Brasil chega a 45,7 milhões de acessos a banda larga em julho. Senado aprova participação de teles no mercado de TV a cabo



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Transcrição:

Folha de S. Paulo Brasil chega a 45,7 milhões de acessos a banda larga em julho O país encerrou julho com 45,7 milhões de acessos à internet banda larga. Só no mês passado, foram 1,9 milhão de novas conexões, um crescimento de 34% acima da média mensal brasileira (1,4 milhão). Os dados são de balanço da Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações), que apontou um crescimento de 56,72% de acessos à banda larga em relação à base de clientes de julho de 2010. O balanço leva em conta o serviço fixo e móvel, tanto por meio de modems como por celulares. A banda larga móvel cresceu 80,1% no período, subindo de 16,5 milhões de acessos em julho de 2010 para 29,7 milhões no mês passado. A maior parte dessas conexões é feita por meio de celulares 3G, que já somam 22,8 milhões de acessos. Em um ano, as conexões via celular cresceram 106,7%. De acordo com o levantamento, o número de conexões fixas subiu 26,3% nos últimos 12 meses, passando para 16 milhões em julho. Senado aprova participação de teles no mercado de TV a cabo O Senado aprovou nesta terça-feira o projeto de lei que abre o mercado de TV a cabo para as empresas de telecomunicações --como as operadoras de telefonia fixa--, nacionais e estrangeiras, e define cotas nacionais de programação. Com a aprovação do projeto, empresas estrangeiras poderão explorar sem restrições o mercado de distribuição de TV a cabo. Pela regra atual, elas só podiam atuar por meio de outras empresas, com participação limitada em 49%. O texto segue agora para sanção presidencial. O projeto unifica a regulamentação de TV por assinatura, seja via satélite, cabo ou micro-ondas, e derruba a legislação específica para TV a cabo hoje em vigor. As empresas de telefonia fixa poderão vender os chamados "combos" de TV paga, telefone e banda larga. Elas continuarão de fora do processo de produção de conteúdo. O projeto de lei define ainda cotas para produção nacional. Os canais deverão veicular, durante o horário nobre, que vai das 18h às 22h, três horas e meia por semana de conteúdo produzido no Brasil. Há ainda a determinação de que metade da cota nacional seja produzida por empresas que não sejam vinculadas a grupos de radiodifusão. Será um total semanal de 1 hora e 45 minutos de programação independente. O texto determina à Ancine (Agência Nacional de Cinema) a função de verificar o cumprimento dessa meta de veiculação de conteúdo brasileiro e independente. O papel da agência foi a principal crítica da oposição no Senado. Oi banca R$ 300 mil de peça estrelada por neta de Lula Depois de socorrer uma empresa do filho do ex-presidente Lula, a Oi vai financiar peça de teatro que terá no elenco uma neta do petista, informa reportagem de Nádia Guerlenda Cabral, Andreza Matais e Fernanda Odilla, publicada na edição deste 1

domingo da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha). A produção, que busca patrocínio há um ano e três meses, conseguiu a ajuda após promover na mídia a participação da jovem. A peça "Megera Domada", de Shakespeare, marcará a estreia de Bia Lula, 16, filha de Lurian Lula da Silva, nos palcos. A Oi é a única empresa até agora a patrocinar o projeto via Lei Rouanet. A tele vai bancar R$ 300 mil, quase metade do custo da produção, de R$ 639,4 mil. Em 2005, a Oi aplicou recursos numa empresa de um dos filhos de Lula. A Gamecorp, de Fábio Luís Lula da Silva, recebeu R$ 5 milhões da então Telemar --uma concessionária de serviço público. O negócio é alvo de investigação da Polícia Federal. OUTRO LADO A Oi afirmou que "é uma das maiores patrocinadoras de projetos culturais" do país e que "não opina no processo de seleção do elenco". A tele negou ainda ter sido beneficiada por decisões do governo. A assessoria do ex-presidente Lula disse que ele desconhece o patrocínio. "É uma operação entre a Oi e a produção da peça. Lula não tem nada a ver com isso." O produtor Oddone Monteiro disse que convidou Bia Lula para participar do elenco porque sabia que ela atrairia a atenção, mas negou que tê-la na peça ajude no patrocínio. O Ministério da Cultura informou que a prorrogação da captação de recursos está dentro dos trâmites e prazos. O Estado de S. Paulo Anatel deve agora adiar novas outorgas A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) terá de atrasar o processo de abertura do mercado de TV a cabo que estava em andamento dentro do órgão para readequar os regulamentos à nova lei do setor aprovada ontem no Senado. O conselheiro João Rezende disse ao Estado que os regulamentos aprovados pela Anatel, como o que acabava com o limite de municípios que podem ter acesso ao serviço e fixa o preço de R$ 9 mil por outorga, terão de ser adaptados às disposições da nova lei e retornar para uma nova fase de consulta pública. Com isso, a concessão das novas outorgas, antes prevista para novembro, deve ocorrer a partir de janeiro de 2012. "O projeto de lei altera completamente essa questão. Os regulamentos terão de ser adaptados, para incorporar outros pressupostos importantes", afirmou Rezende. O conselheiro observou, porém, que não considera esse adiamento um "atraso", pois o projeto aprovado altera o mercado de TV a cabo de forma bem mais ampla do que os regulamentos da Anatel. "O projeto aprovado vai ser um marco nas telecomunicações. Vamos ter um volume muito grande de investimentos no setor pela oferta de serviços convergentes, pois temos uma demanda reprimida muito grande tanto na banda larga, quanto na TV por assinatura", ressaltou. Repercussão. Apesar de algumas restrições ao texto aprovado ontem pelos senadores, como a imposição de cotas para veiculação de conteúdo produzido nacionalmente, a 2

Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) recebeu de forma positiva a aprovação do projeto no Congresso. "É positivo porque estabeleceu um novo marco regulatório, evitando que a Anatel reinterprete a Lei do Cabo à sua maneira", afirmou Alexandre Annenberg, presidente da associação. Ele se referiu aos regulamentos que estavam em andamento na agência que, na visão da ABTA, extrapolavam o estabelecido na legislação vigente. Annenberg evitou responder se a entidade tomará alguma providência para impedir que as operadoras de TV por assinatura sejam obrigadas a cumprir as cotas de conteúdo nacional incluídas no projeto de lei. "Temos de ouvir todas as associadas da ABTA. Será uma decisão do conselho", afirmou. Projeto da TV paga vai expandir e baratear serviço, diz Bernardo Ministro destacou ainda que a aprovação da lei que abre o mercado de TV a cabo às operadores de telecomunicações levará à 'interiorização efetiva' do serviço no Brasil O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, avaliou há pouco que a aprovação no Senado do PLC 116 foi uma boa notícia não só para o governo - que apoiava abertamente a proposta - como para a indústria do entretenimento, uma vez que muitas novas empresas devem passar a atuar no mercado de TV a cabo. "Vai haver uma expansão dos serviços e isso vai baratear os preços", afirmou o ministro. "Além disso, a banda larga de qualidade vai ser muito beneficiada, porque você tem que colocar fibras ópticas, permitindo velocidades acima de 5 megabits por segundo (Mbps)", completou. Bernardo destacou que a provação da lei que abre o mercado de TV a cabo às operadores de telecomunicações levará à "interiorização efetiva" do serviço no Brasil. "Com certeza irá haver disputa por clientes e isso se reverterá em preço e qualidade", afirmou. O ministro também citou as cotas de conteúdo nacional na programação das emissoras, determinadas pela nova lei. "Será um impulso para indústria cultural criativa, e isso significa emprego e renda", completou. Bernardo comentou ainda a disposição dos partidos de oposição no Senado em entrar com uma Ação de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). "A oposição faz o papel dela e temos que respeitar, mas tecnicamente não vejo nenhum problema na lei", concluiu. Entrada das teles na TV paga é aprovada Futuro. Empresas e governo apostam no aumento da concorrência no setor de TV paga, com impacto no preço do serviço Após mais de quatro anos de tramitação, o plenário do Senado aprovou ontem a nova lei para o mercado brasileiro de TV paga, liberando a entrada no setor das operadoras de telecomunicações. O chamado PLC 116 também acabou com parte da limitação de capital estrangeiro nessas empresas, instituindo, porém, cotas para a exibição de conteúdo nacional nas grades de programação das emissoras. A expectativa, tanto das empresas quanto do governo - que apoiava abertamente o projeto -, é de que a concorrência na TV paga seja estimulada, com impacto positivo na qualidade e nos preços dos serviços. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo avaliou que a nova lei levará à "interiorização efetiva" do serviço no Brasil. "Com certeza vai haver disputa por 3

