A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM COM OS FAMILIARES DE PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES (2012) 1 CASARIN, Juliana Trevisan ² ; DANIEL, Luanne Bolzan 3 ; LUCIO, DIRCE 4 ; MARTINS, ELENICE 5 ; MARINHO, MARA GLARETE 6 ; GRACIOLI, MICHELLE 7 1 Trabalho de Pesquisa do Projeto de Extensão Promovendo Saúde e Qualidade de Vida no grupo Coração Amigo - UNIFRA 2 Acadêmica do 7 semestre do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: jtrevisancasarin@yahoo.com.br 3 Acadêmica do 7 semestre do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: luanne.enf@gmail.com 4 Docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA 5 Docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA 6 Docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA 7 Docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA RESUMO As doenças cardiovasculares, no contexto da saúde mundial, destacam-se pelos seus elevados índices de morbidade e mortalidade, em função disso os pacientes e seus respectivos familiares ficam sensibilizados e apreensivos com a evolução do tratamento. Neste contexto, objetivou-se entender a importância das relações entre a equipe de enfermagem e os familiares dos pacientes portadores de doenças cardiovasculares, possibilitando que esta relação seja íntegra e humanizada. Trata-se de uma revisão teórica de caráter qualitativo. Acredita-se que os profissionais, assim como os gestores de saúde, precisam agir focados na orientação, educação e apoio às pessoas e às famílias para que elas estejam preparadas para prevenir e enfrentar a situação crônica da saúde. Palavras-chave: enfermagem; doenças cardiovasculares; familiares. 1. INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares, no contexto da saúde mundial, destacam-se pelos seus elevados índices de morbidade e mortalidade, em função disso os pacientes e seus respectivos familiares ficam sensibilizados e apreensivos com a evolução do tratamento. A relação da equipe de Enfermagem com os familiares dos pacientes hospitalizados pode ser complicada de início, porem é de suma importância para sua recuperação. Segundo Damas (2004), o enfermeiro tem o compromisso e a obrigação de incluir as famílias nos cuidados de saúde, uma vez que o paciente tem a probabilidade de responder melhor ao tratamento quando a equipe de saúde e os seus familiares trabalham juntos, considerando assim uma assistência centrada na família como parte integrante da prática de enfermagem. 1
Para Pinho e Kantorski (2004) o enfermeiro para interagir com o grupo familiar, que sofre com a doença de seu parente, deve primeiramente, respeitar sua intersubjetividade e visões do mundo. O cuidado complexo envolve necessidades biopsicossociais, espirituais e afetivas e está diretamente relacionado ao processo de comunicação entre o enfermeiro e o cliente. Através disso, para haver o cuidado eficaz, ambos os sujeitos precisam entender os sinais que determinam as relações interpessoais, seja pelos gestos, expressões ou palavras, estes três sinais são essenciais para se instituir a assistência de enfermagem humanizada que é o grande fator positivo na relação equipe, paciente e família. Para que a atuação de enfermagem seja efetiva, junto aos pacientes portadores de doenças cardiovasculares, é necessário que o profissional procure adotar uma abordagem de saúde abrangente, que envolva a perspectiva do paciente sobre sua saúde, buscando a compreensão do que significa para o indivíduo tal doença e conhecendo como ele e sua família respondem à doença, como sentem, abordam e adaptam-se aos sintomas, constituindo uma visão profunda do cuidado de enfermagem. Sendo assim é importante que o enfermeiro instigue junto ao familiar e ao paciente portador da doença, o que eles sabem sobre a doença, o que para eles significa adoecer do coração, quais suas perspectivas, e principalmente, como o paciente deve conviver com as novas condições impostas pela doença, favorecendo assim que os familiares elaborem estratégias para manutenção e melhoria da qualidade de vida do portador da doença. Matsuda et al(2003) nos traz que o inter-relacionamento e a comunicação entre o enfermeiro- cliente-familiar favorece a qualidade de vida de todos, é tão ou mais importante que a assistência técnica cientifica e que os pacientes só conseguem suportar longos períodos de internação pela atenção dada a eles. Se a essência da enfermagem é o cuidar, este cuidado deve ser realizado de forma humanizada, sistematizada e holística. A partir disso, é fundamental que tanto pacientes quanto familiares tenham compreensão do significado da enfermidade e aprendam a conviver com ela, sabendo quais serão os ganhos e perdas diante das suas decisões. Desta forma o objetivo do presente estudo é entender a importância das relações entre a equipe de enfermagem e os familiares dos pacientes portadores de doenças cardiovasculares, possibilitando que esta relação seja íntegra e humanizada. 2. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão teórica de caráter qualitativo. Optou-se pelo método qualitativo porque se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, dos sentimentos e pensamentos (MINAYO, 2008). 2
