DISTRIBUIÇÃO DE Araucaria angustifolia (Bertol) Kuntze NA BACIA HIDROGRÁFICA ÁGUA DAS BARRAS, NO MUNICÍPIO DE CAMPO MOURÃO - PR



Documentos relacionados
Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

Respostas das questões sobre as regiões do Brasil

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC. Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC)

enxertia de araucária para produção de pinhão

DISTRIBUIÇÃO DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA (BERT.) KUNTZE. NA REGIÃO CENTRAL DE CAMPO MOURÃO. 1

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas

FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO

Definição. Unidade Territorial com características naturais bem. Por essa razão, muitas vezes o termo é usado

o.c rioge om.br o.c A Ge G og o r g afi f a Le L va v da d a Sério

A BIOSFERA DO BRASIL (I) AULAS 34 E 35

Projeto Guia Fotográfico

Fonte: Rondônia Rural Disponível em: Rondônia Rural.com

Sumário. 1 Características da propriedade Cobertura vegetal Hidrografia Topografia Área de reserva florestal legal 3

USO DE GEOPROCESSAMENTO NA DELIMITAÇÃO DE CONFLITOS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RIO VERÊ, MUNICÍPIO DE VERÊ PR.

Formações de Santa Catarina. Profa. Elisa Serena Gandolfo Martins Março/2015

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

BRASIL: UM PAÍS DE MUITAS ESPÉCIES

O maior manancial de água doce do mundo

Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros. Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia. Bioma

Nosso Território: Ecossistemas

A importância do continente europeu reside no fato de este ter

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 25 O PANTANAL, A MATA DE ARAUCÁRIAS E AS PRADARIAS

MAPEAMENTO DE FRAGILIDADE DE DIFERENTES CLASSES DE SOLOS DA BACIA DO RIBEIRÃO DA PICADA EM JATAÍ, GO

COLÉGIO MARQUES RODRIGUES - SIMULADO

Município de Colíder MT

Climas do Brasil GEOGRAFIA DAVI PAULINO

DINÂMICA LOCAL INTERATIVA CONTEÚDO E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES GEOGRAFIA DESAFIO DO DIA. Aula 21.1 Conteúdo. Região Sudeste

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Manejo Florestal Sustentável

INVENTÁRIO FLORESTAL (Floresta Plantada) Propriedade: Fazenda Alto Limoeiro 4 Timóteo - MG

MATA DAS ARAUCÁRIAS BRUNA F. N. DE SOUZA LUCAS UENO SUGANUMA SHEILA GORSKI YASMIN MARTINELLI CHIN

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL NOS MUNICÍPIOS DO CENTRO- SUL PARANAENSE NO PERÍODO DE 2000 A 2010

Diagnóstico Ambiental do Município de Alta Floresta - MT

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS LCF-1581


DESIGUALDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SALINAS MG

Biodiversidade em Minas Gerais

15- Representação Cartográfica - Estudos Temáticos a partir de imagens de Sensoriamento Remoto

PARANÁ CONTINUA SENDO O MAIOR PRODUTOR DE GRÃOS

REGIÃO NORTE: MAIOR REGIÃO BRASILIERA EM EXTENSÃO. 45% do território nacional

Glossário das Camadas do SISTEMA CADEF

A FLORESTA HOJE Cobertura Vegetal Natural do Estado de São Paulo

Climas e Formações Vegetais no Mundo. Capítulo 8

A seqüência correta de vegetação natural indicada pelo perfil A B é:

AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DE FRAGMENTOS FLORESTAIS EM PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO PARANÁ RESULTADOS PARCIAIS.

AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO GLOBO E DO BRASIL

DIVERSIDADE DE CLIMAS = DIVERSIDADE DE VEGETAÇÕES

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BIOMAS BRASILEIROS

QUANTIFICAÇÃO DE BIOMASSA FLORESTAL DE PINUS ELLIOTTII COM SEIS ANOS DE IDADE, EM AUGUSTO PESTANA/RS 1

Unidade I Geografia física mundial e do Brasil.

