Relatório trimestral de execução 1º trimestre Funchal Abril de 2014
Índice 1 - Antecedentes... 3 2 O Plano... 4 3 Resultados do primeiro trimestre de 2014... 5 3.1. Monitorização em Conjuntos Habitacionais Camarários... 5 3.2. Avaliação da situação (vistorias e monitorização)... 6 3.2.1. - Metodologias... 6 Índice de Infestação Predial (HI)... 7 Índice de recipiente (CI)... 7 Índice de Breteau (BI)... 7 Índice de Risco Entomológico (ERI)... 7 3.2.1. Resultados... 8 Hotelaria... 8 Monitorização da atividade através da rede de Ovitraps MMF/MOSQIMAC... 8 3.3. Sensibilização e informação... 10 Hotelaria... 10 Estabelecimentos de ensino... 11 Outros... 11 Comércio e Serviços... 11 3.4. Ações na cidade vistorias e combate... 11 Reclamações... 11 Prevenção e combate em áreas públicas... 14 3.5. Ações de divulgação e informação para a população em geral... 15 4- Considerações finais... 19 Ficha técnica... 20 1
2
1 - Antecedentes Os antecedentes que levaram à criação do Plano Municipal de Combate ao Mosquito Vetor de Transmissão da Dengue foram já referidos em relatórios anteriores, referentes ao primeiro ano de vigência do Plano. O presente relatório resume as atividades desenvolvidas, no período entre 1 de Janeiro e 31 de Março de 2014, por toda a equipa do Município do Funchal envolvida no Plano e que congrega os Departamentos de Educação e Ação Social, de Ambiente, de Planeamento Estratégico (Gabinete de Informação Geográfica) e de Ciência, com apoio ainda do Departamento de Sistemas e Tecnologias de Informação e da Sociohabitafunchal, E.M. Figura 1. Atividade do Aedes aegypti e casos confirmados de Dengue autóctone na Madeira. De realçar que no período a que se refere este relatório não se registaram na Madeira casos de dengue autóctone (Fig. 1). 3
2 O Plano Face ao aparecimento da doença e às suas implicações ao nível da população residente e flutuante do Funchal e com vista a enquadrar e a aumentar a eficácia das ações já desenvolvidas pelos técnicos da autarquia e a envolver ainda mais a comunidade na luta contra este mosquito, a Câmara Municipal do Funchal, no uso das suas competências, decidiu implementar um Plano Municipal de Combate ao Mosquito Vetor de Transmissão da Dengue. Este plano tem como objetivo contribuir para debelar o surto de Dengue no Funchal através da eliminação drástica e duradoura de focos de mosquitos, Aedes aegypti e consequentemente, conduzir à interrupção do ciclo de transmissão da doença, com o envolvimento da população residente. Geograficamente cobre toda a área urbana do Concelho. A estratégia de intervenção é baseada na luta anti vetorial contra a doença, através da eliminação de focos/criadouros de mosquitos Aedes aegypti, e compreende os seguintes eixos de atuação: 1 Inventariação dos focos/criadouros do mosquito; 2 Monitorização da atividade do mosquito com recurso a armadilhas e estabelecimento de indicadores; 3 Combate aos criadouros nas áreas públicas e apoio a entidades privadas; 4 Sensibilização da população dos conjuntos habitacionais camarários; 5 Envolvimento das Juntas de Freguesia com vista à mobilização e envolvimento direto da Comunidade; 6 Ações de informação junto dos sectores do comércio, serviços e turismo; 7 Articulação com outras entidades e programas; O plano prevê o envolvimento de: equipas de sensibilização (1-2 pessoas/equipa) Departamentos Educação e Promoção Social, Ciência e Sociohabitafunchal E.M. equipas de monitorização/investigação (2 pessoas/equipa) Departamento de Ciência brigadas de combate Departamento de Ambiente e Juntas de Freguesia. 1 equipa de tratamento e análise de dados (4 pessoas) Departamentos de Ciência e Planeamento Estratégico (Gabinete de Informação Geográfica). O plano, com a duração de dois anos, teve início em Dezembro de 2012. No final serão avaliadas as metas e os resultados atingidos, sendo decididos nessa altura os moldes da sua continuação. 4
