Palavras-Chave: Política Educacional; PARFOR; Formação de Professores;Educação Básica.

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Transcrição:

O PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA (PARFOR) NO ÂMBITO DA UESB-ITAPETINGA: REALIDADE E SEUS RESULTADOS Joanne Oliveira Dias UESB Maria Paula Gomes UESB Tatiana Muniz UESB RESUMO Este artigo apresenta aspectos gerais e contextuais da Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, situando nesse contexto a implantação do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), criado com a intenção de analisar quais os objetivos da implantação no município, atender a demanda de formação inicial de professores das redes estaduais e municipais de ensino, visando à melhoria do sistema educacional. Utilizando dados do INEP, a análise documental através da legislação pertinente e dados da própria universidade através da coordenadora do curso Andreia Carneiro, nos propomos, de modo breve, a recuperar o histórico das ações desenvolvidas para a implementação dos programas de formação de professores, enfatizando seus desdobramentos e resultados. Além disso, almejamos contextualizar o PARFOR no âmbito da UESB Campus Itapetinga-Ba e problematizar diferentes perspectivas como os desafios enfrentados pelos estudantes. Palavras-Chave: Política Educacional; PARFOR; Formação de Professores;Educação Básica. 1 - Introdução Na modalidade presencial e um programa emergencial para atender o artigo 11, inciso o no decreto nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009 e implantado em regime de colaboração entre a Capes, os estados, municípios o Distrito Federal e as Instituições de Educação Superior IES. Foi criado com objetivo de equalizar nacionalmente as oportunidades de

2 formação inicial e continuada dos profissionais do magistério, assegurando a todos os professores em efetivo exercício, sem curso superior ou que atuam fora da sua área de formação uma vaga gratuita na universidade. 2 - Aspectos gerais e Contextuais, aprendizagem política de formação de professores. No Brasil a formação de professores que atuam na educação básica tem sido objeto de inúmeras reflexões, sobretudo a partir da década de 1990, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei LDB n. 9.394/96) que estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional. A LDB determina no seu Artigo 62 que A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação [...], admitindo-se a formação mínima de nível médio, na modalidade Normal, para o exercício do magistério na educação infantil e no primeiro segmento do ensino fundamental. A LDB estipulou um prazo de dez anos (que se findou em 2006) para o cumprimento dessa meta. De acordo com dados de 2009 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o quadro piora nas regiões mais pobres do país. Dados do INEP de 1999 mostram que 49,3% dos 2.338 milhões de docentes do ensino básico não eram formados na universidade. No Norte e Nordeste, a média dos profissionais sem diploma era de 75,29% e 71,55%, respectivamente. Gráfico 1

3 71,55% 75,29% Norte Nordeste Fonte: Instituto Nacional de Estudos e pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) Somente após um longo período de 13 anos (1996 2009) a União decidiu que havia chegado a hora de definir uma Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica e instituiu o Decreto n. 6.755, de 29 de janeiro de 2009. Essa política começou a ser delineada a partir do Decreto n. 6.094, de 24 de abril de 2007 que dispõe sobre a implantação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com os municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando à mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. De acordo com o referido decreto, os estados, Distrito Federal e municípios, com a adesão ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), deveriam elaborar um diagnóstico minucioso da realidade, e a partir dele desenvolver um conjunto coerente de ações que resultem no Plano de Ações Articuladas, contendo diagnósticos dos sistemas locais e as demandas por formação de professores. Assim, partindo das necessidades apontadas pelos municípios, estados e Distrito Federal, por meio dos seus Planos de Ações Articuladas é que surgiu a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, com a finalidade de organizar os planos Estratégicos da formação inicial e continuada, com base em arranjos educacionais acordados nos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente. No contexto da Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica foi instituído, por meio da Portaria Normativa n. 9 de 30 de junho de

4 2009, o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR), que se configura como o resultado de um conjunto de ações do Ministério da Educação - MEC, em colaboração com as secretarias de educação dos estados e municípios e as instituições públicas de educação superior neles sediadas, para ministrar cursos superiores gratuitos e de qualidade a professores em exercício das escolas públicas sem formação adequada à (LDB Lei nº 9394/96) ou que atuam fora da área de formação. Cumprindo o Decreto 6.755, o MEC delegou à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES a responsabilidade pela indução, fomento e avaliação dos cursos no âmbito do PARFOR, ofertando todas as licenciaturas das áreas de conhecimento da educação básica, nas modalidades presenciais e a distância. A Diretoria de Educação Básica Presencial (DEB), de acordo com a legislação, deverá fornecer o suporte técnico às Secretarias de Educação dos Estados e IES(Instituição de Ensino Superior)formadoras para viabilizar a oferta de cursos e vagas, em atendimento à demanda dos professores da rede pública estadual e municipal de Educação Básica, sem formação adequada a LDB atual. No período de fevereiro à março de 2009 a DEB promoveu um programa de reuniões de trabalho na CAPES com as Secretárias de Educação dos Estados e respectivas Instituições Formadoras. A partir dessas reuniões, concretizaram-se os diagnósticos da demanda por formação de professores e o planejamento das ofertas de cursos e vagas, consolidadas em planilhas das IES públicas, a fim de subsidiar o MEC na programação orçamentária dos recursos de fomento à formação inicial. Para operacionalização da oferta dos cursos previstos no PARFOR, até 2012 já foram implantadas 1920 turmas. Há 54.000 professores da educação básica frequentando os cursos em turmas especiais do PARFOR, localizada em 397 municípios do país. Essas vagas estão distribuídas em cursos regulares e especiais de 1ª licenciatura, destinados a professores sem graduação, cursos especiais de 2ª licenciatura para docentes atuando em área distinta da formação e cursos especiais de Formação Pedagógica para bacharéis sem licenciatura. Para participar do PARFOR o professor fará sua inscrição nos cursos por meio de um sistema desenvolvido pelo MEC denominado Plataforma Paulo Freire (ambiente virtual), onde também terá seu currículo cadastrado e atualizado. A partir da préinscrição dos professores e da oferta de formação pelas IES públicas, as secretarias estaduais e municipais de educação terão na Plataforma Freire um instrumento de planejamento estratégico capaz de adequar à oferta das IES públicas à demanda dos