COLÉGIO ADVENTISTA DE CIDADE ADEMAR

Terminologia Vegetal

A árvore das árvores

PRÁTICAS SILVICULTURAIS

Ano: 7º Turma: 7.1 e 7.2

CIRCULAR TÉCNICA N o 13 PROGRAMA DE MELHORAMENTO FLORESTAL DA C.A.F.M.A. *

Projeto aposta no cultivo da seringueira em consorcio com pupunha como fonte de renda e sustentabilidade

Exercícios sobre África: Características Físicas e Organizações Territoriais

B I O G E O G R A F I A

CONSERVADOR DAS ÁGUAS LEI MUNICIPAL 2.100/2005

ecoturismo ou turismo. As faixas de APP que o proprietário será obrigado a recompor serão definidas de acordo com o tamanho da propriedade.

Paula Daniel Fogaça (Identificação das árvores e fotos) Camila Pianca (Coordenação do projeto) Complemento das informações do georreferenciamento de

. a d iza r to u a ia p ó C II

Complete com as principais características de cada bioma: MATA ATLÂNTICA

FUVEST Resolvida 12/Janeiro/2016

ANÁLISE DO USO DO SOLO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NO ALTO CURSO DA BACIA DO RIO COTEGIPE, FRANCISCO BELTRÃO - PR

Universidade Federal do Paraná

Pedologia. Professor: Cláudio Custódio.

A AGRICULTURA EM MACHADINHO D OESTE & O CÓDIGO FLORESTAL EVARISTO DE MIRANDA

INDICAÇÃO N o, DE 2015

A atividade agrícola e o espaço agrário. Prof. Bruno Batista

O IBGE divulgou a pouco o primeiro prognóstico para a safra de 2011: Em 2011, IBGE prevê safra de grãos 2,8% menor que a de 2010

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL SEDAM.

FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber. Ipê Amarelo

COMENTÁRIO DA PROVA DE GEOGRAFIA

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

IT AGRICULTURA IRRIGADA. (parte 1)

RELATÓRIO DE PLANTIO E VISTORIA

10º LEVANTAMENTO DE SAFRAS DA CONAB /2013 Julho/2013

ÁGUA FLORESTAS E CLIMA: RUMO À COP 21

VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura

Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil

Bioma : CERRADO. Alessandro Mocelin Rodrigo Witaski Gabriel Kroeff Thiago Pereira

1. Seu município enfrenta problemas com a seca? 44 Sim... 86% 7 Não... 14%

Dr. Sergius Gandolfi - LERF/LCB/ESALQ/USP

Proposta de Criação da Floresta Estadual José Zago. Consulta Pública

CADASTRO DE LOCALIDADES SELECIONADAS

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL

GEOPROCESSAMENTO COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE NOS IMPACTOS AMBIENTAIS: MINERADORA CAMPO GRANDE TERENOS/MS.


TERMO DE REFERÊNCIA: IMPLANTAÇÃO DA GRADE DE TRILHAS E PARCELAS PERMANENTES NA RESERVA BIOLÓGICA DO UATUMÃ

DETERMINAÇÃO DAS ÁREAS DE CONFLITO DO USO DO SOLO NA MICROBACIA DO RIBEIRÃO ÁGUA-FRIA, BOFETE (SP), ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO

11.1. INFORMAÇÕES GERAIS

CLASSIFICAÇÃO HEMERÓBICA DAS UNIDADES DE PAISAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CARÁ-CARÁ, PONTA GROSSA PR

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

PLANOS DE SAÚDE. Leandro de Souza Lino

PANORAMA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM MATO GROSSO

A N A I S D O E V E N T O. 12 e 13 de Novembro de 2014 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Transcrição:

