4 Análise da Volatilidade

Documentos relacionados
6 Estudo de Casos e Resultados

(ODERUDomRGDVFDUWHLUDVGHDo}HV

5 Ambiente Experimental

5.1 Modelo de Previsão da Volatilidade por Redes Neurais Artificiais

4 Aplicação para o mercado brasileiro

5 Estudo de Caso e Resultados

Performance Attribution RPS-FIM & RPS-EH (Dez.2017)

Momentum Investing Aprendendo um Ranker de Ações do Ibovespa

Tratamento e análise de dados de 10 ações que compõem o IBovespa

Performance Attribution RPS-FIM & RPS-EH (Nov.2017)

Política de Gerenciamento de Risco de Mercado

3. METODOLOGIA E AMOSTRA

52 Semanas P/L EV/EBITDA Div. Yield P/VPA LTM (%) 2014Y 2015E* 2016E* 2014Y 2015E* 2016E*

52 Semanas P/L EV/EBITDA Div. Yield P/VPA LTM (%) 2014Y 2015E* 2016E* 2014Y 2015E* 2016E*

52 Semanas P/L EV/EBITDA Div. Yield P/VPA LTM (%) 2014Y 2015E* 2016E* 2014Y 2015E* 2016E*

CALIBRAÇÃO DE TERMOPARES ATRAVÉS DE SOFTWARE DE REGRESSÃO POLINOMIAL

Performance Attribution RPS-FIM, RPS-EH & RPS FIA (Fev.2018)

7 Apresentação dos Resultados

Análise Técnica RESEARCH

Layout em Implementação. Termo de Opções Flexíveis. Atualizado em: 27/08/2018 Comunicado: 014/ VPC Homologação: - Versão: Novembro/18

Índice. 1 Atualizações Enviar Arquivos Registro de Contrato de Opção Flexível... 4

Performance Attribution RPS-TR, RPS-EH & RPS FIA (Setembtro 2018)

Performance Attribution RPS-FIM, RPS-EH & RPS FIA (Fev.2018)

5 A construção de carteiras de investimentos

7 Extração de Dados Quantitativos

IGB30 Índice Gradual Brasil 30. Research Gradual Investimentos

Performance Attribution RPS-TR, RPS-EH & RPS FIA (Maio 2018)

Esse material foi extraído de Barbetta (2007 cap 13)

WebServices. Versão < 1.0 > < 22/07/2010 > AGO 1-11

CRIAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PORTFÓLIOS UTILIZANDO GRAHAM E MARKOWITZ

Análise Técnica RESEARCH

5 RNA para Diagnóstico de Falhas em Turbinas a Gás

Prêmio de Risco Brasileiro: Estimação por Máxima Verossimilhança

Sem Ressalva. Demonstrações Financeiras Referentes aos Exercícios Findos em 31 de Março de 2010 e de 2009 e Parecer dos Auditores Independentes

Regressão linear simples

ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS PAIRS TRADING ATRAVÉS DOS MÉTODOS DE COINTEGRAÇÃO E CORRELAÇÃO APLICADOS AO MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO.

Modelo de Relatório. Disciplina: ACH0021- Tratamento e Análise de Dados e Informações. Estrutura do trabalho

Mais Informações sobre Itens do Relatório

PROVAS Ciência da Computação. 2 a Prova: 13/02/2014 (Quinta) Reavaliação: 20/02/2014 (Quinta)

i j i i Y X X X i j i i i

Algoritmo para Determinação e Classificação de Distúrbios Múltiplos em Sistemas Elétricos 79

INCERTEZAS DE CURVAS DE CALIBRAÇÃO AJUSTADAS SEGUNDO OS MODELOS LINEAR E QUADRÁTICO

INE 7001 Estatística para Administradores I Turma Prática 1 15/08/2016 GRUPO:

Versão em Português Clique Aqui English Version Click Here

5 Avaliação dos estimadores propostos

Exemplo (tabela um) distribuições marginais enquanto que. Distribuição Conjunta

Versão em Português Clique Aqui English Version Click Here

étodos uméricos AJUSTE DE FUNÇÕES Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

