A relação entre o projeto Metrofor e o meio ambiente

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Transcrição:

QUALIDADE AMBIENTAL AN P A relação entre o projeto Metrofor e o meio ambiente Cyro Regis Castelo Vieira Engenheiro, gerente de Transporte e Integração da Metrofor E-mail: cyroregiscv@metrofor.ce.gov.br O Projeto Metrofor prevê a modernização do sistema ferroviário implantado na Região Metropolitana de Fortaleza, através da eletrificação de suas linhas principais, além da aquisição de material rodante formando trens unidade elétricos (TUE s), sistemas modernos de sinalização e telecomunicações, implantação de novas estações além da modernização das existentes, melhoria no sistema ferroviário de carga e equacionamento das questões de maior impacto na relação trem-cidade. Este projeto foi concebido através da implantação em estágios, de forma modular e evolutiva, aproveitando ao máximo o sistema ferroviário existente, possibilitando assim um baixo custo de implantação. Beneficiará também o sistema ferroviário de cargas, racionalizando sua localização em função de pontos estratégicos da Região Metropolitana de Fortaleza, possibilitando a segregação total em relação ao sistema de passageiros, tornando-os mais eficientes e seguros. No custo total do projeto, ao final do 3º estágio - US$ 502,0 milhões - estão compreendidos a implantação de: 43 quilômetros de via duplicada e eletrificada na linha principal, ligando os municípios de Maracanaú, Fortaleza e Caucaia; 7 quilômetros de linha singela para reativação do ramal de Maranguape que se integrará ao sistema principal; 33 quilômetros de linha de carga singela; e um pátio externo de cargas. Com o inicio das obras do metrô na área central de Fortaleza em agosto de 1999, entre as estações Padre Cícero e João Felipe, com extensão de 4,0 km, a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos - Metrofor, considerando que o traçado subterrâneo do metrô, correspondente ao canteiro central das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves, interagiria com toda a vegetação ali situada, decidiu elaborar um cadastro e o diagnóstico da vegetação arbórea do canteiro central daquelas avenidas. DIAGNÓSTICO DA VEGETAÇÃO ARBÓREA O diagnóstico foi dividido em duas etapas: a da situação das árvores no campo e a de atividades em laboratório. Inicialmente foi levantada a situação atual das árvores no canteiro central das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves, abrangendo: as falhas e as árvores mortas existentes entre as jovens e adultas ali plantadas; a identificação botânica de todas elas; e a coleta de amostragens para análise. Após as inspeções, o material coletado de diferentes espécies botânicas com problemas fitossanitários foi encaminhado para laboratórios de entomologia e fitopatologia. Também, de acordo com o levantamento feito, constatou-se que o canteiro central das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves continha 17 espécies botânicas, num total de 160 plantas vivas, 10 mortas e 31 falhas. Tabela 1 Espécies botânicas existentes no canteiro central das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves Nome cientifíco Syzygium jambolana Anacardium occidentale Clitoria fairchildiana Albizia lebbeck Cassia siameae Terminalia catappa Casuarina equiscitifolia Ficus spp. Psidium guajava Inga bahiensis Mangifera indica Bauhinia forticata Bombax aquaticum Moquilia tomentosa Talisia esculenta Tamarindus indica Adenanthera pavonina Nome popular Azeitoneira Cajueiro Cassia azul Cassia esponginha Cassia siameza Castanholeira Casuarina Ficus Goiabera Ingazeira Mangueira Mororó Munguba Oitizeiro Pitombeira Tamarindo Tento carolina 31 32

Mapa da integração Árvores adultas (avenidas Carapinima / Tristão Gonçalves) A implantação do projeto Metrofor, indicado no mapa, compreende: o 1º estágio (linha sul - vermelha e linha de carga - azul e tracejada); o 2º estágio (linha oeste - verde); e o 3º estágio (linha azul claro). Das 160 plantas existentes nos 16 quarteirões, apenas 42,50% apresentaram condições de serem transplantadas. As demais se encontravam comprometidas (danificadas). Verificou-se ainda que o número de falhas (15,42%) somado com os replantios realizados (20,90%) demonstram que houve mortalidade de 36,32% das espécies botânicas ao longo do tempo. 33 Vários fatores foram responsáveis pela grande perda da arborização das avenidas em estudo e da situação atual das árvores sobreviventes: - falta de acompanhamento com práticas agronômicas adequadas, tais como adubação, irrigação, controle de pragas, doenças, plantas invasoras, podas de formação e limpeza; - fatores climáticos; - serviços públicos: drenagem, rede de energia elétrica, excesso de tráfego causando compactação do solo, asfixia radicular provocada pela cobertura asfáltica e construção dos canteiros centrais após o desenvolvimento das árvores. A estes fatores estão associados a depredação mecânica, pela utilização das plantas para suporte de anúncios comerciais, ou como depósitos de lixo e até mesmo como mictório público no caso das árvores localizadas próxima aos bares e restaurantes. Os dados obtidos com o levantamento revelam que as plantas vivas de diferentes espécies botânicas nas áreas avaliadas podem ser agrupadas em adultas e jovens (replantios), sendo que parte das adultas 34

