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Transcrição:

COMARCA DE RIO GRANDE 3ª VARA CÍVEL Rua Silva Paes, 249 Processo nº: 023/1.14.0006729-9 (CNJ:.0013118-27.2014.8.21.0023) Natureza: Cobrança Autor: Leandro Flores da Silva Réu: Seguradora Líder dos Consórcios do Seguro DPVAT S.A. Juiz Prolator: Juiz de Direito - Dr. Régis Adriano Vanzin Data: 19/04/2016 Vistos e analisados os autos. LEANDRO FLORES DA SILVA, já qualificado nos autos, ajuizou ação pelo rito ordinário em face da SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A, também qualificada. Alegou que, em 15 de agosto de 2012, sofreu acidente de trânsito do qual resultaram lesões e deformidades permanentes. Disse que solicitou à ré o pagamento de indenização do seguro DPVAT em face da invalidez que o acometeu, todavia recebeu valor aquém do devido pela seguradora. Sustentou, à vista disso, possuir direito ao recebimento de R$ 12.555,00 a título de indenização pela invalidez. Por esses motivos, postulou a procedência para o efeito de condenar a ré ao pagamento de R$ 12.555,00. Requereu, ainda, a concessão do benefício da justiça gratuita. 1

Juntou procuração e documentos (fls. 09-14). Foi concedido o benefício da justiça gratuita (fl. 15). Citada (fl. 16, verso), a ré apresentou contestação. Destacou já ter efetuado o pagamento da indenização devida ao autor, de acordo com a invalidez apresentada. Salientou que o autor não comprovou a invalidez alegada, bem como não demonstrou o dever de complementação. Apontou a necessidade de graduação da invalidez e, por fim, teceu comentários acerca da correção monetária, dos juros moratórios e dos honorários advocatícios. Por esses motivos, postulou a improcedência. Juntou procuração e documentos (fls. 24-49). Houve réplica (fls. 51-69). Realizou-se prova pericial (fls. 88-91), com posterior vista às partes (fl. 92), que se manifestaram (fls. 93-97 e fls. 98-99). Intimadas (fl. 103), as partes não manifestaram interesse na produção de outras provas (fl. 103, verso). Vieram os autos conclusos. É o relatório, em síntese. Passo a fundamentar. Estão presentes as denominadas condições da ação, bem como todos os pressupostos necessários à constituição e ao desenvolvimento válido e regular do processo, inexistindo óbice à apreciação do meritum causae. Cabível, por sua vez, o julgamento antecipado do mérito, na forma do artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil, porquanto desnecessária a produção de outras provas além daquelas existentes no autos. De meritis, postula o autor o pagamento de indenização 2

pela invalidez permanente que o acometeu após envolver-se em acidente de trânsito, baseando sua pretensão no seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres (DPVAT). O DPVAT, criado pela Lei nº 6.194/74, indeniza vítimas de acidentes causados por veículos que possuem motor próprio (automotores) e que circulam por terra ou por asfalto (vias terrestres). Devido à sua obrigatoriedade (artigo 20, alínea l, do Decreto-lei nº 73/66), é determinado que todos os proprietários de veículos automotores de vias terrestres, sem exceção, paguem o seguro DPVAT, garantindo às vítimas de acidentes com veículos o recebimento de indenizações, ainda que os responsáveis não arquem com essa responsabilidade. Feitas essas considerações preliminares, tal como disposto no artigo 5º, caput, da Lei nº 6.194/74, a procedência do pedido de cobrança da indenização do seguro DPVAT depende de simples comprovação do acidente e do dano decorrente, o que no caso dos autos é satisfeito pelo documento da fl. 12. Fixada essa premissa, impende salientar o entendimento segundo o qual a indenização do seguro DPVAT deve ser paga de acordo com o valor estabelecido na lei vigente à época da ocorrência do sinistro. Do contrário, estar-se-ia retirando dos beneficiários o direito de receber o valor regulamentado legalmente à época, violando de forma contundente o direito adquirido, circunstância vedada pela Constituição Federal no inciso XXXVI do artigo 5º. Nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT. MORTE. INDENIZAÇÃO. INDENIZAÇÃO FIXADA COM BASE NO ARTIGO 3º DA LEI Nº 6.194/74. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. SINISTRO. Trata-se de ação de cobrança em que a parte autora objetiva a condenação da parte demandada ao pagamento de indenização a título de seguro obrigatório DPVAT por morte decorrente de acidente de trânsito, julgada 3