1 Introdução 1.1. Motivação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. Cláudio Alberto Haas

Porto Alegre 15 de outubro de 2011 Carlos Eduardo de Azevedo Juliano

Versão em Português Clique Aqui English Version Click Here

29/12/2016 RETORNO TOTAL AOACIONISTA

Versão em Português Clique Aqui English Version Click Here

Ralph S. Silva

29/04/2016 RETORNO TOTAL AOACIONISTA

Módulo 4 Ajuste de Curvas

6 Controlador de Estado

5 Modelos de previsão

Terça-feira, 27 de Outubro de Panorama do Mercado Análise Ibovespa. #IBOV Diário. #IBOV Semanal # DÓLAR FUTURO

Fundos 130/30 funcionariam no Brasil? André Nogueira Fontenele

Lucas Santana da Cunha de julho de 2018 Londrina

5 Correlações entre viscosidade e temperatura

VOL. Mínimo VOL. DIA (R$ mil) DIA/MÉDIO CÓDIGO

SUMÁRIO PARTE 1 MODELAGEM, COMPUTADORES E ANÁLISE DE ERROS 3. PT1.1 Motivação... 3 Pt1.2 Fundamentos Matemáticos... 5 Pt1.3 Orientação...

PRODUÇAO ACUMULADA x DURAÇÃO DA LACTAÇÃO

O F Í C I O C I R C U L A R. Participantes dos Mercados da B3 Segmento BM&FBOVESPA

Versão em Português Clique Aqui English Version Click Here

Relatório Especial Yield 11/01/2011

E s t r a t é g i a s D i á r i a s

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL. Calibração de equipamentos/curva analítica

MANUAL DE GERENCIAMENTO DE RISCO DE LIQUIDEZ. Agosto / versão 3

ESTUDO DA SOLUBILIDADE DO PARACETAMOL EM ALGUNS SOLVENTES UTILIZANDO O MODELO NRTL

Escrita correta de resultados em notação

Um Estudo sobre o Modelo de Markowitz

6 Implementação do Modelo e do Filtro de Kalman

Escola Secundária de Jácome Ratton

4 Analise de Pressão de Poros

CAPÍTULO 5. Resultados de Medição. 5.1 Introdução

1. Introdução. 2. Metodologia utilizada

Prof. Lorí Viali, Dr.

Onze corretoras indicam ações para o mês de abril

31/08/2016 RETORNO TOTAL AOACIONISTA

Teste importantíssimo de uma LTB pela 4º vez desde 2010, atenção redobrada, pois o rompimento dessa linha provavelmente mudará a tendência do

DESENVOLVIMENTO DA EQUAÇÃO PREDITIVA GERAL (EPG)

O F Í C I O C I R C U L A R

étodos uméricos ZEROS DE FUNÇÕES Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Segunda-feira, 26 de Outubro de Panorama do Mercado Análise Ibovespa. #IBOV Diário. #IBOV Semanal # DÓLAR FUTURO

Referência Banco de dados FioCruz Doc LAB1_GEO.doc. Autor Eduardo C. G. Camargo Versão 1.0 Data DEZ / Revisão Versão Data

MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013

MATERIAL PUBLICITÁRIO TAKE-ONE. Título: PIBB. O BNDES abre caminhos para pequenos e médios investidores aplicarem na Bolsa de Valores.

Redução de ruído e Interpolação

3 Filtro de Kalman Discreto

Previsão de Séries Temporais utilizando Métodos Estatísticos

4 Base de Dados e Metodologia

5 PREVISÃO DE SÉRIES TEMPORAIS DE VAZÃO DE DRENOS DA BARRAGEM DE FUNIL

CARACTERIZAÇÃO DE PADRÕES DE CHUVAS OCORRENTES EM SANTA MARIA (RS)

CARTEIRA DE VARIÂNCIA MÍNIMA NO MERCADO BRASILEIRO DE AÇÕES

A Hora do Gráfico. Ibovespa - Diário. Ibovespa - 15 Minutos. Análise Gráfica. Índice. Índice Ibovespa: Fique de Olho

CARTEIRA SUGERIDA. O desempenho do Ibovespa ficou totalmente atrelado ao cenário político, com a definição das eleições no país.

