INAG INSTITUTO DA ÁGUA PLANO DE ORDENAMENTO DA ALBUFEIRA DE SANTA CLARA DISCUSSÃO PÚBLICA DO PLANO 4ª FASE RELATÓRIO DE PONDERAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES

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Transcrição:

INAG INSTITUTO DA ÁGUA PLANO DE ORDENAMENTO DA ALBUFEIRA DE SANTA CLARA 4ª FASE RELATÓRIO DE PONDERAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES T351.4.2 DEZEMBRO, 2006

INAG INSTITUTO DA ÁGUA Projecto Co-Financiado pelo FEDER 4ª FASE RELATÓRIO DE PONDERAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES T351.4.2 DEZEMBRO, 2006

INAG INSTITUTO DA ÁGUA PROJECTO DO PLANO DE ORDENAMENTO DA ALBUFEIRA DE SANTA CLARA 3ª FASE VOLUME 3 ESTRUTURA DO TRABALHO T351.3.2 1ª Fase Levantamento da Situação Actual e Caracterização Preliminar da Situação de Referência 2ª Fase Estudo de Caracterização da Situação de Referência e Pré-Proposta de Ordenamento 3ª Fase Projecto do Plano de Ordenamento da Albufeira de Santa Clara Volume 1 Estudos de Caracterização Física, Ecológica, Económica e Urbanística que fundamentam a solução proposta Volume 2 Relatório Volume 3 Programa de Execução Volume 4 Regulamento 4ª Fase Discussão Pública do Plano

INAG INSTITUTO DA ÁGUA 4ª FASE T351.4.2 RELATÓRIO DE PONDERAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES ÍNDICE DE TEXTO 1. INTRODUÇÃO...1 2. METODOLOGIA...3 3. ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES NO PROCESSO DE DISCUSSÃO PÚBLICA...5 3.1. Caracterização dos Intervenientes...5 3.2. Análise das Reclamações...6 3.3. Avaliação e ponderação das participações...9 i

INAG INSTITUTO DA ÁGUA 4ª FASE T351.4.2 RELATÓRIO DE PONDERAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES 1. INTRODUÇÃO No âmbito do Plano de Ordenamento da Albufeira de Santa Clara (POASC) e tal como previsto na legislação em vigor, decorreu o processo de discussão pública do projecto apresentado entre 21 de Agosto e 29 de Setembro de 2006. Nesse período estiveram disponíveis para consulta os seguintes documentos: Volume 1 Estudos de Caracterização Física, Ecológica, Económica e Urbanística que fundamentam a solução proposta; Volume 2 Relatório; Volume 3 Programa de Execução; e Volume 4 Regulamento, que inclui a Planta de Condicionantes e a Planta de Síntese. Os documentos acima listados ficaram patentes para consulta nos seguintes locais: INAG Instituto da Água CCDR Alentejo Câmara Municipal de Odemira; Junta de Freguesia de Santa Clara a Velha; Junta de Freguesia de São Martinho das Amoreiras; 1

Câmara Municipal de Ourique; Junta de Freguesia de Ourique; Junta de Freguesia de Santana da Serra. Foi ainda possível a consulta do plano através do site do Instituto da Água (www.inag.pt) No decurso do processo de discussão pública, realizaram-se duas sessões públicas de esclarecimentos, nomeadamente: no dia 19 de Setembro de 2006, às 18h30m, no Pavilhão de Santana da Serra; e no dia 28 de Setembro de 2006, às 18h30m, na Casa do Povo de Santa Clara a Velha Essa sessão iniciou-se por uma apresentação sumária sobre o processo de desenvolvimento do POASC, tendo sido em seguida feita uma apresentação do Plano por parte da equipa que desenvolveu os estudos. Em seguida, procedeu-se a um debate onde foram prestados todos os esclarecimentos solicitados. A sessão culminou com um convite a todos os presentes, para que apresentassem por escrito todas as reclamações que considerassem convenientes. No seguimento da sessão pública de esclarecimentos foram apresentadas 32 reclamações, pertencentes a 13 intervenientes distintos (ver ANEXO I). Ainda na sequência do processo de discussão pública, surge o presente relatório, o qual tem como objectivo analisar as várias intervenções/participações apresentadas por escrito, e definir quais os ajustamentos que o POASC deverá ter em resultado da consulta pública. O presente relatório deverá ainda ser encarado como uma ferramenta a fornecer ao INAG, para que esta instituição possa dar uma resposta expedita a todas as reclamações apresentadas. Assim, no capítulo 2 é apresentada a metodologia utilizada na sistematização e análise das reclamações recebidas; e no capítulo 3 apresenta-se uma análise das diversas intervenções e a descrição das alterações ao Plano. 2