DISTRIBUIÇÃO DE Araucaria angustifolia (Bertol) Kuntze NA BACIA HIDROGRÁFICA ÁGUA DAS BARRAS, NO MUNICÍPIO DE CAMPO MOURÃO - PR Fernando Henrique Villwock, Unespar Câmpus de Campo Mourão, fernandovillwock@hotmail.com Elber Maycon Ribeiro, Unespar Câmpus de Campo Mourão, elber_corinthians-timao@hotmail.com Ruy da Silva dos Reis, Unespar Câmpus de Campo Mourão, ruysreis@hotmail.com RESUMO: O estudo teve por objetivo a análise da distribuição da Araucaria angustifolia na bacia hidrográfica Água das Barras - Campo Mourão - PR. Sendo que o mesmo realizou a quantificação dos espécimes de araucária, também observou a fitossanidade e identificou o sexo dos indivíduos catalogados. O estudo da distribuição de Araucária é de grande importância, pois a mesma é umas das principais representantes da Floresta Ombrófila Mista, além de representar como um bioindicador de preservação da natureza, os estudos devem ocorrer no intuito de se adotar medidas adequadas a sua preservação e proliferação, já que na atualidade restam menos de 1% de sua área original. Na área foram catalogadas 130 espécimes de Araucária, sendo que a partir de um método estatístico de cada 10 indivíduos catalogados 1 era selecionado para verificação de fitossanidade, sexo, idade e medida de DAP. Palavras-chave: Distribuição. Araucária. Bacia Hidrográfica Água das Barras. INTRODUÇÃO A origem da A. angustifolia remonta há cerca de 200 milhões de anos, quando surgiram as árvores primitivas com sementes sem frutos, as coníferas. Sendo que a espécie A. angustifolia é nativa do Brasil e possui uma ampla área de distribuição (GURGEL et al., 1965). A espécie destaca-se na paisagem por sua imponência e beleza, sendo que o espécime integra a família Araucariaceae, sua ocorrência pode ser observada em alguns estados brasileiros, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A sua forma se apresenta de maneira inconfundível como é possível observar no quadro 1.a, com uma altura que chega aos 50 metros, seu tronco tem como característica a linearidade com a presença de uma casca rugosa e com grande espessura. Sendo que podem apresentar diferenciações em suas características em virtude das condições de solo, competição e disponibilidade de luz. Suas folhas, as acículas (Quadro de imagem 1.b) apresentam coloração verde escuro, com ponta terminando em um espinho muito pungente, podendo chegar a 6 cm de comprimento por 1 cm de largura. As flores as masculinas são amentos ou cones cilíndricos com escamas coriáceas que protegem os sacos de pólen, com comprimento variando de 10 a 22 cm e diâmetro entre 2 e 5 cm (quadro de imagem 1.c), já as flores femininas são denominadas de estróbilos femininos (quadro de

imagem 1.d) as quais são conhecidas popularmente como pinhas, que quando maduras assumem uma forma esférica, com um diâmetro de cerca de 15 a 30 cm, e podem chegar a um peso de 5 kg. Quadro de imagens 1: a) Araucaria angustifolia na fase adulta; b) característica das acículas; c) estróbilo masculino; d) estróbilo feminino. Fonte: a), b), c), d) Aline Angeli. A araucária interage intensamente com a fauna, que constitui um elemento muito importante para a dispersão das sementes (ANGELI, 2003). Entre estes se destacam os roedores e as aves, que realizam o papel de dispersar as sementes em um espaço maior, aumento assim a área de ocorrência da mata de araucária. Os pinheiros tiveram o domínio da paisagem da região Sul do Brasil, desde a última glaciação até o final do século 19. Em consequência de ocupar extensas áreas, a sua exploração ocorreu de forma extensiva, o que levou a mesma a entrar na lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (BRASIL, 1992). Originalmente a ocorrência de A. angustifolia era de 20 milhões de hectares cobertos pela Floresta de Araucária, sendo que na atualidade restam apenas cerca de 2% dessa área. O Estado do Paraná é considerado um dos principais responsáveis por esse desmatamento em decorrência da quantidade de serrarias e o uso industrial (GURGEL FILHO, 1990).

