Seletividade de herbicidas pré e pós-emergentes à mamoneira

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Transcrição:

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte Seletividade de herbicidas pré e pós-emergentes à mamoneira Samira Gabriela de Almeida Araújo (1), Maria Helena Tabim Mascarenhas (2), José Francisco Rabelo Lara (3), Décio Karam (4), Pauline Corrêa Ferreira (5), Maria Celuta Machado Viana (2), Francisco Morel Freire (2) (1) Bolsista BIC FAPEMIG/EPAMIG, samiragabiaraujo@yahoo.com.br; (2) Pesquisadores/Bolsistas/BIP FAPEMIG/EPAMIG - Prudente de Morais, mhtabimm@epamig.br; (3) Pesquisador EPAMIG - Prudente de Morais; (4) Pesquisador Embrapa Milho e Sorgo - Sete Lagoas; (5) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG Introdução A utilização dos biocombustíveis passou a ser uma das opções ambientalmente correta, em consequência do constante aquecimento global, da preocupação com o meio ambiente e do receio de que as reservas de petróleo (energia não renovável) se esgotem. A mamoneira (Ricinus communis L.), planta de origem tropical, pertencente à família das Euforbiáceas, por conter óleo em suas sementes, passa a ser uma fonte de matéria-prima para a produção de biodiesel (AZEVEDO; LIMA; VIERA, 2001). Com relação ao manejo de plantas daninhas, o cenário brasileiro é deficiente, havendo perda de rendimento por ausência de informações, segundo Azevedo, Lima e Vieira (2001). Uma das maiores dificuldades do controle químico de invasoras em mamoneira é a falta de registro de herbicidas seletivos à cultura. Este trabalho teve como objetivo estudar a seletividade de diferentes herbicidas aplicados em pré e pós-emergência na cultura da mamona. Material e Métodos O experimento foi instalado em casa de vegetação na Fazenda Experimental de Santa Rita (FESR), da Unidade Regional EPAMIG Centro- Oeste (U.R. EPAMIG CO) em 5 de agosto de 2009, em vasos com 10 dm 3 de solo. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com 11

EPAMIG. Resumos expandidos 2 tratamentos e três repetições. Os tratamentos foram constituídos por dez herbicidas, sendo quatro pré-emergentes e seis pós-emergentes (Tabela 1) e uma testemunha que recebeu apenas água no dia da aplicação dos produtos. As parcelas foram compostas por 12 vasos com uma planta de mamona da cultivar BRS 188 Paraguaçu por vaso. A aplicação dos herbicidas em préemergência da cultura foi feita um dia após o plantio das sementes, e em pósemergência aos 30 dias após o plantio das sementes, com um pulverizador pressurizado a CO 2, equipado com bico tipo leque Magno 110.03, pressão de 2,75 kgf/cm 2, com consumo de calda de 210 L/ha. Aos 10, 20, e 30 dias da emergência (aplicação em pré-emergência) ou da aplicação dos herbicidas (aplicação em pós-emergência) (DAA) foram feitas avaliações visuais dos sintomas de fitotoxidade, em %, através da escala de notas, em que 0% significa nenhum efeito de dano às plantas e 100%, morte total. Foram avaliadas as seguintes características: altura das plantas, diâmetro do caule, número de folhas e biomassa seca da parte aérea e raízes das plantas colhidas aos 50 dias após a aplicação (DAA) (secagem a 65 o C, em estufa com ventilação forçada por 72 horas). Para a interpretação dos resultados, os dados foram submetidos à análise de variância e testes de média. Resultados e Discussão Os herbicidas clomazone e isoxaflutole causaram redução estatisticamente significativa na altura das plantas, em todos os períodos avaliados (Tabela 1), e na biomassa seca aos 30 DAA (Tabela 2). Resultados semelhantes em relação ao clomazone foram obtidos por Theisen et al. (2006), que observaram fitotoxicidade severa às plantas quando aplicado a 1,0 kg/ha. Entretanto, esses resultados discordam dos obtidos por Cardoso et al. (2006), que consideraram o clomazone um produto seletivo à mamoneira, quando aplicado em pré-emergência. Em relação ao diâmetro do caule, aos 10 DAA e ao número de folhas aos 20 e 30 DAA não foram observados efeitos significativos entre os tratamentos (Tabela 1). Aos 10 DAA houve diferença significativa entre os tratamentos para o número de folhas, que não mais se exprimiu nas avaliações posteriores (Tabela 1), com recuperação satisfatória das plantas. Quanto aos sintomas de fitotoxicidade, os herbicidas pré-

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 3 emergentes, trifluralin e s-metolachlor, e os pós-emergentes testados mostraram-se seletivos à cultura (Tabela 2), resultado semelhante ao obtido para o trifluralin por Albuquerque et al. (2008). Clomazone e isoxaflutole foram fitotóxicos para a cultura, provocando alterações significativas na morfologia e/ou na coloração das folhas de mamoneira até aos 30 DAA (Tabela 2). Conclusões Os herbicidas clomazone e isoxaflutole foram fitotóxicos à cultura causando redução na altura de plantas e na biomassa seca da mamoneira. Os herbicidas s-metolachlor, trifluralin, chlorimuron-ethyl, clethodim, fenoxaprop-p-ethyl, fluazifop-p-butyl, sethoxydim e tepraloxidim mostraram-se seletivos e foram selecionados para estudos posteriores que contemplem a produção de grãos da mamoneira. Agradecimento À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) pelo financiamento da pesquisa, concessão das bolsas PIBIC e BIP. Referências ALBUQUERQUE, C.J.B. et al. Seletividade de herbicidas aplicados em préemergência na mamoneira. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 3., 2008, Salvador. Anais... Energia e ricinoquímica. Salvador: SEAGRI: Embrapa Algodão, 2008. Disponível em: <http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/ mamona/publicacoes/cbm3/trabalhos/manejo%20cultural/mc%2003.pdf>. Acesso em: 19 de out. 2009. AZEVEDO, D.M.P. de; LIMA, E.F.; VIEIRA, O.V. Plantas daninhas e seu controle. In: ; LIMA, E.F. (Org.). O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. p.161-189.