2. METODOLOGIA A metodologia utilizada na análise das participações apresentadas no decurso do processo de discussão pública possuiu três fases distintas: 1ª FASE Caracterização dos vários intervenientes com indicação do nome, morada e contactos e identificação/análise das participações apresentadas, de modo a classificá-los em diferentes categorias, relativamente ao tipo de entidade reclamante, à área de incidência da participação, e ao tipo de participação, de acordo com as categorias que se indicam em seguida: Tipo de Entidade Reclamante e sua ligação à albufeira: Abaixo Assinado Associação Câmara Municipal Clube Junta de Freguesia Outros Organismos Particular Colectivo Particular Individual Proprietário/Investidor Localização espacial da reclamação: Área de intervenção; Área de Intervenção + Zona terrestre para além dos 500 metros; Bacia hidrográfica; Zona de Protecção Plano de água; Zona de Protecção + Plano de Água; Zona terrestre para além dos 500 metros. Tipo de participações: Reclamações; Questões; Indicações de correcções ao Plano 2ª FASE Criação de uma ficha de intervenção, associada a uma base de dados, que concentra toda a informação referente a cada interveniente no processo. Cada ficha de intervenção encontra-se organizada em dois temas: Identificação do Reclamante: Referência; Tipologia do Reclamante; Nome; Morada; Código Postal; Concelho; e Telefone/Telemóvel/Telefax/E-mail; 3

Enquadramento e Análise: Nº do comentário; Participação - onde se sintetizam os principais aspectos da participação recebida; Comentário - onde se apresenta uma justificação ou resposta à participação recebida; e Observações - onde se indica se a pretensão foi deferida, parcialmente diferida ou não. 3ª FASE Formulação de respostas e respectiva justificação, permitindo uma resposta personalizada para cada tipo de reclamação, informando da aceitação ou rejeição dos comentários e/ou sugestões apresentados por cada interveniente no processo, após avaliação das alterações possíveis a introduzir no POASC, no caso de determinadas reclamações serem aceites. 4

3. ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES NO PROCESSO DE DISCUSSÃO PÚBLICA 3.1. Caracterização dos Intervenientes O processo de discussão pública do Plano de Ordenamento da Albufeira de Santa Clara envolveu 13 participantes, correspondendo no total a 32 reclamações. Verifica-se através da análise da Figura 1 que a maior percentagem (38%) de participantes no processo de discussão pública reside no concelho de Lisboa, logo seguido de Odemira (30%) que é o principal concelho abrangido pelo POASC LISBOA ODEMIRA SANTIAGO DO CACÉM ODIVELAS OURIQUE SEM MORADA Figura 1 Participantes por concelho de residência. Relativamente ao tipo de entidade participante (Figura 2) destaca-se a participação de particulares investidores com 46%, seguido de associações com 24%, particulares individuais com 15% e Câmara Municipal também com 15%. PROPRIETÁ RIO/INV ESTIDOR CÂMARA MUNICIPAL PARTICULAR INDIVIDUAL ASSOCIAÇÃO Figura 2 Tipo de entidade participante. 5

