ESTRUTURA E DINÂMICA DO SETOR PROVEDOR DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS EMPREGOS E SALÁRIOS NA DÉCADA DE 1990

Documentos relacionados
RELATÓRIO MENSAL SOBRE O MERCADO DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE OSASCO - Dez Anos -

Estabelecimentos e Empregos nas Micro e Pequenas Empresas 1

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DO RIO GRANDE DO NORTE. Relatório 2: O Mercado de Trabalho Formal no Rio Grande do Norte

CARACTERÍSTICAS DA EVOLUÇÃO DO EMPREGO FORMAL NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE 2002 E

Características do Emprego Formal RAIS 2014 Principais Resultados

Relatório Informativo: Análise do Mercado de Trabalho Formal da Região Metropolitana de Campinas RAIS 2008

CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ PATRICIA DE FÁTIMA GALDINO

Palavras-chave: empregos e salários; serviços de saúde; Região Metropolitana de Natal.

Trabalhadoras no setor bancário do Rio Grande do Sul Análise da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego

Setor de Bens de Capital 1

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DO RIO GRANDE DO NORTE

OS PEQUENOS NEGÓCIOS NO RIO DE JANEIRO

A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

1 Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal//SUPLAV

Desenvolvimento Socioeconômico na NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23

DESEMPENHO DO MERCADO DE TRABALHO DE PORTO ALEGRE EM

Participação dos Empregados por faixa etária e sexo em Mamonas - MG

OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: Território, Coesão e Governança Democrática. Texto para Discussão:

Panorama do Mercado de Trabalho. Centro de Políticas Públicas do Insper

ESTUDO TÉCNICO N.º 11/2015

DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL E OCUPACIONAL DO COMPLEXO ECONÔMICO- INDUSTRIAL DA SAÚDE (CEIS) NO BRASIL RESUMO

MELHORA DO MERCADO DE TRABALHO PROSSEGUE EM 2007 DETERMINANDO A MENOR TAXA DE DESEMPREGO DOS ÚLTIMOS 11 ANOS

Panorama do Mercado de Trabalho Brasileiro

O TRABALHADOR NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO METALÚRGICO

PERFIL DAS MICROFRANQUIAS ESTUDO INÉDITO 2016

Panorama Mercado de Trabalho

João Saboia Instituto de Economia UFRJ

MENOR TAXA DE DESEMPREGO DA SÉRIE HISTÓRICA DA PESQUISA

Participação dos Empregados por faixa etária e sexo em Josenópolis - MG

A inserção do negro no mercado de trabalho no Distrito Federal

ANUÁRIO DO TRABALHO. e 2 O O 7

METALÚRGICAS DO RIO GRANDE DO SUL DESAFIOS PARA IGUALDADE DE GÊNERO

Sobre o IPECE Informe

Salário Mínimo: trajetória recente

REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA Especial 8 de Março Dia Internacional da Mulher

COMPORTAMENTO DO EMPREGO FORMAL NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS NO PERÍODO ENTRE 2010 E 2015.

Pesquisa Mensal de Emprego Maio 2004

RELACIONAMENTO COM A POLÍCIA MILITAR GUTO/LEVS-FINEP

O TRABALHO DAS MULHERES NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO EM 2013: MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS

6. EXEMPLOS DE ESTUDOS RECENTES QUE UTILIZARAM INDICADORES SOCIAIS

Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2012: análise dos principais resultados de Goiás

Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2015

PESQUISA DO EMPREGO BANCÁRIO

A ESTRUTURA DA BUROCRACIA DO ESTADO BRASILEIRO ESTADO BRASILEIRO UMA ANÁLISE A PARTIR DO FUNCIONALISMO PÚBLICO

Estratégia de Desenvolvimento Regional, Política Pública Negociada e Novas Institucionalidades.

TERCEIRIZADO: UMA REPRESENTAÇÃO DA FORMALIDADE PRECÁRIA?

