Pró-Reitoria de Graduação Curso Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso

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Transcrição:

Pró-Reitoria de Graduação Curso Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTO E INTERESSE: DOS FUTUROS PROFISSIONAIS DE EDUCACAO FÍSICA E A INCLUSÃO DE PACIENTES DE ESCLEROSE MÚLTIPLA Autor: Douglas Conceição Donato Orientador: MSc. Areolino Afonso Ribeiro Universidade Católica de Brasília DOUGLAS CONCEIÇÃO DONATO TITULO: AVALIACAO DE CONHECIMENTO E INTERESSE: OS FUTUROS PROFISSIONAIS DA EDUCACAO FISICA E A INCLUSAO DE PORTADORES DA ESCLEROSE MULTIPLA Brasília - DF 2011

Artigo apresentado ao curso de graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título em Licenciatura em Educação Física. Orientador: MSc. Areolino Afonso Ribeiro Brasília 2011

1 INTRODUÇÃO Este trabalho trata de um assunto de ordem médico-social de suma importância para a sociedade: a Esclerose Múltipla E.M., a qual tem se manifestado em boa parte da população e ainda não é conhecida o suficiente para que determinadas classes profissionais possam se interessar em participar ou incluir os pacientes dessa disfunção em suas atividades. A relevância do tema é facilmente justificada, pois de acordo com o referencial teórico apresentado, a prática de atividades físicas proporciona um grande salto na qualidade de vida das pessoas que possuem doenças degenerativas. Sendo assim, nada mais necessário que se proponha ao profissional de Educação Física E.F. um cenário de inclusão dessas pessoas. Este breve esforço literário apresenta a intenção prestar informações acerca do tema, avaliar a questão e incentivar os futuros profissionais de E.F. a se aprofundarem no assunto. Pretende-se, também, defender que a E.M. seja incluída como mais uma vertente a ser trabalhada pelos profissionais de E.F. e ressaltar a importância disso para a sociedade. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Entre as várias doenças relacionadas ao sistema nervoso central, a Esclerose Múltipla é a mais conhecida pela população. Segundo o MSIF 1, a E.M. é uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central, este compreendido pelo cérebro e pela medula espinhal. É uma doença crônico-degenerativa, inflamatória e desmielinizante. A mielina é a substância gorda que isola os nervos, agindo como a cobertura de um fio elétrico e permitindo ao nervo a transmissão de impulsos rapidamente. A transmissão de impulsos pelo nervo é fundamental para a qualidade de vida do ser humano, pois está diretamente relacionada à mobilidade exigida para a realização das tarefas mais comuns às pessoas. De acordo com Moreira 2, in verbis, a perda de mielina é um processo que resulta numa vasta gama de deficiências neurológicas cujos sintomas afetam o funcionamento motor, sensorial e psicológico do paciente. A E.M. se manifesta silenciosamente e de formas variadas. Por causa dessa natureza, se torna muito difícil diagnosticá-la através de aspectos clínicos perceptuais. A partir de Kalb 3 podemos entender que a característica mais previsível da Esclerose Múltipla é o fato de ser imprevisível. Não existem dois portadores da doença que apresentem as mesmas evolução e trajetória. Cada indivíduo sofre variações ao longo do desenvolvimento da doença, de forma particular. 1 MSIF, Multiple Sclerosis International Foundation (Fundação Internacional de Esclerose Múltipla). Disponível em: http://www.msif.org. 2 MOREIRA, M. A.; FELIPE, E.; MENDES, M. F.; TILBERY, C. P. Esclerose Múltipla: estudo descritivo de suas formas clinicas em 302 casos. Arquivo Neuropsiquiar 2000; 58:460-466. 3 KALB, R. C. Esclerose Múltipla: perguntas e respostas. São Paulo: Atlas, 2000.