Transcrição:

4 Análise da Volatilidade 4.1 Metodologia da Regressão Uni-variada Esse estudo utilizou a volatilidade histórica dos ativos para descrever uma relação com a volatilidade futura por uma regressão uni-variada. A medida de volatilidade histórica é o desvio padrão, calculado a partir do desvio padrão dos retornos logarítmicos, conforme a equação Eq. (32). Eq. (32) Onde: N é o número total de amostras. x i é o retorno logarítmico do dia i. μ é a média dos retornos logarítmicos. Esse estudo é importante para definirmos as características da volatilidade a qual pretendemos prever com uma rede-neural. Ele nos ajudará a definir melhor as variáveis de entradas que utilizaremos na rede neural. Toda a análise realizada nesse estudo foi feita com um histórico diário das vinte e sete ações mais líquidas, com cem por cento de presença diária e com cotação mínima de R$4,00 na Bolsa de Valores de São Paulo, mais o IBOVESPA 9, no período de primeiro de Janeiro de 2005 até 31 de Julho de 2010, extraídas da base de dados do Economática. Esses dados, já corrigidos para proventos e ajustes, foram cuidadosamente analisados para garantir a confiabilidade do estudo realizado. Durante esses cinco anos e meio a nossa bolsa teve uma forte valorização de 262,5%. Essa, porém, não foi uma alta constante, apresentando fortes movimentos 9 IBOVESPA é o índice de mercado mais importante da bolsa brasileira.

60 de alta e baixa no período, passando pela crise financeira de 2008, bem como alguns momentos de indefinição se movendo lateralmente, conforme pode ser visto na Figura 53 do Apêndice 6. Esse histórico foi dividido em duas partes, três quartos para desenvolver o modelo (dados de treinamento), referente ao período de 01/01/2005 a 09/03/2009 e um quarto para testes referente ao período 10/03/2009 a 30/07/2010. As ações escolhidas foram respectivamente: PETR4, VALE5, ITUB4, BBDC4, USIM5, GGBR4, VALE3, PETR3, CSNA3, BBAS3, TNLP4, CMIG4, BRAP4, ELET6, AMBV4, ELET3, GOLL4, GOAU4, VIVO4, FIBR3, BRKM5, NATU3, CCRO3, CPLE6, EMBR3, PCAR5 e BRTO4. Expandindo assim os setores de mineração, petróleo e gás, siderurgia, bancos, elétrico, consumo, transportes, papel e celulose e telecom. Os softwares utilizados para análise foram o Matlab 7.0, para realização dos cálculos aproveitando suas bibliotecas padrões, e o Microsoft Excel 2007 para visualização dos dados e preparo dos gráficos. A análise foi realizada da seguinte forma: Primeiro um ativo foi selecionado e um dia de negócio escolhido como referência. Para ser referência um dia necessita ter m dias anteriores reservados para o cálculo da volatilidade histórica e n dias posteriores para o cálculo da volatilidade futura. A ação deve ter sido negociada durante todos os m + n dias com uma liquidez satisfatória. Assim, 27.804 referências foram analisadas em 1.034 dias de negócios. Uma vez no dias - referência a volatilidade histórica e a volatilidade futura foram calculadas, passando para o próximo dia (Figura 21). Essa seqüência foi realizada para todos os ativos. Figura 21 Exemplo da metodologia para a análise da volatilidade

