Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized TERMOS DE REFERÊNCIA DIRETRIZES DA POLÍTICA DE SALVAGUARDAS SOCIAIS E AMBIENTAIS PARA O FUNDO PARA A PROMOÇÃO DA INDUSTRIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS (FUNPI) PROJETO DE REABILITAÇÃO DO SETOR PRIVADO E DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO (PRSPDA) DA GUINÉ-BISSAU A. Contexto CONSULTOR NACIONAL E2983 v2 1. O caju é o produto agrícola mais importante da Guiné-bissau. É cultivado por perto de 55 por cento da população que vive da agricultura (na maioria pequenos proprietários) e emprega, directa ou indirectamente, 80 por cento da população. Presentemente, as castanhas de caju representam mais de 90 por cento dos rendimentos das exportações do país e são a maior fonte de rendimento em dinheiro para a população agrícola, a qual permanece a mais pobre do país (a pobreza rural está perto dos 80 por cento). Actualmente, a Guiné-Bissau é o quinto maior produtor mundial de caju, depois da Índia, Costa do Marfim, Vietname e Brasil e as castanhas são consideradas de relativa alta qualidade. 2. Não obstante as condições agro-climáticas extremamente favoráveis, a qualidade geral e o aumento de produção das castanhas por processar, o setor também se confronta com sérios desafios. Apesar da produtividade de 500-600 kg/ha ser aceitável, permanece todavia diminuta quando se tem em conta o potencial no terreno, e isto devido a material de plantio de fraca qualidade e a práticas agronómicas de rendimento inferior. As técnicas de colheita e de pós-colheita são igualmente inadequadas, o que gera perdas na quantidade e qualidade das castanhas. Para além disto, a capacidade de processamento no país é muito fraca; em 2011, menos de um por cento das cerca de 200,000 toneladas de castanhas produzidas foram processadas no país. 3. O Programa Nacional de Desenvolvimento Agrícola e o Programa Nacional para o Investimento Agrícola (PNIA) têm por alvo setores que apresentem maior probabilidade de ter um impacto significativo no decorrer dos próximos 10 anos em termos de crescimento económico, rendimento das exportações, segurança alimentar, emprego e redução da pobreza. O setor do caju foi identificado como um dos dois setores que terão um impacto crítico. O Governo tem por objetivo desenvolver o setor encorajando o aumento da produção, a melhoria da qualidade do produto e apoiando o processamento local; promovendo a distribuição equitativa deste valor acrescentado a todos os atores da cadeia de valor; e aproveitando o valor económico do setor para facilitar o desenvolvimento e diversificação de todo o setor agrícola. A visão do Governo é a de produzir mais de 350,000 toneladas de castanhas de caju em 2020, das quais pelo menos 30 por cento (ou 100,000 toneladas) serão processadas localmente, criando cerca de 35,000 empregos a tempo inteiro nas zonas rurais.
B. Fundo para Promover a Industrialização de Produtos Agrícolas (FUNPI) 4. Para ajudar a concretizar esta visão, foi criado em Maio de 2011 (Decreto no 19/2011) um fundo de desenvolvimento para financiar atividades privadas ou coletivas críticas para o setor agrícola: o Fundo para a Promoção da Industrialização de Produtos Agrícolas (FUNPI). Trata-se de uma instituição público-privada financiada por uma taxa parafiscal recolhida sobre a exportação de castanhas de caju em bruto, recursos do governo ou outras fontes externas. O objetivo do Fundo é o de promover o desenvolvimento de todas as cadeias de valor agrícola. No entanto, no curto a médio prazo, uma grande parte das suas atividades terão por alvo o setor do caju, o qual também irá contribuir com a maioria dos recursos do Fundo. O Fundo compreenderá três modalidades de financiamento: Investimento privado, o qual inclui concessão de crédito e fundos de garantia em parceria com os bancos comerciais para financiar atividades/operadores agro-industriais elegíveis. Um financiamento público/de bem colectivo que financiará a 100 por cento atividades de natureza colectiva/de bem público, tais como a Associação Interprofissional do Caju: programas específicos de investigação, tratamentos fitossanitários, serviços de extensão e informação, etc. Um subsídio equivalente que atribuirá subsídios limitados para atividades/investimentos inovadores e/ou socialmente necessários (e.g.central cogeradora de electricidade). Até à data, não foram finalizados os estatutos do FUNPI; no entanto, uma comissão nomeada conjuntamente pelo Governo e pela CCIAS está presentemente a trabalhar na definição dos mesmos. De acordo com o enquadramento legal nacional relativamente ao ambiente, um dos princípios operacionais chave central para esta discussão inclui assegurar que as atividades financiadas pelo FUNPI não originem impactos negativos significativos a nível ambiental ou social. Para este fim, estão a ser preparadas para o FUNPI uma política ambiental e social específica, bem como as diretrizes de implementação a esta associadas. Quer a política global, quer as diretrizes específicas, levarão em conta e tratarão das particularidades de cada uma das três modalidades de financiamento do FUNPI e serão operacionalizadas através da incorporação de uma monitorização adequada e de procedimentos de avaliação de impacto presentes no Manual de Operações do FUNPI. C. Capacidade e Enquadramento Nacional da Gestão Ambiental e Social.