3 Resultados do primeiro trimestre de 2014 3.1. Monitorização em Conjuntos Habitacionais Camarários Foram selecionados 3 conjuntos habitacionais (CH) camarários no Funchal, com vista a executar o Plano nas suas variadas vertentes. Os CH escolhidos foram: CH do Comboio, CH das Cruzes e CH dos Viveiros (bloco III) (Fig. 2). Contribuiu para a escolha o facto de estarem localizados em locais infestados com o mosquito, possuírem uma população variada, quer em termos etários, quer culturais e possuírem uma dimensão que permitisse executar os objetivos do plano, com os recursos humanos e materiais disponíveis. Figura 2. Localização dos complexos habitacionais da CMF com intervenção do Plano. Em cada CH foram colocadas armadilhas de oviposição (Fig. 3), que foram vistoriadas semanalmente e cujos resultados são apresentados na Figura 4. Figura 3. Armadilha de oviposição colocada no interior de uma residência. 5
Conj. Hab. das Cruzes (armadilha n.º) janeiro fevereiro março 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 janeiro fevereiro março 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Conj. Hab. do Comboio Conj. Hab. das Viveiros (armadilha n.º) (armadilha n.º) 1 3 4 6 7 10 11 12 14 15 16 18 19 20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Figura 4. Resultados das vistorias semanais às armadilhas de oviposição colocadas nos complexos habitacionais. Consideram-se armadilhas positivas (a vermelho) aquelas que apresentaram deposição de ovos de Aedes aegypti. 3.2. Avaliação da situação (vistorias e monitorização) 3.2.1. - Metodologias Para a avaliação do estado de referência das áreas em estudo, procurou-se utilizar índices cuja sensibilidade e importância foi já comprovada em estudos feitos noutras regiões. Nesta medida foram selecionados 4 índices: 6
Índice de Infestação Predial (HI) Com este índice calcula-se a percentagem de edifícios infestados com larvas de A. aegypti. Este índice calcula-se independentemente da natureza da ocupação dos edifícios, se residencial ou comercial. Não obstante ser usado para medir os níveis populacionais dos vetores Aedes, não tem em conta o número de recipientes positivos por imóvel, nem a produtividade de cada recipiente. Mesmo assim, pode ser útil, uma vez que fornece a percentagem de imóveis positivos. HI (%) = Ipos x 100 Ipesq em que: Ipos = nº de imóveis positivos e Ipesq = nº de imóveis pesquisados. Índice de recipiente (CI) Este índice calcula a percentagem de recipientes com água que são positivos para larvas. Considera todo e qualquer recipiente passível de ser criadouro, permitindo revelar o percentual de recipientes, com água, que são positivos para larva e pupa de Aedes. Com isso, obtêm-se apenas o número e os tipos de recipientes positivos sem ter-se em conta suas produtividades. CI (%) = Rpos Rpesq x 100 em que: Rpos = nº de recipientes positivos e Rpesq = nº de recipientes pesquisados (criadouros potenciais e efetivos). Índice de Breteau (BI) Este índice estabelece uma relação entre recipientes e imóveis dando o perfil dos habitats preferidos para o mosquito Aedes. Tem sido, a priori, o índice mais usado para estimar a densidade de A. aegypti. Entretanto, incorre na mesma falha dos dois anteriores, ou seja, também não considera a produtividade dos habitats. BI = Rpos Ipesq x 100 em que: Rpos = nº de recipientes positivos e Ipesq= nº de imóveis pesquisados. Índice de Risco Entomológico (ERI) Este índice, desenvolvido pela primeira vez para este Plano, é uma modificação do Índice de Breteau. Estabelece uma relação entre o número total de recipientes passíveis de constituir criadouros (considera todo e qualquer recipiente capaz de acumular água) e os imóveis pesquisados dando assim uma indicação do risco de propagação do mosquito Aedes, independentemente de ele ter sido encontrado ou não. A sua aplicação reveste-se de particular importância nos casos em que o Índice de Breteau é igual ou próximo de 0, mas que as ovitraps indicam a presença de Aedes. ERI = Rneg + Rpot + Rpos Ipesq em que Rneg = nº de recipientes com água sem larvas e/ou pupas, Rpot = nº de recipientes passíveis de acumular água, Rpos = nº de recipientes positivos e Ipesq= nº de imóveis pesquisados. Para efeitos de melhor compreensão do risco, foi estabelecida a seguinte escala qualitativa: 7