já atingiu a senilidade. O quadro a seguir indica o número e as respectivas percentagens das plantas transplantáveis e comprometidas, existentes em todos os quarteirões do canteiro central das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves: Grupo de plantas Transplantáveis Comprometidas Número (%) Número (%) Adultas 48 30,00 70 43,75 Jovens (replantios) 20 12,50 22 13,75 Total 68 42,50 92 57,50 PARQUE ALAGADIÇO O Metrofor decidiu que as árvores a serem transplantadas seriam levadas para o Parque Alagadiço, área de preservação ambiental, dotada de espaço suficiente e de água para irrigação, situada na zona oeste da cidade. Tabela 2 Transplantes das árvores das avenidas Carapinima / Tristão Gonçalves Nome cientifíco Nome popular Quantidade Anacardium occdentale Cajueiro 1 Clitoria fairchildiana Cassia azul 3 Cassia siameae Cassia siameza 1 Terminalia Catappa Castanholeira 2 Casuarina equisetifolia Casuarina 6 Psidium guajava Goiabeira 3 Mangifera indica Mangueira 3 Bombax aquaticum Munguba 3 Moquilia tomentosa Oitizeiro 14 Tamarindus indica Tamarindo 1 Adenanthera pavonina Tento carolina 19 Tabebuia avellanedae Pau d arco roxo 1 Pritchardia pacifica (palmeira) Palmeira leque 2 Total geral 59 Tabela 3 Transplantes da área lateral da Igreja São Benedito Árvores transplantadas para o Parque Alagadiço. Neste parque já se encontram 87 árvores transplantadas, sendo 59 provenientes das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves e 28 da área lateral da Igreja São Benedito junto à av. Tristão Gonçalves, onde estão sendo executadas as obras da estação São Benedito do metrô. Nome cientifíco Nome popular Quantidade Mangifera indica Mangueira 2 Achras sapota Sapotizeiro 1 Annona squamosa Ateira 1 Citrus sinensis Laranjeira 1 Psidium guajava Goiabeira 2 Murraya exótica Jasmim 2 Cocos nuciferas (palmeira) Coqueiro 3 Pritchardia pacifica (palmeira) Palmeira leque 1 Gardênia Jasminoides (arbusto) Jasmim cambraia 1 Jasminium sambac (arbusto) Jasmim bulgari 14 Total 28 VIVEIROS PARA CULTIVO DAS ESPÉCIES Prevendo a reurbanização das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves depois da conclusão das obras neste trecho, o Metrofor já iniciou o cultivo das árvores a serem utilizadas no projeto de arborização destas vias. O cultivo das espécies que aí serão plantadas está 35 36

