EDUCAÇÃO NUTRICIONAL APLICADA AO COMBATE À HIPERTENSÃO

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Transcrição:

CONEXÃO FAMETRO: ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE XII SEMANA ACADÊMICA ISSN: 2357-8645 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL APLICADA AO COMBATE À HIPERTENSÃO Daniela Souza 1, Érika Silva 2, Monique Carneiro 2 e Renata Silva 2. FAMETRO Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza 1 Professora orientadora do curso de Nutrição FAMETRO 2 Alunas do Curso de Nutrição FAMETRO erikapaula.farias@gmail.com APRESENTAÇÃO As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um conjunto de doenças com história natural prolongada, fatores de risco múltiplos e de causa desconhecida, sendo as doenças cardiovasculares uma das principais. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) atualmente as DCNT são consideradas um sério problema de saúde pública e responsáveis por 63% das mortes no mundo. Seguindo essa tendência mundial, no Brasil as DCNT são a causa de aproximadamente 74% das mortes (OPAS, 2012). Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH, 2015), a hipertensão arterial é um importante fator de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, que se exteriorizam, predominantemente, por acometimento cardíaco, cerebral, renal e vascular periférico. É responsável por 25 e 40% da etiologia multifatorial da cardiopatia isquêmica e dos acidentes vasculares cerebrais, respectivamente. Essa multiplicidade de consequências coloca a hipertensão arterial na origem das doenças cardiovasculares (DCV) e, portanto, caracteriza-a como uma das causas de maior redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. Segundo levantamento realizado por Passos, Assis, Barretol (2006), no Brasil, as doenças cardiovasculares foram a primeira causa de hospitalização no setor público, entre 1996 e 1999, e responderam por 17% das internações de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29% daquelas com 60 anos ou mais.

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), usualmente chamada de pressão alta, ocorre quando a pressão arterial, é sistematicamente, igual ou maior que 140 por 90 mmhg. A pressão arterial pode se elevar por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem (SBH, 2015). Dados levantados por Inquérito Telefônico pelo setor de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas VIGITEL (BRASIL, 2011), mostram que 23,3% dos brasileiros sofrem de hipertensão. Em estudo realizado por Goulart (2011), os fatores de risco relativos às DCNT são semelhantes em todos os países. Há várias evidências atualmente, que o tabagismo, os alimentos com altas taxas de gorduras trans e saturadas, o sal e o açúcar em excesso, especialmente em bebidas adoçadas, o sedentarismo, bem como o consumo excessivo de álcool, causam mais de dois terços de todos os novos casos de DCNT e aumentam o risco de complicações em pessoas que já sofrem destas doenças. O consumo de alimentos com altas taxas de gorduras trans e saturadas, de sal e de açúcar são a causa de pelo menos 14 milhões de mortes ou de 40% de todas as mortes anuais por DCNT. Com o objetivo de levar informação à população sobre os fatores de riscos e a prevenção da pressão alta, foi instituído pela Lei N 10.439, de 30 de Abril de 2002, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, a ser comemorado todo dia 26 de Abril (BRASIL, 2002). A lei estabelece no art. 2º que na semana que antecede ao dia, o Ministério da Saúde é autorizado a desenvolver, em todo o território nacional, campanhas educativas de diagnóstico preventivo da hipertensão arterial e de doenças cardiovasculares em geral. A data é ainda comemorada por muitas instituições de saúde e ensino, públicas e privadas de forma a transmitir informações à população. O Inquérito Telefônico realizado pelo setor de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas VIGITEL (BRASIL, 2014), concluiu que o consumo médio de sal pelos brasileiros, um dos fatores de risco para a hipertensão, é de 12 gramas ao dia, duas vezes mais que o recomendado pela OMS (5g/dia). No entanto, na autoavaliação realizada pelos pesquisados, a maioria (47,9%) julga consumir uma quantidade adequada de sal, enquanto 27,7% dos entrevistados afirmam um baixo consumo de sódio. Diante dessa realidade, a educação nutricional pode ser empregada

