Relatório Anual 2013

Documentos relacionados
BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

BOLETIM MENSAL JANEIRO DE 2017 Situação Monetária e Cambial. BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Disponível em:

BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Boletim Mensal Situação Monetária e Cambial

BOLETIM MENSAL FEVEREIRO DE 2017 Situação Monetária e Cambial

BOLETIM MENSAL Maio DE 2017 Situação Monetária e Cambial

BOLETIM MENSAL ABRIL DE 2017 Situação Monetária e Cambial. BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Disponível em:

Boletim Mensal Outubro 2017

Boletim Mensal Abril 2018

Banco Central de S. Tomé e Príncipe

Relatório Política Monetária. Maio de 2011

CONJUNTURA ECONÓMICA. - Novembro

BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Boletim Mensal Agosto 2017

Boletim Mensal Julho 2017

Boletim Mensal Janeiro 2018

Boletim Mensal Fevereiro 2018

Banco Central de S. Tomé e Príncipe

BANCO CENTRAL DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE

Banco Central de S. Tomé e Príncipe

BANCO DE CABO VERDE DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ECONÓMICOS E ESTATISTICAS. Boletim de Indicadores Económicos e Financeiros

Relatório Anual da Economia sãotomense

Apresentação ao Corpo Diplomático

RELATÓRIO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS E DA POSIÇÃO DO INVESTIMETO INTERNATIONAL DE 2012

Indicadores Económicos & Financeiros

Sumário da apresentação. Indicadores Económicos. Regime Cambial do Sector Petrolífero, Impactos e desafios. Perspectivas da Política Monetária

BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Indicadores Económicos & Financeiros

Sistema Bancário Português Desenvolvimentos Recentes 2.º trimestre de 2016

Boletim de Estatísticas Mensal Junho Banco de Cabo Verde

Boletim de Estatísticas Mensal Setembro Banco de Cabo Verde

Indicadores Económicos & Financeiros. Julho Banco de Cabo Verde

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Indicadores Económicos & Financeiros Outubro Banco de Cabo Verde

Indicadores Económicos & Financeiros. Dezembro Banco de Cabo Verde

Nota de Informação Estatística Lisboa, 21 de fevereiro de 2013

Da Dependência do Petróleo à Caminho da Diversificação Económica

Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes. 3.º trimestre 2018

Indicadores Económicos & Financeiros Setembro Banco de Cabo Verde

Indicadores Económicos & Financeiros Julho Banco de Cabo Verde

Indicadores Económicos & Financeiros Abril Banco de Cabo Verde

EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA Atividade global Atividade setorial Produção Volume de negócios... 5

II Projeções para a economia portuguesa em 2018

GPEARI Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais. Boletim Mensal de Economia Portuguesa.

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Em Junho, o indicador de sentimento económico aumentou +1.8 pontos na União Europeia e na Área Euro.

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Em março de 2014, o indicador de sentimento económico aumentou +0.3 pontos na União Europeia e +1.2 pontos na Área Euro.

GPE AR I Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais. Boletim Mensal de Economia Portuguesa. N.

Indicadores Económicos & Financeiros

Novembro Indicador de Sentimento Económico

RELATORIO SOBRE A EVOLUÇÃO MACROECONOMICA

Sistema Bancário Português Desenvolvimentos Recentes 3.º trimestre de 2016

Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes. 2.º trimestre de 2017

Portucel Empresa Produtora de Pasta e Papel, S.A. Informação Intercalar 1º Semestre de 2007

RELATÓRIO TRIMESTRAL - MARÇO DE Relatório da Conjuntura Macroeconómica BANCO CENTRAL DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE. Primeiro Trimestre de 2018

RELATÓRIO SOBRE A EVOLUÇÃO MACROECONÓMICA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Apresenta-se, a seguir, no Quadro n.º III.1, a Evolução da Receita Interna face ao PIB, no período de 2000 a 2005.

RELATÓRIO TRIMESTRAL - SETEMBRO DE Relatório da Conjuntura Macroeconómica BANCO CENTRAL DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE

Angola. Evolução dos principais indicadores económicos e financeiros entre 2008 e 2012 e perspectivas futuras. Junho 2013

Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

1. ECONOMIA E MERCADOS FINANCEIROS

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

RELATÓRIO DE EVOLUÇÃO

PRODUTO INTERNO BRUTO REGISTOU UMA QUEBRA DE 1,1% EM VOLUME

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Resumo do Relatório de Política Monetária

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Indicador de Sentimento Económico. 80 Portugal. Dez-08. Dez-07

Relatório Anual da Economia Santomense

Relatório da Conjuntura Macroeconómica BANCO CENTRAL DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE

Estes e outros indicadores da Demonstração de Resultados podem observar-se no 1º dos mapas que se seguem.

SÍNTESE DE CONJUNTURA

BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - BNDES RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2004

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

RELATÓRIO DA ATIVIDADE SEGURADORA

As exportações e importações aumentaram 7,6% e 8,4%, respetivamente, em termos nominais

Comércio Extracomunitário - Exportações aumentam 15,0% e Importações 23,6%

Indicadores Económicos & Financeiros

Banco Nacional de Angola

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Portucel Empresa Produtora de Pasta e Papel, S.A. Informação Intercalar 1º Trimestre de 2007 (não auditada)

As exportações e importações aumentaram 19,6% e 22,3%, respetivamente, em termos nominais

BANCO DE CABO VERDE DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ECONÓMICOS E ESTATISTICAS. Boletim de Indicadores Económicos e Financeiros

SÍNTESE DE CONJUNTURA

As exportações aumentaram 0,1% e as importações diminuíram 0,8%, em termos nominais

Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes. 3.º trimestre 2017

SÍNTESE DE CONJUNTURA

COMUNICADO. O Resultado Líquido Consolidado da CGD em 2002 atingiu 665 milhões de euros, sendo superior ao de 2001 em 1,7%.

Transcrição:

Relatório Anual 2013 W WW. B C S T P. S T, T E L 0 0 2 3 9 2 2 4 3 7 0 0 F A X 0 0 2 3 9 2 2 2 2 7 7 7

RELATÓRIO ANUAL 2013 Relatório Anual 2013 Pág. 1

Índice PREFÁCIO... 6 1. EVOLUÇÃO ECONÓMICA INTERNACIONAL... 8 2. ECONOMIA NACIONAL... 11 2.1. Produção e Preços... 11 2.1.1. Produto Interno Bruto... 11 2.1.2. Níveis de Preço... 12 2.2. Políticas Macroeconómicas... 15 2.2.1. Política Monetária e evolução dos agregados monetários... 15 2.2.2. Política Cambial... 21 2.2.3. Política fiscal e execução orçamental... 23 2.3. Setor Externo... 26 2.3.1. Balança de pagamentos... 26 2.3.2. Dívida externa... 30 3. SISTEMA FINANCEIRO... 32 3.1. Sistema bancário... 32 3.1.1. Estrutura do sector bancário... 34 3.1.2. Evolução do balanço agregado do sistema bancário... 35 3.1.3. Indicadores agregados do sector bancário... 40 3.2. Sector Segurador... 43 3.2.1. Evolução da actividade seguradora... 43 3.2.2. Situação financeira e patrimonial e Margem de solvência... 45 4. OUTRAS ACTIVIDADES... 47 4.1. Sistema de Pagamentos Electrónico... 47 ANEXOS ESTATÍSTICOS... 50 Relatório Anual 2013 Pág. 2