5. No decorrer da última década a avaliação ambiental tem vindo a ganhar um cada vez maior reconhecimento nacional como um meio para promover o desenvolvimento sustentável. Tendo em conta desafios ambientais, a Guiné-Bissau endossou o princípio de que um ambiente saudável é um direito humano. Esta preocupação manifesta-se por intermédio da criação de várias instituições (Secretaria de Estado do Ambiente e Desenvolvimento Durável - SEADD, Instituto para Biodiversidade e Áreas Protegidas - IBAP, Célula de Avaliação do Impacto Ambiental - CAIA, etc.) para a gestão dos assuntos ambientais. Apesar da crescente importância atribuída a estas matérias, a capacidade no país para as gerir é ainda limitada. Uma Lei-quadro Ambiental e uma Lei de Avaliação Ambiental nacional foram promulgadas em 2010, o que fornece um quadro legislativo alargado para a gestão e protecção ambiental e social no país. Regulações detalhadas para a sua implementação ainda não foram estabelecidas. A Unidade de Avaliação de Impactos Ambientais (CAIA) responsável pela implementação da Lei EIA foi estabelecida com uma pequena equipa de duas pessoas, apoiadas por uma rede de «Antenas Setoriais», ou pontos foco em cada ministério técnico. A capacidade institucional e recursos humanos destes para cumprirem os seus papéis e responsabilidades são fracos. D. Objetivo e âmbito do trabalho 6. O objetivo desta consultoria é assistir o FUNPI a desenvolver diretrizes de políticas sociais e ambientais de forma a assegurar que as atividades financiadas não originem impactos negativos significativos a nível social e ambiental. 7. Para este fim, o consultor nacional, juntamente com um consultor internacional qualificado, recrutado separadamente, irá trabalhar com o governo e outras partes interessadas do FUNPI (e.g., CCIAS, INCA, CNC, CAIA, MSC, IMPA, produtores, processadores, exportadores, FUNDEI) de forma a: (i) definir uma declaração de política para o FUNPI que abranja protecção social e ambiental cobrindo cada uma das três modalidades de financiamento, (ii) pormenorizar diretrizes ambientais e sociais de diligência devida (due deligence) específicas que identifiquem possíveis impactos das atividades financiadas pelo FUNPI sob cada modalidade de financiamento, e propor medidas de mitigação proporcionais adequadas para lidar com os mesmos, avaliar lacunas de capacidade, bem como efetuar recomendações para abordar as mesmas e (iii) coordenar-se com a equipa de consultores que trabalham no Manual de Operações do FUNPI (sob um contrato de consultoria distinto) de forma a conceber processos e procedimentos empresariais pormenorizados para integrar e monitorizar de forma adequada a aplicação destas diretrizes no âmbito do ciclo do projeto FUNPI. E. Procedimentos para relatórios 8. O consultor nacional irá exercer os seus deveres sob a supervisão directa de um Consultor internacional, recrutado separadamente, juntamente com o qual apresentará relatórios ao Conselho Nacional do Caju (CNC) e à Célula de Avaliação do Impacto Ambiental CAIA. Estas duas instituições irão assegurar o
envolvimento adequado das outras partes interessadas, incluindo, entre outros: CCIAS, SNV, FUNPI, representantes de partes interessadas e de associações ao longo de toda a cadeia de valor, incluindo produção, processamento, exportação, monitorização e controlo de qualidade de produtos e serviços. F. Documentos a entregar 9. Os documentos a entregar, a ser preparados em parceria com o Consultor Internacional, incluem: Relatório Inicial, incluindo o quadro analítico proposto e o relatório descritivo detalhado Rascunho e Relatório(s) Final incluindo: (i) Uma declaração de política ambiental e social para o FUNPI de gestão de todas as três modalidades de financiamento do FUNPI (ii) Um conjunto detalhado de diretrizes de política social e ambiental para conduzir o trabalho do FUNPI e a devida diligência (due diligence) no que respeita aos impactos ambientais e sociais dos trabalhos/atividades a serem financiados sob cada uma das três modalidades e, (iii) um capítulo detalhado sobre assuntos ambientais e sociais (incluindo a declaração politica e diretrizes em (i) e (ii) acima) que defina claramente os papéis e responsabilidades das entidades de execução para cada uma das modalidades responsável por assegurar a aplicação adequada das diretrizes e monitorização contínua das atividades para assegurar concordância total com as diretrizes. 