clientes, e isso se reverterá em preço e qualidade", afirmou. Além disso, destacou o ministro, a possibilidade de oferta dos chamados serviços convergentes - de telefonia, internet e TV a cabo - impulsionará a oferta de banda larga em velocidades acima de 5 megabits por segundo (Mbps), com o uso mais intensivo de redes de fibras ópticas. Avaliação semelhante foi feita pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), para quem as novas regras contribuem para que investimentos da ordem de R$ 144 bilhões sejam feitos até 2020 para massificar o acesso à internet rápida no País. Segundo a entidade, a retirada de barreiras legais era "imprescindível" para a ampliação da cobertura dos serviços, que atualmente chegam a apenas pouco mais de cinco milhões de usuários, em 242 municípios. A Telefônica destacou que o principal beneficiado pela mudança será o consumidor. "São inegáveis os ganhos dos usuários gerados pela intensificação da concorrência, como preços mais competitivos e ampliação e melhoria das ofertas de conteúdo", disse a empresa, em nota. Procuradas, Oi, Net e Sky não se pronunciaram. Votação. O texto-base do projeto foi aprovado em votação simbólica, com voto contrário apenas do líder do DEM, Demóstenes Torres (GO). Em seguida, o plenário rejeitou emenda do líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), que suprimia o artigo que concede à Agência Nacional do Cinema (Ancine) poderes para regular e fiscalizar as atividades de produção, programação e empacotamento dos conteúdos. A oposição contestava, principalmente, a ampliação das competências da Ancine e a instituição das cotas de conteúdo nacional. Aloysio Nunes (PSDB-SP) questionou os poderes da agência para definir, por exemplo, os horários nobres e isentar empresas do cumprimento da lei. "Se aprovarmos este projeto, vamos dar à Ancine o direito de dizer quais as empresas que têm o direito de existir e de não existir." "Estão lesando quem pagou caro pelo serviço de TV a cabo. Se o consumidor quiser ver filme americano enlatado, é um direito dele", criticou Demóstenes Torres. O DEM cogita até ir ao Supremo Tribunal Federal contra a aprovação do projeto. O líder do PT, Humberto Costa (PE), porém, definiu como "equívoco" falar em volta da censura. "O que está em jogo é uma posição elitista de quem acha que uma parcela da população não tem direito à TV paga." Para Paulo Bernardo, o estabelecimento das cotas é um passo positivo para fomentar o setor cultural. "Será um impulso para a indústria criativa, e isso significa emprego e renda", disse. Como o texto aprovado pelos senadores foi exatamente o que passou pela Câmara, o projeto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff. PRINCIPAIS PONTOS Política de cotas Torna obrigatória a transmissão de três horas e meia de conteúdo nacional nos canais de filmes, séries e documentários. Nos pacotes de programação, um terço dos canais terá de ser nacional Competição Abertura do mercado para a entrada das teles e de empresas estrangeiras. Atualmente, há muitas restrições para a participação dessas empresas na TV paga Legislação Unificação do arcabouço legislativo para a oferta de TV paga. Hoje, há regras diferentes conforme o tipo de tecnologia usada para a prestação do serviço 4

Regulação A Agência Nacional do Cinema (Ancine) terá poderes para fiscalizar o cumprimento das cotas de exibição de conteúdo nacional pelas empresas de TV por assinatura Valor Econômico Inflação em São Paulo acelera para 0,41% na segunda medição de agosto O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,41% na segunda quadrissemana de agosto, intensificando o ritmo de alta em relação à primeira medição do mês, quando marcou 0,33% de elevação. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), das sete classes de despesas avaliadas, duas apresentaram aceleração de preços entre uma leitura e outra: Alimentação, que foi de 0,25% para 0,57%, e Vestuário, que, de deflação de 0,25%, passou para alta de 0,53%. Os outros cinco grupos avaliados também registraram aumento de preços, porém em menor intensidade. Habitação saiu de 0,53% no primeiro levantamento de agosto para 0,49% na leitura seguinte, Transportes desaceleraram de 0,15% para 0,10% e Despesas Pessoais foram de 0,27% para 0,17%. Com leve alteração, Saúde deixou acréscimo de 0,70% para 0,69% e Educação passou de 0,15% para 0,14% de alta. Na segunda quadrissemana de agosto de 2010, o IPC-Fipe registrou avanço de 0,20. Teletime Senado aprova o PLC 116 sem alterações Depois de quatro anos de tramitação no Congresso Nacional, os senadores enfim aprovaram o PLC 116, que abre o mercado de TV por assinatura à entrada das teles e cria cotas de conteúdo nacional. O projeto agora segue para sanção presidencial. A oposição apresentou diversas emendas ao projeto, mas o governo conseguiu fazer com que apenas uma delas, a emenda 16, fosse aceita e votada pelo Plenário. Ela, porém, acabou sendo rejeitada. A emenda 16, do senador Alvaro Dias (PSDB/PR), propunha a supressão dos artigos 9 e 12 e seus parágrafos únicos; e dos artigos 15, 26, 36 e todos os seus parágrafos. Essa emenda visava justamente suprimir do texto toda a parte relativa à criação de cotas de conteúdo e às novas atribuições da Ancine, consideradas inconstitucionais pelos parlamentares do DEM e do PSDB. A emenda 16, entretanto, foi rejeitada por 33 votos contra 24. Vale lembrar, se houvesse alguma substituição, o projeto voltaria para a Câmara dos Deputados e dificilmente seria aprovado, como observou o senador Marcelo Crivela (PRB/RJ). Inconstitucionalidade Em discurso os senadores da oposição alegaram a inconstitucionalidade das novas atribuições da Ancine. O senador Demóstenes Torres (DEM/GO) declarou, inclusive, que o seu partido entrará com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no STF, ação que também poderá ser subscrita pelo PSDB. Para os parlamentares da 5