Os critérios de inclusão foram: artigos na temática sobre a importância da relação da equipe de enfermagem com os familiares de pacientes portadores de doenças cardiovasculates, com resumo completo disponível em suporte eletrônico, nos idiomas português, inglês e espanhol, no período compreendido entre 2002-2012. Os critérios de exclusão: artigos com resumo incompleto ou sem resumo disponível on line. O estudo foi realizado em agosto de 2013, através de pesquisas sistemáticas, em artigos, periódicos via internet, no site da Biblioteca Virtual da Saúde, onde foram selecionados 11 artigos, entre o ano de 2002 a 2012. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES As doenças cardiovasculares constituem motivo de preocupação para os profissionais de saúde, seja por seus aspectos limitantes, pelas conseqüências de seu tratamento, ainda que ambulatorialmente, pelo desgaste e sofrimento da pessoa acometida, seja pelo fato de que, grande parte dos recursos financeiros e humanos dos serviços públicos, em função da demanda, priorize atividades de cunho curativo e de reabilitação, ao invés de ações preventivas e de promoção da saúde. Por outro lado, no contexto atual da assistência à saúde, as famílias têm assumido uma parcela considerável de responsabilidade na prestação do cuidado à saúde de seus membros, especialmente àqueles com problemas crônicos, arcando com a continuidade do cuidado até a completa recuperação do familiar ou, quando esta não é possível, com a condição crônica da doença e suas conseqüentes seqüelas. Wright (2002) refere que o impacto da doença sobre a família e a influência da interação familiar sobre a sua causa, a resposta ao tratamento e sua cura tem obrigado as equipes de saúde a repensar a inclusão das famílias nos cuidados de saúde. O processo de hospitalização, que o cliente e sua família estão vivenciando pode resultar em estresse e sofrimento, nesta hora a comunicação se torna essencial como um cuidado na sua assistência, e o enfermeiro tem a obrigação de incluir as famílias nos cuidados de saúde. A equipe de enfermagem deve estabelecer uma relação que ultrapasse o cuidado físico, favorecendo a recuperação do cliente com qualidade, e para que isto aconteça é preciso que haja o diálogo entre os profissionais da saúde, o paciente e suas famílias o que favorece uma relação de confiança e a obtenção de bons resultados para a assistência com qualidade, possibilitando um vinculo entre quem cuida, a família e quem é cuidado. Deve haver também uma resolutividade nas ações de enfermagem com enfoque nas necessidades humanas básicas. Segunda Casanova et al (2009), em um estudo realizado, verificou-se que durante a visita dos enfermeiros e dos médicos percebeu-se que freqüentemente a família não sabe portar-se, pois ficam receosos de tocar em seus entes que estão hospitalizados, com medo 3
de tocar nos fios, aparelhagens entre outros, dessa forma a equipe de saúde, principalmente a enfermagem deve preparar os familiares e amigos para quando encontrarem o paciente, informando como este pode estar, que tipo de drenos, sondas ele estará usando e também ensiná-los sobre as rotinas da unidade e do hospital. Neste sentido o diálogo, a interação entre a família o paciente e a equipe se torna essencial para um cuidado efetivo, desde o momento da admissão, durante toda a permanência do paciente na unidade, até o planejamento da alta, com orientações importantes de como o indivíduo poderá se adaptar a vida diária sem traumas. 4. CONCLUSÃO Percebemos ao longo deste estudo, a importância de um vínculo entre a equipe de enfermagem e os familiares de pacientes portadores de doenças cardiovasculares, visto também que os profissionais de saúde precisam começar a enxergar novas possibilidades de atuação, refletindo, inclusive, sobre o tipo de assistência a ser prestada à família - uma assistência que seja articulada com o viver e os desejos e necessidades da família; uma assistência que priorize o papel da família enquanto co-participante do processo de cuidar e não de mera executora de ordens; uma assistência que possa ajuda-la, também, no desempenho desta importante tarefa que é cuidar da saúde e zelar pelo bem-estar de seus membros. A partir disso, deve-se existir uma assistência que permita às famílias experienciarem a sensação real de não estarem sós no enfrentamento de seus problemas cotidianos, pois o acúmulo destes problemas pode resultar em doença e nas suas mais diversificadas manifestações. Neste sentido, os profissionais, assim como os gestores de saúde, precisam se conscientizar sobre a necessidade de um agir focado na orientação, educação e apoio às pessoas e às famílias para que elas estejam preparadas para prevenir e enfrentar a situação crônica da saúde. 4
REFERÊNCIAS CASANOVA, EG; LOPES, GT. Comunicação da Equipe de Enfermagem com a família do paciente. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasilia 2009 nov-dez; 62(6):831-6. DAMAS, KCA; MUNARI, DB; SIQUEIRA KM. Cuidando do cuidador: reflexões sobre o aprendizado dessa habilidade. Revista eletrônica enfermagem [ Periodico on line] 2004; 6:2. Disponível em: HTTP:// WWW.fen.ufg.br [21/05/2005]. MATSUDA, LM; SILVA, N; TISOLIN, NA. Humanização da assistência de enfermagem: estudo com clientes no período pos internação de uma UTI adulto. Acta Scienti Arum Health Sciences 2003;25:163-70. MINAYO, MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11ª ed. São Paulo: Hucitec; 2008. p.35, 57. PINHO, LB; KANTORSKI, LP. Relacionamento terapêutico enfermeiro e familia do paciente internado em uma unidade de emergência. Revista tec-cient Enferm.2004;2 (7):6-11. WRIGHT, LM; LEAHEY, M. Enfermeiras e famílias - um guia para avaliação e intervenção na família. São Paulo: Roca; 2002. 5