Grau de risco Valor de ERI Muito baixo <100 Baixo 100 300 Médio 300 500 Alto 500 1000 Muito alto >1000 3.2.1. Resultados No período em apreço neste relatório foram efetuadas as vistorias periódicas nos conjuntos habitacionais em estudo. Foram efetuadas vistorias em algumas unidades hoteleiras do Funchal (Tab. 1). Em todos os casos e sempre que possível, foram calculados os índices relevantes e registada a presença de outras espécies de mosquitos. Hotelaria Tabela 1. Resultados das vistorias efetuadas em unidades hoteleiras no primeiro trimestre de 2014. Mês Nº unidades Hoteleiras Freguesia Índice de Recipiente (CI) Índice de Infestação Predial (HI) Índice de Breteau (BI) Índice de Risco Entomológico (ERI) fevereiro 3 São Martinho 0,49 33,3 33,3 68,3 março 2 São Martinho 0 0 0 188 Monitorização da atividade através da rede de Ovitraps MMF/MOSQIMAC Ao abrigo do projeto PCT-MAC MOSQIMAC, o Museu de História Natural do Funchal mantém uma rede de armadilhas de oviposição (Fig. 3) na cidade do Funchal (Figs. 5 e 6) as quais são monitorizadas semanalmente. 8
Figura 5. Rede de armadilhas de oviposição ( Ovitraps ) em permanência na cidade do Funchal e monitorizadas pelo Museu de História Natural do Funchal. A vermelho estão representadas as armadilhas que apresentaram deposição de ovos do mosquito A. aegypti no decurso do 1º trimestre de 2014. A dimensão dos círculos reflete o número médio de ovos depositados mensalmente, que está referido por cima de cada círculo. (Tratamento de dados: GeoFunchal/Gab. Informação Geográfica). Figura 6. Rede de armadilhas de oviposição ( Ovitraps ) em permanência na cidade do Funchal e monitorizadas pelo Museu de História Natural do Funchal. Deposição semanal de ovos do mosquito A. aegypti no decurso do 1º trimestre de 2014. (Tratamento de dados: GeoFunchal/Gab. Informação Geográfica). 9
3.3. Sensibilização e informação As ações de sensibilização são uma ferramenta importante para se fomentar uma mudança de atitudes, com vista a comportamentos mais sustentáveis. Apesar da sensibilização por si só não levar a mudanças permanentes, é um passo importante para a consciencialização de todos os munícipes relativamente ao problema atual do combate ao mosquito (Aedes aegypti), vetor de transmissão da Dengue. O Município do Funchal, de 1 de Janeiro a 31 de Março de 2014, realizou 69 ações de sensibilização, integradas neste Plano Municipal, envolvendo 1091 pessoas (Tabela 4). Tabela 4. Ações de divulgação e sensibilização no Concelho do Funchal no 1º trimestre de 2014. Nº de ações Nº de pessoas envolvidas Escolas 8 299 Centros comunitários - - Conjuntos habitacionais 40 270 Juntas de Freguesia - - Hotelaria 12 247 Serviços públicos 4 148 Público em geral 5 127 Totais 69 1091 Hotelaria Foram efetuadas vistorias e ações de sensibilização em 5 unidades hoteleiras na freguesia de São Martinho (Tab. 5). Tabela 5. Unidades hoteleiras visitadas no 1º trimestre de 2014. São Martinho Hotel Pestana Promenade Hotel Pestana Bay Hotel Pestana Gardens Hotel Pestana Palms Hotel Pestana Village Nota: em cada um destes locais foram deixados panfletos, tal como é feito nos estabelecimentos comerciais e serviços. 10
