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Transcrição:

ESTABELECIMENTO DE PLÂNTULAS DE Stryphnodendron adstringens (MART.) COVILLE (FABACEAE) 1 EM SUBSTRATOS 1 Juliano Q. Santana Rosa 2, Tiago Rodrigues Tavares 2, Vinicius Daigaro Dias da Rocha de Andrade 2, Diogo Alisson Duarte 2, Tatiza Terra Barcellos 2, João Gaspar Farias 2, Gilmarcos de Carvalho Correa 2 e Marivone Moreira dos Santos 2 INTRODUÇÃO O Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville, família Fabaceae, subfamília Mimosoideae, é conhecido como barbatimão. É uma árvore com ocorrência predominante em cerrados dos estados brasileiros como Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal (Felfili et alii. 1999). A casca do barbatimão possui alto teor de tanino e é utilizada na medicina popular devido à sua ação adstringente. Também é uma espécie indicada para a recuperação de áreas degradadas (Lorenzi 1992). A dispersão de S. adstringens ocorre por meio de sementes que apresentam dormência, de modo similar ao verificado em S. pulcherrimum (Willd.) Hochr. e S. polyphyllum Mart. (Martins et al. 2008). Essa característica é problema quando se pretende a produção de mudas em viveiro, pois causa atraso e desuniformidade na germinação. Além disso, a definição de substratos adequados para produção de mudas de espécies nativas do cerrado ainda é deficiente. Para hortaliças e plantas ornamentais é comum o uso de substratos de fibras vegetais, como casca de pinus, turfa e fibra de coco (Kämpf 2005). As plantas nativas do cerrado, por sua vez, demonstram, em vários experimentos, bom desenvolvimento em substratos a base de solo ou areia (Camargo et al 2007; Carvalho et al 2003). Para o barbatimão, os problemas na germinação, escolha de substrato adequado, irrigação, adubação e informações sobre o desenvolvimento fenológico são questões importantes a serem respondidas para produção comercial de mudas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de substratos sobre a taxa de sobrevivência de mudas de barbatimão. 1 Resumo expandido apresentado no VII ENSub, 15-18 de setembro de 2010, Goiânia, Goiás 2 Universidade Federal de Goiás, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Goiânia, GO, Brasil. E-mails: julianoqsr@gmail.com; tiagosrt@hotmail.com; viniciusagrosolocria@gmail.com; diogoalisson@gmail.com; tatizatb@hotmail.com; jgfarias@agro.ufg.br; gccorrea@agro.ufg.br