Pesquisa de Perspectivas de Final de Ano

A população negra ainda convive com patamares de desemprego mais elevado

O QUE DETERMINA A ROTATIVIDADE NO MERCADO

EFEITOS DA CRISE ECONÔMICA NA SITUAÇÃO DO TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO EM SÃO PAULO

ISSN INFORMATIVO MENSAL Ano 1 Número 17 Julho de 2001 APRESENTAÇÃO

Panorama do Mercado de Trabalho PNAD Contínua. Centro de Políticas Públicas do Insper

Mercado de Trabalho Brasileiro: evolução recente e desafios

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPINAS

ÍNDICE NACIONAL DE EXPECTATIVA DO CONSUMIDOR. Confiança do consumidor cai novamente 50,0 49,5 46,4

Política de Valorização do Salário Mínimo: Salário mínimo de 2013 será de R$ 678,00

CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ CINTIA APARECIDA DA SILVA GOMES

Aparticipação da mulher no mercado de trabalho vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas,

Mercado formal de trabalho no estado do Ceará e na região Nordeste

COMO ANDA O RIO DE JANEIRO?

CARTA ESPECIAL MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

Como superar a precariedade do emprego feminino

Mercado de Trabalho da Grande Vitória: Principais Características da Última Década ( ) RELATÓRIO DE SETEMBRO/2008

CAEN-UFC RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 02

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA SOBRE A CRISE ECONÔMICA

REDUÇÃO DO DESEMPREGO NÃO DIMINUIU DESIGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

BRASIL: ESPECIFICIDADES DA EVOLUÇÃO DO EMPREGO FORMAL NO PERÍODO DE 2002 A

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

Melhoria no mercado de trabalho não foi suficiente para garantir uma inserção menos desigual às mulheres

MAPEAMENTO DOS JOVENS PROFISSIONAIS UNIVERSITÁRIOS

Participação dos vínculos por faixa etária e sexo em Nova Porteirinha - MG em 2012

O trabalho na crise econômica no Brasil: primeiros sinais

Financiamento da Educação e desenvolvimento

RELACIONAMENTO COM A POLÍCIA MILITAR GUTO/LEVS-FINEP

25/11/2016 IBGE sala de imprensa notícias PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução

ISSN INFORMATIVO MENSAL Ano 4 Número 39 Abril/Maio de 2005 APRESENTAÇÃO

PESQUISA AVALIAÇÃO POLÍTICA DO ESTADO DE GOIÁS JULHO 2018

O programa de saúde da família: evolução de sua implantação no Brasil. Instituto de Saúde Coletiva - Universidade Federal da Bahia

NOTÍCIAS ETENE 04 DE MAIO DE 2011 RESULTADOS DO CENSO 2010

Curso avaliado Design Setembro/2017

(resultados de dezembro de 2013) Fevereiro/14

EMPREGOS FORMAIS EM GOIÁS. 1 Panorama da Última Década

EXPANSÃO DO ATENDIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO DO FUNDEB

Percepção de Presença do Crime Organizado/Facções na vizinhança/bairro do(a) entrevistado(a)

APRESENTAÇÃO...1. EVOLUÇÃO DO EMPREGO NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA: a 11 APRESENTAÇÃO

VISÃO GERAL DO SETOR QUÍMICO INDUSTRIAL DE SÃO PAULO

Estatísticas do Cadastro Central de Empresas Gerência do Cadastro Central de Empresas

Confira o perfil de cada um dos setores segundo a divisão adotada pela CNM/CUT/CUT:

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011


Crise econômica e os impactos sobre jovens e adultos no mercado de trabalho brasileiro

Nível de Emprego Formal Celetista

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO

Música - Bacharelado

Nota Técnica Número 86 Janeiro de 2010 (revisada e atualizada) Política de Valorização do Salário Mínimo:

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Emprego formal de nível superior Região Metropolitana de Curitiba. Lenina Formaggi

