Análise comparativa: linhas de convergência e divergência

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Transcrição:

Análise comparativa: linhas de convergência e divergência MAPA 1. DIVISÃO ADMINISTRATIVA REGIONAL Fonte:www.geocities.com/Heartland/Plains/9462/map.html Na análise efectuada isoladamente a cada um dos concelhos madeirenses verificámos que estes não apresentam uma situação idêntica em relação à repartição da população por grupos funcionais. Se por um lado, a tendência dos últimos anos tem sido para aumentar o peso dos mais idosos e diminuir o dos jovens, por outro, a preponderância por parte de cada um dos grupos, sempre se manifestou de forma distinta nos diferentes concelhos. 1

Relativamente à população jovem, observámos que as diferenças existentes em 1991 entre os concelhos eram relativamente reduzidas, à excepção de Câmara de Lobos onde o grupo dos mais jovens registava uma importância bastante superior à dos outros municípios. Em 2001 assistiu-se à diminuição da importância relativa do grupo dos jovens em todos os concelhos, com valores mais diferenciados do que no Recenseamento anterior. De salientar que as perdas mais acentuadas se registaram em Porto Santo, Porto Moniz e Santana com valores superiores a 7,0 %, enquanto que Câmara de Lobos continuava a apresentar o valor mais elevado relativamente à importância deste grupo. TABELA 1. EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE ESTRUTURA POPULACIONAL, POR GRANDES GRUPOS DE IDADES EM CADA UM DOS CONCELHOS NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA, NO PERÍODO 1991-2001 Concelhos % Jovens % Activos % Velhos Índice Vitalidade Rácio Dep. Jovens Rácio Dep. Velhos Rácio Dep. Total 1991 2001 1991 2001 1991 2001 1991 2001 1991 2001 1991 2001 1991 2001 Calheta 23.8 17.3 57.2 61.5 19.0 21.2 79.9 122.4 41.5 28.1 33.2 34.4 74.8 62.6 Câmara de Lobos 31.8 26.1 61.0 65.1 7.2 8.1 22.6 33.8 52.0 40.0 11.8 13.5 63.8 53.6 Funchal 22.7 17.0 66.1 69.0 11.2 14.0 49.3 82.3 34.3 24.6 16.9 20.2 51.3 44.8 Machico 25.2 19.7 65.2 68.8 9.6 11.5 38.0 58.4 38.7 28.6 14.7 16.7 53.4 45.4 Ponta do 23.7 20.5 60.2 62.2 16.1 17.3 68.0 84.2 39.3 33.0 26.7 27.8 66.0 60.9 Sol Porto Moniz 25.0 17.2 58.3 59.5 16.7 23.3 67.4 135.9 42.9 28.9 28.6 39.1 71.5 67.9 Porto Santo 25.7 17.8 66.3 71.8 8.0 10.4 30.8 58.5 38.8 24.7 11.9 14.5 50.7 39.2 Ribeira Brava 24.0 20.0 61.3 63.8 14.7 16.2 61.1 80.9 39.2 31.3 23.9 25.3 63.2 56.6 Santa Cruz 24.2 19.9 63.7 68.8 12.1 11.3 50.0 56.7 37.9 29.0 19.0 16.4 57.0 45.4 Santana 23.3 16.0 62.4 63.8 14.3 20.2 61.2 126.5 37.4 25.0 22.9 31.7 60.3 56.0 São Vicente 23.1 17.2 63.2 62.5 13.7 20.3 59.3 118.3 36.5 27.5 21.6 32.5 58.1 60.0 Total R.A.M. 24.5 19.1 63.9 67.2 11.6 13.7 47.7 71.6 38.3 28.5 19.2 20.4 56.4 48.9 2