2 MATERIAIS E MÉTODOS Os frutos de barbatimão foram colhidos em fragmentos de Cerrado e pastagens localizados na região de Jandaia, Estado de Goiás. Em seguida foi realizada a superação da dormência das sementes de barbatimão através de escarificação ácida por 15 minutos (imersão das sementes em ácido sulfúrico 36 N, 95%, seguida de lavagem em água corrente e secagem à sombra por 6 horas). Após tratamento com ácido, as sementes foram colocadas em germinadores à temperatura de 29 o C e 70% de umidade por cinco dias, período suficiente para a germinação, formação da radícula e cotilédones. Nessas condições foi observado o índice de germinação de 90%. O transplantio das plântulas foi realizado dia 24 de outubro de 2009. Foram preparados 1500 sacos de polietileno de 8cmx6cmx20cm. Os substratos testados foram: Plantmax HT ; substrato reaproveitado a base de casca de pinus; terra; areia; composto orgânico; e combinações binárias de todos, na proporção 1:1 (v/v), totalizando 15 tratamentos. As 100 unidades de cada tratamento foram, ainda, agrupadas em 5 parcelas de 20 plantas, formando um delineamento inteiramente casualizado com 15 tratamentos, 5 repetições e 20 plantas por repetição. O experimento foi conduzido em Goiânia, estado de Goiás (16 o 35'12"S; 49 o 21'14"W, 730 m de altitude). O plantio foi realizado em estufa com laterais teladas e cobertura de polietileno translúcido, com temperatura diária mínima de 17 o C e diária máxima de 42 o C. A irrigação foi diária. Foram feitas duas adubações foliares aos 35 e 65 dias, com fertilizante comercial líquido (10%N-10%P-10%K + 0,01%Mg; 0,05%Cu; 0,01%Ca), na diluição de 5 ml L -1 para calda de pulverização. A adubação foliar foi preferida por não sofrer nenhuma influência direta do tipo de substrato, como porosidade, CTC, ph e condutividade elétrica. A caracterização física e química dos substratos foi realizada segundo rotina estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na Instrução Normativas nº 17, de 24 de Maio de 2007. A metodologia de análise foi abordada e detalhada por Santana (2009) e Liz & Carrijo (2008). Para avaliação do desempenho dos substratos foram realizadas duas contagens de plantas, aos 30 e 100 dias após transplantio, para calcular a taxa de sobrevivência em cada tratamento. A análise dos dados foi realizada utilizando teste de Tukey a 5% de probabilidade.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Definiu-se como planta viva a que apresentou integridade de folhas, haste e coloração típica da espécie. As taxas de sobrevivência aos 30 e 100 dias podem ser observadas na Tabela1. Tabela 1. Taxa de sobrevivência de mudas de barbatimão aos 30 e 100 dias. substratos taxa de sobrevivência 30 dias CV 100 dias CV % composto 63 a 14,4 0 a - substrato reaproveitado + composto 69 ab 6,5 4 a 136,9 Plantmax HT 79 b 4,2 2 a 91,3 areia + composto 83 bc 5,7 6 ab 104,6 substrato reaproveitado 84 c 6,5 29 c 108,6 areia + substrato 89 c 9,6 65 f 25,0 Plantmax HT + composto 90 c 7,9 20 bc 25,6 Plantmax HT + substrato reaproveitado 91 c 6,5 64 f 16,7 Plantmax HT + areia 91 c 5,5 45 de 17,6 areia + terra 91 c 4,2 30 cd 17,1 terra + composto 92 c 6,7 3 a 10,2 terra 93 c 4,5 86 g 12,2 terra + substrato reaproveitado 93 c 5,7 68 f 16,9 Plantmax HT + terra 95 c 5,0 53 ef 11,2 areia 95 c 3,5 95 g 3,7 CV (%) 7,3 18.2 Analisando os dados da Tabela 1, observamos que nos primeiros 30 dias de desenvolvimento a maioria dos substratos teve pouca influência na taxa de sobrevivência das mudas de barbatimão, embora o composto e Plantmax HT tenham provocado menor taxa de sobrevivência. Na contagem aos 100 dias (Tabela 1), por sua vez, foi claro que areia e terra apresentaram melhores taxas de sobrevivência (95% e 86% respectivamente) e que as mesclas a base de composto e Plantmax HT apresentaram os piores resultados chegando a 100% de mortalidade no caso do composto. Analisando as características químicas, os substratos relacionados com menores taxas de sobrevivência foram os de maior condutividade elétrica (CE), como o composto, com 2,4 ds m - 1, e Plantmax HT, com 1,3 ds m -1 (Tabela 2). Estes valores são considerados extremos por Cavins et al. (2000). No nível extremo, segundo o mesmo autor, a maioria das culturas sofre injúrias severas, geralmente, ocasionando morte das plantas.