De acordo com a EMBRAPA (2010) é de grande importância o plantio dessa espécie para as diversas finalidades, pois somente dessa forma será possível utilizá-la, sem comprometer o patrimônio genético restante já tão ameaçado. A publicação eletrônica de mais esse sistema de produção insere o pinheiro do Paraná no grupo de espécies que farão parte do processo de criação de uma agência de informação sobre espécies florestais de importância socioeconômica e ambiental. O Globo Rural (2012) ressaltou que a araucária chegou a ocupar metade do território paranaense e, por isso, se tornou um dos símbolos do estado e ficou conhecida como o Pinheiro do Paraná, porém depois de mais de um século de exploração restaram poucos exemplares de árvores, sendo que o desmatamento ocorreu principalmente no início do século XX, com a instalação de grandes madeireiras e a necessidade de criar áreas para implantação da agricultura. A utilização de sua madeira por serrarias, principalmente no estado do Paraná, colocou esta espécie na lista de plantas em extinção, hoje sua cobertura vegetal está reduzida à menos de 1% da mata original (LUDWING, 2013). Na atualidade para normatizar o extrativismo de pinhão o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) por meio da Portaria nº 054 de 2008 na qual proíbe o abate de pinheiros adultos portadores de pinha, também proíbe a derrubada de pinhas antes do dia 15 de abril. O trabalho teve por objetivo realizar a quantificação das araucárias na bacia hidrográfica Água das Barras, além de calcular a densidade, a fitossanidade e identificar o sexo dos indivíduos catalogados. O estudo da distribuição de Araucária é de grande importância, pois a mesma é umas das principais representantes da Floresta Ombrófila Mista, além de representar como um bioindicador de preservação da natureza, os estudos devem ocorrer no intuito de se adotar medidas adequadas a sua preservação e proliferação, já que na atualidade restam menos de 1% de sua área original. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE PESQUISA A Bacia Hidrográfica da Água das Barras (figura 1) está situada no município de Campo Mourão, sendo um dos mais importantes mananciais de abastecimento de água para a cidade de Campo Mourão (VILLWOCK, 2013). Segundo IBGE (2010) o numero de habitantes do município de Campo Mourão é de 87.194, sendo distribuída em uma área total de 758 Km². De acordo com a classificação de Köppen a região apresenta clima subtropical úmido mesotérmico (Cfa), caracterizado por verões frescos e geadas frequentes a cada 5 anos, com tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida, sendo que os índices pluviométricos apresentam-se em média entre 1.400 mm e 1.500 mm por ano. A vegetação é composta por Floresta Ombrófila Mista e Estacional Semidecidual, caracterizada pela presença de Araucárias (RODERJAN et al. 2002).

Figura1: Localização da Bacia Hidrográfica Água das Barras

O solo da região Norte é predominante classificado como Nitossolo, ou seja, solo originado da decomposição das rochas basálticas e que são conhecidos por sua cor avermelhada, grande profundidade, pela porosidade, entre outros fatores que determinam e boa fertilidade natural (YOKOO, 2009). Entretanto a Bacia Hidrográfica se encontra em uma área de transição entre uma área de formação geomorfológica Arenítica com uma área de formação sedimentar basáltica, situado a uma altitude média de 611 metros. Estando entre as coordenadas 24 07 26 e 24 03 30 de latitude Sul e 52 31 09 e 52 26 18 de longitude Oeste. Apresenta orientação sudoeste nordeste, fazendo parte da Bacia Hidrográfica do Campo que por sua vez faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Mourão que tem seu exutorio na Bacia Hidrográfica do rio Ivaí (COLAVITE, 2008). O uso do solo ocorre em maior proporção pela agricultura, que ocupa extensas áreas destinadas à produção de cereais, apresentando também pequenas áreas de pastagem, destinadas a produção pecuária e presença de áreas de reflorestamento com o intuito de extração de recursos naturais. Ainda constata-se que a Bacia Hidrográfica do rio Água das Barras não apresenta grandes aglomerações residências, pois se constata apenas com a sede das propriedades agrícolas. A Bacia Hidrográfica Água das Barras tem sua montante localizada ao limite municipal de Campo Mourão e Farol, sendo que nessa área observamos um divisor de água que divide as bacias do rio Ivaí e Piquiri. Como podemos observar na figura 1 a área de estudo apresenta vegetação ripária ao longo das margens do rio, também notamos a presença de áreas de preservação permanente nas proximidades do leito do corpo hídrico, sendo que ao analisarmos as áreas de vegetação concluímos que a mesma se apresenta de maneira preservada e com alta densidade. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho está sendo realizado entre os meses de abril a novembro de 2014, serão realizadas pesquisas em bibliografias e materiais sobre a Araucaria angustifolia. Na pesquisa de campo que faremos na bacia hidrográfica Água das Barras, os indivíduos serão analisados através da distribuição de cada espécime, com o uso de equipamento de GPS será possível obter sua coordenada geográfica e sua elevação. O Diâmetro da Altura de Peito (DAP) será obtido com o auxilio da fita métrica que medirá o perímetro de peito e de base, que posteriormente será transformado em DAP. A idade do indivíduo é considerada a partir de suas características: a fase jovem é caracterizada pelos indivíduos apresentarem estrutura em forma de cone, as adultas apresentam galhos somente na parte superior, sendo que na fase velha ela apresenta crescimento na parte inferior do tronco.

