Acolhimento
O conceito de refugiado: Segundo a Convenção de Genebra um refugiado é alguém que temendo ser perseguido por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país Para ser considerado refugiado tem de estar fora do país de origem (diferente de deslocado interno)
Convenção de Genebra de 1951 Portugal adere á Convenção em 1960 A proteção internacional abrange mais que a segurança física. Os refugiados devem usufruir, pelo menos, dos mesmos direitos e da mesma assistência que qualquer estrangeiro, residindo legalmente no país, incluindo os direitos fundamentais que são inerentes a todos os indivíduos.
Proteção Internacional Pedidos espontâneos (análise do pedido) Recolocação (transferência do requerente dentro do estados membros/ análise do pedido pelo estado que aceita recolocação) Reinstalação (transferência de estado para outro) (Plano de Ação Comum Eu-Turquia, 18 de março se 2016)
Alguns dados (Relatório anual 2015 Tendências Globais do Alto Comissariado das Nações Unidas ACNUR): Em 2015 o número de refugiados atingiu os 60 milhões de pessoas 65,3 milhões (+ 10% que em 2014 59,5 milhões de pessoas); Síria 4,9 milhões de pessoas Afeganistão 2,7 milhões de pessoas Somália 1,1 milhão de pessoas
Alguns dados (Relatório anual 2015 Tendências Globais do Alto Comissariado das Nações Unidas ACNUR): Deslocados Internos Colômbia- 6,9 milhões de pessoas Síria 6,6 milhões de pessoas Iraque 4,4 Milhões de pessoas Iémen 2,5 milhões (novos deslocados internos)
Alguns dados (Relatório anual 2015 Tendências Globais do Alto Comissariado das Nações Unidas ACNUR): Em cada 113 pessoas (população mundial) uma é requerente de proteção (deslocado interno ou refugiado. Em 2005, o ACNUR registou uma média de 6 pessoas deslocadas em cada minuto, atualmente são 24 pessoas por minuto.
Alguns dados (Relatório anual 2015 Tendências Globais do Alto Comissariado das Nações Unidas ACNUR): Em 2015, 86% dos refugiados encontravam-se em países de médio ou baixo rendimento, próximo à áreas de conflito; Turquia é o pais que mais abriga refugiados (2,5 milhões); O Líbano acolhe mais refugiados em relação à sua população 183 refugiados/1000 hab. Em relação à sua Economia, o Congo (RDC) é o pais que abriga mais refugiados 471 por cada dólar do PIB per capita.
Alguns dados (Relatório anual 2015 Tendências Globais do Alto Comissariado das Nações Unidas ACNUR): Para os países industrializados (dezembro 2015) - 2 milhões de pedidos registados e 3,2 milhões de casos pendentes; A Alemanha foi o pais que recebeu mais pedidos cerca 442 mil; EUA 172 mil pedidos de pessoas que fogem que fogem da violência urbana / gangues da América Central
Alguns dados (Relatório anual 2015 Tendências Globais do Alto Comissariado das Nações Unidas ACNUR): Em 2015, as crianças representam 51% dos refugiados. 98,4 mil pedidos de asilo eram de crianças desacompanhadas ou separadas das suas famílias; Cerca de 201,4 refugiados, em 2015, puderam voltar a sua casa Afeganistão, Sudão e Somália. 107 mil refugiados foram admitidos em programas de reinstalação.
União Europeia / Portugal Existem 28 países, em todo mundo, que aderiram ao Programa Nacional de Recolocação /Reinstalação do ACNUR, sendo 14 estados Membros da União Europeia; A proposta do Conselho Europeu (23 de abril de 2015) inclui um sistema de distribuição temporária de pessoas com necessidade evidente de proteção internacional, de modo a garantir uma participação equitativa e equilibrada de todos os Estados- Membros neste esforço comum. A análise dos pedidos será da responsabilidade dos Estados-Membros de acolhimento, em conformidade com as regras e as garantias estabelecidas. Aplica-se uma chave de redistribuição baseada em critérios como o PIB, o número de habitantes, a taxa de desemprego e números anteriores de requerentes de asilo e de refugiados reinstalados..
