O SERVIÇO SOCIAL E A DEMOCRACIA

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Transcrição:

O SERVIÇO SOCIAL E A DEMOCRACIA Francieli Jaqueline Gregório INTRODUÇÃO:O Serviço Social como construção histórica é um mecanismo de regulação social, assim como as políticas sociais. Enquanto o Serviço Social emerge da sociedade civil, as políticas sociais supõem um pacto entre Estado e Sociedade. Neste movimento o Serviço Social exerce a função de instrumentar a reprodução ideológica no interior do processo de legitimação, sendo um dos instrumentos que contribuem na formação do imaginário popular seja ele conformista ou não. Assim o Serviço Social tem um caráter complementar às políticas Sociais e de flexibilização das suas propostas. O Serviço Social processa em sua prática uma regulação das situações sociais o que o põe em confronto com a regulação institucional contida na concepção de universal cidadania, assim, o Assistente Social terá uma forte tendência a se reger por estratégias que se confrontam com concepções de autodeterminação e com a tão buscada radicalidade democrática. Este artigo tem por objetivo trazer um breve debate sobre a radicalidade democrática no campo de ação dos Assistentes Sociais, para isso se faz uma trajetória teórica do Serviço Social, mostrando suas principais influências e a evolução que vem acontecendo com o decorrer do tempo. Ao mesmo em que procura fazer uma discussão de qual seria o papel do profissional Assistente Social tanto no momento em que o Serviço Social da inicio a sua institucionalização quanto na atualidade e quais seriam as estratégias utilizadas por estes profissionais. SERVIÇO SOCIAL COMO ESTRATÉGIA DE REGULAÇÃO SOCIAL O surgimento do Serviço social é uma iniciativa estratégica de um segmento da sociedade civil, orientada para assegurar a ordem social e entender os conceitos de

pessoa humana a todos os homens, dentro dos padrões de afirmação da sociedade burguesa.necessita-se analisar o confronto entre Serviço Social e Social-Democracia, duas postas teóricas e contemporâneas nascidas no interior da relação Capital -Trabalho. A aliança política estratégica em que se funda o Serviço Social tem um significado de construir uma alternativa que não é a da social democracia. A direção do serviço social não é voltada para um modelo de Estado Social Provedor, mas sim à busca da independência das soluções do individuo, vinculadas ao estado, baseado no modelo solidarista da colaboração e não no modelo democrático do direito com garantias jurídicas. O Serviço Social dentro do seu contexto histórico traz uma característica mediadora do antagonismo das classes, como uma forma de regulação social, ou seja, ele vai buscar atuar nas seqüelas deixadas pelo modo de produção capitalista. Neste sentido percebe-se a frágil concepção democrática que o Serviço Social contem em sua lógica de regulação, pois, não se trabalha com a lógica da garantia de direitos, e sim, com a de controle do mérito para enquadrar ou excluir o seu cliente de determinado benefício. Os avanços sociais supõem atingir uma esfera de regulação na qual os benefícios possam se transformar em direitos. No momento em que essa questão vem à tona na esfera pública se torna possível construir um novo patamar de conquista social no interior da tensão entre cidadãos/ sociedade/ Estado e Economia de mercado. Este patamar terá uma certa delimitação como, por exemplo, a sociedade é que irá decidir qual será o grau de privação que o trabalhador terá na esfera econômica, ou, o grau suportável da exploração do trabalho pelo capital. Regulamentando a tudo isso na forma de uma legislação que irá reger as relações na sociedade. É nesse sentido que se percebe a frágil concepção democrática que o Serviço Social contém em sua lógica de regulação. O modelo de Estado liberal, até os anos 30, impedia que o Estado interviesse a favor do trabalhador, embora pudesse recolher imposto e utilizá-los de forma a ajudar os empresários, como é o caso do Imposto Sindical, que a partir da Legislação Sindical de

