PONTO 1: Prisão 1. PRISÃO. Quanto às espécies de prisão, podemos falar em:

Documentos relacionados
PONTO 1: Prisão em Flagrante PONTO 2: Prisão Preventiva

28/03/2019. Professor: Anderson Camargo 1

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Provas Juiz não pode proferir uma sentença condenatória somente com base nas provas coletadas na fase investigatória (art.

INTRODUÇÃO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO NO DIREITO BRASILEIRO... 27

Professor Wisley Aula 17

Mãe, Bacharel em Direito, Especialista em Direito Penal e Processo Penal, Advogada, Professora, Palestrante.

MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS Medidas cautelares no processo penal - panorama geral. Davi André Costa Silva

Direito Processual Penal Professor Leonardo Galardo

DIREITO PROCESSUAL PENAL

TEMAS INTRODUTÓRIOS Vídeo: Prisão Parte I do início até 1:29:58

PRISÕES PRISÃO EM FLAGRANTE. Vídeo: Prisão Parte I de 1:02:00 até final

Mini Simulado GRATUITO de Direito Processual Penal. TEMA: Diversos

Direito. Processual Penal. Prisão

PROVISÓRIA É PRECISO QUE O CANDIDATO ANALISE SE A PRISÃO EM FLAGRANTE FOI OU

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

DIREITO CONSTITUCIONAL

Direito Processual Penal. Aula demonstrativa. Prof. Aurélio Casali

PONTOS INICIAS: -Privação da liberdade / tolhimento do direito de ir e vir. Marco de divisão das prisões: Sentença condenatória transitada em julgado

QUAIS OS TEMAS MAIS RELEVANTES PARA O CONCURSO DA PRF (PROVA DISCURSIVA)?

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL

CAPÍTULO 1 Das Premissas Fundamentais e Aspectos Introdutórios...1

Processo Penal. Professor Luiz Lima CONCURSO TJSP - VUNESP

Professor Wisley Aula 05

Juizados Especiais Criminais

DIREITO ELEITORAL. Polícia Judiciária Eleitoral - Parte 2. Prof. Roberto Moreira de Almeida

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA

DIREITO PROCESSUAL PENAL

SUJEITOS NO PROCESSO PENAL...

DIREITO CONSTITUCIONAL

Professor Wisley Aula 16

Professor Wisley Aula 15

DIREITO ELEITORAL. Polícia Judiciária Eleitoral. Prof. Karina Jaques

PRISÕES CAUTELARES NO PROCESSO PENAL

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XX

PRISÕES CAUTELARES NO PROCESSO PENAL

Pós Penal e Processo Penal. Legale

MARATONA EOAB XXVIII EXAME. PROCESSO

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. CERT Regular 4ª Fase. Período:

COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO AGRADECIMENTOS NOTA À 5ª EDIÇÃO APRESENTAÇÃO PREFÁCIO...

Introdução. Principais alterações:

DIREITO PROCESSUAL PENAL III. AULA 26 de maio Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA

Professor Wisley Aula 18

LFG MAPS. INQUÉRITO POLICIAL 08 questões. qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

AÇÃO PENAL PÚBLICA INCODICIONADA

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO CAPÍTULO I - FUNÇÃO E CARREIRA DO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL...

SUJEITOS NO PROCESSO PENAL...

COMENTÁRIOS A LEI /2011 MEDIDAS CAUTELARES E-LEARNING

PEDIU PRA PARAR, PAROU!

Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (PARTE II) (...) Art Usurpar o exercício de função pública:

Direito Processual Penal

02/04/2019. Professor: Anderson Camargo 1

PRÁTICAS PROCESSUAIS AULA I. 1º Tenente PM PACHECO

RESOLUÇÃO Nº INSTRUÇÃO Nº CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

Professor Wisley Aula 04

Pós Penal e Processo Penal. Legale

DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA DIA 04/05/2015. Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA

CEM. Direito Processual Penal. CERT 10ª Fase TRE PE

SUMÁRIO. Manuais das Carreiras-Brene-Lepore-Manual Delegado Policia Civil-4ed.indb 9 23/05/ :52:28

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Da prisão e da Liberdade Provisória

TEMA: Prisões. Gabarito Comentado

A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico. criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime.

