A MEMÓRIA EM BISA BIA, BISA BEL DE ANA MARIA MACHADO

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Transcrição:

A MEMÓRIA EM BISA BIA, BISA BEL DE ANA MARIA MACHADO Alice Gomes XAVIER Profa. Dra. Maria Zaíra TURCHI Palavras-chave: memória, tempo, história, identidade INTRODUÇÃO A memória, como busca de identidade é o tema de Bisa Bia, Bisa Bel, de Ana Maria Machado. A partir de uma fotografia, a protagonista entra em contato com o seu passado e recupera dados da história nacional e da memória feminina. Ana Maria Machado, segundo Vera Maria Tietzman (2009, p. 208) é uma digna representante do final do século XX, pois retrata em sua obra as diversas faces e valores desse momento histórico, como a dominação do homem pelo seu semelhante, as relações sociais e o preconceito, as preocupações com o meio ambiente e a condição feminina. Esta, segundo Tietzman, modificou-se radicalmente no decorrer das gerações. No século XX, a mulher torna-se autônoma, capaz de agir sem a necessidade da permissão masculina, opondo-se ao modelo feminino das sociedades dos séculos passados. A nova mulher e a mãe que trabalha, assim como as novas estruturas familiares, podem ser observadas em boa parte das ficções de Ana Maria Machado e suas personagens demonstram nitidademente as modificações decorrentes da evolução social. Em Bisa Bia, Bisa Bel, o tema é posto em questão, pelo confronto de várias gerações de mulheres da mesma família, num diálogo que se entrelaçam presente, passado e futuro. Na fantasia de Isabel, vozes de sua bisavó já morta e de sua bisneta que ainda não nasceu se confrontam e a menina se depara com a memória de sua família, construindo identidade e demonstrando as diferenças ideológicas marcadas por concepções sobre o papel feminino no decorrer do tempo. O confronto de pensamentos e valores nitidamente expostos na narrativa deixam claro a importância da imagem da memória na construção da identidade individual e no desenvolvimento de uma nova estrutura social. Isabel não só é representante dessa nova estrutura, como de uma outra possibilidade de vida, num futuro projetado em

sua bisneta. Segundo Paolo Rossi (2010, p. 24), a memória tem algo a ver não só com o passado, mas também com a identidade e, assim (indiretamente), com a própria persistência no futuro. É por meio da memória que o homem entra em contato com o saber. De acordo com Torrano (1992, p. 85), a memória tem como função nomearpresentificar-gloriar tanto quanto a de deixar cair no Oblívio. Na Mitologia Grega, a memória tem um lugar especial na figura de Mnesmosyne, que é a deusa da memória e controladora do tempo. Ela era filha de Urano, deus do céu e das estrelas, e de Gaia, deusa da Terra. Casada com Zeus, o rei dos deuses, Mnesmosyne foi mãe de nove musas que protegiam todas as artes e ciências. A deusa da memória dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e de relembrá-lo para a coletividade. Mnesmosyne tinha também o poder de imortalizar artistas e historiadores que ao criar suas obras eram mantidos inesquecíveis, tornando-os memoráveis e imortais. MATERIAL E MÉTODO Este trabalho objetiva-se em alcançar as imagens e os lugares da memória em Bisa Bia, Bisa Bel de Ana Maria Machado, confrontando passado, presente e futuro. Fundamenta-se no estudo da memória discutida na filosofia, história e literatura - nos argumentos de Henri Bergson, Ecléa Bosi, Paolo Rossi, Maurice Halbwachs entre outros. A imagem da memória em Ana Maria Machado permite reflexão sobre o tema em toda a Literatura Infanto-Juvenil, por compreender realidade e fantasia infantis, num processo de construção de identidade e amadurecimento das emoções. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em uma arruamção feita pela mãe de Isabel, a menina encontrou uma foto de sua bisavó Bia. A menina se interessou pela fotografia como se acolhesse a sua vó dentro de si e, então, a bisa tornou-se parte da menina. A descoberta da protagonista descongela a estaticidade do retrato e este ganha existência, voz e memória. Dessa maneira, Ana Maria Machado instiga o leitor ao interesse pelo passado e pela história.

