PORTARIA 1.510 DE 21 DE AGOSTO DE 2009 - VOCÊ SABIA? Desde 25/08/2009 todas as empresas que adotam o registro eletrônico de ponto devem utilizar o Programa de Tratamento de Registro de Ponto (PTRP), bem como realizar o cadastro (CAREP), previstos na Portaria nº 1.510/2009. Embora a utilização do Registrador Eletrônico de Ponto (REP) só seja obrigatória a partir de 01/09/2011, as empresas que já o utilizam devem cadastrá-lo imediatamente no CAREP, o que deve ser feito no site do Ministério do Trabalho e Emprego, através a internet, informando seus dados,equipamentos e softwares utilizados. Com a dificuldade dos fabricantes dos aparelhos para atender ao mercado os prazos foram estendidos. A partir de 02 e abril de 2012 passou a ser obrigatória também para empresas que utilizam os controles eletrônicos e exploram atividades de: transportes, construção, energia, saúde, educação, indústria, comércio em geral e prestação de serviços. A partir de 01 de junho de 2012 para as empresas que exploram atividades agro econômicas e iniciando-se em 3 de setembro de 2012 para as empresas de pequeno porte e micro empresas.
Qualquer sistema de controle de ponto que utilize meios eletrônicos para identificar o empregado, tratar, armazenar ou enviar qualquer tipo de informação de marcação de ponto deverá atender aos requisitos da Portaria nº 1.510/2009. - É OBRIGATÓRIO O USO DO CONTROLE DE PONTO ELETRÔNICO? Não há obrigatoriedade no uso de controle de ponto eletrônico, porém aqueles que optarem por utilizar esse tipo de sistema de registro da jornada de trabalho de seus empregados deve fazê-los nos moldes estabelecidos pela portaria 1.510 de 2009. O artigo 74, 2º da CLT: Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho,
devendo haver pré-assinalação do período de repouso. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) O artigo acima em seu parágrafo segundo é importante por dois pontos: permite que a marcação de ponto seja feitos de três formas, sendo assim empresas que já utilizam marcação mecânica ou manual podem permanecer com essas, além disso, o Ministério do Trabalho autoriza outros tipos de registros desde que autorizados em Norma ou Convenção Coletiva do Sindicato da Classe envolvida. Empresas com menos de 10 empregados não precisam aderir ao sistema de marcação de ponto, sendo assim não precisam se preocupar com as novas normas. Outro ponto importante do artigo foi conferir ao Ministério do Trabalho e Emprego a competência para criar instruções específicas, regulamentado regras para o uso de cada sistema, conforme entender necessário. - OBJETIVO DA CRIAÇÃO DA PORTARIA 1.510 DE 2009 Com o passar dos anos e a evolução tecnológica evidente viu-se o Ministério do Trabalho e Emprego obrigado a criar a portaria acima citada com objetivo tentar coibir diversas fraudes cometidas por empregadores e
empregados na marcação eletrônica da jornada de trabalho, trazendo assim maior segurança eis que implanta controle mais eficiente. A necessidade dessa regulamentação surgiu após inúmeras denúncias aos órgãos fiscalizadores, pelo teor de muitas reclamações trabalhistas e, ainda pela pressão social exercida pelos sindicatos. Levantamento realizado antes da regulamentação do ponto eletrônico mostrou que R$ 20,3 bilhões referentes à horas-extras podiam estar deixando de serem pagos aos trabalhadores brasileiros anualmente. A regulamentação prevê que os aparelhos eletrônicos de ponto devem ser certificados por órgãos técnicos credenciados, possuir memória inviolável e emitir recibos de entrada e saída, de papel, ao trabalhador, evitando fraudes e permitindo o controle efetivo da jornada trabalhada ao empregado. - INFORMAÇÕES ÚTEIS A empresa que estiver utilizando o sistema eletrônico de ponto deve colocar à disposição toda documentação técnica do circuito eletrônico, bem como os artigos fontes dos programas residentes no equipamento, sempre que exigido pelo: Ministério do Trabalho e Emprego em fiscalizações, Ministério
Público do Trabalho e Justiça do Trabalho, conforme determina o artigo 16 da Portaria 1.510. Assim quando exigidos controles de ponto em fiscalização, as empresas que usarem controle eletrônico, além dos espelhos impressos, deve ser entregue CD com todas as informações sobre o sistema utilizado, contendo, inclusive, o certificado de que trata a Portaria, emitido pelo Ministério do Trabalho. As empresas podem ter mais de um tipo de controle de ponto, sendo assim podem optar por ter controles de ponto eletrônico em um setor e manual ou mecânico em outro. A relação dos equipamentos certificados pelo Ministério do Trabalho e Emprego estará no site do Ministério na internet. Gabriela Kraul Martins Advogada Matéria publicada em Maio de 2014