ÍNDICE DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB (EM %)... 8 GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DO PREÇO DO CACAU (USD/TON)... 11 GRÁFICO 3 - EVOLUÇÃO DO PREÇO DE CAFÉ (CÊNTIMOS/POUND)... 11 GRÁFICO 4 -TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB (VALORES EM %)... 12 GRÁFICO 5 - EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO ACUMULADA (VALORES EM %)... 13 GRÁFICO 6 - INFLAÇÃO ACUMULADA (VALORES EM %)... 13 GRÁFICO 7 - VARIAÇÃO EM CADEIA (VALORES EM %)... 14 GRÁFICO 8 - INFLAÇÃO HOMOLOGA (VALORES EM %)... 14 GRÁFICO 9 - CONTRIBUIÇÃO PARA A VARIAÇÃO DO IPC (VALORES EM %)... 15 GRÁFICO 10 VARIAÇÃO MENSAL DA BASE MONETÁRIA (%)... 16 GRÁFICO 11 - FACTORES DE EXPANSÃO DA MASSA MONETÁRIA (VALORES EM % DA M3 DO ANO ANTERIOR)... 17 GRÁFICO 12 - CRÉDITO A ECONOMIA... 18 GRÁFICO 13 - TAXA DE CRESCIMENTO DO CRÉDITO AO SECTOR PRIVADO... 19 GRÁFICO 14 - M3 EM % DO PIB... 19 GRÁFICO 15 - CRÉDITO À ECONOMIA EM % DO PIB... 20 GRÁFICO 16 - EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE DOLARIZAÇÃO... 21 GRÁFICO 17 - EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE DOLARIZAÇÃO... 21 GRÁFICO 18 - EVOLUÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO DAS PRINCIPAIS MOEDAS... 22 GRÁFICO 19 - RESERVAS INTERNACIONAIS LÍQUIDAS... 23 GRÁFICO 20 - RECEITAS CORRENTES (EM % DO PIB)... 24 GRÁFICO 21 - DESPESAS PRIMÁRIAS (EM % DO PIB)... 25 GRÁFICO 22 - OPERAÇÕES FINANCEIRAS DO ESTADO (EM % DO PIB)... 26 GRÁFICO 23 - SALDOS DA CONTA EXTERNA (VALORES EM % DO PIB)... 26 GRÁFICO 24 BALANÇA COMERCIAL (MIL DÓLARES)... 27 GRÁFICO 25 PRODUTOS IMPORTADOS... 28 GRÁFICO 26 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EXPORTAÇÕES EM 2013... 29 GRÁFICO 27 EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EXPORTAÇÕES (EM MILHÕES DE USD)... 29 GRÁFICO 28 EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS IMPORTAÇÕES (EM MILHÕES DE USD)... 29 GRÁFICO 29 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS IMPORTAÇÕES EM 2013... 29 GRÁFICO 30 RÁCIO DE COBERTURA DAS IMPORTAÇÕES PELAS EXPORTAÇÕES... 30 GRÁFICO 31 DÍVIDA PÚBLICA SANTOMENSE... 30 GRÁFICO 31 FLUXO DA DÍVIDA EXTERNA... 31 GRÁFICO 33- ACTIVOS E DEPÓSITOS EM PERCENTAGEM DO PIB... 33 GRÁFICO 34 - DISTRIBUIÇÃO DE GEOGRÁFICA DOS BALCÕES DOS BANCOS... 34 GRÁFICO 35 - ACTIVO DO SISTEMA BANCÁRIO... 35 GRÁFICO 36 - ESTRUTURA DO ACTIVO... 36 GRÁFICO 37 CRÉDITO EM INCUMPRIMENTO... 37 GRÁFICO 38 CRÉDITO EM INCUMPRIMENTO POR SECTORES... 37 GRÁFICO 39 - EXIGIBILIDADE DO SISTEMA BANCÁRIO (PASSIVOS TOTAIS)... 38 GRÁFICO 40 - EXIGIBILIDADE DO SISTEMA BANCÁRIO (DEPÓSITOS)... 38 GRÁFICO 41 - ESTRUTURA DO PASSIVO... 39 GRÁFICO 42 - DEPÓSITOS SOBRE ACTIVO TOTAL... 41 Relatório Anual 2013 Pág. 3

GRÁFICO 43-INDICADOR DE TRANSFORMAÇÃO DOS DEPÓSITOS... 41 GRÁFICO 44 - RESULTADOS E RENDIBILIDADE... 42 GRÁFICO 45 - ADEQUAÇÃO DE FUNDOS PRÓPRIOS... 43 GRÁFICO 46 ESTRUTURA DA CARTEIRA... 44 GRÁFICO 47 TAXA DE SINISTRALIDADE... 45 GRÁFICO 48 - MARGEM DE SOLVÊNCIA... 46 GRÁFICO 49 -ESTRUTURA DA CARTEIRA DE INVESTIMENTO... 47 GRÁFICO 50 EVOLUÇÃO MENSAL DO VOLUME DAS OPERAÇÕES DE LEVANTAMENTO DA REDE DOBRA24... 49 ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1- PRINCIPAIS INDICADORES MACROECONÓMICOS... 7 TABELA 2- INDICADORES DA ECONOMIA MUNDIAL... 10 TABELA 3 - POLÍTICA E SITUAÇÃO MONETÁRIA... 17 TABELA 4 ESTRUTURA DAS EXPORTAÇÕES... 28 TABELA 5 - INDICADORES DA ACTIVIDADE SEGURADORA... 46 TABELA 6 ALGUNS INDICADORES DO SISTEMA DE PAGAMENTOS... 48 Relatório Anual 2013 Pág. 4

AEL Ativo Externo Líquido ABREVIATURAS AIL Ativo Interno Líquido BAD Banco Africano de Desenvolvimento BCSTP BM Base Monetária CE Crédito á Economia CLG Crédito Líquido ao Governo Dbs - Dobra DES Direito Especial de Saque EUA Estados Unidos de América EUR - Euro FMI Fundo Monetário Internacional IDA Associação para o Desenvolvimento Internacional M0 Circulação monetária + reserva M1 M0 + Depósito à Ordem M2 M1 + Depósitos à Prazo M3 M2+ Depósitos em ME ME - Moeda Estrangeira MN Moeda Nacional OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Economico PIB Produto Interno Bruto PIP Programa de Investimento Público RIL Reservas Internacionais Líquidas RMC Reserva Mínima d Caixa TOFE - Tabela de Operações Financeiras do Estado USD Dólar Americano WEO World Economic outlook ZE Zona Euro Relatório Anual 2013 Pág. 5

Prefácio O panorama económico mundial em 2013 continuou a ser marcado por alguns focos da crise económico-financeira, manifestados em diferentes ritmos de crescimento, tanto a nível de zonas mais avançadas como a nível dos países emergentes. Com efeito, na Zona Euro persistiu um crescimento negativo (-0,46%). Apesar de se ter registado algum arrefecimento no seio dos países emergentes, a China continuou a liderar o crescimento (7,7%). A África Subsariana manteve o ritmo de crescimento económico do ano anterior (4,9%). Esta evolução da economia internacional condicionou o desenvolvimento da economia são-tomense, tendo continuado as dificuldades enfrentadas nos últimos anos para assegurar a captação de financiamento externo, quer a nível de empréstimos quer de donativos. A mitigar essa queda de financiamento externo, houve um aumento de investimento directo externo (IDE), que permitiu um crescimento real do produto interno bruto (PIB) de 4%, a semelhança do ano anterior. Porém, os indicadores macroeconómicos tiveram um desempenho salutar, nomeadamente, com a contínua redução da taxa de inflação (que atingiu a 7.1%) e com o défice primário que ficou pelos 3% do PIB. A nível dos indicadores monetários, registou-se alguma contracção do crédito a economia sugerindo algum sobre-endividamento dos agentes económicos e alguma dificuldade na recuperação de créditos em contencioso. Em contrapartida, as reservas externas nacionais estavam acima dos mínimos exigidos, em linha com alguma apreciação da taxa de câmbio efectiva real, que por sua vez, não influenciou a eficácia da economia. No presente relatório, abordaremos os determinantes desse desempenho nacional, comportando comentários sobre o comportamento de certos indicadores em função de sua importância na nossa pequena economia insular e altamente dependente do exterior. Relatório Anual 2013 Pág. 6

Tabela 1- Principais Indicadores Macroeconómicos Unidade 2010 2011 2012 2013 I Sector Real Produto Interno Bruto Mil milhões de STD 3719 4376 5022,5 5617,3 Produto Interno Bruto (Real) Taxa de Crescimento em % 4,5 4,9 4 4 Inflação Taxa de variação em % 12,9 11,9 10,4 7,1 II Sector Monetário Activo Externo Líquido Mil milhões de STD 1.364,14 1.262,71 1.629,74 1.647,62 Crédito Interno Mil milhões de STD 1.465,50 1.727,69 1.795,00 1.651,33 Crédito Líquido ao Governo Mil milhões de STD (60,44) (22,07) (123,44) (250,18) Crédito à Economia Mil milhões de STD 1.525,95 1.749,76 1.918,44 1.901,51 Crédito ao Sector Privado Mil milhões de STD 1.444,31 1.667,45 1.850,40 1.789,75 Massa Monetária (M3) Mil milhões de STD 1.417,34 1.566,12 1.883,84 2.147,33 Base Monetária (M0) Mil milhões de STD 558,05 554,04 712,46 921,73 Circulação Monetária Mil milhões de STD 190,71 203,58 217,07 226,48 Reservas Internacionais Líquidas Milhões de USD 52,31 82,09 96,87 113,02 Taxa de Juro de Referência Taxa % 16,00 14,00 14,00 14,00 III Sector Externo Reservas/Importações Meses 4,88 2,71 4,20 5,13 Importação Milhões USD 117,05 131,56 131,33 149,78 Exportação Milhões USD 5,73 5,89 6,37 6,95 Défice Balança Comercial Milhões USD (111,32) (125,67) (124,96) (142,83) Défice Balança Comercial em % do PIB (55,60) (50,99) (47,80) (47,28) Serviço da Dívida/Exportação em % 28,21 39,97 37,90 45,09 IV Finanças Públicas Stock da Dívida em % do PIB 78,13 73,80 81,40 72,45 Fonte: BCSTP, INE, Direcção do Tesouro, Gabinete da Dívida, Direcção do Orçamento, Estimativas de FMI Relatório Anual 2013 Pág. 7