A fotografia na narrativa simboliza o passado, a sobrevivência da memória; Existe para que a figura da bisavó não caia no esquecimento. É o objeto condutor do resgate das memórias individual e coletiva, pois as histórias de muitos indivíduos ficam mescladas com a história de uma pessoa ou de um povo e as memórias se reconstróem de acordo com as experiências individuais. A memória também é uma construção social e culural. Na narrativa de Machado, o passado ganha significados cada vez mais importantes. A mãe de Isabel relembra a infância, dona Sônia explica uma porção de coisas do tempo antigo, Dona Nieta apresenta fotografias e objetos antigos, a aula de história configura o valor coletivo e social da memória e Vitor recupera, na mesma linguagem, a figura do avô. A história dos escravos do tempo de Bisa Bia remete à opressão da ditadura e ao exílio dos pais e avós de Vitor. Sucessivas imagens ganham espaço no texto de Ana Maria Machado e as imagens da memória persistem na narrativa nessa viagem de Isabel ao seu interior. Segundo Henri Bergson (1999, p. 21), só apreendemos as coisas sob forma de imagens, é em função de imagens, e somente de imagens, que devemos colocar o problema. Para ligar o presente ao passado e prever o futuro, deve-se recolocar todas as imagens no mesmo plano. (BERGSON, 1999, p. 22) Ainda segundo Bergson (1999, p. 30), não há percepção que não esteja impregnada de lembranças. Aos dados imediatos e presentes de nossos sentidos misturamos milhares de detalhes de nossa experiência passada. As diversas lembranças em Bisa Bia, Bisa Bel, portanto, é a sobrevivência do passado. E o presente no futuro, também sobreviverá como passado de acordo com as experiências de agora. Para Hegel (abud Ecléa Bosi, 1994, p. 74), é o passado concentrado no presente que cria a natureza humana por um processo de contínuo reavivamento e rejuvenescimento. Para conhecer o passado, Isabel recorre não só à imaginação, mas também à testemunhas, como a mãe, a professora e a vizinha. Maurice Halbwachs (2006) diz que todos nós recorremos a testemunhos para reforçar o que já sabemos de algum evento. As lembranças das personagens, até da menina Beta no futuro, se adaptam, portanto, às percepções de Isabel no presente. A situação da mulher, por exemplo, só evolui porque as mulheres no decorrer do tempo repensaram sua condição e, pela história, foram capazes de compreender os comportamentos e as diversas situações a elas relacionadas.

Ecléa Bosi ao estudar Maurice Halbwachs conclui que a memória do indivíduo depende do seu relacionamento com a famíia, com a classe social, com a escola, com a Igreja, com a profissão (BOSI, 1994, p. 54), ou seja, uma memória coletiva se desenvolve a partir de laços de convivência familiares, escolares, profissionais (BOSI, 1994, p. 408). De acordo com Paul Ricoeur (2007, p. 316) a história é o desenvolvimento do espírito no seio da humanidade. As aulas de história na escola de Isabel, portanto, tomaram uma outra acepção. A professora incentivou os outros alunos a pesquisar sobre o passado de cada um, sobre o tempo de suas bisavós. É nesse momento que a memória de Vitor é provocada. Este sim lembra de seu avô, embora tenha convivido pouco com ele. O avô representava a terra natal, a segurança paterna e a família reunida; fazia parte dele mesmo, da sua própria essência. E Isabel compreendeu que a história dele e de seu avô também fazia parte da história dela; Que o passado e que os avós existiam dentro de cada um, porque a memória deles o impulsionava a também fazer história. CONCLUSÕES É a memória como um todo que permite que o mundo seja refletido e modificado, pois o presente é fruto das influências passadas, positivas ou não. Segundo Gabriel Garcia Marques (2004, prefácio), a vida não é o que cada um vive, mas aquilo que cada um recorda, e a forma de como recorda de modo a poder contá-la. O tempo de Isabel, o tempo de Bisa Bia e o tempo da bisneta Beta, refletem a memória que vai sendo construída no decorrer das gerações. Para a menina, conhecer a si mesma era conhecer o passado trançando-o com o próprio presente e com as perspectivas para o futuro; Era compreender que, de trança em trança e como o tempo, era preciso mover-se, mas sempre em busca do amadurecimento, dos desafios nas encruzilhadas, de um futuro melhor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERGSON, Henri. Matéria e Memória. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: Lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006 MACHADO, Ana Maria. Bisa Bia, Bisa Bel. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990.

MÁRQUEZ, Gabriel García. O amor nos tempos do cólera. 25. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. RICOEUR, Paul.. A Memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007 ROSSI, Paolo. O Passado, a Memória, o Esquecimento: seis ensaios da história das ideias. São Paulo: Unesp, 2010. TIETZMAN, Vera Maria. Literatura Infantil Brasileira: um guia para professores e promotores de leitura. Goiânia: Cânone, 2009. TORRANO, Jaa. Estudo e tradução. In: HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. Trad. JaaTorrano. São Paulo: Iluminuras, 1992.