Contudo, a desigualdade já existente no Recenseamento de 1991 acentuou-se em 2001. Enquanto que no primeiro momento censitário os jovens dos vários concelhos madeirenses apresentavam importâncias relativas que oscilavam entre os 22,7 % e os 25,7 %, valores correspondentes a Funchal e Porto Santo (exceptuando a magnitude de 31,8 % manifestada por Câmara de Lobos), o segundo momento censitário revelou-nos valores ligeiramente mais distanciados. Assim, as oscilações situaram-se entre os 16,0 % e os 20,5 %, respeitantes a Santana e Ponta do Sol. Por seu turno, Câmara de Lobos continuou a sobressair no todo Regional com a percentagem mais elevada, 26,1%, embora revelando nesta data uma maior aproximação aos valores dos restantes concelhos. Estas características, embora divergentes, traduzem uma situação comum, que consiste no envelhecimento global do Arquipélago, por declínio da população mais jovem. Por outro lado, embora sem contrariar esta tendência, Câmara de Lobos continuou a apresentar nos dois momentos censitários a maior percentagem de população jovem. Relativamente ao grupo funcional com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos, onde se integra a população activa, as oscilações entre os dois Recenseamentos foram menores do que no grupo anteriormente referido. Deste modo, à excepção de São Vicente onde este contingente diminuiu, o acréscimo foi generalizado em todos os concelhos, com montantes que neste período inter-censitário oscilaram entre 1,4 % e 5,5 %. Por seu turno, no concelho de São Vicente, a variação negativa supra-referida saldou-se na perda de 0,7 % da população activa. Em termos globais, no Recenseamento de 1991, a importância relativa da população activa assumiu volumes que variaram entre os 57,2 %, referentes a Calheta e 66,3 %, o valor mais elevado, assumido por Porto Santo. Já em 2001 o acréscimo global pautou-se pelas oscilações entre 62,5 % e 71,8 %, correspondentes a São Vicente e Porto Santo. Verificamos ainda um posicionamento uniforme nos concelhos. Aqueles que em 1991 apresentavam os valores mais elevados, continuaram a mantê-los transcorrida uma década. Deste modo, Porto Santo e Funchal que em 1991 possuíam respectivamente 66,3 % e 66,1 % de população activa, mantiveram as suas posições no Recenseamento de 2001, apresentando também os valores mais elevados, ou seja, respectivamente 71,8 % e 69,0 %. Esta similitude foi também notória nos valores mais reduzidos, visto que em ambos os Recenseamentos, os concelhos de Calheta e Porto Moniz continuaram a assumir a sua menoridade no que concerne à percentagem de população activa. Contudo, apesar deste posicionamento ser idêntico, parece-nos que a tendência não o é, visto que se alteraram as suas posições em termos de grandeza: enquanto que em Calheta o crescimento deste grupo funcional se saldou em 4,3 %, o acréscimo verificado em Porto Moniz não ultrapassou 1,2 %. 3

Não obstante esta circunstância, podemos concluir que ao longo desta década se registou uma tendência relativamente uniforme em todos os concelhos, no sentido do crescimento manifestado pelo grupo funcional da população activa. A excepção recaiu apenas no concelho de São Vicente, onde o peso percentual destes efectivos diminuiu. De salientar que o crescimento destes efectivos em Porto Moniz e Santana foi pouco significativo, visto que os seus acréscimos entre os dois momentos censitários foram de respectivamente 1,2 % e 1,4 %. Segundo Rocha o envelhecimento da população é não só consequência de uma diminuição do número de jovens como de um aumento dos idosos, cuja tendência é manifesta na actual estrutura da população mundial 1. Em conformidade com o exposto, o Arquipélago da Madeira não constituiu excepção face a este cenário, visto que expressou esta tendência na variação dos dois grupos supra-referidos. Assim, tal como já referimos, o grupo dos mais jovens diminuiu em todos os concelhos do Arquipélago enquanto que ao invés, o grupo dos mais velhos registou um aumento na sua importância relativa em todos os concelhos, com excepção de Santa Cruz. Embora nestas tendências se descortinasse uma unidade tendencial, a forma como se distribuiu o peso percentual pelos concelhos, expressou a diversidade específica desta Região. Assim, em 1991 população mais idosa preponderava nos concelhos de Calheta e Porto Moniz, com o peso de respectivamente 19,0 % e 16,7 % face à população total. Por seu turno, os valores mais baixos encontravam-se em Câmara de Lobos e Porto Santo onde este grupo apenas representava respectivamente 7,2 % e 8,0 % da população residente. Transcorrida uma década, a maior percentagem de velhos continuava a integrar os mesmos concelhos: Porto Moniz e Calheta, embora as suas posições se tivessem invertido. Deste modo, Porto Moniz apresentava em 2001, 23,3 % de população idosa enquanto que Calheta detinha 21,2 % destes efectivos, face ao total populacional. Os concelhos que possuíam menor percentagem de população idosa, Câmara de Lobos e Porto Santo, também mantiveram as posições assumidas aquando do Recenseamento anterior, embora os seus valores tivessem aumentado em 2001 para respectivamente, 8,1 % e 10,4 %. Se compararmos as variações ocorridas no peso relativo deste grupo funcional em cada um dos Recenseamentos, temos para 1991, valores que oscilaram entre os 7,2 % em Câmara de Lobos e 19,0 % em Calheta. Em 2001 o valor mais reduzido foi novamente assumido pelo concelho de Câmara de Lobos - 8,1 % -, enquanto que o montante mais elevado - 23,3 % - pertencia a Porto Moniz. 1 Gilberta Rocha, Dinâmica Populacional dos Açores no Século XX.p.108. 4