SUMÁRIO A ǧ.! A A ǧ

Prisão Cautelar 1. Ano: Banca: Órgão: Prova:

Conteúdo: Ação Penal nos Crimes contra a Honra: Pedido de explicações, audiência de conciliação, exceção da verdade. Jurisdição: Conceito, Princípios.

LIBERDADE PROVISÓRIA SEM A NECESSIDADE DE RECOLHIMENTO DE FIANÇA

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Aula 21. III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

OBRA: GUILHERME DE SOUZA NUCCI-MANUAL DE PROCESSO PENAL E EXECUÇÃO PENAL EDITORA RT OBRA: EUGÊNIO PACELLI DE OLIVEIRA CURSO DE PROCESSO PENAL EDITORA

Lei n /2011 e prisão provisória: questões polêmicas

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Processo Penal. Período:

Direito Penal CERT Regular 3ª Fase

Conteúdo: Prisão Temporária: Contagem do Prazo; Rol de Crimes; Recurso do Indeferimento. Nulidades: Conceito; Espécies; Princípios.

A PRISÃO PROCESSUAL COMO ULTIMA RATIO

Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso

RESOLUÇÃO N XXXXXXX INSTRUÇÃO N xxx-xx.20xx CLASSE 19 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL.

Pós Penal e Processo Penal. Legale

RESOLUÇÃO Nº INSTRUÇÃO Nº CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL

PONTO 1: Procedimentos

Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes

Apresentação Capítulo I

DIREITO PROCESSUAL PENAL

TEORIA GERAL DO DELITO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM DELTA

Livramento condicional

Conteúdo: Procedimento na Lei de Drogas (Lei /06). Procedimento nos Crimes contra a Propriedade Material.

Prof. Dr. Vander Ferreira de Andrade

FIANÇA E PROCEDIMENTO S NOVOS

Transcrição:

1 DIREITO PROCESSUAL PENAL PONTO 1: Prisão 1. PRISÃO Segundo o art. 5º, LXI, da CF/88, é possível a prisão mediante flagrante delito ou ordem escrita e fundamentada da autoridade competente, salvo transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Quanto às espécies de prisão, podemos falar em: Rica). PRISÃO CIVIL art. 5º, LXVII da CF: -Devedor de alimentos -Depositários infiel (STF não mais admite invocando o Pacto São José da Costa PRISÃO ADMINISTRATIVA art. 319 do CPP: Prevalece na doutrina que o dispositivo não foi recepcionado pela CF. PRISÃO PARA AVERIGUAÇÕES: É inconstitucional, caracterizando abuso de autoridade. PRISÃO-PENA: Pode ser reclusão, detenção ou prisão simples, caso das contravenções penais, previstas no Decreto-Lei 3.688/41. PRISÃO PROVISÓRIA: Pode ser em flagrantes, preventiva ou temporária.

2 São apenas essas três as modalidades, tendo sido a prisão provisória resultante de decisão de pronúncia, destinada ao pronunciado reincidente ou com maus antecedentes, abolida da sistemática do CPP. (lei 11.689/08, que alterou o procedimento de apuração dos crimes dolosos contra a vida). Logo, a única prisão que pode ser estabelecida ao condenado em sentença recorrível é a preventiva, quando constatados os requisitos que a ensejarem. Da Prisão em Flagrante: 301-310 CPP É regida pela causalidade, pois o flagrado é supreendido no decorrer da prática da infração ou momentos depois. Para a sua imposição, são irrelevantes aspectos relativos à ilicitude e a culpabilidade, importando tão somente a prática de um fato com apar~encia de tipicidade. Natureza inicialmente administrativa, não dependendo de prévia ordem judicial. Mantida que seja pelo juiz, por ocasião da homologação do auto de prisão em flagrante, assume natureza jurisdicional. - É cabível em tese, tanto em relação a crimes como contravenções; -Crimes pena máxima 2 anos : Nesse caso ficando condicionada a lavratura do auto de prisão em flagrante e demais formalidades do art. 304 e seguintes do CPP a que o autor do fato se recuse a comparecer ao JECrim quando encaminhado pela autoridade policial ou a assumir o compromisso de fazê-lo.art. 69, único da lei 9099/95. Existem 3 (três) modalidades de flagrantes legais: a) Flagrante Próprio- 302 I e II do CPP: É aplicável a quem está cometendo a infração, ou acaba de cometê-la, (sem intervalo temporal). b) Flagrante Impróprio ou Quase-Flagrante- art. 302, III, CPP:

3 É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da infração. Nesse caso, já concluiu ou a execução é interrompida por terceiros, pondo-se em fuga, iniciando-se aí a perseguição ininterrupta, até que venha a ser preso. Não é necessária a percepção visual do agente em fuga, bastando, segundo o professor Avena, meras diligências voltadas à investigação do autor do crime com posterior perseguição para prisão descaracterizam o flagrante impróprio. c) Flagrante Presumido ou Ficto- art. 302, IV, CPP: É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. Segundo o atrt. 304, 1º, se não for o procurado, imediatamente libera. Também são flagrantes legais, o Retardado (Diferido), no qual a polícia tem certeza do crime, mas não age na busca de maior efetividade na interdição. E Flagrante Esperado, no qual, a polícia tem notícia da infração, mas não tem certeza do momento de sua ocorrência, colocando-se em simples posição de aguardo sem qualquer atitude de induzimento ou instigação. Existem também Flagrantes Ilegais: a) Preparado, Provocado, Delito de Ensaio: O agente é instigado a provocar o crime, não sabendo, porém que está sob vigilância atenta da autoridade ou de terceiros, que só aguardam o início dos atos de execução para realizar o flagrante. (Vide Súmula 145 do STF). impossível. Mesmo que não seja a polícia o agente instigador, estará caracterizado o crime

4 b) Flagrante Forjado: O fato típico não foi praticado, sendo simulado pela autoridade ou pelo particular com objetivo direto de incriminar falsamente alguém. É absolutamente ilegal e sujeita o responsável a responder penalmente por essa conduta. Sujeitos da Prisão em Flagrante: O presidente do Auto de Prisão em Flagrante, será a Autoridade Policial (Delegado de Polícia) do local da prisão e não do crime; Sujeito Ativo é o autor da prisão, quem dá a voz de prisão, pode ser facultativo, no caso de qualquer do povo ser o condutor, ou obrigatório, devendo ser realizado pela autoridade policial e seus agentes. as seguintes exceções: O Sujeito Passivo poderá ser em regra qualquer pessoa, devendo-se mencionar Não podem ser presos: -Presidente da República, art. 86, 3º da CF. STF entendeu que governador do estado não goza da mesma garantia, todavia o STJ tem decisões reconhecendo a garantia também aos governadores. -Menores de 18 anos art. 228 da CF e art. 27 do CP. Só podem ser presos por crime inafiançável: -Membros do Congresso Nacional art. 53, 2º da CF. -Deputados Estaduais art. 27, 1º da CF. -Membros da magistratura nacional art. 33, inciso II da LC 35/79. -Membros do MP art.40, inciso III da Lei 8.625/93. -Advogados art. 7º, 3º da Lei 8.906/94.

5 Das Infrações que admitem a Prisão em Flagrante: O CPP não faz distinção quanto às infrações que admitem o flagrante. Nas de Ação Penal Pública Condicionada a Representação e de Iniciativa Privada, a lavratura do APF fica condicionada a manifestação da vítima ou de seu representante legal. situações: Não pode ocorrer a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante nas seguintes -Art. 69, parágrafo único da Lei 9.099/95: nas infrações de menor potencial ofensivo, lavratura de termo circunstanciado. -Art. 301 da Lei 9.503/97: motorista que socorre a vítima imediatamente. -Art. 48, 3º, in fine da Lei 11. 343/06: usuário de drogas termo circunstanciado. -Apresentação Espontânea prevalece na doutrina que impede a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, mas não impede a prisão preventiva. Das Fases da Prisão em Flagrante: -Captura do agente; -Condução coercitiva; -Lavratura do auto de prisão em flagrante (arts. 304-309, CPP) -Encarceramento do autuado. Ressalva deve ser feita quanto à prisão em flagrante em crimes continuados e permanentes. Nos crimes permanentes, nos quais a consumação se prolonga no tempo, cabe o flagrante em qualquer tempo, enquanto não cessada a permanência.

6 No caso de crimes continuados, em que há benefício para o agente que pratica uma série de crimes da mesma espécie, modo e lugar, cabe o flagrante isoladamente em cada crime. Nos crimes habituais, prevalece na doutrina o entendimento de que descabe o flagrante, por ser crime plurissubsistente que exige reiteração de atos para se configurar. Já, nas contravenções penais se admite flagrante quando o autor do fato não assumir compromisso de comparecimento ao JECrim.