A despeito disso, é importante destacar que existem sintomas comuns e algumas variáveis que podem indicar a manifestação da doença. A idade do aparecimento dos sintomas e o sexo, por exemplo, podem ser indicadores da evolução da doença em longo prazo. Segundo KURTZKE 4, a E.M. se inicia habitualmente em crianças do sexo feminino de etnia branca, com idades entre oito e dezoito anos. As principais variáveis que indicam a manifestação da E.M. em pacientes podem ser divididas em duas vertentes, psicomotoras e psicossociais. De acordo com O CONNOR 5 : Os domínios mais frequentemente comprometidos são o funcionamento executivo, a memória episódica e a função motora das mãos. Já do ponto de vista psicossocial, além dos sintomas de estresse e de depressão, a fadiga é sintoma prevalente em mais de dois terços dos pacientes, o que agrava potencialmente as incapacidades observadas. A ABEM 6 lista os sintomas mais comuns apresentados pelos pacientes da E.M., os quais estão relacionados a alterações da visão, problemas de equilíbrio e coordenação, espasticidade, alterações da sensibilidade, discurso anormal, fadiga, problemas da bexiga e dos intestinos, sexualidade e intimidade, sensibilidade ao calor, alterações emocionais e cognitivas. A rapidez na percepção dos sintomas é fundamental. O diagnóstico e o tratamento precoces da E.M. devem ser encorajados para que se mantenha a qualidade de vida dos pacientes em níveis aceitáveis. Não existe cura, mas existem tratamentos que podem agir de forma a controlar a evolução da doença. Segundo o MSIF 7, in verbis, medicamentos como o beta interferon podem retardar a progressão da incapacidade assim como reduzir a gravidade e frequência das exacerbações. Mas, para além dos medicamentos, a prática de atividades físicas auxilia o tratamento dos sintomas e tem ganhado cada vez mais espaço. Autores como MATSUDO 8, afirmam que a prática de atividade física é importante tanto preventivamente quanto na promoção da saúde e da qualidade de vida, principalmente em pacientes de doenças crônico-degenerativas. Seguindo essa mesma linha de pensamento, mais autores relacionam a pratica da atividade física com o retardamento e reversão de condições médicas existentes. Bem assim afirma GALLO 9 quando dispõe que a atividade física é um dos processos biológicos mais 4 KURTZKE, J. F.; BEEBE, G. W.; DAGLER, B. et al. Studies on the natural history of multiple sclerosis: clinical and laboratorial findings at first diagnoses. Acta Neurol Scand 1972; 48:19-46. 5 O CONNOR, P. Key issues in the diagnosis and treatment of sclerosis: an overview. NEUROLOGY, 59,1-33, 2002. 6 ABEM - Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. Disponível em: http://www.abem.org.br. 7 MSIF, Multiple Sclerosis International Foundation (Fundação Internacional de Esclerose Múltipla). Disponível em: http://www.msif.org. 8 MATSUDO, S. M. Atividade física na promoção da saúde e qualidade de vida no envelhecimento. Revista Brasileira Educação Física Especial, São Paulo, v. 20, n. 5, p. 135-137, set. 2006. 9 GALLO JR., L. et all. Atividade física: remédio cientificamente comprovado?. A terceira idade, Editora SESC, ano VI, n. 10, 1995.

complexos de que se tem conhecimento, podendo ser usado como procedimento hábil no retardamento e até mesmo reversão do processo patológico em andamento. FORTI e CHACON-MIKAHIL 10 complementam afirmando que a prática de atividade física, obedecendo a determinados princípios, produz uma série de adaptações morfofuncionais, cujos efeitos benéficos acabam por prevenir algumas das enfermidades degenerativas. Desta forma, considerando a E.M. como a patologia em questão, é importante destacar a eficiência da atividade física no combate à fadiga, ao déficit de equilíbrio e ao déficit de coordenação motora e de força muscular. Segundo estudos de FURTADO e TAVARES 11, a atividade física de baixa intensidade pode colaborar para a promoção da capacidade aeróbia, dando condições para que o indivíduo com EM suporte com maior segurança as atividades mais extenuantes. 3 OBJETIVO O objetivo deste estudo é avaliar o nível de conhecimento que os futuros profissionais da Educação Física têm sobre a E.M. e o seu grau de interesse em incluir os pacientes da doença em atividades físicas. Através dos resultados, propor a inclusão da E.M. como campo de atuação de profissionais de Educação Física ressaltando a sua importância para a sociedade. 4 METODOLOGIA Devido a uma pessoa muito próxima, um familiar, ser paciente da Doença e eu conseguir enxergar o sofrimento dessa pessoa, a rejeição dessa pessoa, a dificuldade na qualidade de vida optei por uma pesquisa de estudo quantitativo, que é caracterizado pela descoberta de dados como o compartilhamento de características ou grupo de características por pessoas de uma determinada população, neste caso, a profissão de Educador Físico. Através de um questionário simples aplicado aos alunos do último semestre do curso de Educação Física da Faculdade Alvorada, em Brasília/DF, foram gerados dados que permitiram a avaliação estatística apresentada em percentuais. A primeira parte do questionário trata do nível de conhecimento do entrevistado acerca da E.M.. Após responderem as cinco perguntas gerais sobre a doença, os entrevistados foram convidados a ler um pequeno texto sobre a E.M.. Familiarizados com o tema, responderam as perguntas concernentes ao interesse da inclusão de pacientes da E.M. em atividades físicas. Os resultados foram então discutidos e nortearam a conclusão do trabalho. 10 FORTI, V.A.M.; CHACON-MIKAHIL, M.P.T. (2004, p. 244-245) Qualidade de Vida e Atividade Física na terceira idade. In: GONÇALVES A., VILARTA, R. Qualidade de Vida e Atividade Física: explorando teoria e prática. Barueri. Manole, p. 227-256, 2005. 11 FURTADO, O. L. P. C.; TAVARES, M. C. G. C. F. Esclerose múltipla e exercício físico. Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 100-106, 2005.

5- RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 PARTE I NÍVEL DE CONHECIMENTO 5.1.1 Você já ouviu falar em Esclerose Múltipla - EM? 8 38% SIM NAO 13 62% Já na primeira pergunta fica claro que a E.M. não e uma doença conhecida pelos entrevistados. Apenas oito das vinte e uma pessoas abordadas tinham ouvido falar da doença, ou seja, trinta e oito por cento. Este dado indicou preliminarmente que há pouco ou quase nenhum conhecimento sobre o tema e como ele se aplica ao cenário da Educação Física brasileira. 5.1.2 Você sabe o que significa a sigla EM? 4 19% SIM NAO 17 81% Esta pergunta reforça a constatação obtida na pergunta anterior. Desta vez, apenas quatro dos vinte e um entrevistados, isto é, dezenove por cento do total, efetivamente sabiam o que significa a sigla EM. Este dado nos levou à constatação de que as pessoas muitas vezes se lembram do nome da doença, mas não têm ideia do que quer dizer.

5.1.3 Você conhece as causas da E.M.? 2 10% SIM NAO 19 90% Previsivelmente apenas dois dos vinte e um entrevistados, isto é, dez por cento do total manifestaram ter informações sobre as causas da doença. Mesmo tendo causas cientificamente indefinidas, esperava-se que um maior número de entrevistados respondesse positivamente. 5.1.4 Conhece os sintomas da E.M.? 8 38% SIM NAO 13 62% Surpreendentemente, treze dos vinte e um entrevistados, ou seja, sessenta e dois por cento do total, responderam positivamente ao serem questionados sobre os sintomas da E.M.. Isto demonstra inconsistência com os dados gerados através das perguntas anteriores. 5.1.5 Você conhece algum paciente da doença? SIM NAO 21 100% Através desta pergunta podemos deduzir que por não conhecerem diretamente algum paciente de E.M., os entrevistados, por consequência, não estão familiarizados com a doença. Nenhum dos entrevistados manifestou conhecer alguém próximo que seja portador da E.M..

5.2 PARTE II GRAU DE INTERESSE 5.2.1 Você tem interesse em saber mais sobre E.M.? 2 10% SIM NAO 19 90% Dos vinte e um entrevistados, dezenove, isto é, noventa por cento do total, manifestaram interesse em saber mais sobre E.M.. O interesse demonstrado frise-se, além da expectativa, revela a falta de oportunidade ou carência de informações sobre a E.M. no âmbito da E.F. universitária. 5.2.2 O que você acha da inclusão de pacientes de E.M. em atividades físicas aplicadas por profissionais da E.F.? SIM NAO 21 100% Todos os entrevistados manifestaram ser excelente a ideia de incluir pacientes de E.M. em atividades físicas aplicadas pelos profissionais de E.F.. Isso demonstra que os futuros profissionais da área estão preocupados com o aspecto social da E.F. como instrumento de melhoria da qualidade de vida das pessoas, e têm interesse em participar dessa iniciativa.

6 CONCLUSÃO O resultado da pesquisa retro, realizada entre os alunos do curso de Educação Física da Faculdade Alvorada, em Brasília/DF, mostra-nos que esta classe profissional é de fundamental importância para a sociedade. Desde que bem orientados e informados, os educadores físicos têm o interesse e o poder de intervir, os quais podem minimizar os sintomas e as sequelas de doenças degenerativas, mais especificamente, da Esclerose Múltipla. A atividade física direcionada ao controle dos sintomas da E.M. pode atrair os portadores dessa disfunção, beneficiando-os com uma melhor qualidade de vida, principalmente por sua característica de adaptabilidade aos graus de limitação dos portadores. Baseado nos resultados obtidos pode-se dizer que os futuros profissionais de E.F. não possuem conhecimento suficiente sobre a E.M., que lhes permita interessarem-se pela inclusão dos portadores dessa doença em atividades físicas. O interesse pelo tema só se evidenciou após o oferecimento de maiores informações, recomendando-se, por conseguinte, o incentivo da produção de material bibliográfico e pesquisas científicas que possam revelar ainda mais que existe um campo muito vasto de atuação para o futuro profissional de E.F.. Concluímos, por fim, que a prática da atividade física é um importante instrumento na prevenção e controle dos sintomas de E.M., e que a Educação Física e seus profissionais devem buscar cada vez mais meios de integração à sua profissão das necessidades sociais, especialmente no que se refere à qualidade de vida dos portadores dessa disfunção.