sendo feito em dois viveiros. O primeiro localiza-se no canteiro de obras do consórcio construtor Queiroz Galvão-Camargo Correia, próximo à estação Couto Fernandes onde são cultivadas 40 árvores transplantadas da mata nativa, das espécies caraúba (seis), jacarandá do litoral (três), pau branco (12), pau d arco amarelo (cinco), pau d arco roxo (um), frei jorge (um) e pau d arco (12). Viveiro no canteiro de obras do consórcio construtor Queiroz Galvão-Camargo Correia. Foram também transplantados para o mesmo viveiro 15 arbustos provenientes da área lateral da Igreja São Benedito junto à av. Tristão Gonçalves, das espécies jasmim cambraia (um) e jasmim bulgari (14). Um segundo viveiro composto de três áreas - 2A, 2B e 2C - foi implantado no Parque de Exposições da Secretaria de Desenvolvimento Rural, numa área total de 7.600 m 2, com 145 árvores, totalizando, nos dois viveiros, 185 árvores a serem transplantadas quando da reurbanização das novas avenidas. CUIDADOS COM AS ÁRVORES Todas as árvores estão recebendo tratos culturais adequados: irrigação, adubação mineral e orgânica, aplicação de defensivos, podas de limpeza e de formação e acompanhamento técnico. Visa-se a rápida recuperação delas no caso de eventuais danos por acidente ou podação, de maneira a deixá-las sempre em ótimas condições de serem utilizadas no momento propício, o que seria impossível ou muito precário, caso fossem transplantadas diretamente das matas para os locais definitivos. 37 Tabela 4 Material botânico existente nos viveiros do Metrofor Nome Viveiros Total Popular Cientifíco Consórcio 2A 2B 2C construtor Amargoso Aspidosperna polyneuron 1 1 Angelim Andira retrusa 4 4 Aroeira Astronium ureinduva 7 2 9 Bauinha Bauhinia varieaga 2 2 Orchid tree Cambuí Eugenia crenata 2 3 5 Caraúba Tabebuia caraíba 6 2 15 23 Cassia rosea Cassia nodosa 1 1 2 Frei Jorge Cordea alliodora 1 1 Ingazeira Inga alba 5 5 Jacarandá Machaerium aceitifoluim 1 6 5 12 Jacarandá Platymiscium piliferum 3 19 22 do litoral Marizeira Geoffraea spinosa 7 2 9 Mulungu Erytrina poeppegeanae 4 4 Murici pitanga Byrsonima lancifonia 8 2 10 Paraíba Simaruba versicolor 1 1 Pau branco Auxemma oncocalyx 12 18 30 Pau brasil Caesalpínia echinata 4 4 Pau d arco Tabebuia sp. 12 2 6 20 Pau d arco Tabebuia chrysotricha 5 5 10 amarelo Pau d arco Tabebuia avelhanedae 1 2 3 roxo Sibipiruna Caesalpínia peltophoroides 8 8 Total 185 RETORNO DAS ÁRVORES Do trecho subterrâneo do metrô na área central de Fortaleza, numa extensão de 4,0 km, correspondente aos eixos das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves, o Metrofor já liberou alguns quarteirões à Prefeitura de Fortaleza, para efeito de reurbanização. Foi elaborado um projeto piloto de arborização do trecho av. Domingos Olimpio-rua Antônio Pompeu, para onde devem ser transplantadas as árvores ora cultivadas nos viveiros. 38

Planta do trecho do projeto piloto de arborização O trecho escolhido situa-se na área central de Fortaleza sentido norte (praia) - sul (sertão), entre as estações São Benedito e Benfica. Estão previstos para este local o plantio de 25 árvores, que serão trazidas do viveiro no canteiro de obras do consórcio construtor do Metrofor, e de 260 arbustos. Após o plantio é necessário um período de manutenção por 90 dias, consistindo em serviços de irrigação, adubação e aplicação de defensivos. E para que não se repitam erros de eliminar árvores de porte avantajado e com idade ainda de aproveitamento de vegetação, o projeto propõe que se promova parceria comunitária com comerciantes e habitantes lindeiros de imóveis ao longo da via, para que, em gestão conjunta, possa ser mantida essa nova área verde da cidade. Durante o período inicial, será realizado um treinamento com o pessoal identificado com o projeto e envolvido na parceria. As árvores a serem transplantadas sairão em forma adulta dos viveiros onde, conforme ficou indicado, vêm recebendo tratos culturais adequados e são preparadas devidamente para esta fase, prevista no projeto inicial. AVALIAÇÃO DO PROJETO Com a estratégia adotada e a colocação em prática do projeto ambiental, o Metrofor estabeleceu uma profunda mudança de postura no trato com a arborização urbana e procurou valorizar a preservação do conforto ambiental, onde a vegetação exerce uma função importante para os habitantes de nossa cidade tão carente de áreas verdes. Pode-se dizer que os resultados até então alcançados e a serem efetivados com a implementação deste projeto demonstram o respeito e a forma cidadã de convivência harmônica de um empreendimento da dimensão do Metrofor com o meio ambiente da Região Metropolitana de Fortaleza. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MELO, Quelzia M. S., FREIRE, Francisco das C. O., DIÓGENES, Marijesu P., PONTES, Valdelício de S. Diagnóstico da vegetação arbórea do canteiro central das avenidas Carapinima e Tristão Gonçalves. Relatório. Fortaleza, CE: julho de 1999. CUSTOS DO PROJETO AMBIENTAL METROFOR O quadro abaixo apresenta os custos do projeto no período de agosto de 1999 a abril de 2002. Discriminação do serviço Valor (R$) Consultoria 137.451,01 Remoção de árvores com diâmetro maior ou igual a 15 cm 71.172,54 Corte, poda, retirada, transporte e replantio de árvores 364.860,56 Implantação e irrigação de viveiros e Parque Alagadiço 306.073,84 Total 879.557,95 39 40