61 Após os cálculos, as volatilidades históricas foram separadas em 49 cestas igualmente espaçadas. A cesta com valor mais baixo centrada em 0,1454 e a com valor mais alto centrada em 1,335, cobrindo, assim, toda a faixa do histórico de volatilidade. Para cada nível/cesta de volatilidade histórica, a média e desvio padrão da volatilidade futura foram calculados. Por exemplo, para a cesta centrada em 0,170, a volatilidade futura teve média de 0,241 e desvio de 0,079 em 232 amostras. Uma regressão polinomial de segunda ordem foi realizada com as cestas para os dados de treinamento e os coeficientes a, b e c computados pelo método de mínimos quadrados na equação Eq.(33): Eq. (33) Onde: y é a volatilidade futura x é a volatilidade histórica. A correlação também foi calculada para medir o quanto foi boa a regressão. Essa regressão realizada nos dados de treinamento foi então aplicada nos dados de teste. 4.2 Resultados da Regressão Uni-variada A Figura2 mostra o nível esperado de volatilidade futura para cada cesta de volatilidade histórica para m=30 e n=10 10 (sendo esse último valor comumente a quantidade de dias restante para o vencimento de uma opção). A série demonstra a relação entre o Desvio Padrão Histórico (DPH) com o Desvio Padrão Futuro (DPF). A curva plotada é um polinômio de segunda ordem obtido através de regressão. Pode-se ver a equação gerada e o quadrado da correlação múltipla. Um fator observado na Figura 22 é a reversão à média. Pode-se ver claramente pelo gráfico que valores baixos de volatilidade histórica implicam em valores mais altos de volatilidade futura e que valores altos de volatilidade 10 m=30 é equivalente a 1 mês de histórico e n=10 exemplifica um período curto próximo ao vencimento das opções.

62 histórica implicam em valores mais baixos de volatilidade futura. Por exemplo, na Figura 22, uma volatilidade histórica de 0,195 implica em uma volatilidade futura de 0,249 enquanto uma volatilidade histórica de 0,864 tende a decair para uma volatilidade futura de 0,806. A volatilidade futura reverte para uma média do mercado em torno de 40%, já que cestas de volatilidade histórica abaixo deste valor resultavam em volatilidades futuras mais altas e cestas de volatilidade histórica acima deste valor resultavam em volatilidades futuras mais baixas. Outra observação a partir do gráfico é que a relação entre a volatilidade histórica e volatilidade futura é não linear e possivelmente quadrática. A regressão quadrática na Figura 22 resultou em uma alta correlação múltipla de 0,9714. As estatísticas dessa regressão podem ser encontradas no Apêndice 8 Foram realizados testes com polinômios de maior ordem que não obtiveram melhores resultados. Volatilidade Futura 1,2 1,1 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 DPH(30) x DPF(10) y = 0,181x 2 + 0,9772x + 0,0489 R² = 0,9714 Volatilidade Histórica Figura 22 Gráfico da Volatilidade Histórica 30 dias x Volatilidade Futura 10 dias A análise efetuada acima foi repetida para m=60 (ao invés de 30), para cálculo da volatilidade histórica, Figura 23. A expectativa de ser encontrada uma maior correlação não se sucedeu (R² = 0,939), porém a reversão a média foi relativamente acentuada, tendo uma maior queda de volatilidade futura para volatilidades históricas acima de 76%. Esperava-se que a correlação obtida através de 60 dias fosse maior que a obtida através de 30 dias, porém, no mercado, a confiabilidade de um histórico mais longo tende a ser menor, pois amostras mais

63 longas são menos representativas das condições atuais de mercado. Essa maior reversão a média para volatilidades mais altas com um período de calculo mais longo pode ser explicada pelo fato da volatilidade mais longa estar menos exposta a certos picos rápidos de volatilidade. Para ser alcançado um nível mais alto de volatilidade futura, com o período de calculo mais longo, são necessárias oscilações sustentáveis durante um maior período de tempo. Volatilidade Futura 1,2 1,1 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 DPH(60) x DPF(10) y = 0,5617x 2 + 1,359x 0,0296 R² = 0,939 Volatilidade Histórica Figura 23 Gráfico da Volatilidade Histórica 60 dias x Volatilidade Futura 10 dias Com o propósito de verificar a precisão do modelo encontrado por meio da regressão, utilizou-se o polinômio na base de testes para executar a previsão de volatilidade em 8.484 amostras, comparando em seguida com a volatilidade realizada pelo mercado. Foi estabelecida uma comparação entre o valor previsto e o realizado, tomando-se como parâmetro o Erro Quadrado Médio (EQM), Eq. (34) e o Erro Percentual Médio Absoluto (MAPE), Eq. (35). Há várias maneiras de se calcular a precisão da previsão, entretanto, não há um critério de consenso entre os pesquisadores sobre qual é a melhor forma. Eq. (34) Eq. (35)