ESTUDO TÉCNICO N.º 12/2014

O MAPA DA EXTREMA INDIGÊNCIA NO CEARÁ E O CUSTO FINANCEIRO DE SUA EXTINÇÃO

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS DE CAMPINA GRANDE - PB

Transcrição:

Isabel Caldas Borges Mestranda do Programa de Pós Graduação em Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Marconi Gomes da Silva Professor Doutor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. INTRODUÇÃO O presente trabalho analisa a estrutura e a dinâmica dos empregos e salários no segmento econômico provedor de serviços de saúde no Brasil na década de 1990. Mercado de trabalho experimentou intensas mudanças ao longo das duas ultimas décadas do século XX. Silva (2000): ressalta que a economia brasileira durante a década de 1990 experimentou grandes transformações, a partir do processo de abertura comercial, políticas de estabilização econômica, precarização do mercado de trabalho e do processo de adesão às novas tecnologias. O processo de abertura comercial e financeira, redução da intervenção estatal e o processo de privatizações e a crise fiscal induziram à redução do gasto. Serviços sociais - em particular os serviços de saúde foram atingidos pelas mudanças. O setor de saúde passou a dispor de nova forma de estruturação e de financiamento, de modo que os gastos com saúde como proporção do PIB do país revelaram uma trajetória ascendente. 1

INTRODUÇÃO As transformações no setor de saúde tiveram rebatimentos para os estabelecimentos empregos e os salários. Objetivo do trabalho: estudar a estrutura e a dinâmica dos empregos e dos salários no segmento econômico provedor de serviços de saúde brasileiro na década de 1990. Metodologia: levantamento e leitura da literatura mais relevante sobre a temática e a utilização da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), publicada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). As séries de valores sobre os salários do segmento provedor de serviços de saúde foram devidamente organizados e deflacionados com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Justificativa do período: 1994 ser o primeiro ano da década em que os dados são apresentados com base na Classificação Anual de Informações Sociais (CNAE) e de 2000 ser aquele que promove o encerramento da década estudada. A DÉCADA DE 01990 INTRODUÇÃO Além da introdução e considerações finais, o trabalho é composto por quatro seções. Primeira seção: buscou-se apresentar a trajetória dos estabelecimentos de saúde no Brasil na década de 1990. Segunda seção: será exposta a dinâmica dos empregos no setor provedor de serviços de saúde no mesmo período. Terceira seção: buscou-se analisar o perfil dos empregados no setor provedor de serviços de saúde segundo atributo no Brasil. Quarta seção: foi realizada uma análise dos salários no segmento econômico provedor de serviços de saúde brasileiro na década de 1990. São apresentadas as bibliografias utilizadas no trabalho. 2

1- A trajetória dos estabelecimentos de saúde no Brasil na década de 1990 Trajetória crescente dos estabelecimentos. Crescimento provavelmente relacionado à crescente demanda por serviços de atenção à saúde e à implantação dos programa sociais: PSF e Pacs. Tabela 01. Quantitativo dos estabelecimentos apresentou um incremento no período de 151%. Expansão em todos as regiões do país. Ressalva para a região Sudeste que apresentou incremento inferior ao país. Destaque para as regiões Norte e Nordeste que apresentaram as maiores taxas de crescimento do país. Tabela 01 Estabelecimentos no setor provedor de serviços de saúde - Grandes Regiões (1994-2000) GRANDES REGIÕES 1994 2000 Taxa de crescimento 1994/2000 (%) Absoluto Relativo Absoluto Relativo NORTE 2.463 2,1 10.341 3,5 319,9 NORDESTE 14.940 12,7 50.956 17,3 241,1 SUDESTE 63.906 54,3 155.727 52,8 143,7 SUL 22.059 18,7 56.032 19,0 154,0 CENTRO-OESTE 7.450 6,3 21.980 7,4 195,0 BRASIL 117.748 100 295.036 100 150,6 3