Portugal No plano de resposta à crise dos refugiados apresentado esta quarta-feira por Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, ficou decidido que Portugal vai receber 28,65 milhões de euros no compromisso de acolher 4775 refugiados. (Agência LUSA em 10 de setembro de 2015) Em fevereiro 2016 foi noticiado (TVI 24) que o primeiro-ministro português, António Costa, enviou cartas a homólogos de alguns dos Estados-membros mais pressionados pelos fluxos migratórios disponibilizando-se para receber mais cerca de 5.800 refugiados além da quota comunitária. Mais recentemente, em 18 de março de 2016 e na sequência do Plano de Ação Comum EU-Turquia (29de novembro de 2015), os chefes de Estado ou de Governo da UE e da Turquia concordaram em pôr fim à migração irregular da Turquia para a UE, criando vias legais para a reinstalação dos refugiados na União Europeia.
Em Portugal Saúde É reconhecido aos refugiados e respetivos membros da família o direito de acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para aceder ao SNS é apenas necessário um documento que confirme o pedido de proteção internacional (art. 52.º da lei n.º 26/2014, de 5 de maio).
Educação Os filhos menores dos refugiados têm acesso ao sistema de ensino nas mesmas condições dos cidadãos nacionais. A Direção Geral de Educação disponibiliza no seu site WWW.dge.pt o Guia de Acolhimento para Educação Pré-escolar, Ensino Básico e Ensino Secundário (março 2016)
Emprego e Formação Aos refugiados é concedido um título de residência que assegura o acesso ao mercado de trabalho, nos termos da Lei Geral. O contrato de trabalho celebrado com trabalhador estrangeiro ou apátrida está sujeito a forma escrita e deve conter as indicações constantes no artigo 5.º do Código de Trabalho. O empregador deve comunicar ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela área laboral (Autoridade para as Condições de Trabalho ACT), mediante formulário eletrónico a celebração de contrato de trabalho com o trabalhador estrangeiro ou apátrida, antes do início da sua execução.
Proteção Social Ao abrigo do artigo 56º da Lei 27/2008 de 30 de junho, são atribuídos pela Segurança Social os apoios que garantam a satisfação das necessidades básicas em condições de dignidade humana (os 3 meses iniciais e enquanto decorre a apreciação do pedido de asilo pelas autoridades o CPR Conselho Português para os Refugiados garante o apoio). Para as pessoas recolocadas ou reinstaladas o CPR garante apoio durante um período especifico.
Cultura/Língua Portuguesa Alto Comissariado para as Migrações (ACM) desenvolve programas para o ensino da Língua Portuguesa Português para Todos Centros de Formação do IEFP; ACM Linha de tradução telefónica ACM Curso de Português/ Árabe disponível on line
Habitação CPR dispõe de 2 Centros de Acolhimento de Refugiados Alguns Municípios disponibilizaram-se para acolher Refugiados, garantindo-lhes habitação entre outros apoios.
Reagrupamento familiar Os beneficiários do estatuto do refugiado ou de proteção subsidiária têm o direito ao reagrupamento familiar com os membros da sua família, em condições semelhantes à de qualquer estrangeiro a residir regularmente em Portugal.
Plano Nacional para o Acolhimento e Integração de Refugiados Fonte:
Promoção do Acolhimento e Integração de Refugiados Fonte:
Em Portugal - Mitos Ajudar os refugiados, quando temos tantos pobres em Portugal O grau extremo das ameaças a que os refugiados (não confundir com migrantes económicos) estão sujeitos potencia a fuga dos espaços naturais das populações como um ato de sobrevivência, face a conflitos armados, a perseguições étnicas ou políticas que destroem qualquer perspetiva de vida/futuro. O Fundo Europeu para os Refugiados visa apoiar financeiramente os esforços dos Estados- Membros no desenvolvimento da política comum de asilo, promovendo uma partilha equitativa das respetivas responsabilidades, ao acolherem refugiados e pessoas em busca de proteção internacional e suportando as consequências desse acolhimento.