Na esteira destas ilações foi possível constatar o crescimento, que o grupo dos idosos sofreu ao longo desta década, assim como as disparidades que manifestou nos diferentes concelhos. Quanto ao Índice de Vitalidade, embora os seus valores entre concelhos fossem pouco similares no primeiro momento censitário, o seu intervalo não excedeu os 60,0 %. Deste modo, a taxa mais reduzida pertencia a Câmara de Lobos, com 22,6 %, enquanto que a mais elevada - 79,9 % -, se reportava a Calheta. A grande diversidade deste Índice patenteou-se nos valores de 2001; enquanto que Câmara de Lobos continuava a assumir a percentagem mais reduzida - 33,8 % -, o valor mais elevado e com um intervalo bastante significativo, - 135,9 % - pertencia ao concelho de Porto Moniz. Em traços gerais pode concluir-se que todos os concelhos sofreram um acréscimo no Índice de Vitalidade, tendo alguns deles duplicado o deu valor. Em situações gravosas, ou seja, aquelas cujos valores excedem 100,0 %, encontravam-se os concelhos de Porto Moniz, Santana, Calheta e São Vicente, cujos Índices de Vitalidade eram de respectivamente 135,9 %, 126,5 %, 122,4 % e 118,3 %. No que concerne ao Rácio de Dependência de Jovens, a tendência para o decréscimo caracterizou a Região, embora a incidência também fosse variável entre concelhos. Contudo, apesar das variantes que este Rácio manifestou, os concelhos mantiveram as suas posições ao longo desta década. Assim, em ambos os Recenseamentos, Funchal detinha os valores mais baixos, respectivamente 34,3 % e 24,6 %, enquanto que Câmara de Lobos continuava a possuir os valores mais elevados: 52,0 % em 1991 e 40,0 % em 2001. O Rácio de Dependência de Velhos registou um acréscimo em todos os municípios da Região à excepção de Santa Cruz onde a diminuição se deveu ao elevado acréscimo da população activa. Nos dois Recenseamentos em estudo, os valores mais baixos deste Rácio foram assumidos por Câmara de Lobos com 11,8 % em 1991 e 13,5 % em 2001. Quanto ao valor mais elevado em 1991, foi ocupado por Calheta com 33,2 %, embora em 2001 Porto Moniz tivesse registado um maior envelhecimento traduzido pelo Rácio de Dependência de Velhos com o valor mais significativo do Arquipélago, ou seja, 39,1%. No Rácio de Dependência Total, deparámo-nos com o acréscimo ocorrido em São Vicente: de 58,1 % em 1991, este valor passou para 60,0 % em 2001, o que constituiu uma situação singular, visto que nos restantes concelhos o valor deste Rácio diminuiu durante esta década. Em 1991, Porto Santo e Funchal possuíam os valores mais reduzidos, 50,7 % e 51,3 %, respectivamente, enquanto que os mais elevados pertenciam a Calheta, com 74,8% e a Porto Moniz com 71,5 %. Em 2001, Porto Santo e Funchal mantiveram as suas posições, continuando a assumir os valores mais baixos, respectivamente 39,2 % e 44,8 %. Por seu turno, Porto Moniz 5

e Calheta mantiveram os valores mais elevados, embora as suas posições se tivessem invertido, pelo que os seus valores eram de respectivamente 67,9 % e 62,6 %. Assim, Porto Santo e Funchal assumiram-se nestes dois momentos como os concelhos que possuíam menor volume de população dependente (não activa). Ao invés, Porto Moniz e Calheta apresentaram-se ao longo desta década com uma situação de maior dependência de população não activa face à população activa. GRÁFICO 1. EVOLUÇÃO DAS PIRÂMIDES DE IDADES NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA, NO PERÍODO 1991-2001 Idades Homens >= 85 80-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 Mulheres 2001 1991 14700 12600 10500 8400 6300 4200 2100 0 RAM 0 2100 4200 6300 8400 10500 12600 14700 A Pirâmide Etária da Madeira apresenta um decréscimo da natalidade com contornos bastante significativos na base. Nos grupos de idade compreendidos entre os 0 e os 24 anos de idade, a diminuição dos efectivos constituiu uma situação constante, à semelhança da tendência manifesta pelos países mais industrializados. Não obstante este decréscimo populacional entre 1991 e 2001, o confronto com a situação apresentada no continente português permite constatar que na Madeira existe ( ) uma população relativamente jovem comparativamente à estrutura etária da população do país 2. Verificamos ainda em 2001, a existência de um aumento acentuado dos efectivos de ambos os sexos a partir do grupo etário 30-34 anos. Este aumento populacional que no caso do sexo feminino se estende até aos 45-49 anos, prolonga-se no sexo masculino até ao grupo etário 2 Censos 2001- Resultados Definitivos, XIV Recenseamento Geral da População e IV Recenseamento Geral da Habitação, 7º volume, Região Autónoma da Madeira, Instituto Nacional de Estatística, Lisboa, 2001, p. LIII. 6

com idades compreendidas entre os 50 e os 54 anos, o que pressupõe os efeitos da emigração que se verificou, principalmente, entre 1960-1980. O aumento dos grupos mais envelhecidos é também um fenómeno demográfico típico das sociedades mais industrializadas, sinónimo da melhoria de serviços médicos e sanitários que têm vindo a propiciar um aumento gradual da esperança de vida. Em termos globais, é notório o duplo envelhecimento da população visto que a base da pirâmide decresceu (sinónimo da diminuição dos grupos etários mais jovens), enquanto que no topo se encontra o crescimento progressivo dos efectivos com idade mais avançada. 7