A distribuição do Homem no espaço insular madeirense no início do século XXI

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João Gabriel Armando Marinho Martinho
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III Colóquio Internacional INSULA III INSULA International Colloquium Para Além de Natureza /Artifício Beyond Nature /Artifice 8 12 November 2017 Funchal Madeira, Portugal

1 III Colóquio Internacional INSULA III INSULA International Colloquium Para Além de Natureza /Artifício Beyond Nature /Artifice 8 12 November 2017 Funchal Madeira, Portugal UMa-CIERL A distribuição do Homem no espaço insular madeirense no início do século XXI Alice Mendonça Centro de Investigação em Educação Universidade da Madeira Portugal alice@uma.pt

2 Objetivo, Fontes e Metodologia Conhecer a distribuição do Homem no espaço madeirense no início do século XXI. Análise quantitativa do espaço em estudo, suportada pelos dados dos XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População.

3 O Espaço Insular ( ) os diversos elementos do arquipélago em nada se assemelham. Porto Santo é uma ilha desnudada, quase árida ( ), as Desertas não são mais do que rochedos estéreis, povoados por aves marinhas ( ). Orlando Ribeiro (1985, pp.13-14)

4 O Espaço Insular Na ilha de Porto Santo não se pode [ ] fazer lavra (Zurara, cit. in Vieira, 2001, p. 160) A Madeira, em contrapartida, é uma ilha muito mais extensa, recebendo chuvas abundantes que permitem sustentar, graças à irrigação, uma agricultura intensiva ( ) Orlando Ribeiro (1985, pp.13-14)

5 O Homem no Espaço Em 2001 o arquipélago da Madeira possuía habitantes e encontrava-se administrativamente dividido em onze concelhos, ocupando uma área total de Km² MAPA 1. DIVISÃO ADMINISTRATIVA REGIONAL Fonte: (adaptado)

6 TABELA 1. DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DA POPULAÇÃO DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA EM 2001 CONCELHOS POPULAÇÃO IMPORTÂNCIA RELATIVA (%) CRESCIMENTO ANUAL MÉDIO EM % ( ) CALHETA C. DE LOBOS FUNCHAL MACHICO Desigualdade do número de habitantes nos vários concelhos madeirenses PONTA DO SOL PORTO MONIZ PORTO SANTO RIBEIRA BRAVA Concelho de Funchal agrega cerca de 42,0 % da população do Arquipélago, SANTA CRUZ SANTANA SÃO VICENTE Total Todos os concelhos madeirenses perderam população, com exceção de Câmara de Lobos e Santa Cruz. Fonte: XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População

7 Subsistem diferenças que na paisagem caracterizam e demarcam os polos urbanos dos exclusivamente rurais, justificando que conceptualmente se separe o campo da cidade (Mendonça, 2007, p. 313)

8 Tendência à concentração que se consubstancia na TABELA 2. PESO RELATIVO COSTA NORTE/COSTA SUL (2001) Concelhos do Peso relativo (%) Arquipélago da Madeira Porto Moniz 1.3 Santana 3.9 São Vicente 2.5 Costa Norte ( Total) 7.7 Calheta 4.8 Câmara de Lobos 14.1 Funchal 42.2 Machico 8.9 Ponta do Sol 3.3 Ribeira Brava 5.1 Santa Cruz 12.1 Costa Sul (Total) 90.5 Porto Santo 1.8 formação de dois grupos, sendo o primeiro constituído pela Costa Sul, caraterizada por uma temperatura amena e fraca pluviosidade, com um peso de 90,0% relativo ao total do Arquipélago. Os restantes concelhos, situados na Costa Norte, com clima mais agreste, enquadram-se no grupo dos menos populosos, o seu peso é de cerca de 8% no total regional Entre 1864 e 1991 já era possível constatar o peso determinante da costa sul da ilha da Madeira relativamente à costa norte (Oliveira,1999, pp ). Fonte: XIV Recenseamento Geral da População.

TABELA 3. DENSIDADE POPULACIONAL DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA EM 2001 CONCELHOS ÁREA (KM 2 ) POPULAÇÃO RESIDENTE 2OO1 DENSIDADE POPULACIONAL 2001 CALHETA 115.65 11946 103.29 CÂMARA DE LOBOS 52.

