1 DIREITO PROCESSUAL PENAL PONTO 1: Prisão 1. PRISÃO Segundo o art. 5º, LXI, da CF/88, é possível a prisão mediante flagrante delito ou ordem escrita e fundamentada da autoridade competente, salvo transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Quanto às espécies de prisão, podemos falar em: Rica). PRISÃO CIVIL art. 5º, LXVII da CF: -Devedor de alimentos -Depositários infiel (STF não mais admite invocando o Pacto São José da Costa PRISÃO ADMINISTRATIVA art. 319 do CPP: Prevalece na doutrina que o dispositivo não foi recepcionado pela CF. PRISÃO PARA AVERIGUAÇÕES: É inconstitucional, caracterizando abuso de autoridade. PRISÃO-PENA: Pode ser reclusão, detenção ou prisão simples, caso das contravenções penais, previstas no Decreto-Lei 3.688/41. PRISÃO PROVISÓRIA: Pode ser em flagrantes, preventiva ou temporária.
2 São apenas essas três as modalidades, tendo sido a prisão provisória resultante de decisão de pronúncia, destinada ao pronunciado reincidente ou com maus antecedentes, abolida da sistemática do CPP. (lei 11.689/08, que alterou o procedimento de apuração dos crimes dolosos contra a vida). Logo, a única prisão que pode ser estabelecida ao condenado em sentença recorrível é a preventiva, quando constatados os requisitos que a ensejarem. Da Prisão em Flagrante: 301-310 CPP É regida pela causalidade, pois o flagrado é supreendido no decorrer da prática da infração ou momentos depois. Para a sua imposição, são irrelevantes aspectos relativos à ilicitude e a culpabilidade, importando tão somente a prática de um fato com apar~encia de tipicidade. Natureza inicialmente administrativa, não dependendo de prévia ordem judicial. Mantida que seja pelo juiz, por ocasião da homologação do auto de prisão em flagrante, assume natureza jurisdicional. - É cabível em tese, tanto em relação a crimes como contravenções; -Crimes pena máxima 2 anos : Nesse caso ficando condicionada a lavratura do auto de prisão em flagrante e demais formalidades do art. 304 e seguintes do CPP a que o autor do fato se recuse a comparecer ao JECrim quando encaminhado pela autoridade policial ou a assumir o compromisso de fazê-lo.art. 69, único da lei 9099/95. Existem 3 (três) modalidades de flagrantes legais: a) Flagrante Próprio- 302 I e II do CPP: É aplicável a quem está cometendo a infração, ou acaba de cometê-la, (sem intervalo temporal). b) Flagrante Impróprio ou Quase-Flagrante- art. 302, III, CPP:
3 É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da infração. Nesse caso, já concluiu ou a execução é interrompida por terceiros, pondo-se em fuga, iniciando-se aí a perseguição ininterrupta, até que venha a ser preso. Não é necessária a percepção visual do agente em fuga, bastando, segundo o professor Avena, meras diligências voltadas à investigação do autor do crime com posterior perseguição para prisão descaracterizam o flagrante impróprio. c) Flagrante Presumido ou Ficto- art. 302, IV, CPP: É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. Segundo o atrt. 304, 1º, se não for o procurado, imediatamente libera. Também são flagrantes legais, o Retardado (Diferido), no qual a polícia tem certeza do crime, mas não age na busca de maior efetividade na interdição. E Flagrante Esperado, no qual, a polícia tem notícia da infração, mas não tem certeza do momento de sua ocorrência, colocando-se em simples posição de aguardo sem qualquer atitude de induzimento ou instigação. Existem também Flagrantes Ilegais: a) Preparado, Provocado, Delito de Ensaio: O agente é instigado a provocar o crime, não sabendo, porém que está sob vigilância atenta da autoridade ou de terceiros, que só aguardam o início dos atos de execução para realizar o flagrante. (Vide Súmula 145 do STF). impossível. Mesmo que não seja a polícia o agente instigador, estará caracterizado o crime
4 b) Flagrante Forjado: O fato típico não foi praticado, sendo simulado pela autoridade ou pelo particular com objetivo direto de incriminar falsamente alguém. É absolutamente ilegal e sujeita o responsável a responder penalmente por essa conduta. Sujeitos da Prisão em Flagrante: O presidente do Auto de Prisão em Flagrante, será a Autoridade Policial (Delegado de Polícia) do local da prisão e não do crime; Sujeito Ativo é o autor da prisão, quem dá a voz de prisão, pode ser facultativo, no caso de qualquer do povo ser o condutor, ou obrigatório, devendo ser realizado pela autoridade policial e seus agentes. as seguintes exceções: O Sujeito Passivo poderá ser em regra qualquer pessoa, devendo-se mencionar Não podem ser presos: -Presidente da República, art. 86, 3º da CF. STF entendeu que governador do estado não goza da mesma garantia, todavia o STJ tem decisões reconhecendo a garantia também aos governadores. -Menores de 18 anos art. 228 da CF e art. 27 do CP. Só podem ser presos por crime inafiançável: -Membros do Congresso Nacional art. 53, 2º da CF. -Deputados Estaduais art. 27, 1º da CF. -Membros da magistratura nacional art. 33, inciso II da LC 35/79. -Membros do MP art.40, inciso III da Lei 8.625/93. -Advogados art. 7º, 3º da Lei 8.906/94.
5 Das Infrações que admitem a Prisão em Flagrante: O CPP não faz distinção quanto às infrações que admitem o flagrante. Nas de Ação Penal Pública Condicionada a Representação e de Iniciativa Privada, a lavratura do APF fica condicionada a manifestação da vítima ou de seu representante legal. situações: Não pode ocorrer a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante nas seguintes -Art. 69, parágrafo único da Lei 9.099/95: nas infrações de menor potencial ofensivo, lavratura de termo circunstanciado. -Art. 301 da Lei 9.503/97: motorista que socorre a vítima imediatamente. -Art. 48, 3º, in fine da Lei 11. 343/06: usuário de drogas termo circunstanciado. -Apresentação Espontânea prevalece na doutrina que impede a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, mas não impede a prisão preventiva. Das Fases da Prisão em Flagrante: -Captura do agente; -Condução coercitiva; -Lavratura do auto de prisão em flagrante (arts. 304-309, CPP) -Encarceramento do autuado. Ressalva deve ser feita quanto à prisão em flagrante em crimes continuados e permanentes. Nos crimes permanentes, nos quais a consumação se prolonga no tempo, cabe o flagrante em qualquer tempo, enquanto não cessada a permanência.
6 No caso de crimes continuados, em que há benefício para o agente que pratica uma série de crimes da mesma espécie, modo e lugar, cabe o flagrante isoladamente em cada crime. Nos crimes habituais, prevalece na doutrina o entendimento de que descabe o flagrante, por ser crime plurissubsistente que exige reiteração de atos para se configurar. Já, nas contravenções penais se admite flagrante quando o autor do fato não assumir compromisso de comparecimento ao JECrim.