A fitossanidade pode ser classificada em ótima, boa e ruim, sendo que para tal classificação é necessário que se leve em conta: apresenta ou não galhos secos, possui ataque por parasitas e se possui galhos ou tronco em processo de deterioração. O sexo do indivíduo é definido através da produção de estróbilo ou pinha, na árvore ou no chão, sendo que as não apresentarem as características para determinação de sexo será considerado como indefinido. A medida do diâmetro da altura de peito, diâmetros de base, fitossanidade, identificação de idade e sexualidade, se realiza por meio do método de amostragem no qual de cada dez indivíduos contabilizados é realizado o trabalho de medição em um indivíduo. O material que utilizaremos será trena, papel, caneta, prancheta, máquina fotográfica e aparelho de GPS. RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante o trabalho realizado na Bacia Hidrográfica Água das Barras foram catalogadas cento e trinta espécimes de Araucária, sendo que já foram realizadas a mensuração de cinco indivíduos, ou seja, falta realizar a medida do diâmetro da altura de peito, diâmetros de base, fitossanidade, identificação de idade e sexualidade em nove indivíduos. A estimativa da idade consiste na observação de suas características: a fase jovem é caracterizada pelos indivíduos apresentarem estrutura em forma de cone, as adultas apresentam galhos somente na parte superior, sendo que na fase velha ela apresenta crescimento na parte inferior do tronco. Cerca de 23% dos espécimes podem ser consideradas jovens, enquanto 62% como adultas e 15% como velhas (figura 2). Figura 2: representação gráfica da idade das araucárias

No que se refere a fitossanidade, a classificação é realizada com base nos seguintes aspectos: apresenta ou não galhos secos, possui ataque por parasitas e se possui galhos ou tronco em processo de deterioração. Sendo que 50% dos indivíduos apresentaram ótima condição fitossanitária, 25% boa e 25% apresentaram sanidade ruim. Notou-se durante o trabalho de campo uma situação que interfere na situação fitossanitária do indivíduo, pois o mesmo se encontrava sufocado por cipós em seu tronco e copa (Figura 3). Figura 3: Fitossanidade das araucárias O sexo do indivíduo é definido através da produção de estróbilo ou pinha, na árvore ou no chão, sendo que as não apresentarem as características para determinação de sexo será considerado como indefinido. A partir da classificação de sexo percebemos que 50% dos indivíduos não puderam ser classificados, pois não foi possível encontrar vestígios de seus estróbilos no chão ou em sua copa, sendo que os outros 50% foram classificados como masculinos. Já o diâmetro da altura de peito (DAP) dos indivíduos da área de estudo ficaram entre 0,25 e 0,50 m. Analisando o mapa da área de estudo (figura 4), percebe-se que a maioria dos indivíduos se encontram próximo ao exutorio da bacia hidrográfica, tal fato pode ser explicado pela área conter um solo com maior teor de argila, por se encontrar em uma área de transição de arenito para um solo basáltico, ainda percebe-ser que a maior parte dos indivíduos se encontram em uma cota topográfica que está situada dos 600 metros de altitude aos 560 metros de altitude em relação ao nível do mar.