A europa está a ser invadida pelo Islão. Dos 4 milhões de refugiados sírios que foram, até à data, registados pela ONU, 250 mil tentaram entrar na Europa. A população europeia é composta por 508 milhões de cidadãos, o que significa que mesmo se recebêssemos os 4 milhões de refugiados sírios, eles seriam 0,7% da população europeia. Nesta perspetiva, os 250 mil sírios que batem às portas da Europa representarão 0,4% desta população.
Os países muçulmanos não recebem refugiados. Os refugiados que procuram a Europa para fugir à guerra que assola a Síria, já há 4 anos, representam uma pequena percentagem dos 4 milhões que já fugiram para países como a Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e, em menor escala, o Egito. Na Turquia já foram acolhidos mais de 1,9 milhões de Sírios e foram criadas condições para que alguns possam trabalhar, estudar e ter acesso aos cuidados de saúde. No Líbano, dados da ONU indicam que são já 1,1 milhões os refugiados no país. A Jordânia é o terceiro país daquela região que mais refugiados acolheu, (630 mil sírios dados da ONU). Não obstante, importa referir que há vários Estados árabes e muçulmanos do Golfo Pérsico, tais como a Arábia Saudita, o Qatar ou os Emirados Árabes Unidos, independentemente de outros apoios prestados, não participam no esforço internacional de acolhimento de refugiados.
Os refugiados não são pobres. O conceito de refugiado não tem correlação com a eventual caraterização dessas pessoas como pobres ou com determinado rendimento. Os critérios aplicáveis são outros, diversos. Tomando como exemplo a Síria, na verdade não é um país rico, nem um país pobre. Atendendo apenas a um indicador nº de telemóveis por habitante- na Síria, de acordo com o CIA World Fact Book, em 2014, a relação telemóveis/pessoas era de 8,7 telemóveis por cada 10 pessoas. No Egito esta relação é de 11 por cada 10. Em Portugal existem 15 telemóveis por 10 pessoas. Estes surgem como uma ferramenta que pode ajudar nos percursos, acedendo a mapas, respostas existentes nos vários territórios, horários de transportes e no contato com as famílias e amigos, muitas vezes tão divididos geograficamente.
Os refugiados poderão ser um peso demográfico e social. A Alemanha tem surpreendido os europeus. As suas posições generosas, de abertura de fronteiras, contrastam com as reticências ou entraves colocados por muitos outros Estados da União Europeia. Várias explicações têm sido avançadas para esta generosa política de acolhimento. Uma das explicação, frequentemente apontada, sugere, mais pragmaticamente, razões económicas e demográficas. A primeira economia da Europa, com uma taxa de desemprego de apenas 6,4% e uma população a envelhecer, precisa desta mão-de-obra e vai precisar mais ainda dentro de alguns anos.
Em Portugal, em 2012, o saldo natural era de -17,8 milhares de pessoas (diferença entre o total de nascimentos e o total de óbitos) e o saldo migratório de -37,3 milhares de pessoas ( diferença entre a imigração (entrada) e a emigração (saída). O índice de envelhecimento (idosos por cada 100 jovens), no mesmo período, era de 129,4.
LINKS ÚTEIS ACNUR (www.acnur.org) Alto Comissariado para as Migrações (www.refugiados.acm.gov.pt) Autoridade para as Condições de Trabalho (www.act.gov.pt) Conselho Português para os Refugiados (www.cpr.pt) Direção-Geral da Educação (www.dge.pt) / refugiados@dge.mec.pt Direção-Geral da Saúde (www.dgs.pt) Instituto da Segurança Social (www.seg-social.pt) Instituto do Emprego e da Formação Profissional (www.iefp.pt) Plataforma de Apoio aos Refugiados (www.refugiados.pt) Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (www.sef.pt) Serviço Jesuíta aos Refugiados (jrsportugal.pt) http://nutrimento.pt/