procedente na origem. DA VERBA INDENIZATÓRIA - Com efeito, a redação do artigo 3º da Lei nº 6.194/1974 foi modificada em 2007 com o advento da Medida Provisória nº 340/2006, posteriormente convertida na Lei nº 11.482/2007. A importância devida pelo seguro obrigatório DPVAT, antes estipulada em quarenta salários mínimos vigentes à época do sinistro ou do pagamento parcial, foi alterada para R$ 13.500,00. Contudo, tendo em vista que o sinistro ocorreu em 11/09/1989, o novel preceito legal não altera o direito da parte autora em receber o valor que era regulamentado à época do acidente de trânsito. Dessa feita, faz jus a parte autora ao recebimento da verba indenizatória na quantia de 40 salários mínimos. Outrossim, o parâmetro que deve ser tomado como base para a referida verba indenizatória, na inexistência de pagamento administrativo, é a data do sinistro, termo em que surge o direito da autora em postular pela verba indenizatória. Precedentes do egrégio STJ e desta colenda Corte Estadual. "In casu", como estamos diante de um contrato de seguro obrigatório DPVAT, no qual a indenização securitária teve como base o valor do salário mínimo vigente à época do sinistro, o termo inicial da correção monetária é a data do evento danoso, ou seja, do acidente de trânsito - 11/09/1989. DUPLA APELAÇÃO. APELAÇÃO DA AUTORA CONHECIDA EM PARTE E, NA PARTE CONHECIDA, PARCIALMENTE PROVIDA. APELAÇÃO DA RÉ CONHECIDA EM PARTE E, NA PARTE CONHECIDA, DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70036944403, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Niwton Carpes da Silva, Julgado em 04/04/2013). A Lei nº 6.194/74, em sua redação original, determinava no artigo 3º que, em caso de morte ou invalidez, os danos pessoais cobertos pelo seguro compreendiam, além do reembolso das despesas médicas, indenização em valor equivalente a quarenta salários mínimos: Art. 3º Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no artigo 2º compreendem as indenizações por morte, invalidez permanente e despesas de assistência médica e suplementares, nos valores que se seguem, por pessoa vitimada: a) - 40 (quarenta) vezes o valor do maior saláriomínimo vigente no País - no caso de morte; b) - Até 40 (quarenta) vezes o valor do maior saláriomínimo vigente no País - no caso de invalidez permanente; 4

c) - Até 8 (oito) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País - como reembolso à vítima - no caso de despesas de assistência médica e suplementares devidamente comprovadas. Em 29 de dezembro de 2006, por meio da Medida Provisória nº 340, posteriormente transformada na Lei nº 11.482/07, a Lei nº 6.194/74 foi alterada, passando o artigo 3º a contar com a seguinte redação: Art. 3º Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2º desta Lei compreendem as indenizações por morte, por invalidez permanente, total ou parcial, e por despesas de assistência médica e suplementares, nos valores e conforme as regras que se seguem, por pessoa vitimada: I - R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) - no caso de morte; II - até R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) - no caso de invalidez permanente; e III - até R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) - como reembolso à vítima - no caso de despesas de assistência médica e suplementares devidamente comprovadas. Uma vez que o acidente de trânsito objeto da lide data de 15 de agosto de 2012, denota-se fazer jus o autor à indenização securitária calculada com base em até R$ 13.500,00. Relativamente ao valor da indenização, todas as discussões a respeito restaram superadas com a uniformização de jurisprudência levada a efeito pelo Superior Tribunal de Justiça com a edição do Enunciado nº 474 da sua Súmula: A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez. Dessa forma, sendo imprescindível a graduação da invalidez da vítima do acidente de trânsito, imperativo aplicar os percentuais 5