Figura 4: Localização das Arucárias na bacia hidrográfica Água das Barras CONSIDERAÇÕES FINAIS A significativa presença de Araucaria angustifolia se deve, principalmente, pela região ter uma abrangência de pequenas propriedades rurais que realizam suas atividades de maneira que favorece a preservação de pequenas áreas isoladas no meio da lavoura. Há uma preferência por solos

úmidos, porém não é possivel visualizar araucárias em áreas que ocorrem o acumulo de água ou em constante processo de circulação de água. O presente estudo constatou que a especie apresentou grande número de indivíduos, porém não é possivel descartar as medidas de educação ambiental e preservação. REFERÊNCIAS ANGELI, A., STAPE, J. L. Araucaria angustifolia (Araucária) in: Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Atualizado em 22/10/2003. Disponível em: <http://www.ipef.br/identificacao/araucaria.angustifolia.asp}> Acessado em: 25/04/2014 BRASIL. Portaria nº. 06-N, de 15 de janeiro de 1992. Lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, 23 jan. 1992. P.870-872. COLAVITE, A. P. Cartografia Aplicada à Análise Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio do Campo - PR. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Planejamento e Gerenciamento Urbano e Rural) Curso de Pós Graduação em Planejamento e Gerenciamento Urbano e Rural, Maringá, 2008. EMBRAPA. Cultivo da Araucária. Embrapa Florestas. Sistemas de Produção, 7-2 ª edição. ISSN 1678-8281 - Versão Eletrônica. Novembro de 2010. GLOBO RURAL. Araucária se transformou em um dos símbolos do Estado Do Paraná. Publicado dia 24/09/2012. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/09/araucaria-se-transformou-emum-dos-simbolos-do-estado-do-parana.html> Acessado em 20/06/2014. GURGEL, J. T. A.; GURGEL FILHO, O. A. Evidências de raças geográficas no pinheirobrasileiro, Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. Ciência e Cultura, São Paulo, v.17, n.1, p.33-39, 1965. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal cidades. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=410430&search=parana campomourao infograficos:-informacoes-completas> Acessado em: 25/04/2014. LUDWING, D. de O.; Pinturas De Pinheiros - Araucárias. Publicado dia 11/11/2013. Disponível em: <http://deniseludwig.blogspot.com.br/2013/11/pinturas-de-pinheiros-araucarias.html> Acessado em 20/06/2014. PARANÁ. Portaria IAP nº 054 de 2008. Publicado em 09/04/2008. Disponível em <http://celepar7.pr.gov.br/sia/atosnormativos/form_cons_ato1.asp?codigo=2060> Acessado dia 20/06/2014. RODERJAN, C. V., Galvão, F., Kuniyoshi, Y. S. & Hatschbach, G. G. As unidades fitogeográficas do Estado do Paraná. Ciência & Ambiente. P. 75 92. 2002. VILLWOCK, F. H.; CRISPIM, J. de Q.; ROCHA, J. A. Da. LEVANTAMENTOS DE PARÂMETROS LIMNOLÓGICOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DO CAMPO

PR. In: Anais do VIII Encontro de Produção Científica e tecnológica, 2013. Disponível em: <http://www.fecilcam.br/nupem/anais_viii_epct/pdf/trabalhos-completo/anais- CET/GEOGRAFIA/fhvillwooktrabalhocompleto.pdf> Acessado dia 23/06/2014. YOKOO, E. N.; Processo da dinâmica das frentes de ocupação territorial e da paisagem agrária na mesorregião centro-ocidental paranaense. Anais do IV Encontro de Produção Científica e tecnológica, 2009.