Uma característica comum à maioria dos intervenientes que são proprietários/investidores é que residem em Lisboa (67%), ou seja apenas dois dos seis proprietários que são investidores locais residem num dos concelhos abrangidos pelo POASC, nomeadamente Odemira. LISBOA ODEMIRA Figura 3 Relação entre o concelho de residência dos intervenientes no processo de discussão pública que são proprietários/investidores. 3.2. Análise das Reclamações As participações apresentadas incidem tanto na Zona de Protecção (44%) como no Plano de Água (40%). Apenas 10% correspondem a participações relativamente a ambas as áreas e 6% não correspondem a nenhuma uma vez que se tratam de indicações de correcções aos textos apresentados no Plano. 14 12 10 8 6 4 2 PLANO DE ÁGUA ZONA DE PROTECÇÃO ZONA DE PROTECÇÃO/PLANO DE ÁGUA NENHUMA 0 PLANO DE ÁGUA ZONA DE PROTECÇÃ O ZONA DE PROTECÇÃ O/PLANO DE ÁGUA NENHUMA Figura 4 Localização da reclamação na área abrangida pelo POASC. As participações apresentadas incluem fundamentalmente reclamações (69%). São também apresentadas algumas questões (25%), e finalmente 6% correspondem a indicações de correcções aos textos apresentados no Plano. 6

25 20 15 10 5 0 CORRECÇÃO QUESTÃO RECLAMAÇÃO Figura 5 Tipo de participação. Relativamente ao conteúdo das Reclamações, verifica-se que algumas delas são apenas observações relativamente às utilizações do plano de água, e para as quais o reclamante dá de um modo geral sugestões de implementar mais fiscalização. Descrevem-se em seguida esse tipo de observações: Débito indiscriminado de grandes volumes de água pelo canal de rega da albufeira para permissão de projectos marginais e o descontrolo no fornecimento de água para rega; Circulação abusiva de motos de água; Falta de controlo sobre a actividade piscatória, especialmente na época de defeso, com consequências a nível das existências de exemplares, especialmente de achigã; Abatimento e recolha de árvores mortas dentro da albufeira quando o plano de água está muito baixo; Uso de isco de carne e peixe em decomposição; As pessoas que estão a edificar na orla da albufeira retiram as lajes das antigas construções submersas. De entre o grupo das reclamações, são também apresentadas algumas observações que poderão de certa forma serem consideradas reclamações relativamente a nível de desenvolvimento do plano, ou a matérias que não fazem parte do âmbito do POASC, ou ainda a situações que resultam de interpretações erradas dos vários documentos que compõem o POASC. Descrevem-se em seguida esse tipo de observações: Foi deixada de parte a possibilidade de alojamento/parqueamento de autocaravanas, o que representa um movimento importante, principalmente na época baixa; 7

O regulamento é omisso relativamente às características da sinalética de segurança, proibição e condicionamentos da envolvente dos órgãos de segurança e exploração da albufeira incluindo o plano de água; No relatório de caracterização a qualidade da água é avaliada com base num único ponto de amostragem, o que é insuficiente para a dimensão da albufeira; não há qualquer referência à Lei da água ou à qualidade ecológica, para além de não serem planeadas acções para o cumprimento da directiva da água; O aumento significativo do nº de camas contribui para o agravamento da qualidade da água da albufeira, uma vez que as infra-estruturas de tratamento de água para consumo não estão a garantir uma boa qualidade de tratamento; Não está calculado nenhum valor para caudais ecológicos, nunca se falando dos impactes da barragem a jusante e no estuário que é deficitário em água doce. Ainda relativamente às reclamações, e entendidas como reclamações, são referidos dois pontos principais, que estão relacionados entre si, nomeadamente: 1) É reclamada a discrepância que existe na distribuição pelos municípios das áreas com vocação para a instalação de novos empreendimentos turísticos - Odemira (5) e Ourique (2); 2) É reclamada por proprietários/investidores a possibilidade de instalar novos empreendimentos turísticos em zonas não consideradas no Plano e das quais são proprietários. Este tipo de reclamação é apresentada por 3 proprietários, e ainda indirectamente pela Câmara Municipal de Ourique, referenciando dois dos proprietários que reclamaram. Neste âmbito, são ainda apresentadas duas reclamações relativamente à possibilidade de ampliação de infra-estruturas turísticas existentes, nomeadamente: 1) A Pousada de Santa Clara; e 2) A Quinta do Barranco da Estrada. Como reclamação há ainda a referir a objecção apresentada por um participante relativamente à instalação de um parque de campismo. No que diz respeito ao grupo de participações incluídas na categoria de Questões, para além de algumas questões individuais e muito personalizadas tais como: Qual o limite de velocidade e de potência de motor para as embarcações com motor a 4 tempos?; Porque é que as zonas destinadas a empreendimentos turísticos estão localizadas fora da REN e se têm as mesmas possibilidades que a Quinta do Barranco da Estrada? 8