EPAMIG. Resumos expandidos 4 CARDOSO, G.D. et al. Estudo preliminar de seletividade de herbicidas à cultura da mamona. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 2., 2006, Aracaju. Anais... Cenário atual e perspectivas. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2006. 1 CD-ROM. THEISEN, G. et al. Seletividade de herbicidas á cultura da mamona. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 25., 2006, Brasília. Resumos... Convivendo com as plantas daninhas. Brasília: Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas: UnB: Embrapa Cerrados, 2006. 1 CD-ROM. Tabela 1 - Altura de plantas, diâmetro do caule e número de folhas da mamoneira em relação à testemunha, aos 10, 20 e 30 DAA, nos diferentes tratamentos e média de três repetições Unidade Regional EPAMIG Centro- Oeste, em Prudente de Morais, MG - 2009 Tratamentos (g i.a./ha) Porcentagem em relação à testemunha Altura de plantas Diâmetro do caule Número de folhas DAA DAA DAA 10 20 30 10 20 30 10 20 30 S-metolachlor (3.120 g) 95,85 a 87,21 ab 94,19 a 85,08 72,49 b 71,54 c 85,59 de 76,96 81,11 Trifluralin (2.250 g) 90,99 a 81,92 ab 131,06 a 82,74 86,41 ab 85,16 abc 81,35 e 91,15 90,67 Clomazone (1,10 g) 63,42 b 51,59 b 71,59 b 110,66 98,98 a 86,56 abc 89,09 cde 91,02 74,10 Isoxaflutole (60 g) 66,95 b 50,63 b 56,82 b 91,11 68,59 b 77,71 bc 93,72 bcde 95,10 100,27 Chlorimuron-ethyl (18,75 g) 100,94 a 100,00 ab 105,09 a 102,73 102,48 a 97,13 a 116,23 a 101,74 92,12 Clethodim (102 g) 101,49 a 97,60 ab 109,58 a 98,23 94,77 a 91,88 ab 105,90 abc 99,26 87,46 Fenoxaprop-p-ethyl (137,5 g) 103,02 a 96,69 ab 116,73 a 105,96 103,39 a 94,78 ab 105,20 abc 101,52 90,72 Fluazifop-p-butyl (210 g) 94,97 a 92,91 ab 104,00 a 97,19 99,02 a 88,02 abc 109,10 ab 105,06 95,83 Sethoxydim (253 g) 109,27 a 110,97 ab 104,61 a 97,90 98,93 a 92,04 ab 105,16 99,54 87,00 Tepraloxidim (93,5 g) 101,12 a 102,86 a 108,61 a 106,16 102,34 a 93,58 ab 101,40 abcd 94,87 86,86 Testemunha 100,00 a 100,00 ab 100,00 a 100,00 100,00 a 100,00 a 100,00 abcde 100,00 100,00 F tratamentos 10,57 ** 4,45* 10,14* NS 8,54* 5,06* 8,02* ns ns CV(%) 8,42 21,13 11,59 10,12 7,78 7,30 6,59 10,56 11,43 NOTA: DAA - Dias após a aplicação; ns - Não significativo; CV Coeficiente de variação. Médias na mesma coluna seguidas pela mesma letra não diferem entre si em nível de (p 0,05) pelo teste Tukey. *Significativo em nível de (p 0,05) pelo teste Tukey.

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 5 Tabela 2 - Porcentuais de sintomas de fitotoxicidade atribuídos às plantas de mamoneira aos 10, 20 e 30 DAA, pelos diferentes herbicidas e biomassa seca da mamoneira em relação à testemunha nos diferentes tratamentos e média de três repetições Unidade Regional EPAMIG Centro- Oeste em Prudente de Morais, MG - 2009 Tratamentos Fitotoxicidade (%) DAA Biomassa seca (% em relação à testemunha) DAA 10 20 30 30 S-metolachlor 0,00 0,00 0,00 74,36 ab Trifluralin 0,00 00,00 0,00 76,19 ab Clomazone 0,00 68,22 75,00 51,40 b Isoxaflutole 0,00 61,25 70,00 51,78 b Chlorimuron-ethyl 0,00 0,00 0,00 91,86 ab Clethodim 0,00 0,00 0,00 88,85 ab Fenoxaprop-p-ethyl 0,00 0,00 0,00 89,12 ab Fluazifop-p-butyl 0,00 0,00 0,00 76,59 ab Sethoxydim 0,00 0,00 0,00 89,98 ab Tepraloxidim 0,00 0,00 0,00 87,79 ab Testemunha 0,00 0,00 0,00 100,00 a F tratamentos - - - 3,79* CV (%) - - - 17,72 NOTA: DAA - Dias após a aplicação; CV Coeficiente de variação. Médias na mesma coluna seguidas pela mesma letra não diferem entre si em nível de (p 0,05) pelo teste Tukey. * Significativo em nível de (p 0,05) pelo teste Tukey.