5 professores e às necessidades reais das escolas de suas redes. A partir desse planejamento estratégico, as pré-inscrições são submetidas pelas secretarias estaduais emunicipais às IES públicas, que procederão à inscrição dos professores nos cursos oferecidos. O PARFOR no âmbito da UESB (campus de Itapetinga Bahia): realidade, desafios e perspectivas. Como já foi mencionado o PARFOR é dirigido a professores em exercício na sala de aula ou auxiliares das séries iniciais que tenha atuado pelo menos três anos em sala. O grande desafio é articular um plano que procura atender os problemas impregnados por décadas, segundo Teatini: Para a execução da Política Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério da Educação Básica PARFOR, foi implementado o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica que é resultado de um conjunto de ações do Ministério da Educação (MEC), em regime de colaboração com as Secretarias de Educação dos Estados e Municípios e as Instituições de Educação Superior (IES). (...) A meta é diminuir o déficit de professores em exercício das escolas públicas estaduais e municipais que atuam sem formação adequada às exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB/1996). Trata-se, desse modo, de um esforço histórico inédito de articulação envolvendo as diferentes esferas responsáveis pela gestão de políticas públicas relacionadas à formação, num fim único, que é a melhoria da qualidade da educação brasileira. (TEATINI, 2010, p. 157) Nesse contexto, a Universidade Federal do Sudoeste da Bahia (UESB) assinou em 2010, por intermédio da CAPES, o Termo de Adesão ao Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre a Secretaria da Educação e Cultura da Bahia e o Ministério da Educação, com vistas à implantação do 1º Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, destinado a atender a demanda de professores em exercício na educação básica, na rede pública de ensino, com a oferta de ensino superior público, gratuito e com qualidade. Nesse contexto a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Itapetinga (UESB), assinou em 2010 O município disponibiliza o Colégio Jandiroba e o Governo do Estado o salário dos professores.

6 A oferta dos cursos do PARFOR na UESB foi efetivamente iniciada em julho de 2010, oferecendo aos professores em exercício na educação básica pública cursos de primeira licenciatura do município de Firmino Alves. Para o primeiro semestre letivo de 2010 foram convocados, por meio de Edital um total de 42 professores da rede pública de Educação Básica pré-inscritos e selecionados para os cursos superiores especiais de primeira licenciatura e de formação pedagógica na modalidade presencial, ofertados no âmbito PARFOR, para efetuarem a Matrícula Institucional, de acordo com a opção feita no ato da pré-inscrição. Foram formados 30 professorem em 2012.1. Em 2011 mais quatro turmas foram formadas, sendo homologadas 187 matriculas e apenas 127 formaram em 2013. Já em 2012 foi formada mais uma turma semanal (noturna), contabilizando 38 professores. Nesse mesmo ano mais quatro turmas modulares dos municípios baiano de Caatiba, Potiraguá, Itambé e Maiquinique, começaram com 130 alunos, frequentando 110. Ambas se formarão em 2015.2 Atualmente no ano de 2014, duas turmas foram formadas com 83 professores,com previsão para conclusão em 2017.1. Gráfico 2 100% 98% 96% 94% 92% 90% Série 3 Série 2 Série 1 88% 86% 84% Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 2014 Fonte: Resumo geral do curso de pedagogia ofertados no PARFOR/UESB(2010 2014) Em síntese o número total de ingressos no PARFOR/UESB Itapetinga é de 231 alunos.