9 TABELA 3. DENSIDADE POPULACIONAL DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA EM 2001 CONCELHOS ÁREA (KM 2 ) POPULAÇÃO RESIDENTE 2OO1 DENSIDADE POPULACIONAL 2001 CALHETA CÂMARA DE LOBOS FUNCHAL (a) MACHICO PONTA DO SOL PORTO MONIZ PORTO SANTO RIBEIRA BRAVA SANTA CRUZ (b) SANTANA SÃO VICENTE TOTAL Funchal, Câmara de Lobos e Santa Cruz são os mais densamente povoados e simultaneamente os que apresentam maior volume populacional. Já Porto Moniz, São Vicente e Santana registaram as menores densidades populacionais com um valor inferior a habitantes por km² A diversidade de volumes populacionais não é unicamente resultante das diferentes dimensões concelhias. Concelhos com áreas semelhantes têm um número de efetivos bastante diferenciado e também ritmos de crescimento desiguais que permitem maiores e menores concentrações populacionais

10 A densidade de ocupação do solo só adquire significado quando comparada com o espaço concreto em que se inscreve, em relação com a estrutura sócio-profissional, o seu modo e o seu nível de vida [ ] pelo que importa conhecer a repartição da população por grupos funcionais. (Dollfus cit in Pinto, 2000, p. 76), TABELA 4. INDICADORES DE ESTRUTURA POPULACIONAL, POR GRANDES GRUPOS DE IDADE E POR CONCELHO (REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA 2001) Concelhos do Arquipélago da Madeira % Jovens (0-14) % Ativos (15-64) % Velhos ( 65) Índice Vitalidade Rácio dependência Jovens Rácio dependência Velhos Rácio dependência Total Porto Moniz Santana São Vicente Costa Norte ( Média) Calheta 17, Câmara de Lobos 26, Funchal 17, Machico 19, Ponta do Sol Ribeira Brava Santa Cruz Costa Sul (Média) , , Porto Santo

11 A análise da estrutura populacional por sexos e idades permite avaliar o estado da população num determinado momento, e também conhecer a história dessa população nos últimos anos. XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População Idades Homens >= 85 Mulheres RAM Entre os 0-29 anos a população diminuiu. Acréscimo nos grupos etários seguintes. Exceção no grupo aumento. Envelhecimento global do Arquipélago, por declínio da população mais jovem e pelo aumento da esperança de vida.

12 Em suma: Distribuição humana com volume diferencial (norte/sul) Macrocefalia do povoamento em torno de Funchal Distribuição etária dos indivíduos no território (norte/sul)

13 Bibliografia CARITA, Rui, História da Madeira (1989)Povoamento e Produção Açucareira, 1º vol., Funchal: Secretaria Regional da Educação. MENDONÇA, Alice (2008). A População Madeirense num Período de Transição: Uma Década de Mudança ( ). Viagem pelos Concelhos: análise comparativa, Tribuna da Madeira, 18 de Janeiro de 2008, Madeira, pp MENDONÇA, Alice, A População Madeirense num Período de Transição: Uma Década de Mudança ( ). Viagem pelos Concelhos: análise comparativa, Tribuna da Madeira, 25 de Janeiro de 2008, Madeira, pp MENDONÇA, Alice, A População Madeirense num Período de Transição: Uma Década de Mudança ( ). Viagem pelos Concelhos: análise comparativa, Tribuna da Madeira, 1 de Fevereiro de 2008, Madeira, pp MENDONÇA, Alice, (2009). O Insucesso Escolar: Políticas Educativas e Práticas Sociais - Um Estudo de Caso sobre o Arquipélago da Madeira. Lisboa: Edições Pedago NAZARETH, J. Manuel, (1988) Princípios e Métodos de Análise da Demografia Portuguesa, Lisboa: Editorial Presença. OLIVEIRA, Isabel Tiago, (1999). A ilha da Madeira. Transição demográfica e Emigração, População e Sociedade, 1999, n.º 5, pp PINTO, José Madureira, (2000 Estruturas Sociais e Práticas Simbólico-Ideológicas nos Campos Elementos de Teoria e Pesquisa Empírica, 2ª ed., Biblioteca das Ciências do Homem, Edições Afrontamento, Santa Maria da Feira, PINTO, Maria Luís Rocha e Rodrigues, Teresa (1990). A Madeira na viragem do século ( ), características da sua evolução demográfica in Actas do II Colóquio Internacional de História da Madeira, Coimbra: Imprensa de Coimbra,. RIBEIRO, Orlando, (1985) A Ilha da Madeira até Meados do Século XX - Estudo Geográfico, 1ª ed., Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Lisboa: Ministério da Educação. ROCHA, Gilberta, P. N., (1991) Dinâmica Populacional dos Açores No Século XIX, Ponta Delgada: Universidade dos Açores. VIEIRA, Alberto ( coord. ), (2001). História da Madeira, Funchal: Secretaria Regional de Educação.

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