1. Evolução económica Internacional No processo de recuperação da crise económica e financeira, a economia mundial apresentou diferentes ritmos de crescimento, caracterizados por incertezas quanto a consolidação da estabilização económica em alguns países avançados. De acordo com as estatísticas do World Economic Outlook do Fundo Monetário Internacional o crescimento da economia mundial voltou a desacelerar em 2013, registando um crescimento de 3,0%, representando 0,22 pontos percentuais abaixo do crescimento observado em 2012. Este facto foi motivado essencialmente pela baixa dinâmica da economia e dos fluxos de comércio à escala global.com efeito, a Zona Euro, apesar de ainda apresentar crescimento negativo (-0,46%), esta representou uma ligeira melhoria em relação ao crescimento observado em 2012. Gráfico 1 - Taxa de Crescimento do PIB (em %) 8 6 4 2 0-2 -4-6 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Economia Mundial Zona Euro Africa Subsariana Fonte: WEO FMI (tratamento de BCSTP) As pressões inflacionistas foram ao longo de 2013, bastante moderadas a escala global, reflectindo uma redução da taxa de inflação em 0,2 pp, situando-se em 3% em 31 de Dezembro. Assim, a economia mundial apresentou uma tendência de desaceleração da inflação, após o movimento ascendente registado no ano anterior, comportamento influenciado, em larga escala, pela crise económica e financeira nos países desenvolvidos e queda do preço das principais matérias-primas no mercado internacional, em consequência da redução da procura mundial. Relatório Anual 2013 Pág. 8

África Subsariana O conjunto das economias que compõem a África subsariana, evidenciou um crescimento económico idêntico ao observado no ano anterior (4,9%). No que se refere a inflação, registaram-se progressos, em 3 anos consecutivos tendo apresentado uma taxa de inflação acumulada na ordem de 5,9% contra 7,7% e 10,2% observada em 2012 e 2011, respectivamente. Zona do Euro O conjunto das economias dos países que compõem a Zona Euro voltou a contrair no segundo ano consecutivo, registando uma taxa de crescimento do PIB em -0,46% em 2013, contra -0,7% no ano anterior. Essa contracção da actividade económica reflectiu o prosseguimento das medidas restritivas de consolidação orçamental nas economias mais afectadas pela crise económica e financeira. O abrandamento da actividade económica, reflectiu uma redução da taxa de inflação homóloga (Dezembro 2013), situando-se em 0,8% contra, os 2,2% registados em 2012. Estados Unidos da América A economia americana registou uma expansão da actividade económica de cerca de 1,9% em 2013, representando uma desaceleração em 0,1 pp quando comparada com o ano anterior. Essa desaceleração deveu-se essencialmente a contracção das despesas (públicas) federais. A taxa de inflação anual foi de 1,2%, representa uma queda de0,8ppem relação ao período homólogo. A taxa de desemprego situou-se em 7,4% em Dezembro de 2013, contra 8,1% observado no final do ano 2012. Este comportamento reflecte o impacto das medidas de estímulo da actividade económica implementadas pelas autoridades americanas. Reino Unido A evolução da economia britânica foi uma das mais satisfatórias da OCDE. Em 2013 registou um crescimento de 1,8%, superior em 1,5 pp ao ano anterior, reflectindo progressos gradual na retoma do seu normal ritmo de crescimento. A taxa de inflação situou-se em Dezembro de 2013 em 2,1%, contra 2,6% observa dono ano anterior. Relatório Anual 2013 Pág. 9

Quanto desemprego, observou-se uma desaceleração em 0,4 pp comparativamente a taxa do ano anterior, situando-se em 7,6%. China A china manteve em 2013 um crescimento do PIB igual ao registado em 2012 (7,7%), mantendo-se igualmente os mesmo os níveis de inflação (2,5%) e desemprego (4,1%) observados. Tabela 2- Indicadores da Economia Mundial PIB Real Preço no Consumidor Desemprego 2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013 Economia Mundial 5,2 3,9 3,2 3,0 4,2 4,7 3,8 3,3 Economias Avançadas 3,0 1,7 1,4 1,3 1,8 2,7 1,7 1,2 8,3 8,0 8,0 7,9 EUA 2,5 1,8 2,8 1,9 1,7 3,1 1,8 1,2 9,6 8,9 8,1 7,4 Zona Euro 2,0 1,6-0,7-0,5 2,2 2,8 2,2 0,8 10,2 10,2 11,4 12,1 Portugal 1,9-1,3-3,2-1,4 2,4 3,5 2,1 0,2 10,8 12,7 15,7 16,3 Reino Unido 1,7 1,1 0,3 1,8 3,4 4,7 2,6 2,1 7,9 8,1 8,0 7,6 Japão 4,7-0,5 1,4 1,5-0,3-0,3-0,2 1,4 5,0 4,6 4,3 4,0 China 10,4 9,3 7,7 7,7 4,6 4,1 2,5 2,5 4,1 4,1 4,1 4,1 Africa Subsaariana 5,6 5,5 4,9 4,9 7,2 10,2 7,7 5,9 Fonte: IMF-WEO, EUA- Bureaux of economic analysis, OCDE Preços das matérias-primas A fraca dinâmica da actividade económica e consequente redução da procura a escala global contribuíram para a redução dos preços das matérias-primas geral, com particular ênfase no petróleo, apresentando-se como um dos factores explicativos do abrandamento das pressões inflacionistas. Nesse contexto, de acordo com as informações divulgadas pelo Banco Central de Dallas o preço do petróleo diminuiu em 2013, situando-se em termos médios em 108,97 Dólares por barril de brent contra 111,76 no mesmo período do ano anterior. O preço do café também apresentou uma ligeira diminuição no mercado internacional, situando-se em finais de 2013 em 141,1 cêntimos de dólares por libras contra 187,6 registado no ano anterior (cf. Gráfico 3). O preço do cacau no mercado internacional registou um aumento, situando-se em 2.439,1 USD por toneladas contra 2.377,1 USD registado no ano precedente (cf. Gráfico 2). Relatório Anual 2013 Pág. 10

Gráfico 2 - Evolução do Preço do Cacau (USD/Ton) 3500,0 3000,0 2500,0 2000,0 1500,0 1000,0 Gráfico 3 - Evolução do Preço de Café (Cêntimos/Pound) 300,0 250,0 200,0 150,0 100,0 500,0 0,0 50,0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 0,0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: World Economic Outlook - International Cocoa Organization cash price, CIF US and European ports Fonte: World Economic Outlook International Coffee Organization New York cash price 2. Economia Nacional 2.1. Produção e Preços 2.1.1. Produto Interno Bruto Ainda não foram disponibilizados dados estatísticos do INE relativos ao Produto Interno Bruto do ano findo. No entanto, os indicadores disponíveis apontam no sentido de manutenção do ritmo da actividade económica observada no ano precedente. O enquadramento internacional da economia santomense continuou a ser marcado, pela persistência da crise económica mundial, que afectou os seus principais parceiros, dentre os quais Portugal. Assim, as estatísticas das finanças públicas reflectem, por esta via, os efeitos da crise, tendo-se observado uma execução orçamental altamente condicionada pela evolução desfavorável na Relatório Anual 2013 Pág. 11

arrecadação de receitas sob a forma de donativos, com impacto adverso, nas componentes do PIB, em particular, o consumo e o investimento público. Nesta perspectiva, a actividade económica, foi igualmente condicionada, pela evolução desfavorável de alguns indicadores, com particular realce para a contracção do crédito à economia e a redução das exportações de bens e serviços. Com efeito, estima-se um crescimento real do PIB na ordem de 4%, valor igual ao observado no ano anterior e determinado pela acentuada redução da procura interna, em consequência da contracção do crédito a economia e seus efeitos sobre a redução do consumo e investimento privado. Em contrapartida, as estatísticas preliminares da balança de pagamentos, indicam que o Investimento Directo Estrangeiro apresentou um crescimento de cerca de 33% comparativamente a 2012, constituindo um determinante não negligenciável do PIB no ano findo. Gráfico 4 -Taxa de Crescimento do PIB (Valores em %) 10 9 8 6 4 4 4,5 4,9 4 4 2 0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: INE STP, Estimativas do BCSTP 2.1.2. Níveis de Preço Ao longo de 2013, a evolução da taxa de inflação medida pela variação do índice de preços ao consumidor, apresentou uma trajectória descendente, tendo atingido valores históricos. Em 31 de Dezembro de 2013, o valor da inflação acumulada (Gráfico 1) atingiu 7,1%, correspondendo a 3,3 pontos percentuais abaixo do valor observado no mesmo período do ano anterior (10,4%). Relatório Anual 2013 Pág. 12