7 Do total de 486 professores ingressantes, 48 são desistentes e 231 frequentando regularmente as atividades acadêmicas. Figura 1 Fonte: Resumo geral do curso de pedagogia ofertados no PARFOR/UESB(2015) Para o período letivo de 2015.2 com início previsto para agosto é possível fazer uma projeção da oferta de mais dois novos cursos: Pedagogia e Letras. Marco histórico para o município, pois será a primeira vez que Letras será ofertada pela rede pública. Considerações finais A meta inicial do PARFOR no âmbito Itapetinga era diplomar 486 professores até 2015, mas, apesar dos esforços, a CAPES admite que a meta de zerar o número de professores sem formação superior pode levar muito mais tempo do que o previsto, levando-se em conta que o tempo médio de conclusão dos cursos do plano de formação é de três anos. Diante disso, é interessante perceber o quanto consideram esse espaço importante a socialização profissional e a afirmação de valores próprios da profissão, visto que compartilham suas angústias, seus dilemas e suas vivências. É um desafio para os estudantes da PARFOR conciliar estudo, casa e trabalho. Há uma grande discussão acerca deste assunto, pois quando professores do ensino superior se afastam para uma melhoria como Mestrado/Doutorado, recebem o privilégio de se afastarem e mesmo assim recebendo o salário, o que não acontece com os estudantes da PARFOR. Contudo, conforme alertam Gatti e Barreto (2009), em virtude da implantação do programa ser muito recente, será preciso aguardar algum tempo para avaliar a efetividade do que é proposto, a partir do que for concretizado nos próximos anos.

8 Dentre essas limitações, merecem destaque: metas traçadas e a realidade com que convivem os estudantes do programa, falta de sintonia entre as unidades da federação, materializando-se em cursos ofertados sem demanda efetiva e em casos de prefeituras que não oferecem condições para os professores freqüentarem as aulas, provocando, assim, elevadas taxas de evasão; falta de articulação entre as instituições de ensino superior e as redes de ensino da educação básica. Muitos sentimentos emergem em relação à teoria e prática, essa é uma questão que envolve uma problemática maior, diferente do que é questionado no curso de Pedagogia Licenciatura, as professoras/acadêmicas do PARFOR esperam ter e ver a suas práticas contempladas nas discussões do curso o que muitas vezes não tem acontecido. Vale lembrar, que esse não é um sentimento compartilhado por todas do grupo, visto que algumas consideram esse espaço de formação importante, no qual vem propiciando a mobilização dos conhecimentos oriundos da teoria e os incorporando em suas práticas docentes. Essa é uma discussão que merece um maior investimento de pesquisa, visto que implica em pensar na necessidade de adentrar outras perspectivas teóricas para redefinir novas intervenções pedagógicas. Sabemos também que a PARFOR não poderá corrigir as lacunas da formação inicial dos alunos, uma vez que a educação básica, como o nome já expressa, encontra-se com falhas, inclusive em questões essenciais como habilidades de leitura e escrita, passando pela elaboração do pensamento e comunicação. A PARFOR em si, é também um programa de formação inicial para a docência, no entanto, carece, para o seu pleno desenvolvimento, das condições básicas de funcionamento que passam pelos aspectos estruturais, organizacionais, humanos e financeiros, mas sobretudo, dos conhecimentos prévios, teóricos e práticos. Referências CARVALHO, Eliete Martins Cardoso de. A Formação do Professor da Educação Básica e a Semicultura. 2010. 200 f. Tese (Doutorado em Educação) Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de

9 Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Marília. BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.>. Acesso em 13/04/2015. Lei nº. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providencias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 de janeiro de 2001, p. 01, Seção I. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br.> Acesso em 01/04/2015.. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas. Brasília, DF: Ministério da Educação; Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007c. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br>. Acesso em 10/04/2015.. Decreto n. 6.755, de 29 de janeiro de 2009: institui a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 de janeiro de 2009.. Resolução n. 01 de 11 de fevereiro de 2009: estabeleceu as Diretrizes Operacionais para a implantação do Programa Emergencial de Segunda Licenciatura para Professores em exercício na Educação Básica Pública. CNE/CP 1/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 12 de fevereiro de 2009, Seção 1, p. 16.. Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. Documento Síntese. Brasília: DEB/CAPES, Brasília, DF, 2009.. Ministério da Educação. Portal MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ index.php>. Acesso em: 10/04/2015.. Portaria Normativa n. 09, de 30 de junho de 2009: institui o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 1 de julho de 2009, n. 123, Seção 1..Plano nacional de formação de professores da educação básica, PARFOR Disponível em <http://freire.capes.gov.br/>. Acesso em 13/04/2015. Resolução FNDE Nº 13, de 20 de maio de 2010. Estabelece orientações e diretrizes para concessão e pagamento de bolsas de estudo e de pesquisa a participantes do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica, a serem pagas pelo FNDE. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 24 de maio de 2010.. Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. Brasília: MEC, Brasília, DF, 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/livro.pdf>. Acesso em: 10/04/2015.

10. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Portal INEP. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/basica/censo/default.asp.> Acesso em: 10/04/2015. Andréia Cardoso e NeilaAndeson. Coordenadora e secretária do PARFOR no município de Itapetinga. (05/05/2015).GATTI, Bernadete Angelina (Coord.); BARRETO, Elba Siqueira de Sá. Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: UNESCO, 2009. MÁXIMO, Luciano. Um terço dos professores leciona sem curso superior, diz INEP. ABRUC, 2010. Disponível em <http://www.abruc.org.br/003/00301009.asp?ttcd_chave=128939> Acesso em: 10/04/2015