Estabelecimentos de ensino Efetuaram-se ações de sensibilização no Externato Princesa D. Maria Amélia e Escola Profissional Cristóvão Colombo. Outros No Estabelecimento Prisional do Funchal efetuaram-se ações de sensibilização. Comércio e Serviços Foi dada continuidade ao programa de sensibilização porta-a-porta junto do setor do comércio e serviços (Tabela 6). Tabela 6. Ações de sensibilização junto do setor do comércio e serviços levadas a cabo durante o 1º trimestre de 2014 na freguesia de São Martinho. Tipologia 3.4. Ações na cidade vistorias e combate Freguesia de S. Martinho nº estabelec. nº de pessoas Alimentação 15 90 Escritórios 14 84 Industrial 1 6 Restauração 118 708 Serviços e comércio geral 207 1242 Grandes superfícies 0 0 Pequena Hotelaria 0 0 Totais 355 2130 Reclamações Ficou de início acordado que todas as reclamações oriundas dos munícipes e referentes à existência de criadouros do mosquito ou outras situações relacionadas com este Plano seriam centralizadas na Linha do Ambiente da CMF. O Departamento de Ambiente efetua uma análise destas reclamações e dá o respetivo seguimento. Paralelamente estas reclamações são carregadas num sistema SIG, pelo Gabinete de Informação Geográfica da CMF, que disponibiliza um mapa com as mesmas. 11
A situação das reclamações com referência a 31 de Março de 2014, num total de 46 registos (42 resolvidos e 4 em resolução), está patente na Figura 7. Figura 7. Distribuição das reclamações recebidas na Linha do Ambiente e sua situação a 31 de Março de 2014. Das 46 reclamações recebidas é de realçar que 60,86% correspondem a ocorrências em propriedades privadas e que, da totalidade dos casos apresentados, apenas 2,17% confirmaram a presença de mosquitos Aedes aegypti. No decorrer das ações desenvolvidas neste 1º trimestre foram despendidos cerca de 36 meios humanos e 14 viaturas (Tab. 7). 12
Tabela 7. Distribuição das reclamações apresentadas por freguesia e caracterização do esforço representado. Freguesia nº de reclamações Prop. Pública Prop. Privada Presença confirmada de A. aegypti Meios humanos empregues Meios mecânicos empregues (viatura) nº de horas consumidas São Gonçalo 1 0 1 0 0 0 00:00 Santa Maria Maior 19 6 12 1 7 3 01:30 Sé 6 5 1 0 6 2 05:00 São Pedro 8 2 6 0 17 6 08:30 São Roque 0 0 0 0 0 0 00:00 Imaculado 0 0 0 0 0 0 00:00 Santo António São Martinho 4 0 4 0 0 0 00:00 5 3 2 0 2 1 01:00 Santa Luzia 2 1 1 0 2 1 03:00 Monte 1 0 1 0 2 1 01:00 Totais 46 17 28 1 36 14 20:00 nº de casos nº de horas Para a comunicação de situações relacionadas com o plano municipal de combate ao mosquito, o e-mail, foi o meio de comunicação mais utilizado, representando cerca de 43,47% (Tab. 8). 13
Tabela 8. Meios utilizados pelos munícipes para apresentarem reclamações ou comunicarem situações de preocupação relacionadas com o mosquito. Freguesia Linha do Ambiente e-mail Site Balcão Oficio Total São Gonçalo 0 0 1 0 0 1 Santa Maria Maior 1 5 13 0 0 19 Sé 2 3 0 1 0 6 São Pedro 0 7 0 1 0 8 São Roque 0 0 0 0 0 0 Imaculado 0 0 0 0 0 0 Santo António 3 1 0 0 0 4 São Martinho 0 3 0 0 2 5 Santa Luzia 1 1 0 0 0 2 Monte 0 0 0 1 0 1 Totais 7 20 14 3 2 46 Prevenção e combate em áreas públicas O Departamento de Ambiente estabeleceu um plano de prevenção e combate em áreas públicas, com particular ênfase para a limpeza de sarjetas na via pública nas freguesias mais afetadas por este mosquito: Santa Maria Maior, Santa Luzia, Sé e S. Pedro (Fig. 8). Neste período, de Janeiro a Março, foram intervencionadas 2211 sarjetas do concelho. 14
Figura 8. Limpeza e desinfeção de sarjetas na via pública no decurso do 1º trimestre de 2014. 3.5. Ações de divulgação e informação para a população em geral Durante este período foi feita a distribuição de um desdobrável (Fig. 9) informativo em todas as ações junto do setor do comércio e serviços, acompanhado de um flyer com informação adicional dirigida a este setor específico (Fig. 10). 15
Figura 9. Panfleto desdobrável distribuído à população através da fatura de consumo de água e nas ações de informação e sensibilização. 16
Figura 10. Flyer direcionado para o setor do comércio. O sítio Internet oficial deste Plano Municipal, (www.cm-funchal.pt/todoscontraomosquito) (Fig. 11) registou neste 1º trimestre 70 acessos, e como já foi referido anteriormente, foi utilizado pelos munícipes para comunicar 14 situações da presença de criadouros na cidade. 17