A inflação observada em 2013, vem confirmar os progressos alcançados na estabilização dos preços. Com feito, observou-se ao longo dos últimos anos, uma redução gradual da taxa de inflação, conforme o gráfico 5. Gráfico 5 - Evolução da Inflação Acumulada (valores em %) 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Fonte: INE-STP 27,6 24,8 16,1 12,9 11,9 10,4 7,1 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Gráfico 6 - Inflação Acumulada (valores em %) 14,0 2013 2011 2012 12,0 10,0 8,0 7,1 6,0 5,6 4,6 2,1 2,5 4,0 4,0 3,7 2,8 3,0 3,2 1,1 2,0 0,4 0,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Fonte: INE-STP A trajectória descendente dos preços ao consumidor observado ao longo de 2013,foi favoravelmente influenciada pelos seus habituais determinantes, nomeadamente: uma política orçamental prudente levada a cabo pelas autoridades governamentais, o efeito positivo decorrente do regime cambial em vigor, a moderação monetária e ausência de choques significativos do lado da oferta. Durante ano em análise, a variação mensal da inflação (gráfico 5) assumiu uma evolução moderada relativamente aos anos precedentes. Com efeito, o ritmo inflacionista que se observou nos meses de Janeiro (0,4%) e Fevereiro (0,7%) e baixou significativamente nos meses subsequentes para depois apresentar uma subida nos meses de Outubro (0,6%), Novembro (1%) e Dezembro (1,5%). O aumento da pressão inflacionista observada nos últimos meses do ano, está associada a sazonalidade decorrente do aumento da procura de bens e serviços no quadro das actividades festivas do fim do ano (cf. gráfico nº7). Relatório Anual 2013 Pág. 13

Gráfico 7 - Variação em cadeia (valores em %) 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0-0,5 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2011 2012 2013 Fonte: INE (tratamento do BCSTP) A análise da evolução da inflação homóloga, que compara a inflação observada em relação ao período homólogo anterior, teve um comportamento de relativa diminuição nos primeiros 5 meses de 2013 (excepto em Março), para depois apresentar uma estabilidade nos meses subsequentes do ano, mantendo-se em torno de 6,8% (cf. Gráfico). Gráfico 8 - Inflação Homologa (valores em %) 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2011 2012 2013 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Fonte: INE A taxa de inflação foi determinada pelos produtos alimentares, bebidas e cigarro (5,31%), vestuários e calçados (1,7%), serviços médicos e despesas de saúde (0,6%). O efeito das referidas classes de produtos foi, porém, atenuado pelo comportamento Relatório Anual 2013 Pág. 14

deflacionista dos bens e serviços que compõem as classes de Mobiliários, materiais electrodomésticos e artigos (-0,065%), habitação energia e combustível (-0,024%), (cf. Gráfico9). Gráfico 9 - Contribuição para a variação do IPC (Valores em %) Hoteis, Cafés e Restaurantes 0,266 Serviços Médicos e Despesas e Despesas de Saúde 0,647 Mobiliários, Materiais Electrodomésticos e artígos -0,065 Habitação Energia e Combustivel -0,024 Vestuários e Calçados 1,707 Produtos Alimentares Bebidas e Cigarros 5,319 Fonte: Instituto Nacional de Estatística e tratamento do Banco Central 2.2. Políticas Macroeconómicas 2.2.1. Política Monetária e evolução dos agregados monetários Ao longo de 2013, a política monetária esteve orientada e subordinada ao princípio da estabilidade de preços no médio prazo e a manutenção do regime de taxa de câmbio fixo em vigor desde 2010. Nesta perspectiva, as decisões de política monetária foram conduzidas no sentido de preservar as reservas internacionais do país em patamares confortáveis e, na criação de condições favoráveis ao reforço da credibilidade do regime de taxa de câmbio, bem como, na estabilidade do sistema financeiro, enquanto requisitos importantes para o bom funcionamento da economia. Assim, face a necessidade de mais opções de instrumentos de política monetária, o Banco Central introduziu em Maio de 2013 a facilidade permanente de cedência de liquidez, com a finalidade de permitir aos bancos comerciais que operam no sistema financeiro o acesso a fontes de financiamento de muito curto prazo para satisfazer as suas necessidades de tesouraria (5 dias). Relatório Anual 2013 Pág. 15

Nesse sentido, a política monetária do, manteve um comportamento conservador face a evolução de certos indicadores, nomeadamente: a inflação, os agregados monetários e crédito a economia. Nestes termos, a Base Monetária registou no final de 2013 um saldo de 921.725 milhões de Dobras, que equivale a um aumento em termos nominais de 209.256milhões de Dobras (29,37%), determinado pelo acréscimo das notas e moedas em circulação em 9.405milhões de Dobras (4,33%) e das reservas bancarias em 199.851milhões de Dobras (40,34%). Gráfico 10 Variação mensal da Base Monetária (%) Base Monetária 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 - (1,00) (2,00) (3,00) (4,00) (5,00) Jan-13 Feb-13 Mar-13 Apr-13 May-13 Jun-13 Jul-13 Aug-13 Sep-13 Oct-13 Nov-13 Dec-13 Fonte: INE, BCSTP e Cálculo do BCSTP Em Dezembro de 2013, o saldo da massa monetária (M3), agregado mais amplo, foi de 2.147.333 milhões de Dobras, correspondente a uma variação de saldo, na ordem de 13,98%, cerca de 6,3 pp abaixo da expansão observada em 2012. Essa expansão foi impulsionada pela contribuição dos outros activos e passivos (20,66%) e activos externos líquidos (0,95%) e amortecida pelo crédito líquido ao Governo em -6,73% e pelo crédito a economia em -0,9%. Relatório Anual 2013 Pág. 16

Gráfico 11 - Factores de Expansão da Massa Monetária (Valores em % da M3 do ano anterior) 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 20,66-6,73-20,00-40,00-60,00 2009 2010 2011 2012 2013 Activo Externo Líquido Crédito ao Governo Crédito a Economia Outros Activos e Passívos Massa Monetária (M3) Fonte: Tabela 3 - Política e Situação Monetária Dec-10 Dec-11 Dec-12 Dec-13 ACTIVO EXTERNO LÍQUIDO 1.364.141,80 1.262.713,50 1.629.737,98 1.647.617,82 CRÉDITO INTERNO 1.465.503,63 1.727.690,53 1.795.000,49 1.651.328,36 CRÉDITOS LÍQUIDO AO GOVERNO (60.443,53) (22.072,30) (123.437,26) (250.177,12) CRÉDITO À ECONOMIA 1.525.947,16 1.749.762,83 1.918.437,75 1.901.505,47 CRÈDITO AO SETOR PRIVADO 1.444.313,53 1.667.450,87 1.850.402,62 1.789.752,17 MASSA MONETÁRIA 1.417.340,63 1.566.120,28 1.883.844,91 2.147.333,30 Fonte: Evolução da Carteira dos Depósitos Relatório Anual 2013 Pág. 17

A análise das componentes da massa monetária permite constatar que os depósitos totais foram os que mais contribuíram para a expansão do agregado. Assim, no ano em análise, este item registou umincrementode280.770,95 milhões de Dobras (15,00%), face a uma expansão das notas e moedas em circulação de 9.405 milhões de Dobras (4,33%). A componente dos depósitos em moeda nacional cresceu em 486.075 milhões de Dobras (61,95%), enquanto os denominados em moeda estrangeira diminuíram em 205.305,00 milhões de Dobras (18,90%), reflectindo, uma maior preferência dos agentes económicos em efectuar as suas poupanças em moeda nacional em detrimento da moeda estrangeira. Crédito à Economia O esforço de recuperação dos créditos em situação irregular por parte dos Bancos Comerciais e a maior exigência na avaliação riscos, num quadro em que as taxas de juros activas dos empréstimos se mantiveram constantes, reflectiram numa contracção de crédito a economia na ordem de 0,88%, com maior relevância no sector privado (3,27%), contra uma expansão de 11% observada em 2012. No entanto, quando se observa a composição por moeda, constata-se que a contracção do crédito à economia observada em 2013, deveu-se a redução do crédito em moeda estrangeira (24,10%) enquanto que o crédito a economia em moeda nacional cresceu (28,39%). Nesse contexto, em 31 de Dezembro de 2013 a carteira de crédito das instituições financeiras era constituída por 47,33% de crédito em ME enquanto que o crédito em MN representava 52,77% (Gráfico 12). Gráfico 12 - Crédito a Economia Relatório Anual 2013 Pág. 18

2.000.000,00 1.800.000,00 1.600.000,00 1.400.000,00 1.200.000,00 1.000.000,00 800.000,00 600.000,00 400.000,00 200.000,00-2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Crédito MN Crédito ME Fonte: BCSTP Quando se observa a evolução do crédito a economia nos últimos anos, constata-se que exceptuando o ano de 2009, o ritmo de crescimento desta rubrica em vindo a desacelerar desde 2003 (cf. Gráfico 13). Gráfico 13 - Taxa de crescimento do Crédito ao Sector Privado 140,0% 120,0% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% -20,0% -3,3% 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 Fonte: A massa monetária em percentagem do PIB apresentou um ligeiro crescimento em 2013, cifrando-se em 38,23% contra 37,51% do ano anterior. Estes dados sugerem que se precisa de progredir ainda mais no que respeita a inclusão financeira e bancarização da actividade económica. Gráfico 14 - M3 em % do PIB Relatório Anual 2013 Pág. 19