4 O efeito da salinidade sobre o desenvolvimento das mudas de barbatimão pode ser visualizado na Tabela 2, observando a correlação de Pearson entre CE e mortalidade. Os melhores resultados foram obtidos com substratos de condutividade elétrica menor que 0,4 ds m -1, considerada baixa por Cavins et al (2000), indicando a sensibilidade do barbatimão a salinidade. Esta característica conforma-se com os locais de ocorrência natural da espécie, geralmente cerrados com solos arenosos, pedegrosos e de baixa fertilidade natural. Tabela 2 - Correlação da condutividade elétrica e mortalidade aos 100 dias. substratos CE* mortalidade aos 100 dias ds m -1 % Plantmax HT 1,3 98 Plantmax HT + composto 2,0 80 Plantmax HT + terra 0,6 47 Plantmax HT + substrato reaproveitado 0,8 36 Plantmax HT + areia 1,1 55 areia 0,0 5 areia + composto 1,0 94 areia + terra 0,1 70 areia + substrato reaproveitado 0,1 35 terra 0,3 24 terra + substrato reaproveitado 0,3 32 terra + composto 1,5 97 substrato reaproveitado 0,6 71 substrato reaproveitado + composto 1,4 96 composto 2,4 100 Coeficiente de Pearson 0,76 A CE apresentou correlação de 0,76 com a mortalidade das mudas de barbatimão, confirmando a sensibilidade da espécie à salinidade e recomendando cuidado com excessos na adubação. É importante salientar que, embora a maior taxa de sobrevivência tenha ocorrido em substratos com baixa salinidade (0,0 ds m -1 e 0,3 ds m -1, areia e terra, respectivamente) as plantas desses tratamentos apresentaram sintomas de deficiência de nutrientes, corrigidos com adubação foliar. O tratamento com substrato reutilizado apresentou apenas 29% de sobrevivência, sendo contudo o tratamento que visualmente apresentou melhor vigor e tamanho de plantas remanescentes (dobro de comprimento caulinar em relação à areia), sugerindo a necessidade de adubação ou fertirrigação na produção de mudas de barbatimão, provavelmente a partir de 20 dias do transplante, especificamente se o substrato utilizado for areia ou terra.

5 CONCLUSÕES Os substratos mais adequados para produção de mudas de barbatimão (Stryphnodendron adstringens) são areia e terra (horizonte B w ). As plantas de barbatimão são sensíveis a salinidade, devendo a formação de mudas ser feita em substratos de baixa salinidade. AGRADECIMENTOS Agradecemos o apoio de Luiz Mauro de Souza e Itamar Ângelo dos Santos, Técnicos da EA/UFG. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGOS, M. G.; CHAVES. A. G. & FAGUNDES. M. Efeitos de diferentes substratos na germinação das sementes e no estabelecimento de plântulas de Dimorphandra mollis Benth (Mimosoideae). Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007. Caxambu MG. CARVALHO FILHO, J. S.; ARRIGONI-BLANK, M. F.; BLANK, A. F. & RANGEL, M. A. Produção de mudas de jatobá (Hymenaea courbaril L.) em diferentes ambientes, recipientes e composições de substratos. Revista Cerne, v.9, n.1, p.109-118. 2003. CAVINS, T. J.; WHIPKER, B.E.; FONTENO, W.C.; HARDEN, B.; MCCALL. I. & GIBSON, J. L. Monitoring and managing ph and EC using the pourthru extraction method. North Carolina State University, 2000. (Horticulture Information Leaflet 590). FELFILI, J.M.; SILVA, M.C.; DIAS, B.J. & REZENDE, A.V. Estudo fenológico de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville no cerrado sensu stricto da Fazenda Água Limpa no Distrito Federal. Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 83-90, 1999. KÄMPF, A. N. Produção comercial de plantas ornamentais. 2.ed. Guaiba: Agrolivros. 256p. 2005. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum, v. 1 & 2, 2002. MARTINS, C. C; CAMARA, A. T. R.; MACHADO, C. G. & NAKAGAWA, J. Métodos de superação de dormência de sementes de barbatimão. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v. 30, n. 3, p. 381-385. 2008. SCALON, S. Q.; ALVARENGA, A.A. & DAVIDE, A.C. Influência do substrato, temperatura, umidade e armazenamento sobre a germinação de sementes de pau-pereira (Platycyamus regnelli Benth). Revista Brasileira de Sementes, 15 (1): 143-146. Brasília. 1993. SANTANA, J. Q. Relatório de Estágio Curricular Obrigatório, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - FEPAGRO, Porto Alegre, RS, 29 de dezembro de 2008 a 27 de

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