como uma ferramenta de orientação e conscientização da população sobre a importância e benefícios de uma alimentação saudável e balanceada, para melhoria da saúde (RODRIGUES; RONCADA, 2008), controle da glicemia, redução da pressão arterial e riscos cardiovasculares e consequentemente maior qualidade de vida (SBC, 2015). A promoção da saúde é um tema bastante discutido atualmente no meio científico, com o intuito de promover o controle dos crescentes avanços de doenças crônicas não transmissíveis. O profissional nutricionista deve possuir habilidades, conhecimento e ser um facilitador na formação de bons hábitos, pois a adoção de um estilo de vida saudável requer antes de tudo motivação. (SOBRAL; SANTOS, 2010). Considerando o exposto acima e com objetivo de disseminar informações sobre a HAS e o uso do sódio no dia a dia, foi desenvolvida uma atividade de educação nutricional alusiva ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial na instituição de ensino FAMETRO com os alunos da disciplina de Introdução à Ciência da Nutrição e à professora Daniela Souza. PERCURSO METODOLÓGICO A atividade foi idealizada pela professora Daniela Souza, docente da disciplina de Introdução à Ciência da Nutrição, ministrada no primeiro semestre do curso de Nutrição da FAMETRO. Teve como objetivos proporcionar aos alunos ainda no começo do curso a oportunidade de exercer na prática a Educação Nutricional; comemorar o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial com a disseminação de informações estratégicas sobre a pressão alta aos alunos e funcionários da instituição, bem como para a população lindeira à Faculdade. As atividades foram realizadas pelas quatro turmas do primeiro semestre composta de aproximadamente 50 alunos cada, nos dias 27 e 28 de abril de 2015 no período da manhã e noite. Para tanto cada turma foi dividida em três grandes grupos: um grupo ficou responsável pela confecção de cartazes informativos abordando a definição de HAS, fatores de risco, medidas para prevenir e/ou controlar; o segundo grupo teve a função de elaborar panfletos com as informações citadas, buscando dinamismo no conteúdo apresentado e

trazendo uma amostra de sal de ervas para a população utilizar em substituição ao sal comum, bem como a receita do sal para produção em casa; o terceiro grupo ficou responsável por selecionar alimentos industrializados consumidos no dia a dia pela população, quantificar e demonstrar o sódio presente nos mesmos fazendo um paralelo com a quantidade diária de ingestão de sódio recomendada pela OMS. O material utilizado pelas equipes foi previamente avaliado pela professora orientadora. Para o desenvolvimento da atividade educativa, os grupos utilizaram como fontes principais as informações, manuais e cartilhas da Sociedade Brasileira de Hipertensão, da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do Ministério da Saúde. Após a atividade educativa, foi realizada uma pesquisa com os alunos que executaram as atividades para verificar como a experiência refletiu na sua formação profissional, bem como uma pesquisa junto ao público alvo para identificar se a ação de educação nutricional atingiu seu objetivo quanto à informação e conscientização da população. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Na semana do dia 26 de Abril de 2015 foram executadas as atividades de Educação Nutricional pelas turmas, no período da manhã e noite, no pátio da Biblioteca na Sede da FAMETRO, tendo como apoio duas tendas com mesas para exposição. As áreas utilizadas foram decoradas pelos alunos para atrair o público transeunte. Os alunos da equipe de panfletagem foram separados em cinco frentes de ação com objetivos de distribuir os panfletos e discutir sobre as informações neles contida, além de convidar as pessoas a visitarem os stands. Duas frentes ficaram voltadas à área interna da Unidade I da FAMETRO, unidade que abrigou a atividade; duas frentes foram direcionadas às ruas adjacentes à faculdade, de forma a convidar a população do entorno da instituição para participar da atividade e uma frente foi direcionada à unidade II, que sedia alguns cursos da faculdade. As pessoas eram abordadas pelos alunos da equipe, que palestravam sobre o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, apresentavam as informações descritas no panfleto em forma de tópicos e discutiam sobre a necessidade de informação, finalizando com o convite de visita aos stands.

A equipe responsável pelo stand apresentava o teor de sódio presente em alimentos comumente utilizados pela população, trazendo amostras desses alimentos a fim de agregar contextualização à exposição das informações passadas, de forma que o público associasse imediatamente o tipo de alimento ao teor de sódio contido no mesmo. A equipe dos cartazes foi responsável por expor as informações técnicas relativas à HAS, como fatores de riscos e ações de prevenção de forma mais detalhada e didática. O resultado da pesquisa com os alunos palestrantes mostrou que 56,3% deles já haviam participado de atividades com abordagem direta ao público, mas destes apenas 12,5% afirmaram ter participado de atividades voltadas à Educação Nutricional. Com relação ao conteúdo científico trabalhado, 81,3% dos palestrantes afirmaram que já tinham conhecimento prévio sobre os fatores de riscos da HAS, mas apenas 18,8% conheciam o teor de sódio presente nos alimentos abordados e 25% conheciam o sal de ervas. A cerca do impacto da atividade na formação profissional, 93,8% dos alunos consideraram a atividade educativa de fácil execução e uma oportunidade de aprendizado válido sobre hipertensão. Na análise qualitativa da pesquisa foram identificadas principalmente como dificuldade e pontos fracos o planejamento das equipes para a organização das atividades a serem realizadas, a execução de atividades mais complexas, como a quantificação correta do sódio para exposição, além da dificuldade de falar em público e conseguir apreender a atenção das pessoas. Os pontos positivos levantados foram todos em relação à satisfação de transmitir o conhecimento e conscientizar a população. A pesquisa realizada com o público alvo mostrou que 80% conheciam os riscos da HAS, o que pode ser resultado do contato com a doença, já que 66,7% informaram possuir hipertensão ou conhecer alguém próximo que possua. Com relação ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, 53,3% informou não saber da existência dessa data e 80% afirmaram que a atividade trouxe informações inéditas, como a quantidade de sódio presente nos alimentos de consumo cotidiano e a opção de utilização do sal de ervas em substituição ao sal comum. 86,7% dos pesquisados informaram consumir os alimentos expostos no stand de quantitativo de sódio podendo ser