38,50 38,00 37,50 38,11 37,51 38,23 37,00 36,50 36,00 35,79 35,50 35,00 34,50 2010 2011 2012 2013 Fonte: Quanto ao crédito a economia em percentagem do PIB, no ano de 2013 (Gráfico 15) situou-se em 33,85% contra 38,2% do ano anterior, significando uma redução de 4,35 pontos percentuais. Ao facto deveu-se a efeito conjugado da contracção do crédito ao sector privado e crescimento do PIB. Gráfico 15 - Crédito à Economia em % do PIB 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00-41,03 39,99 38,20 33,85 2010 2011 2012 2013 Fonte: Registou-se uma queda de preferência pela moeda estrangeira no ano findo, onde o rácio do crédito em moeda estrangeira sobre o total de créditos, situou-se pela primeira vez, nos últimos 10 anos, num nível inferior ao concedido em moeda nacional (47,33%), contra 60,32% do ano anterior. Os depósitos, igualmente, registaram a mesma tendência, tendo o rácio depósitos em moeda estrangeira por total dos depósitos, situando em 40,95% contra 58,07% anteriormente observado. Relatório Anual 2013 Pág. 20

Gráfico 16 - Evolução dos indicadores de Dolarização Gráfico 17 - Evolução dos indicadores de Dolarização 100% 100% 80% 40,95 80% 60% 60% 40% 20% 59,05 40% 20% 0% 2010 2011 2012 2013 0% 2010 2011 2012 2013 Depósitos MN Depósitos ME Crédito MN Crédito ME Fonte: Fonte: A redução dos níveis de dolarização da economia reflectiu maior estabilidade da moeda nacional, decorrente da adopção do regime de taxa de câmbio fixo em vigor, tendo o Euro como a âncora nominal conjugado com um conjunto de medidas 1 adoptadas pelo BCSTP conducentes ao reforço da credibilidade do regime. 2.2.2. Política Cambial A Política Cambial implementada pelo Banco Central está alicerçada no regime de câmbio fixo (peg) entre a Dobra e o Euro, em vigor desde Janeiro de 2010, cujo objectivo central é a estabilização da moeda nacional. Com o actual regime, São Tomé e Príncipe preconiza reduzir o risco cambial nas trocas comerciais com os parceiros da Zona Euro, assegurando a estabilidade de preços, assim como, incentivar o IDE daquela zona. No mercado internacional, o Dólar americano apresentou uma desvalorização face ao Euro no final de 2013 análoga ao período homólogo, sendo que o Euro fechou o 2013 cotado a 1,3783 Dólares americano contra 1,3183 Dólares americanos verificada no final de 2012. Uma depreciação verificada na ordem de 4,55%. No final de 2013, a taxa de câmbio da Dobra face ao Dólar americano foi de 17.908,84 Dobras, correspondente uma apreciação de 4,35% face Dólar americano 1 NAP S n.ºs. 10/2011 e 18/2011 Relatório Anual 2013 Pág. 21

relativamente ao ano de 2012. Evolução semelhante foi registada no final de 2012 quando comparada com o ano de 2011, em que verificou-se uma apreciação da Dobras face ao Dólar americano em 2,23%. Esta apreciação da moeda nacional face ao Dólar justifica-se pelo regime de taxa de câmbio em vigor. Gráfico 18 - Evolução da taxa de câmbio das principais moedas USD/EUR DBS/EUR DBS/USD 30.000,00 25.000,00 20.000,00 15.000,00 10.000,00 5.000,00 0,00 J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 Fonte: Banco Central Reservas internacionais líquidas As reservas internacionais líquidas constituem uma das variáveis fundamentais no quadro do seguimento da sustentabilidade e credibilidade do regime cambial em vigor. Ao longo de 2013, os níveis das reservas internacionais líquidas situaram-se em patamares confortáveis e acima dos 3 meses de importação. Em 31 de Dezembro do ano findo, as reservas internacionais líquidas ascenderam a 48,5 milhões de dólares, representando 12,9 milhões de dólares acima dos valores registados no período Relatório Anual 2013 Pág. 22

dez-11 jan-12 fev-12 mar-12 abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 abr-13 mai-13 jun-13 jul-13 ago-13 set-13 out-13 nov-13 dez-13 homólogo. Porém, em termos de meses de importação, o valor das reservas observadas em 2013 corresponde a 5,13 meses (Gráfico 18). Gráfico 19 - Reservas Internacionais Líquidas 60,000 50,000 40,000 30,000 20,000 10,000 0,000 7 6 5 4 3 2 1 0 Reservas Internacionais Líquidas - milhões USD Meta-Reservas Internacionais Líquidas RIL em meses de Importação Fonte: BCSTP 2.2.3. Política fiscal e execução orçamental A persistência dos constrangimentos a nível da fraca captação de recursos externos, justificados pelo impacto desfavorável da conjuntura económica internacional, condicionou significativamente a política orçamental do Governo. Contudo, registouse uma maior arrecadação das receitas correntes em termos nominais, em 29,31%, em relação ao ano precedente. De acordo com a Tabela de Operação Financeira do Estado, em 2013, as receitas totais (incluindo donativos), registaram um grau de arrecadação de 82,29% relativamente ao programado, e um incremento de 8,55% em relação a execução observada em 2012. Este aumento deve-se essencialmente ao crescimento das receitas correntes (29,31%) relativamente ao ano de 2012. Com efeito, verificou-se uma arrecadação de receitas correntes, no montante de 996.588 milhões de Dobras, correspondente a um grau de execução de 104,43% relativamente ao projectado e um crescimento nominal de 29,31%. Essa execução representa 17,74% do PIB programado para 2013. A evolução das receitas acima do programado, é resultante dos esforços encetados pelo Governo no sentido da ampliação da base tributária e na arrecadação dos impostos em atraso. Relatório Anual 2013 Pág. 23

Assim, as Receitas Fiscais expandiram em 27,17%, (dos quais os impostos directos representaram 44,88%, os impostos indirectos 18,59% e outras receitas fiscais 20,60%) e as Receitas não fiscais cresceram em 51,80%, justificadas pelo aumento das receitas patrimoniais em 87,96% e outras receitas não fiscais em 8,24% comparativamente ao ano de 2012. Gráfico 20 - Receitas Correntes (Em % do PIB) 20,00% 18,00% 16,00% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% 2010 2011 2012 2013 Impostos directos Impostos Indirectos Outras receitas fiscais Receita patrimonial Outras receitas não fiscais Fonte: Direção do Tesouro STP No tocante as despesas primárias, em 2013, registou-se uma execução de 97,56% do programado e representado 19,67% do PIB projectado para 2013. Relatório Anual 2013 Pág. 24

O aumento das despesas primárias referido no parágrafo anterior foi essencialmente estimulado pelo crescimento das Despesas Correntes que apresentaram em 2013 uma execução no valor de 1.055.679 milhões de Dobras, correspondente a uma expansão de 20,63% relativamente a 2012. Esta execução representou 102,48% em relação ao programado para 2013 e 18,79% do PIB programado. Este aumento foi determinado, sobretudo, pelo crescimento das suas subcomponentes transferências correntes (34,80%) e despesas com pessoal (24,30%). A expansão das despesas com pessoal deveuse sobretudo ao incremento em 60,14% das despesas com segurança social e das despesas com pessoal militar (66,34%). Relativamente as despesas de capital, estas atingiram um montante de 808.004 milhões de Dobras, (14,38% do PIB programado) significativamente inferior ao observado em 2012 (1.350.373,00 milhões de Dobras), o que representa uma redução de 40,16%. Esta execução, ficou muito aquém da meta estabelecida para 2013, correspondendo apenas 41,48% do programado. A redução dos donativos em 2013, determinaram o comportamento contorcionista desta rúbrica relativamente a 2012. Gráfico 21 - Despesas Primárias (em % do PIB) 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 2010 2011 2012 2013 Despesas com pessoal Bens e Serviços Transferências Correntes Outras Despesas Correntes Investiment.c/Financiam.Interno Fonte: Direção do Tesouro STP A execução orçamental em 2013 resultou num saldo primário deficitário de 139.125,64 milhões de Dobras significativamente inferior ao registado em 2012, representando uma variação de 14,82%. Este resultado situa-se em linha Relatório Anual 2013 Pág. 25

com o programado, correspondente a um défice primário de 2,48% do PIB programado para 2013. Gráfico 22 - Operações Financeiras do Estado (em % do PIB) 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% -20,00% -40,00% -60,00% 2010 2011 2012 2013 Despesas Correntes Despesas de capital Receitas Correntes Donativos Fonte: Direcção do Tesouro STP 2.3. Setor Externo 2.3.1. Balança de pagamentos Dados provisórios da Balança de Pagamentos referentes ao ano de 2013 indicam que as necessidades de financiamento para o consumo e para o investimento (público e privado) da economia santomense continuaram a ser supridas com recurso a poupança externa. Contudo, enfatiza-se a tendência de redução dos principais défices externos quando reportados ao PIB, em linha de tendência com as informações registadas a partir de 2011 (Gráfico 23). Nesse contexto o saldo da balança corrente (incluindo transferências oficiais), passou de 37,8% do Produto Interno Bruto em 2012 para 26,8% em 2013. Gráfico 23 - Saldos da Conta Externa (Valores em % do PIB) Relatório Anual 2013 Pág. 26