Que infra-estruturas podem ser instaladas na Zona Reservada uma vez que o termo edifício não está definido? Será possível montar uma tenda junto à sua casa que está legalizada e com saneamento básico? Qual a tramitação a ter em conta para a concessão de áreas turísticas de apoio à utilização do plano de Água? Se a interdição de lavagens de embarcações se refere a todo o tipo de lavagens, ou apenas a lavagens com produtos que possam prejudicar o ambiente? foram apresentadas por mais do que um participante questões relativamente a: 1) Possibilidade de serem feitas captações de água no Plano de Água; 2) Possibilidade de serem instalados pontões privativos ou manter os que já têm. No que diz respeito ao grupo de participações incluídas na categoria de Correcções foram dadas duas indicações relativamente a correcções que deverão ser feitas aos textos dos documentos que integram o Plano nomeadamente: No Regulamento, Artigo 12º, ponto 6, quando se refere aos pontos 5 e 6 deverá ser os pontos 4 e 5; No Vol. 1 onde se refere "a Quinta do Barranco da Estrada não se encontra devidamente licenciada pela DGT, deverá ser: a Quinta do Barranco da Estrada encontra-se devidamente licenciada, como hospedaria pelo Município de Odemira, no âmbito do Regulamento de Instalação, Exploração e Funcionamento dos Estabelecimentos de Hospedagem, e não requer licenciamento por parte da DGT. 3.3. Avaliação e Ponderação das Participações A avaliação e ponderação das participações recebidas teve em consideração os pressupostos de base definidos para o Plano e a sua filosofia de desenvolvimento, resultado dos estudos que foram desenvolvidos previamente, nomeadamente os Estudos de Base de caracterização da área de intervenção do POASC nas suas componentes ambientais, sociais, patrimoniais e económicas, bem como a avaliação da procura potencial/expectativas existentes e a avaliação da capacidade de suporte do meio. Tomando então como principais referências que: A qualidade ambiental desta albufeira e sua zona marginal é um factor determinante na proposta de ordenamento prevista, merecendo especial referência a salvaguarda da qualidade da água; O tipo de turismo a implementar deverá ser de qualidade, e com baixa capacidade de carga; 9

foram a analisadas e ponderadas as reclamações apresentadas. Em resultado do exposto temos que: As áreas destinadas aos novos empreendimentos turísticos serão mantidas, ficando a possibilidade de reabilitação/reconversão/ampliação das construções existentes nos seguintes termos: Será admitida a reabilitação/reconversão/ampliação das construções existentes para usos turísticos, nomeadamente Turismo Rural, Agroturísmo ou Casas de Campo, caso se localizem fora da Zona Reservada, e desde que não ultrapassem no seu conjunto o número máximo de 150 camas. Nesta situação ficarão incluídos dois dos participantes que apresentaram uma reclamação a solicitar a possibilidade de instalar novos empreendimentos turísticos na sua propriedade, ficando assim em parte deferida a sua solicitação. O outro participante não terá possibilidade de ver considerada a sua solicitação face à sua localização, tendo-se apresentado a seguinte justificação: A dimensão e distribuição das zonas turísticas teve em consideração a capacidade de carga da zona de protecção (faixa dos 500 m) e do plano de água. De acordo com o zonamento previsto, a zona mais a jusante da albufeira, e para a qual é apresentada esta pretensão, terá uma grande carga turística atendendo às várias infra-estruturas que estão previstas aí instalar. Numa extensão de cerca de 2 km de margem estão concentrados 2 dos 3 núcleos de apoio à utilização do plano de água, sendo um deles (núcleo 1) o maior polo de desenvolvimento previsto, com várias infra-estruturas associadas, entre as quais um parque de campismo, já previsto à vários anos decorrente de um acordo estabelecido entre o INAG e a Câmara Municipal de Odemira (constante na carta de Ordenamento do PDM). Acresce o facto de nesta zona já existir uma infra-estrutura turística, nomeadamente a Pousada de Santa Clara. Em virtude do exposto considera-se que esta zona não comporta mais infra-estruturas turísticas. Relativamente à reclamação que mais foi apresentada, nomeadamente: desproporcionalidade entre as áreas com vocação turística atribuídas a Ourique e a Odemira, com desfavorecimento da primeira; foi dada a seguinte justificação: Na distribuição pelos municípios das áreas com vocação para a instalação de novos empreendimentos turísticos foi tido em consideração a dimensão do plano de água em cada um dos concelhos. Acresce o facto de que na zona mais próxima da barragem, onde se encontra a maioria das áreas com vocação para a instalação de novos empreendimentos turísticos, a variação do plano de água faz-se sentir com menor intensidade e a acessibilidade está mais facilitada. Ainda no que diz respeito aos empreendimentos turísticos, e mais concretamente no que diz respeito à ampliação das infra-estruturas existentes, foi tomada a posição de permitir eventuais ampliações caso os 10