previstos na tabela criada pela Lei nº 11.945/2009, incidente, inclusive, em relação aos sinistros ocorridos antes da sua entrada em vigor. Nesse sentido, colacionam-se precedentes do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SÚMULA N. 474/STJ. INDENIZAÇÃO DO SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT. PROPORCIONALIDADE COM EXTENSÃO E GRAU DE LESÃO. APLICABILIDADE DO ENTENDIMENTO CONSOLIDADO EM SÚMULA. POSSIBILIDADE. DECISÃO MANTIDA. 1. A jurisprudência desta Corte pacificou o seguinte entendimento: "A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez" (Súmula n. 474/STJ). 2. A aferição do grau de invalidez para estabelecer o valor da indenização do seguro obrigatório deve ser observada mesmo para os fatos ocorridos antes da vigência da Medida Provisória n. 451/2008, pois essa norma apenas regulamentou situação prevista pela Lei n. 6.194/1974. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 133.661/GO, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 20/06/2013) grifou-se. AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT). ACIDENTE DE TRÂNSITO. LEI Nº 11.945/2009. GRADUAÇÃO DA INVALIDEZ PERMANENTE. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA DE OFÍCIO. Trata-se de recurso de agravo interno interposto contra a decisão monocrática que, de ofício, desconstituiu a r. sentença e julgou prejudicada as apelações interpostas pelas partes autora e ré da ação de cobrança, relativa à indenização do seguro obrigatório previsto na Lei nº 6.194/74 (DPVAT), convertida na Lei nº 11.945/2009, a qual foi julgada procedente na origem. Com a edição da Medida Provisória nº 451/2008, convertida posteriormente na Lei nº 11.945/2009, passou a ser obrigatória a graduação da invalidez das vítimas que pretendem perceber o prêmio do seguro obrigatório DPVAT. Essa também é a exegese do recente enunciado sumular nº 474 do Superior Tribunal de Justiça. "In casu", como o acidente automobilístico ocorreu em 07/01/1990 e havendo prova da invalidez permanente, mas parcial, deverá ser 6

graduada a invalidez do autor, observada a tabela de graduação, ainda que o acidente tenha ocorrido antes da vigência da Lei nº 11.945/2009, mostrando-se necessária a produção de prova pericial médica. Destarte, necessária a produção de prova pericial médica, a fim de aferir o grau de invalidez suportado pelo autor, consoante o disposto na Súmula nº 474 do egrégio STJ. Precedentes do egrégio STJ e do TJRS. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (Agravo Nº 70059053876, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Niwton Carpes da Silva, Julgado em 15/05/2014) grifou-se. A Lei nº 6.194/74 dispõe em seu artigo 3º, 1º, acerca da classificação da invalidez como total ou parcial, subdividindo-se em esta em completa ou incompleta, conforme a extensão da perda anatômica ou funcional. Determina, também, que deverá ser realizado o enquadramento da lesão em um dos segmentos da tabela anexa à Lei, para fins de estabelecimento do percentual da perda suportada. Volvendo ao caso concreto, o laudo pericial das fls. 89-91 foi conclusivo no sentido de que o autor, em razão do acidente de trânsito narrado na exordial, restou com invalidez permanente parcial incompleta com sequelas de repercussão residual. Se houvesse perda completa da mobilidade de um dos ombros, a indenização seria de 25% do teto legal (R$ 13.500,00), ou seja, R$ 3.375,00. Logo, como a perda é de 10% (repercussão residual), é devida indenização de R$ 337,50, decorrente da incidência do referido percentual sobre R$ 3.375,00. As insurgências do autor em relação ao laudo pericial, com a devida vênia, não merecem acolhimento, porquanto são genéricas e incapazes de firmar as conclusões do perito. Por esses motivos, e considerando que a indenização deve ser paga com base no valor vigente na época da ocorrência do sinistro (artigo 5º, 1º, da Lei nº 6.194/74) e que já foi efetuado pagamento 7

administrativo no valor de R$ 945,00, não há diferença a ser paga pela ré ao autor. EM RAZÃO DO EXPOSTO, julgo improcedente o pedido deduzido por LEANDRO FLORES DA SILVA em face da SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A. Condeno o autor ao pagamento das despesas processuais, bem como de honorários advocatícios em favor dos procuradores da ré, os quais vão fixados em 15% (quinze por cento) do valor atribuído à causa, corrigido monetariamente pelo IGP-M, da FGV, desde o ajuizamento, tendo em vista os vetores estabelecidos no 2º do artigo 85 do Código de Processo Civil. Suspendo, entretanto, a exigibilidade dos ônus da sucumbência, por litigar o autor sob o pálio da gratuidade da justiça (artigo 98, 3º, do Código de Processo Civil). Havendo apelação, proceda o Cartório de acordo com o disposto no artigo 1.010 do Código de Processo Civil. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Rio Grande, 19 de abril de 2016. Régis Adriano Vanzin, Juiz de Direito 8