64 Onde: Ri é o valor da volatilidade realizada no mercado para a amostra i. Pi é a volatilidade prevista para a amostra i e n é o número de amostras analisadas. Para o período de 10/03/2009 a 30/07/2010, consistindo de 8.484 11 amostras foram encontrados um EQM=0,0252 e um MAPE=0,4379. 4.3 Metodologia da Regressão Bivariada No estudo da regressão com um modelo uni-variado, só uma volatilidade histórica curta 12 foi usada para estimar a volatilidade futura. A seguir procurou-se verificar se a adição de um termo de volatilidade histórica longa 13 na regressão poderia melhorar os resultados. Procurou-se também analisar a característica de reversão a média da volatilidade. Na regressão uni-variada se verificou que a volatilidade tende a reverter à média do mercado e como cada ativo tem uma característica de volatilidade própria que persiste durante um longo período de tempo (Sinclair, 2008), verificaremos se um modelo que junte volatilidade de curto prazo e volatilidade de longo prazo poderá gerar melhores resultados. Esse estudo foi feito da mesma forma que na regressão uni-variada. Para todos os ativos, passou-se por todos os dias de referência, realizando-se os cálculos onde agora um dia de referência é válido quando existe m2 (m2 > m1) dias anteriores e n dias posteriores com uma liquidez satisfatória em todos os dias de negócios. Onde m2 é o período longo e m1 o período curto. Para cada diareferência selecionado a volatilidade histórica curta foi calculada a partir dos m1 dias anteriores, a volatilidade histórica longa a partir dos m2 dias anteriores e a volatilidade futura a partir dos n dias posteriores. 11 Esse é o numero de amostras no período de testes. São todos os dias-referência, para todas as 27 ações mais o IBOVESPA. 12 Volatilidade histórica curta é uma calculada com um pequeno número de dias 13 Volatilidade histórica longa é uma calculada com um número grande de dias

65 4.4 Resultados da Regressão Bivariada A Figura 24 ilustra uma amostra dos resultados do uso da volatilidade histórica curta e a volatilidade histórica longa como preditoras da volatilidade futura. Nessa figura uma variável independente (volatilidade histórica longa) foi mantida constante enquanto se variava a outra variável (volatilidade histórica curta). O eixo-x representa a variação da volatilidade histórica curta, o eixo-y a volatilidade futura realizada e as curvas correspondem a quatro níveis de volatilidade histórica longa (selecionados devido ao número suficiente de amostras). Os níveis de volatilidade histórica longa selecionados foram 0,385, 0,456, 0,528 e 0,600 (de cima para baixo). As curvas nesta simulação estão bem menos comportadas e têm uma correlação muito menor que da regressão uni-variada devido ao número reduzido de amostras em cada cesta tridimensional para tirar a média da volatilidade futura. Pode-se verificar pelos resultados que de uma forma geral, para cada medida de volatilidade histórica curta, a volatilidade futura tende a aumentar com um aumento de volatilidade histórica longa. Do mesmo modo, para uma volatilidade histórica longa a volatilidade histórica futura tende a aumentar com um aumento na volatilidade histórica curta. Essa observação tende a ser bem significativa, de modo que as duas variáveis independentes conseguem apresentar uma melhor previsão do que somente cada uma delas separadas. Assim, foi verificada uma correlação para cada uma delas quando a outra foi mantida constante. Os resultados não puderam ser tão bem observáveis para outros níveis de volatilidade devido ao número insuficiente de amostras, que não permitiu a elaboração de um polinômio para testes. A volatilidade futura deve reverter para uma média entre a média do mercado e a média do ativo específico analisado. Isso faz sentido se for observado que certos ativos (ações de empresas de energia elétrica, por exemplo) raramente se demonstram muito-voláteis e provavelmente não mudarão suas características de serem ativos pouco-voláteis, enquanto que ativos que são muito-voláteis (novas ações e empresas que ainda estão pré-operacionais, por exemplo) podem se tornar, e muitas vezes se tornam, ações menos-voláteis com o tempo.

66 Volatilidade Futura 1,1 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 Volatilidade Histórica Curta Longo=0,385 Longo=0,456 Longo=0,528 Longo=0,600 Figura 24 Gráfico da Volatilidade Histórica Curta x Volatilidade Futura Realizada para diferentes níveis de Volatilidade Histórica Longa