oposição, as cotas de conteúdo representam a volta da censura prévia e não um estímulo à produção nacional independente, como sustenta o governo. Não cabe a nós, mandatários dos cidadãos brasileiros, estabelecer restrições ao direito dos assinantes de TV a cabo de assistir àquilo que eles acham conveniente. Nem à Ancine dizer o que é e o que eles devem assistir no horário nobre, disse o senador Aloizio Nunes Ferreira (PSDB/SP). O senador acrescentou ainda que houve um açodamento do Senado para a aprovação da matéria e que ela deveria ter sido debatida pela Comissão de Constituição e Justiça. A oposição diz que a Ancine é uma autarquia especial e a alteração das suas atribuições deve ser proposta em projeto de lei do Executivo e não do Lesgislativo, como é o caso. O senador Alvaro Dias (PMDB/PR) e Demóstenes Torres (DEM/GO) disseram que o STF tem jurisprudência pela inconstitucionalidade de matérias como essa. Censura O senador Marcelo Crivela (PRB/RJ) ainda criticou o estabelecimento do teto de 25% de espaço para veiculação de publicidade na programação da TV por assinatura, o mesmo adotado na TV aberta. Segundo ele, a medida fará com que a TV aberta perca propaganda, já que os anunciantes precisariam direcionar a verba da TV aberta para a TV por assinatura, na sua visão. A TV aberta, que é a que os brasileiros assistem, vai perder propaganda. Recebi ligação do presidente da Band com essa preocupação. Além disso, estamos criando uma censura implícita. Preservar a cultura nacional é intenção de todos, mas não podemos possibilitar a volta da censura. Do lado do governo, além da exposição do relator Walter Pinheiro (PT/BA), houve poucas manifestações, uma vez que havia acordo entre as lideranças dos partidos para a aprovação da matéria. Na defesa da posição do governo, o senador Lindbergh Farias (PT/RJ) argumentou que diversos países do mundo desenvolvido utilizam políticas de cotas para incentivar a sua produção cultural. Anatel faz apresentação ao Cade, SDE e SEAE sobre PGMC A Anatel apresentou formalmente ao Cade nesta terça, 16, as regras propostas no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC). Participaram da reunião, Carlos Emmanuel Ragazzo, conselheiro do Cade, e técnicos da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça e da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE) do Ministério da Fazenda. Do lado da Anatel, participaram José Alexandre Bicalho, assessor especial da presidência da agência, o conselheiro João Rezende e seu assessor Carlos Baigorri. Nós esperamos que com esse debate aqui possam surgir ideias para o aperfeiçoamento da proposta, disse o conselheiro João Rezende. A Anatel está realizando uma rodada de reuniões para apresentar a proposta a diferentes órgãos relacionados ao assunto. Segundo Bicalho, o PGMC já foi apresentado ao SindiTelebrasil e a algumas empresas. Para próxima semana, estão previstas reuniões com o Procon, o DPDC, Minicom e outros órgãos. A proposta do PGMC submetida à consulta pública inova ao transferir para o mercado a responsabilidade por solucionar alguns conflitos, através da criação de algumas 6

entidades autônomas. No limite, por exemplo, questões extremamente polêmicas como o preço da VU-M ou as condições para o unbundling de redes poderão ser decididas por estas entidades e arbitradas, quando for o caso, pela Anatel. A principal das entidades será a Entidade Supervisora, que terá como função agregar informações sobre as ofertas de rede, avaliar a adequação das ofertas de referência e até mesmo funcionar como corte de arbitragem para casos de resolução de conflitos. Outras entidades são a entidade comparadora, que fará a comparação dos valores referentes à oferta no varejo e uma entidade que representará os grupos sem poder de mercado significativo (PMS) e poderá negociar por eles. 7