edifícios já existentes se localizassem fora da zona reservada, e até ao limite máximo de 60 camas, que foi considerada a dimensão máxima para todas as unidades turísticas que venham a ser instaladas. Esta decisão levou à possibilidade da Pousada de Santa Clara ser ampliada até 60 camas (+ 24 camas), ou seja, a sua solicitação ficou em parte deferida, já que o pedido efectuado era relativo a uma ampliação em mais 60 camas. Já no que diz respeito à Quinta do Barranco da Estrada, a solicitação não foi atendida uma vez que as construções existentes se localizam na Zona Reservada. De modo a não comprometer a utilização do plano de água e margens, e a salvaguardar a utilização abusiva das mesmas, não serão admitidas captações de água no plano de água e a utilização/instalação de pontões privados é autorizada nos seguintes termos: É permitida aos proprietários dos terrenos confinantes com o plano de água e com habitação devidamente legalizada, a instalação de pontões flutuantes privativos com dimensão máxima de 6 m x 3 m. Em cada uma das zonas do plano de água adjacentes às áreas com vocação para a instalação de novos empreendimentos turísticos é permitida a instalação de pontões flutuantes com capacidade máxima para 6 embarcações. Os pontões referidos nos pontos 4 e 5 têm que ser amovíveis e em madeira ou outro material de boa qualidade e baixa reflexão, de modo a permitir um bom enquadramento paisagístico, e terão que ser objecto de licença pela entidade competente. Em síntese, e tendo em consideração as várias reclamações apresentadas, considerou-se adequado rever a Planta de Síntese, passando a estar identificada a Pousada de Santa Clara como Empreendimento Turístico existente (Pousada de Santa Clara) e a não estarem referenciadas quais as construções existentes com potencialidades de reabilitação/reconversão/ampliação para usos turísticos, nomeadamente Turismo Rural, Agroturísmo ou Casas de Campo. Relativamente ao texto do Regulamento foram consideradas as seguintes alterações: No Artigo 13º relativo às actividades interditas foi incluída uma alínea com o seguinte conteúdo: A pesca com recurso à utilização de engodos ; No Artigo 8º, os pontos 4 e 6 foram eliminados, passando o Artigo 25º, ponto 7 a ter a seguinte redacção: Será admitida a reabilitação/reconversão/ampliação das construções existentes para usos turísticos, nomeadamente Turismo Rural, Agroturísmo ou Casas de Campo, caso se localizem fora da Zona Reservada, e desde que não ultrapassem no seu conjunto o número máximo de 150 camas., tendo ainda sido incluído um ponto (ponto 8) com a seguinte redacção: Será permitida a ampliação do empreendimento turístico existente devidamente assinalado na Planta de Síntese (Pousada de Sta. Clara), até um máximo de 60 camas, mantendo a actual classificação turística. 11

Por último importa referir que as duas correcções indicadas, e já descritas anteriormente, foram devidamente contempladas. Como conclusão final, e tendo por base os elementos decorrentes da Consulta Pública, em que o número de reclamações não foi significativo, podemos afirmar que o Plano de um modo geral se ajustou às expectativas existentes. 12