um indicativo que a população alvo da atividade também apresenta um consumo de sódio elevado. Os entrevistados foram unânimes em afirmar que a atividade chamou atenção para o consumo individual diário de sódio e todos informaram ainda que buscariam informações em atividades semelhantes à ocorrida. Quanto ao sal de ervas, 86,7% informaram desconhecer essa opção de sal, no entanto 66,7% admitiram não ter utilizado o sal de ervas no preparo de alimentos, mesmo depois do conhecimento. Houve ainda unanimidade ao afirmar que a atividade foi positiva enquanto atividade de educação nutricional e 80% dos participantes replicaram as informações recebidas para a família, amigos e conhecidos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Sob ponto de vista acadêmico a atividade mostrou-se muito positiva, haja vista que a maioria dos alunos informou nunca ter participado de atividades de educação nutricional. Destaca-se ainda o aprendizado obtido pelos alunos, ao buscar informações relevantes para ser apresentado, o que incentiva a prática da pesquisa acadêmica. Deve-se apontar ainda que mais atividades do tipo devem ser utilizadas, para desenvolver a técnica de contato com o público nos alunos estudantes de nutrição, além da adaptação à realização de atividades de educação nutricional, desenvolvendo o senso de planejamento. Sob a ótica da atividade enquanto Educação Nutricional pode-se afirmar que o objetivo de levar informação e conscientizar a população foi atingido, haja vista que a maioria dos entrevistados afirmou receber informações inéditas e consideraram a atividade positiva enquanto educação nutricional. Pode-se destacar ainda como positiva a opinião unânime do público ao considerar que a atividade despertou a atenção para o consumo individual diário de alimentos ricos em sódio. Mostrou ainda que as pessoas aprovaram o recebimento de informações e dicas para uma alimentação mais saudável, no entanto a aplicabilidade prática em relação a utilização do sal de ervas foi baixa indicando a necessidade de outras atividades de educação nutricional para reforçar e incentivar os benefícios de mudanças de hábito visando uma

alimentação saudável. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2013: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico /Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 120p. Disponível em: <http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/72/553a243c4b9f3.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2015.. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília : Ministério da Saúde, 2011. 152 p. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_2010.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2015.. Lei N 10.439, de 30 de abril de 2002. Institui o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF), 30 de abr. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10439.htm>. Acesso em: 21 ago. 2015. GOULART, F. A. A. Doenças crônicas não transmissíveis: estratégias de controle e desafios e para os sistemas de saúde. Brasília. 2011.Disponível em:<http://apsredes.org/site2012/wp-content/uploads/2012/06/condicoes- Cronicas_flavio1.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2015. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Doenças crônicodegenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília, 2003. Disponível em: http://www.maeterra.com.br/site/biblioteca/obesidade-opas.pdf Acesso em: 31 ago. 2015. PASSOS, V.; ASSIS, T.; BARRETOL, S. Hipertensão arterial no Brasil:

estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v.15, n.1, p.35-45, mar. 2006. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?pid=s1679-49742006000100003&script=sci_arttext&tlng=es>. Acesso em: 09 ago. 2015. RODRIGUES, L. P. F.; RONCADA, M. J. Educação nutricional no Brasil: evolução e descrição de proposta metodológica para escolares. Comunicação e Ciências da Saúde, Brasília, v.19, n.4, p.315-322, out./dez. 2008. Disponível em:<http://www.dominioprovisorio.net.br/pesquisa/revista/2008vol19_4art04edu cacaonutricional.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2015. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO SBH. O que é Hipertensão? São Paulo, 2015. Disponível em: http://www.sbh.org.br/geral/hipertensao.asp. Acesso em: 09 ago. 2015. Sociedade Brasileira de Cardiologia SBC. Campanha eu sou 12 por 8. Brasil, 2015. Disponível em: http://www.eusou12por8.com.br/. Acesso em: 31 ago. 2015. RODRIGUES, L. P. F.; RONCADA, M. J. Educação Nutricional no Brasil: evolução e descrição de proposta metodológica para escolas. Comunicação em Ciências da Saúde, Brasília, DF, v. 19, n. 4, p. 315-322, 2008. Disponível em: http://www.escs.edu.br/pesquisa/revista/2008vol19_4art04educacaonutricional. pdf. Acesso em 31 ago. 2015. Sociedade Brasileira de Cardiologia SBC. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Brasil, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v89n3/a12v89n3.pdf. Acesso em: 31 ago. 2015. SOBRAL NAT, SANTOS SMC. Proposta metodológica para avaliação de formação em alimentação saudável. Revista de Nutrição, Campinas. 2010;23(3):399-415. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rn/v23n3/08.pdf. Acesso em 31 ago. 2015.