0,0 2008 2009 2010 2011 2012 2013-10,0-20,0-30,0-40,0-50,0-60,0 Balança Corrente Excluido Transferência Oficial Balança Corrente Incluindo Transferência Oficial Balança Corrente e de Capital Apresar de se ter registado um incremento das exportações (1,8%), este facto não foi suficiente para inverter o nível acentuado da degradação do saldo da balança comercial, uma vez que a taxa de crescimento das importações (14,1%) foram claramente superiores. Porém, o saldo desta balança em percentagem do PIB conheceu uma ligeira melhoria, passando de 47,8% em 2012 para 45,9% (Gráfico 24). Gráfico 24 Balança Comercial (Mil Dólares) 0-10 -20-30 -40-50 -60-70 2008 2009 2010 2011 2012 2013 SALDO DA BALANÇA COMERCIAL (em % do PIB) SALDO DA BALANÇA COMERCIAL (em Mil Dolares) 0-20000 -40000-60000 -80000-100000 -120000-140000 -160000 Fonte: INE e Tratamento do BCSTP O aumento das importações em 14,1% deveu-se essencialmente a combustíveis (5,1%), equipamentos (2,7%) e bebidas (2,4%). Observa-se no entanto, uma redução Relatório Anual 2013 Pág. 27

da importação dos Meios de Transporte e Álcool, Éter e Derivados em 2% e 1,5% respectivamente. Gráfico 25 Produtos Importados 3,4 Mobiliário 0,5 Géneros Alimentícios -2,0-1,5 1,3 2,4 2,7 Combustível Equipamento Bebidas Meios de transporte 5,1 Alcool Eter e Derivados 1,5 Ferro Aluminio e Out. Simil. 0,8 Elementos Quimicos -3,0-2,0-1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 Outros Fonte: INE e Tratamento do BCSTP As exportações de São Tomé e Príncipe em percentagem do PIB, demonstram uma ligeira deterioração em 2013,passando de 2,4% do PIB para 2,2%. Quanto a sua estrutura, continua a ser dominada pelo Cacau representando 77,9% do total, contra 83,5% observado 2012. Tabela 4 Estrutura das Exportações Produtos 2012 2013 Var. % Contribuição % do PIB 2012 % do PIB 2013 Cacau 5.317,5 5.415,8 1,8 1,5 2,0 1,7 Café 26,4 36,8 39,7 0,2 0,0 0,0 Pimenta 65,8 32,6-50,4-0,5 0,0 0,0 Chocolate 163,0 228,7 40,3 1,0 0,1 0,1 Coco 87,2 140,8 61,6 0,8 0,0 0,0 Outros 706,9 1.091,2 53,3 5,9 0,3 0,4 T O T A L 6.366,7 6.945,9 9,1 9,1 2,4 2,2 Fonte INE e Tratamento BCSTP A distribuição geográfica das transacções comerciais, continua a colocar a Europa como o principal parceiro de São Tomé e Príncipe, representando 79% das exportações de São Tomé e Príncipe sendo que, a Bélgica e os Países Baixos representam cerca de metade (Gráfico 26). Contudo, a evolução demonstra sinais de diversificação dos destinos das exportações, passando a Espanha e a França a melhorar a sua quota como consumidores de produtos provenientes de São Tomé e Príncipe (Gráfico 27). Relatório Anual 2013 Pág. 28

Gráfico 26 - Distribuição Geográfica das Exportações em 2013 Gráfico 27 Evolução da Distribuição Geográfica das Exportações (em milhões de USD) 8,00 7,00 21% 21% 6,00 1,46 29% 6% 12% 11% 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2,02 0,43 0,81 0,79 1,44 Bélgica Espanha França Portugal Países Baixos Outros Países Bélgica Espanha França Portugal Países Baixos Outros No que diz respeito as importações, observa-se que a Europa é, de igual modo, o principal parceiro com uma quota de 63%, cabendo a Portugal aproximadamente 60% (Gráfico 26). Gráfico 28 Evolução da Distribuição Geográfica das Importações (em milhões de USD) Gráfico 29 - Distribuição Geográfica das Importações em 2013 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 16,1 69,9 27,5 57,7 29,5 39,3 71,2 77,5 25,1 73,1 21,0 89,5 16% 60% 24% 20,0 0,0 26,1 15,1 14,2 12,6 28,8 36,3 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Bélgica Angola Portugal Outros Angola Portugal Outros Países Fonte: INE e tratamento do BCSTP Fonte: INE e Tratamento do BCSTP Relatório Anual 2013 Pág. 29

A taxa de cobertura das importações pelas exportações confirma o agravamento do défice da balança de transacção de bens, tendo atingido o valor mais baixo dos últimos anos (Gráfico 30).Esta situação sugere que a economia esta claramente acima das suas possibilidades, evidenciando um desfasamento entre a poupança e absorção, com implicações no nível de endividamento externo, quer público quer privado. Gráfico 30 Rácio de cobertura das Importações pelas Exportações 6,8 5,4 5,0 4,9 6,1 4,9 6,9 4,8 4,6 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: INE e Tratamento do BCSTP 2.3.2. Dívida externa O stock da dívida externa no ano findo, situou-se em 229,0 milhões de dólares, valor superior ao ano anterior em 16,1 milhões de dólares, o que corresponde a um crescimento na ordem de 7,6% em relação ao 2013 (gráfico 31). Gráfico 31 Dívida pública Santomense Relatório Anual 2013 Pág. 30

400,0 350,0 300,0 250,0 200,0 150,0 100,0 50,0 0,0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Multilateral MLP Bilateral MLP Comercial MLP Curto Prazo Divida com Fornecedores Fonte: Gabinete da dívida MPF Assim, os desembolsos totalizaram um montante de 6,20 milhões de dólares, valor significativamente inferior ao verificado no período homólogo (26,12 milhões de dólares), dos quais, 1,132 milhões de dólares advieram de credores multilaterais e 5,06 dos bilaterais. Dos Credores Multilaterais, destacam-se o FMI com 1,128 milhões de dólares, o que corresponde 99,58% e o BADEA com 0,0048 milhões dólares, sendo que, a nível dos bilaterais evidenciam-se Portugal e a Guiné Equatorial com 3,030 e 2,034 milhões de dólares, respectivamente. Relativamente ao serviço da dívida, registou-se reembolsos de 5,02 milhões de dólares, correspondentes a uma variação de 35,31% comparativamente ao período homólogo, dos quais, 3,55 milhões de dólares de capital e 1,47 de juros. Destes, foram transferidos para o exterior, 3,13 milhões de dólares, para amortização de capital (2,01 milhões de dólares) e de juros (1,13 milhões de dólares). No quadro da iniciativa HIPC, deveriam ter sido depositados 6,89 milhões de dólares conforme o programado. Porém, efectivou-se apenas o depósito de cerca de 1,89 milhões de dólares que financiaram os projectos sociais e de infra-estruturas, tendo, por isso, gerado atrasado de 4,99 milhões de dólares nesta rubrica. Gráfico 32 Fluxo da Dívida Externa Relatório Anual 2013 Pág. 31

35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00-5,00-10,00 28,82 22,00 29,24 26,12 6,20 2009 2010 2011 2012 2013 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00-50,00 Desembolsos Capital Juros HIPC Stock Fonte: Gabinete da dívida do Ministério de Plano e Finanças 3. Sistema financeiro 3.1. Sistema bancário 2 2 Importa referir que contrariamente as demais referências, os créditos concedidos nesta secção são calculados numa lógica macro-prudencial, por isso, deduzidos de certos itens dentre os quais as provisões. Relatório Anual 2013 Pág. 32

Em Dezembro de 2013, o activo agregado da banca representou cerca de 69,30% do produto interno bruto, contra 76,98% observado em Dezembro 2012, o que indica uma redução do peso do sector financeiro na estrutura da economia nacional. Em termos nominais, o activo total do sistema bancário totalizou no ano findo cerca de 4.007 mil milhões de Dobras, uma variação nominal de 1% comparativamente aos 3,982 mil milhões de dobras registados em 2012. Com efeito, o rácio depósitos em percentagem do PIB evidenciou um ligeiro aumento, situando-se em cerca de 37,02% em 2013 contra 36,74% em 2012. Porém, os depósitos totais registaram um aumento de cerca de 13% (Gráfico 33). Gráfico 33- Activos e Depósitos em percentagem do PIB 4.500.000,00 4.000.000,00 3.500.000,00 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 0,00 Activos Totais Depósitos AT/PIB Depósitos/PIB 2010 2011 2012 2013 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Fonte: BCSTP Considerando, a taxa de inflação de 7,1% registada no final de 2013, podemos concluir que os activos totais do sector bancário nacional, durante o período em análise, conheceram um crescimento real negativo. O abrandamento dos activos agregados do sector bancário foi acompanhado pela diminuição dos fundos próprios dos bancos e pelo aumento das exigibilidades. Em Dezembro de 2013,em conjunto, os bancos detinham fundos próprios avaliados em cerca de 766.6 mil milhões de Dobras, correspondendo a uma diminuição de 25%, face aos 1.027 mil milhões de Dobras registados em Dezembro de 2012. Contrariamente, os Recursos de terceiros totalizaram cerca de 3.205 mil milhões de Dobras, registando um incremento, em termos nominais, de 10%, face aos cerca de 2.912 mil milhões de Dobras registados em Dezembro 2012. Relatório Anual 2013 Pág. 33