1939 era recolhido dos próprios trabalhadores para alimentar o Fundo Sindical, destinado a programas assistenciais amplos como o Serviço de Recreação Operária e a montar serviços assistenciais dirigidos pelos próprios sindicatos individuais. Vive-se então um período de institucionalização do Serviço social no Brasil, com um padrão fragmentado de assistência ao trabalhador. As iniciativas sociais tinham fortes características paternalistas, onde a troca de favores é que consolidava a marca conciliadora da sociedade brasileira. É nessa cultura de fragilidade institucional, do favor, dos sindicatos, da ausência de um modelo de Estado Social que o Serviço Social é implementado no Brasil. Em sua forma institucional o Serviço Social se identifica com a racionalização das ajudas, mas, se mantém distante da implantação específica da relação capital-trabalho. Os horizontes de sua estratégia de superação de conflito, no inicio com base na Doutrina da Igreja Católica fundamentaram-se em uma ideologia, harmonia social, que termina por gerar um processo de integração no interior da luta de interesses entre capitalistas e trabalhadores. Basicamente em sua trajetória histórica o Serviço Social pretende reformar a ordem burguesa mantendo suas estruturas básicas. A regulação promovida pelo Serviço Social tem por meta uma melhora no social e não a resolução dos conflitos entre as classes dentro de um processo de acumulação, onde para que uma classe possa acumular cada vez mais é preciso que ela explore a outra. No Brasil, o Estado procurava sustentar a burguesia nacional e as condições de produção e não de reprodução social. O Serviço Social de empresa será um exemplo típico de uma alternativa fordista que cria melhorias num patamar de benesses e não de reivindicações do operariado. Então a relação de subalternidade entre empregado e patrão não é rompida, pois, o trabalhador se vê inserido em no campo do fetiche da ajuda, como se tivesse de se manter grato pelos benefícios recebidos e retribuindo sempre com um bom comportamento e um maior nível de produção. A não clareza da inter-relação entre Serviço Social e Estado Social de Bem Estar Social, como estratégias políticas, econômica e social, leva a propostas de ruptura do Serviço

Social sem a devida compreensão de por onde passa sua lógica conservadora. As lutas pelo Estado de Direito foram preponderantes, trazendo maior clareza sobre a democracia política do que a democracia social. Sem dúvida, as organizações contêm espaços de exercício e democracia direta participativa e de controle social. Os discursos da categoria são laudatórios a tais práticas e não há uma postura política coletiva que lhe seja defensiva em situações concretas. Historicamente o Serviço Social é uma prática com direção política no enfrentamento da questão social que procede ao estudo de problemas sociais singulares, com abrangência territorial definida e opta por reformas localizadas. Isto reforça o deslocamento persistente nas análises de assistentes sociais na compreensão de Política Social e do Bem-Estar Social gerado no pós-guerra como um pacto no interior da relação capitalista de produção, ocorre um deslocamento do Serviço Social do processo produtivo, reintegrando assim a alienação do modo de produção capitalista que realiza a dissociação entre trabalho e condições de vida. A política social no interior da cultura sócio-política e econômica brasileira termina mais por constituir propostas fragmentadas de atenção à pobreza do que por garantir direitos sociais dentro de um sistema universal de proteção social. As análises da construção da democracia e dos direitos sociais como as cidadanias são essenciais para o posicionamento profissional do Assistente Social. É preciso que se trabalhe com uma concepção de direito social em contraposição àquela do direito positivo. Assim, é essencial desencadear a temática do direito dos grupos sociais no sentido de avançar na direção da "cidadania coletiva", forma necessária para enfrentar a subalternidade histórica em que a população brasileira tornou seu imaginário. Uma outra questão, até polêmica, à qual, o serviço social precisaria dar sua contribuição a de delinear o processo brasileiro de regulação social na direção de constituir efetivamente um sistema de proteção social, a direção de construir um padrão de proteção social com alto teor contestatório do existente e que permita trabalhar o ponto de vista do trabalhador assalariado e não assalariado.

CONCLUSÃO: O Serviço Social como estratégia de regulação abriu um território na pratica do assistente social, que permanece como um dos atores ainda existentes no processo seletivo de distribuição dos serviços sociais propostos pelas políticas sociais, assim, o Serviço Social vai exercer uma regulação no interior mesmo das políticas públicas. Há nas políticas sociais brasileiras a tendência excludente e focalista em que o acesso aos serviços se faz pelo mérito ou pela pobreza, esse caráter distintivo retira o acesso dos serviços sociais do patamar da constituição democrata de direitos sociais e coloca-os na perspectiva moral de distribuição da justiça social. A questão colocada é de impedir que o assistente social faça do acesso às políticas sociais uma linha de conflito com a perspectiva de universalidade da seguridade social. BIBLIOGRAFIA SPOSATI, ALDAÍZA. Serviço Social em Tempos de Democracia. In Serviço Social e Sociedade. Ano XII, Nº 39. São Paulo: Cortez. Agosto de 1992. IAMAMOTTO, MARILDA VILLELA. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Esboços de uma Interpretações Histórico - Metodológicos. 17 ed. São Paulo. Editora Cortez. CELATS, 2005.