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 MSIF, Multiple Sclerosis International Foundation (Fundação Internacional de Esclerose Múltipla). Disponível em: http://www.msif.org. 2 MOREIRA, M. A.; FELIPE, E.; MENDES, M. F.; TILBERY, C. P. Esclerose Múltipla: estudo descritivo de suas formas clinicas em 302 casos. Arquivo Neuropsiquiar 2000; 58:460-466. 3 KALB, R. C. Esclerose Múltipla: perguntas e respostas. São Paulo: Atlas, 2000. 4 KURTZKE, J. F.; BEEBE, G. W.; DAGLER, B. et al. Studies on the natural history of multiple sclerosis: clinical and laboratorial findings at first diagnoses. Acta Neurol Scand 1972; 48:19-46. 5 O CONNOR, P. Key issues in the diagnosis and treatment of sclerosis: an overview. NEUROLOGY, 59,1-33, 2002. 6 ABEM - Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. Disponível em: http://www.abem.org.br. 7 MSIF, Multiple Sclerosis International Foundation (Fundação Internacional de Esclerose Múltipla). Disponível em: http://www.msif.org. 8 MATSUDO, S. M. Atividade física na promoção da saúde e qualidade de vida no envelhecimento. Revista Brasileira Educação Física Especial, São Paulo, v. 20, n. 5, p. 135-137, set. 2006. 9GALLO JR., L. et all. Atividade física: remédio cientificamente comprovado?. A terceira idade, Editora SESC, ano VI, n. 10, 1995. 10 FORTI, V.A.M.; CHACON-MIKAHIL, M.P.T. (2004, p. 244-245) Qualidade de Vida e Atividade Física na terceira idade. In: GONÇALVES A., VILARTA, R. Qualidade de Vida e Atividade Física: explorando teoria e prática. Barueri. Manole, p. 227-256, 2005. 11 FURTADO, O. L. P. C.; TAVARES, M. C. G. C. F. Esclerose múltipla e exercício físico. Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 100-106, 2005.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA EDUCAÇÃO FÍSICA ANEXOS

ANEXO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Brasília, 28 de novembro de 2011. Eu, DECLARO que fui informado e devidamente esclarecido acerca do projeto de pesquisa: Avaliação de conhecimento e interesse: os futuros profissionais de Educação Física e a inclusão de portadores da Esclerose Múltipla, desenvolvido pelo aluno Douglas Conceição Donato, graduando do curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília UCB, quanto aos itens da resolução 196/96. Estou ciente das questões contidas nos questionários que envolvem a pesquisa. DECLARO, ainda, estar esclarecido sobre o estudo do referido trabalho acadêmico. Assinatura do Aluno

TEXTO DE FAMILIARIZAÇÃO ESCLEROSE MULTIPLA A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro e a medula espinhal (sistema nervoso central). A EM é causada por dano à bainha de mielina, cobertura protetora que envolve as células nervosas. Quando esse revestimento protetor é danificado, os impulsos nervosos diminuem ou são interrompidos. A EM é uma doença progressiva, o que significa que o dano ao nervo (neurodegeneração) piora com o tempo. A velocidade com que a EM se agrava varia de pessoa para pessoa. O dano ao nervo é causado pela inflamação. A inflamação ocorre quando as células autoimunes do corpo atacam o sistema nervoso. Episódios repetidos de inflamação podem ocorrer em qualquer área do cérebro ou da medula espinhal. Os pesquisadores não sabem com certeza o que desencadeia a inflamação. As teorias mais comuns apontam para um vírus ou defeito genético, ou para uma combinação de ambos. Mielina é a camada que se forma em torno dos nervos. Seu objetivo é acelerar a transmissão de impulsos ao longo das células nervosas. A EM ocorre mais frequentemente no norte da Europa, no norte dos Estados Unidos, no sul da Austrália e na Nova Zelândia do que em outras regiões. Os estudos geográficos indicam que pode haver um fator ambiental envolvido. As pessoas com um histórico familiar de EM e aqueles que vivem em zonas geográficas com maior taxa de incidência de EM têm um risco maior de desenvolver a doença.

QUESTIONÁRIO PARTE I NIVEL DE CONHECIMENTO 1) Você já ouviu falar em Esclerose Múltipla - EM? SIM NÃO 2) Você sabe o que significa a sigla EM? SIM NÃO 3) Você conhece as causas da E.M.? SIM NÃO 4) Você conhece os sintomas da E.M.? SIM NÃO 5) Você conhece algum portador dessa doença? SIM NÃO PARTE II GRAU DE INTERESSE 1) Você tem interesse em saber mais sobre E.M.? SIM NÃO 2) O que você acha da inclusão de portadores de E.M. em atividades físicas aplicadas por profissionais de E.F.? RUIM BOM EXCELENTE