O rácio de transformação dos depósitos no período em análise situou-se em 69,39% contra 91,96% verificado em Dezembro de 2012, o que representa uma diminuição de 22.57 pontos percentuais. Os resultados agregados da banca continuaram a evidenciar uma tendência de abrandamento, reflectindo essencialmente a quebra do investimento feito nas operações de crédito. Nessa conjuntura, o resultado líquido das instituições bancárias que operam em São Tomé e Príncipe totalizou cerca de -83.115 mil milhões de Dobras no final de 2013, o que corresponde a uma degradação substancial face ao período homólogo. Este facto traduziu-se num retorno do activo total médio (ROA) em-2,07% e de capital investido (ROE) em-10,84%. 3.1.1. Estrutura do sector bancário Em 2013, manteve-se o número de bancos a operarem no sistema bancário, ou seja, 8 bancos e registou-se a abertura de mais uma agência no distrito de Água-Grande, totalizando 27 agências, incluindo as sedes. Relativamente à distribuição geográfica, continua a persistir uma maior concentração no distrito de Água-Grande, conforme se observa no gráfico 34. Os bancos continuaram a apostar na melhoria da sua imagem procedendo a inúmeras obras de reabilitação dos edifícios, melhorando o ambiente de serviço tanto, para os funcionários como, para os clientes. Gráfico 34 - Distribuição de Geográfica dos Balcões dos Bancos Relatório Anual 2013 Pág. 34

Agua Grande R.A. Príncipe Lembá Me-Zochi Cantagalo 17 18 21 22 2 1 1 2 1 1 2 1 1 2 1 1 2010 2011 2012 2013 Fonte: BCSTP Relativamente à taxa de bancarização, esta tem crescido de forma pouco significativa, tendo atingido 41,5% em 2013 contra 40,6% em 2012, o que representa um abrandamento significativo em relação a 2008 e 2009. 3.1.2. Evolução do balanço agregado do sistema bancário Estrutura dos Activos O activo total do sistema bancário no final de 2013, totalizou cerca de 4.007 mil milhões de Dobras, uma variação nominal de apenas 1% comparativamente aos 3.974 mil milhões de Dobras registados em 2012 (Gráfico 35). Gráfico 35 - Activo do Sistema Bancário 4.500.000,00 3.500.000,00 2.500.000,00 1.500.000,00 500.000,00-500.000,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 Activos Totais Crescimento Fonte: BCSTP Relatório Anual 2013 Pág. 35

A estagnação do activo deveu-se, por um lado, à diminuição do crédito concedido que passou a representar 37,07% do activo total do sistema bancário em 2013 contra os 43,89% em 2012, e, por outro, ao reconhecimento de alguns créditos mal parados como perdas. As operações de tesouraria e interbancárias tornaram-se na rubrica mais representativa na estrutura dos activos da banca, representando desde logo, cerca de 41,70% do activo total, contra os 36,77% em 2012. Nesta rubrica de disponibilidades abarcam maioritariamente, activos não remunerados (caixa e os depósitos junto ao Banco Central), que servem essencialmente para fazer face as reservas obrigatórias. Gráfico 36 - Estrutura do Activo Op. tesour. e interbanc. Crédito Títulos/ Obrigações Participações financeiras Valores imobilizados Out. Act. non rem. 14,28 37,07 41,70 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: BCSTP Relatório Anual 2013 Pág. 36

No que diz respeito a crédito em incumprimento, registou-se alguma degradação. Esta rubrica atingiu cerca de 23% contra 20% registados no ano e 2012 (gráfico 37), e os sectores com maior peso foram sobretudo comércio, indústria e consumo. Esta degradação deveu-se, por um lado, ao abrandamento do nível de negócios dos agentes económicos o que não permitiu que honrassem os compromissos junto à banca e por outro, as fracas garantias constituídas, bem como, a morosidade do sistema judicial na recuperação dos créditos. Gráfico 37 Crédito em Incumprimento Gráfico 38 Crédito em Incumprimento por sectores Crédito em Incumprimento 25% 20% 15% 10% 5% 0% Crédito Concedido 23% 20% 15% 10% 10% 7% 8% 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2.000 1.800 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 0 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 1% 11% 4% 5% 2% Fonte: BCSTP Passivos O passivo exigível da banca totalizou cerca de 3.205 mil milhões de Dobras em Dezembro 2013, um acréscimo nominal de 10% face aos 2.912 mil milhões de Dobras registados em Dezembro 2012. Relatório Anual 2013 Pág. 37

Gráfico 39 - Exigibilidade do Sistema Bancário (Passivos Totais) 3.500.000,00 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 0,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 Passivos Totais Crescimento Fonte: BCSTP Gráfico 40 - Exigibilidade do Sistema Bancário (Depósitos) 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 72,00 71,00 70,00 69,00 68,00 1.000.000,00 500.000,00 0,00 2010 2011 2012 2013 67,00 66,00 65,00 64,00 Depósitos Depósitos/Passivo Total Fonte: BCSTP Relativamente à estrutura do passivo, os depósitos de clientes como fonte tradicional de financiamento da actividade bancária, continuam a ser a principal fonte de captação em 2013. Esses recursos corresponderam a cerca de 64% (2.140 mil milhões de Dobras) do passivo total e registaram um Relatório Anual 2013 Pág. 38

aumento de 13%, comparativamente aos 1.896 mil milhões de Dobras observados em Dezembro de 2012 (gráfico 42). Gráfico 41 - Estrutura do Passivo 100% 90% Resp.por depósitos e empréstimos 80% Obrigações subordinadas 70% 60% 50% 75% 65% 68% Resp. com Bancos e Instituições de crédito Outras obrigações 40% 30% 20% 10% 0% 8% 8% 12% 14% 12% 2% 11% 9% 7% 2011 2012 2013 Certificados de DP Resp. com Instituições do governo Outros empréstimos Títulos negociados com acordo de recompra Fonte: BCSTP De se referir que os depósitos a ordem representam cerca de 70% dos depósitos totais dos quais 60% constituem depósitos em moeda nacional captados principalmente junto do sector privado, nomeadamente famílias e empresas com 49,15% e 39,04% respectivamente. Entretanto, em 2013 a estrutura de depósitos por tipo não se alterou significativamente. O sistema bancário registou um acentuado aumento do peso de suas responsabilidades, resultante essencialmente do incremento de empréstimos de liquidez junto ao Banco Central (75%), e de Outros Empréstimos que cresceu cerca de 76%. Importa referir que, em direcção inversa, registou-se uma redução do peso das responsabilidades com Bancos e Outras Instituições de Crédito e Obrigações Subordinadas, que apresentou um crescimento negativo de cerca de 9% e 15% respectivamente. Porém, de forma agregada o sistema financeiro mantém-se excedentário. Relatório Anual 2013 Pág. 39

3.1.3. Indicadores agregados do sector bancário Liquidez A transformação dos depósitos de curto prazo em operações de crédito de médio e longo prazo torna os bancos vulneráveis ao risco de liquidez. Pelo que, uma gestão eficaz do risco de liquidez permite que a instituição seja capaz de honrar com as suas obrigações. Relativamente ao sistema bancário, a gestão de risco de liquidez é de suma importância, devido á possibilidade de contágio entre instituições no sistema bancário em caso de insuficiência de liquidez, podendo mesmo afectar negativamente a solidez do sistema financeiro. Neste contexto, importa frisar que em 2013 uma instituição registou uma degradação da sua situação financeira e patrimonial, violando o estipulado na NAP 04/2007 Norma Sobre Liquidez Bancária uma vez que o rácio de liquidez encontrava-se muito abaixo dos 20% estabelecidos, acumulando sistemáticos incumprimentos quanto às Reservas Mínimas de Caixa. Face ao cenário de contínua degradação dos seus indicadores, não conseguindo a instituição honrar as suas obrigações, nas datas de vencimento, sugerindo assim, um eminente estado de insolvência, levou a que a o Banco Central interviesse na instituição a 20 de Abril de 2013, de acordo com o estatuído na NAP 20/2009 Intervenção em Instituições Financeiras. Porém, o sector bancário são-tomense dispõe de nível de liquidez bancária de acordo com o estabelecido nos dispositivos legais vigentes, amplamente suficiente para que os bancos exercessem as suas actividades creditícias, e de forma eficiente. De se referir que o rácio de liquidez posicionou-se em 2013 a 51% contra 49% em 2012, níveis muito acima dos 20% estabelecidos como mínimos de acordo com a NAP 04/2007 Norma Sobre Liquidez Bancária. Os recursos dos clientes continuam a ser uma das principais fontes de financiamento do sistema bancário nacional, atingindo em 31 de Dezembro de 2013, 53,42% dos activos totais contra os 47,73% registados em 2012. Relatório Anual 2013 Pág. 40