Figura 11. Página inicial do sítio Internet oficial do Plano Municipal de combate ao mosquito vetor de transmissão da Dengue. 18
4- Considerações finais Neste primeiro trimestre do ano assiste-se a um período de baixa atividade do mosquito Aedes aegypti, de acordo com dados fornecidos pelo projeto MOSQIMAC. Em todo o trimestre não se registaram casos confirmados de Dengue autóctone (Fig. 1). Comparativamente ao trimestre anterior o número de armadilhas positivas diminuiu significativamente nos 3 complexos habitacionais em estudo (Fig. 4). Em 5 unidades hoteleiras vistoriadas, na freguesia de São Martinho (Tab. 1), os valores dos índices de recipiente, predial e de Breteau foram baixos. Quanto ao índice de risco entomológico, as unidades hoteleiras visitadas em fevereiro e março, apresentaram, respetivamente, um risco muito baixo e baixo. Os resultados das armadilhas de oviposição da rede MOSQIMAC mostram uma atividade consentânea com a época do ano (Fig. 5 e 6). Neste trimestre continuou o trabalho de informação e divulgação desta temática (palestras e outras ações de sensibilização, com distribuição de folhetos informativos), com ações junto da comunidade (Tab. 4) e porta-a-porta no setor do comércio e serviços (Tab. 6). Cinco unidades hoteleiras foram vistoriadas durante este trimestre (Tab. 5). O correio eletrónico e o sítio Internet oficial do Plano Municipal foram as vias mais utilizadas pelos munícipes para relatarem situações relacionadas com a presença do mosquito (Tab. 8). Das 46 ocorrências comunicadas, quase 61% disseram respeito a propriedades particulares e, em apenas 2% dos casos, se confirmou a presença de Aedes aegypti (Tab. 7). As reclamações distribuíram-se por toda a parte baixa da cidade, com particular incidência nas freguesias de Santa Maria Maior, São Pedro e Sé (Fig. 7). Neste trimestre continuou o trabalho de limpeza de sarjetas na via pública feito pelo Departamento de Ambiente (Fig. 8). Esta limpeza é feita com água. Logo que seja possível, as sarjetas passarão a ser tratadas com sal-gema, o que irá permitir uma maior eficácia de controlo dos criadouros, sobretudo nos períodos sem chuva. Continua a constituir um motivo de preocupação a presença de plantas da família Bromeliaceae nalguns jardins públicos do Funchal. Serão envidados todos os esforços para que, antes do Verão, estas venham a ser substituídas por outras plantas que não acumulem água. Também é motivo de preocupação a proliferação de recipientes com água nas Hortas Urbanas e Hortas Sociais do Funchal, alguns dos quais constituem criadouros de A. aegypti. Esta situação será abordada com a administração da Sociohabitafunchal com vista à sua correção. Não é de mais ressalvar o facto de estarem a trabalhar ativamente neste Plano pelo menos 4 departamentos da Câmara Municipal do Funchal, envolvendo cerca de 20 técnicos superiores e assistentes técnicos, mais de 20 assistentes operacionais e 1 estagiário. Considerando que estes colaboradores continuam a desempenhar as suas funções definidas no âmbito das atividades normais dos seus serviços, só uma grande dedicação e elevado profissionalismo permite que um Plano com estes objetivos, aplicado a uma cidade com mais de 110.000 habitantes e com hábitos e tradições tão propícios à proliferação deste mosquito, possa vir a dar frutos. 19
Para além do esforço humano, a Câmara Municipal do Funchal está também a fazer um grande esforço financeiro. É assim urgente encontrar fontes alternativas de financiamento que permitam um reforço das atividades e assegurem uma boa execução deste Plano. Ficha técnica Autoria: Manuel Biscoito, Ricardo Araújo, Sérgio Barrancos, Raquel Brazão, Sara Ferreira, Ysabel Gonçalves, Ana Silva Jesus, Iolanda Lucas, Nelson Diego Pereira, Gil Serrão, Juan Silva e Victor Jordão Soares. 2014. Câmara Municipal do Funchal. Pelouros do Ambiente e Ciência e Ação Social e Educação. 20