2- A dinâmica dos empregos no setor de saúde brasileiro na década de 1990 A dinâmica dos empregos não acompanhou o numero de estabelecimentos de saúde na década de 1990. Enquanto os estabelecimentos cresceram 151% os empregos cresceram apenas 23% no período de 1994 a 2000. Ao Contrário dos estabelecimentos constatou-se que a taxa de crescimento dos empregos no país foi muito inferior. Tabela 2 Regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste: apresentaram redução significativa dos postos de trabalho. Os maiores incrementos no emprego aconteceram nas regiões com os maiores indicadores de riqueza, sendo de 37,9% na região Sul e de 23,4% na região Sudeste. Houve ganhos de participação relativa apenas na região Sul e na região Sudeste manteve-se. Entretanto, as demais regiões apresentaram participação relativa inferior. TABELA 02 Empregos no setor provedor de serviços de saúde - Grandes Regiões (1994-2000) GRANDES REGIÕES 1994 2000 Taxa de crescimento Absoluto Relativo Absoluto Relativo 1994/2000 (%) NORTE 44.959 3,8 45.257 3,1 0,7 NORDESTE 173.620 14,9 208.837 14,5 20,3 SUDESTE 686.448 58,7 846.827 58,7 23,4 SUL 168.627 14,4 232.620 16,1 37,9 CENTRO-OESTE 95.195 8,1 108.852 7,5 14,3 BRASIL 1.168.849 100,0 1.442.393 100,0 23,4 Fonte: Elaboração com base nos dados da RAIS/MTE 1994/2000 4

ESTRUTURA E DINÂMICA DO SETOR PROVEDOR DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS EMPREGOS E SALÁRIOS NA 3 O perfil dos empregados no setor provedor de serviços de saúde segundo atributo no Brasil (1994-2000) A análise dos empregos no setor de saúde, caracterizou-se pela concentração de pessoas com os seguintes atributos:1) pessoas empregadas segundo sexo; 2) faixa etária e grau de instrução. 1º Atributo: Participação feminina nos empregos foi expressiva durante toda a década de 1990. A participação no período do sexo feminino foi de 66% 1994 e 67% em 2000 contra 33% e 34% do sexo Masculino no mesmo período. Gráfico 01- O setor provedor de serviços de saúde, segundo sexo - Grandes Regiões (1994-2000) 2º Atributo: Participação de profissionais que possui idade entre 25 a 49 anos, sendo pouco expressiva a participação de profissionais na faixa etária de 10 a 24 anos e desprezível a participação de profissionais na faixa de 50 anos ou mais. Os empregos no setor de saúde permaneceu concentrada em profissionais com idade entre 25 a 49 anos. A participação ao final do período: Idade entre 25 a 49 anos (71%), 10 a 24 (21%) e a partir dos 50 anos (8,7%). Gráfico 02- O setor provedor de serviços de saúde, segundo faixa etária - Grandes Regiões (1994-2000) 5

3º Atributo: O grau de instrução é um dos atributos mais importante para o profissional do setor de saúde. Elevada participação dos profissionais de saúde com escolaridade superior. No final do período a participação de profissionais com segundo grau completo e superior incompleto foi de 41,5%, superior completo e pós-graduação foi de 14,5%, 28% básico completo e o segundo incompleto foi de 30,2 e somente o básico foi de 17,2%. Gráfico 03-O setor provedor de serviços de saúde, segundo grau de instrução - Grandes Regiões (1994-2000) 4 - Análise dos salários no segmento econômico provedor de serviços de saúde brasileiro na década de 1990. Quanto aos salários, constatou-se que houve um movimento generalizado de aumento, em termos reais em todas as regiões do país. Taxa de crescimento dos salários no Brasil foi de 12,8%. Os maiores incrementos salariais aconteceram nas regiões Sul (29,6%) Norte 20% e Sudeste 19%. A região Nordeste apresentou taxa de crescimento no período de 17%. Ressalva para a região Centro-Oeste a taxa de crescimento foi muito inferior(-42,7%). Houve ganhos de participação relativa nas regiões do país. Entretanto, na região Centro-Oeste a participação foi reduzida. 6

