2008).

7 A baixa visão é mais comum entre pessoas idosas, porém ocorre também em indivíduos de qualquer idade, resultante de condições como a degeneração macular, o glaucoma, a retinopatia diabética ou catarata, sendo que cada uma destas condições são responsáveis por diferentes tipos de efeitos na visão da pessoa (Amiralian, 2004). Avaliação da Qualidade de Vida de acordo com o Whoqol-Bref Para realizar os cálculos dos escores médios, dividiram-se as facetas, ou seja, as questões, de acordo com os seus domínios, onde: Domínio Físico (03, 04, 10, 15, 16, 17 e 18), Domínio Psicológico (05, 06, 07, 11, 19 e 26), Domínio das Relações Sociais (20, 21 e 22), Domínio do Meio Ambiente (08, 09, 12, 13, 14, 23, 24 e 25) e duas questões que englobam a qualidade de vida geral (01 e 02) que foram calculadas de forma conjunta para obter um único escore independente dos demais escores e domínios. Todas as questões possuem uma pontuação de 1 a 5, sendo que para as questões de número 03, 04 e 26, os valores são invertidos em função de 1=5, 2=4, 3=3, 4=2 e 5=1 (Chachamovich, Fleck, Louzada, Pinzon, Santos, Vieira & Xavier, 2000). Os domínios do Whoqol-Bref são pontuados de maneira independente, considerando a premissa de que qualidade de vida é um constructo multidimensional. Assim, a pontuação de cada escore pode variar de 1 a 5, sendo que quanto maior o valor, maior é o domínio da qualidade de vida avaliado. No presente estudo, considerou-se como referencia para avaliar a qualidade de vida o escore 3, que designa uma qualidade de vida como sendo nem ruim, nem boa. Figura 1. Escores dos Domínios: Físico, Psicológico, Relação Social e Ambiental.

8 Tabela 4. Escore Médio das facetas da Qualidade de Vida Geral do instrumento Whoqol-Bref, em para-atletas deficientes visuais praticantes de Judô. Nº da questão Facetas da Qualidade de Vida Geral Valor do Escore Médio 01 - Como você avaliaria a sua qualidade de Vida? 4,00 02 - Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde? 4,14 Escore Médio Geral 4,07 Observando os dados da Tabela 4, nota-se que o escore médio da qualidade de vida geral foi de 4,07, ou seja, os paratletas deficientes visuais praticantes da modalidade esportiva denominada Judô, avaliaram a sua qualidade de vida como sendo boa. Em relação à satisfação com a sua saúde, houve uma média de 4,14, o que denota uma média acima do nem ruim, nem boa. Figura 2: Pontos por facetas de cada domínio

9 REFERÊNCIAS Amiralian, M. L. T. M. (2004). Sou Cego ou enxergo? As questões da Baixa Visão. Educar em Revista, 23(s/n), 15-27. Amparo, L. P. (2007). Análise dos efeitos de um programa de intervenção psicológica nos índices de stress, ansiedade e depressão em idosos fisicamente ativos. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Antunes, H. K. M.; Bueno, O. F. A.; Mello, M. T. de; Santos, R. F.; & Stella, S. G. (2005). Escores de depressão, ansiedade e qualidade de vida em idosos após um programa de exercícios aeróbios. Revista Brasileira de Psiquiatria, 27(4), 266-271. Antunes, H. K. M.; Cheik, N. C.; Heredia, R. A. G.;.; Mello, T. de; Tufik, S.; Reis, I. T.; & Ventura, M. de L. (2003). Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Revista Brasileira Ciência e Movimento, 11(3), 45-52. Bigras, M.; & Costa, M. C. O. (2007). Mecanismos pessoais e coletivos de proteção e promoção da qualidade de vida para a infância e adolescência. Revista Ciência e Saúde Coletiva, 12(5), 1101-1109. Bleger, J. (1989). Temas de psicologia: entrevista e grupos. Traduzido por Moraes, M. (4a ed.). São Paulo: Martins Fontes. Boscolo, R. A.; Esteves, A. M.; Mello, M. T.; & Tufik, S. (2005). O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Revista Brasileira de Medicina e Esporte, 11(3), 203-207. Buriti, M.; Witter, C.; & Witter, G. (2007). Problemas psicossociais: Análise de produção. Guararema: Editora Anadarco.

10 Chachamovich, E.; Fleck, M. P. A.; Louzada, S.; Pinzon, V.; Santos, L. Vieira,G.; & Xavier, M. (2000). Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida WHOQOL-bref. Revista Saúde Pública, 34(2), 178-183. Costa, I. T.; Cunha, R. A.; & Samulski, D. (2006). Análise do Conceito de Saúde e dos Fatores Motivacionais para a Prática de Atividades Físicas: estudo comparativo entre alunos, professores e funcionários do ensino superior e básico. Revista Mineira de Educação Física, 14(1), 66-88. Costa, R. F.; & Gorgatti, M.G. (2008). Atividade Física Adaptada: Qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais (2a ed.). Barueri: Manole. Costa, V. P.; Kara-José, N.; Silva, L. M. dos S.; Temporini, E. R.; & Vasconcellos, J. C. de; (2002). Tratamento clínico do glaucoma em um hospital universitário: custo mensal e impacto na renda familiar. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 65(s/n), 299-303. Fernandes Filho, J.; Knackfuss, M. I.; Miranda, H. F. de; Nascimento, R. B. do; Rocha, E. A.; Silva, H. G. P.V da; Souza, R. P. A. de; & Vital, R. (2007). Lesões traumatoortopédicas nos atletas paraolímpicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 13(3), 165-168. Fernandes, F. C.; & Somchinda, A. (2003). Saúde e qualidade de vida na terceira idade: uma introspecção dos idosos institucionalizados. Monografia de especialização. Associação Brasileira de Odontologia. Brasília. Gianetti, E. (2000). Felicidade: Diálogos sobre o bem-estar na civilização. São Paulo: Companhia das Letras. Gonçalves, A.; & Vilarta, R.(2004). Qualidade de vida e atividade física Explorando teoria e prática. Barueri: Manole.