Em caso de corrida bancária, as disponibilidades imediatas cobrem os depósitos de clientes em cerca de 73%. Gráfico 42 - Depósitos sobre Activo Total 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: BCSTP O rácio de transformação (crédito total sobre depósitos totais) situou-se em média nos 73% em 2013 contra 92% em 2012, face ao aumento registado no nível de depósitos, por um lado, e por outro, a diminuição do crédito concedido, colocando em evidência um certo abrandamento da actividade creditícia. Gráfico 43-Indicador de Transformação dos depósitos Rácio de Transformação 2500 2000 1500 1000 500 0 2008 2009 2010 2011 Jun-12 Dez-12 Jun-13 Dez-13 Crédito Concedido Depósitos Totais Rácio de Transformação 120% 105% 90% 75% 60% 45% 30% 15% 0% Fonte: BCSTP Relatório Anual 2013 Pág. 41

Resultados e rendibilidade das Instituições Bancárias Os resultados do exercício, agravaram-se em 83 mil milhões de Dobras, comparativamente a 2012,o que se traduziu numa significativa deterioração da rendibilidade dos activos e dos fundos próprios. De se referir que em 2013 o retorno sobre os activos e sobre os fundos próprios atingiram cerca de -2% e -11% respectivamente (Gráfico 44). Gráfico 44 - Resultados e Rendibilidade 4,00% 2,00% 0,00% -2,00% -4,00% -6,00% -8,00% -10,00% -12,00% -14,00% -16,00% ROE ROA 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: BCSTP Solvabilidade do Sistema Bancário/Fundos Próprios Não obstante o rácio de solvabilidade do sistema se encontre acima dos mínimos exigidos pela NAP 10/2007 Adequação de Fundos Próprios e Rácio de Solvabilidade, em 2013 diminuiu para 18% contra 22% registados no ano transacto. No entanto, como os bancos são heterogéneos, a performance dos mesmos difere, identificando-se instituições com maiores fragilidades. Cerca de 62% das instituições apresentam o rácio entre 20 e 30%, e 13% das instituições num intervalo entre 12 e 20%. Com níveis abaixo dos 12% regulamentados, estão cerca de 25% das instituições do sistema (Gráfico 45). Está-se perante uma degradação deste indicador, uma vez que em 2012 cerca de 63% das instituições apresentavam rácios de solvabilidade acima dos 30%. Relatório Anual 2013 Pág. 42

Gráfico 45 - Adequação de Fundos Próprios 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 40% 22% 18% 2009 2010 2011 Dez-12 Mar-13 Jun-13 Set-13 Dez-13 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Tier 1 Rácio de Solvabilidade Fonte: BCSTP Apesar de poder mascarar instituições com problemas reais, em base consolidada, este rácio apresenta-se acima dos mínimos exigidos, sugerindo que o sistema está em condições de absolver prejuízos e outros eventos desfavoráveis, passíveis de ocorrer no normal desenrolar de suas actividades. 3.2. Sector Segurador 3.2.1. Evolução da actividade seguradora O mercado segurador de São Tomé e Príncipe está composto por duas seguradoras de capital estrangeiro, que operam no país desde 2003 e 2008, respectivamente. Até o exercício económico de 2012, os produtos oferecidos pelas seguradoras eram apenas do ramo não vida. Em 2013, o Banco Central emitiu uma licença autorizando a seguradora mais antiga no mercado, a explorar o ramo vida. Passados os 10 anos da actividade seguradora no país, o nível de aderência aos serviços oferecidos por estas instituições ainda está aquém do desejável. Facto confirmado pelo índice de densidade do sector que em 2013 se situou nos 11,31 USD/habitante o que significa que a contribuição da população residente na produção das seguradoras em 2013 foi de apenas 11 dólares e 31 centavos por habitante, o equivalente a 200.000 Dobras anual por habitante. A produção das seguradoras ascendeu a 39,4 mil milhões de Dobras em 2013, correspondendo a uma estagnação relativamente ao exercício anterior. A nível Relatório Anual 2013 Pág. 43

sectorial, verificou-se uma quebra generalizada da produção com excepção do ramo Incêndio e Outros Danos que cresceu 24% o que consolidou a sua posição de segundo melhor produto oferecido pelas seguradoras. Pese embora, o ramo Automóvel tenhase estagnado, continua a ser o principal produto das seguradoras locais com uma produção equivalente a 20,2 mil milhões de Dobras. A grande novidade na estrutura da carteira das seguradoras é a inclusão do Ramo Vida, apesar de representar apenas 1% da produção total das seguradoras a operar em São Tomé e Príncipe (Gráfico 46). Gráfico 46 Estrutura da Carteira ESTRUCTURA DA CARTEIRA Ramo Vida 1% Ramos 99% 7% 13% 22% 51% Acidentes e Doença Incêndio e Outros Danos Automóvel 7% Transportes Responsabilidade Civil Geral Fonte: BCSTP No exercício em análise, registou-se um aumento dos custos com sinistros de aproximadamente 15% contrariando o exercício anterior onde este indicador evidenciou uma redução de 11%. Este aumento foi impulsionado principalmente pelo ramo Incêndio e outros Danos que conheceu um incremento exponencial do seu custo com sinistro. Não obstante o aumento do custo com o sinistro, a estagnação dos prémios levou a que se registasse uma diminuição ligeira da taxa de sinistralidade das seguradoras que em finais de 2013 situou-se nos 29%. Relatório Anual 2013 Pág. 44

Gráfico 47 Taxa de Sinistralidade 9.000 8.500 8.000 7.500 7.000 6.500 32% 30% 29% 2011 2012 2013 Custos com sinistro Taxa de sinistralidade (%) 33% 32% 31% 30% 29% 28% 27% Fonte: BCSTP 3.2.2. Situação financeira e patrimonial e Margem de solvência Segundo o artigo 50º da Secção I do Capítulo V do Decreto-Lei 47/98, as seguradoras autorizadas devem dispor de garantias financeiras, nomeadamente: provisões técnicas e margem de solvência. Neste sentido, as provisões técnicas são garantias da estabilidade económicofinanceira das seguradoras. Em 31 de Dezembro de 2013, as provisões técnicas das seguradoras ascenderam aos 12,9 mil milhões de Dobras e, estavam compostas por 76% de provisões para risco em curso e 24% de provisões para sinistros. Elas estão representadas por activos que nos finais do exercício de 2013 contabilizaramse em 37,8 mil milhões de Dobras. De ressaltar que, estes activos retomaram a tendência crescente após a queda verificada no exercício anterior. Não obstante, a taxa de cobertura das provisões técnicas, permanecer num nível confortável, manteve a tendência descendente do exercício anterior, cifrando-se em 2013 nos 293%. Relatório Anual 2013 Pág. 45

milhões de STD Taxa de Cobertura Tabela 5 - Indicadores da actividade seguradora Em milhões de Dobras 2011 2012 2013 Activos Representativos 39 058,91 35 171,46 37 810,38 Acções 31 096,96 30 873,34 30 446,59 Depósitos à Prazo 7 961,95 4 298,12 7 363,79 Provisões Técnicas a Representar 10 720,19 11 696,99 12 920,77 Provisão para Sinistros 1 763,93 1 560,84 3 109,82 De Acidentes de Trabalho 463,59 289,04 121,83 De Outros Ramos 1 300,34 1 271,80 2 987,99 Provisão para Riscos em Cursos 8 956,26 10 136,15 9 810,95 Taxa de cobertura 364% 301% 293% Fonte: BCSTP Relativamente a margem de solvência, no exercício de 2013, registou-se uma ligeira melhoria quando comparada ao exercício anterior, apresentando uma taxa de 138% que não é muito confortável, pese embora, esteja acima dos 100%. É recomendado que a margem de solvência se posicione em níveis que permita as seguradoras fazer face a eventuais desequilíbrios financeiros em caso de desvios de sinistralidade. Gráfico 48 - Margem de Solvência 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000-2011 2012 2013 MSD MSE Margem de Solvência 150% 145% 140% 135% 130% 125% 120% Fonte: BCSTP Relatório Anual 2013 Pág. 46

Investimento As seguradoras apresentaram em 2013, uma carteira de investimento que totalizava um montante de 70 mil milhões de Dobras, evidenciando ao longo dos últimos anos uma estrutura estável em termos de diversificação, destacando-se os terrenos e edifícios com uma contribuição acima dos 45% (cf. Gráfico 49). Gráfico 49 -Estrutura da Carteira de Investimento 2013 43,5% 10,5% 45,9% 2012 46% 6% 48% 2011 43% 11% 46% Acções Depósitos à Prazo Terrenos e Edifícios Fonte: BCSTP Os investimentos das seguradoras correspondem a 68% do total de seus activos e os mesmos renderam 1,5 mil milhões de Dobras no exercício de 2013, que correspondem a 9% das receitas totais destas instituições. No final do exercício de 2013 as seguradoras registaram um resultado líquido no montante de 4.308 milhões de Dobras, correspondendo a um acréscimo de 70% comparativamente ao exercício anterior. 4. Outras Actividades 4.1. Sistema de Pagamentos Electrónico Ao longo do ano de 2013 manteve-se a tendência de crescimento do sistema de pagamentos electrónico, suportado pela rede Dobras24. A incorporação destas novas tecnologias de informação nas operações bancarias em São Tomé Relatório Anual 2013 Pág. 47