10. O Rascunho e Relatório(s) finais serão apresentadas sob a forma de um capítulo de salvaguardas ambientais e sociais para o Manual de Operações do FUNPI. A preparação do capítulo será coordenada estreitamente com a equipa de consultores responsável pela preparação global do Manual de Operações. G. Duração 11. O número estimado de dias de trabalho para levar a cabo os serviços descritos é de trinta e cinco (35) dias durante um período de dois (2) meses. Este período incluirá acompanhar o consultor internacional durante visita de +/- catorze (14) dias deste/a ao país. O horário de trabalho será ajustado por mútuo acordo entre o cliente e o consultor durante as negociações do contrato. H. Qualificações 12. O consultor nacional deverá ter: Licenciatura numa área relevante, tal como gestão/avaliação ambiental e social, agronomia/agronegócio, engenharia ambiental, economia ou desenvolvimento internacional
Mínimo de 8 anos de experiência relevante em áreas como política do desenvolvimento, implementação de salvaguardas sociais e ambientais, desenvolvimento sustentável e finanças e desenvolvimento, avaliação ambiental e social, agronomia/agronegócio; o candidato deve ter conhecimento profundo do setor do caju na Guiné-Bissau, Experiência em proteção ambiental e social, experiência na elaboração de manuais de operações e conhecimento das políticas de salvaguarda do Banco Mundial/IFC será uma mais-valia Forte capacidade de comunicação interpessoal e de trabalho em equipa Competência para trabalhar em Português. Conhecimento de Francês e Inglês é uma mais-valia. Disponibilidade para visitas ao terreno. I. Documentos de contextualização recomendados 13. Contextualização do projeto: PSRAD Projeto de Reabilitação do Setor Privado e Desenvolvimento do Agronegócio (PRSPDA) - Project Information Document (PID) e Integrated Safeguards Datasheet (ISDS) Memorando de Entendimento Económico do País (CEM) (Banco Mundial) Guinea Bissau Poverty Reduction Strategy Paper (PRSP) Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza FUNPI: Decretos relevantes do FUNPI: Decreto Nº 3 / 2005, de 26 de Abril, Decreto Nº 19/2011, de 3 de Maio Apresentações do workshop de Novembro de 2011 sobre o Capítulo Caju do CEM e FUNPI Caju: Documento de trabalho para a elaboração do Plano Diretor do Caju e outros documentos relevantes para o setor agrícola/agronegócio Relatório do Enquadramento Institucional do Caju e Recomendações (em preparação) Documentos selecionados sobre projetos de agronegócio e.g. estudos técnicos e de eficácia sobre processamento, armazenamento, etc. Salvaguardas: Plano Nacional de Gestão Ambiental (2004) Lei Nacional do Quadro Ambiental (2010) Lei Nacional de Avaliação Ambiental (2010) Decreto para a criação da Célula de Avaliação de Impacto Ambiental (CAIA) Políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial/IFC Ferramentas de Enquadramento de Gestão Social e Ambiental do Banco Mundial Enquadramentos de Gestão Social e Ambiental e procedimentos para o Fundo de Iniciativas Ambientais Locais (FIAL) Rural Community Driven Development Project/Participatory Development Project (RCDDP/PRDP), FUNDEI e outros fundos nacionais. J. Forma de Apresentação do Produto
14. Os Relatórios devem ser entregues em três (3) cópias impressas e a cópia em formato digital em dois (2) CD-ROM, o último em compatibilidade com o Microsoft Office 97. Rascunhos de todos os elementos a entregar dever ser submetidos a revisão e aprovação pelo menos com duas (2) semanas de antecedência do prazo para a entrega dos produtos finais. K. Direitos de Propriedade 15. Todos os materiais resultantes dos serviços contratados, incluindo documentação original, especificações e programas compilados das fontes, bases de dados, ficheiros, tabelas, gráficos, fotografias, memórias de cálculo e toda a informação obtida e métodos desenvolvidos no contexto do presente contrato são da Propriedade do Cliente.