Tabela 03 - Salários no setor provedor de serviços de saúde - Grandes Regiões (1994-2000) GRANDES REGIÕES 1994 2000 Taxa de crescimento 1994/2000 (%) Absoluto Relativo Absoluto Relativo NORTE 1,95 72,0 2,34 76,6 20,0 NORDESTE 1,71 63,0 2,01 65,8 17,8 SUDESTE 2,92 107,5 3,47 113,5 19,0 SUL 2,22 81,7 2,87 93,9 29,6 CENTRO-OESTE 4,46 164,6 2,56 83,5-42,7 BRASIL 2,71 100,0 3,06 100,0 12,8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Do exposto,pode-se concluir que a estrutura e à dinâmica do setor provedor de serviços de saúde brasileiro na década de 1990, apresentou considerável dinamismo no que concerne aos estabelecimentos e empregos e reduzido dinamismo dos salários nesse segmento. Na análise Nacional, verificou-se a expansão do número de estabelecimentos de saúde em todas as grandes regiões do território nacional. Ressalva que apenas a região Sudeste apresentou incremento inferior à média nacional: 144% contra os 151% do conjunto do país. No que concerne aos empregos, o movimento foi menos expressivo, pois verificou-se que, enquanto os estabelecimentos cresceram 151%, os empregos experimentaram taxa de crescimento de apenas 23% no período. Ao contrário do ocorrido com os estabelecimentos, no caso dos empregos as regiões mais pobres do território nacional apresentaram as menores taxas de crescimento no período. 7

CONSIDERAÇÕES FINAIS Os maiores incrementos nos empregos concentram-se nas regiões sul e sudeste. A primeira apresentou um incremento de 37% e a segunda de 23,4%. Os empregos segundo os atributos no Brasil caracterizaram-se pela concentração de pessoas: 1) integrantes do sexo feminino; 2) pertencentes à faixa etária dos 25 aos 49 anos, e 3) detentoras de nível intermediário de qualificação (ensino médio e superior). O segmento provedor de serviços de saúde no Brasil caracterizou-se pelo pagamento de salários baixos, pois o salário médio em 1994 foi de 2,7 salários mínimos, enquanto no ano final da série foi de apenas 3 salários mínimos. No Brasil o incremento do salário real médio foi de 12,8% entre 1994 e 2000. Ressalta a concentração desses salários na região Sul. Bibliografia BORGES, Isabel Caldas. Empregos e salários no setor prestador de serviços de saúde na Região Metropolitana de Natal na década de 1990. Natal, RN, 2011. 76p. (Monografia). BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual das Informações Sociais (RAIS). Brasília (DF): MTE, 1994 e 2000. CAMPOS, André Gambier; AMORIM, Ricardo L.C; GARCIA, Ronaldo Coutinho. BRASIL: O ESTADO DE UMA NAÇÃO. Brasília: IPEA, 2007. 285 p. POCHMANN, Márcio. O trabalho sob fogo cruzado: políticas de emprego e renda. São Paulo: Contexto, 1999. 8

DÉCADA DE 1990 Bibliografias SANTOS, João Bosco Feitosa dos; UCHOA, José de Freitas; MENELEU NETO, José. Especificidades do emprego em saúde no Brasil. Fortaleza: editora, Imprensa Universitária, 2006. 439 p. SILVA, Marconi Gomes da. O MERCADO DE TRABALHO DO NORDESTE BRASILEIRO: ocupação e remunerações da força de trabalho no contexto da dinâmica econômica dos anos 90. Natal 2000. (Projeto de doutorado). SILVA, Marconi Gomes da. Mercado de trabalho,ocupações e rendimentos: a Região Metropolitana de Natal na década de 1990.Natal: UFRN, 2008. 293 p. Tese [doutorado em Ciências Sociais da UFRN]. TAVARES, Edseisy Silva Barbalho. O uso do território pelos serviços privados de saúde em Natal/RN. Dissertação (Mestrado em Geografia). Natal: UFRN, 2010. 182 p. 9