Direito Administrativo Princípios da Administração Pública Armando Mercadante Fev/2010 Princípios da Administração Pública Princípios expressos no caput do art. 37, CF Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Princípios da Administração Pública Princípios implícitos Supremacia do interesse público. Indisponibilidade do interesse público Razoabilidade e Proporcionalidade Segurança jurídica Tutela Autotutela Presunção de legalidade Especialidade Continuidade no serviço público Hierarquia Motivação Legalidade - Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. - Art. 5º, II, da CF, que preceitua que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Legalidade - Sentidos da expressão lei : restrito (stricto sensu) e amplo (lato sensu). - Conceito moderno de legalidade: LEI + PRINCÍPIOS Impessoalidade - Associado à finalidade da lei. - Associado ao princípio da isonomia. - Vedação de promoções pessoais de agentes públicos (art. 3, 1º, CF). - Associado ao princípio da imputação volitiva.
Impessoalidade - (ESAF/Analista Compras Recife/2003) A finalidade, como elemento essencial de validade do ato administrativo, corresponde na prática e mais propriamente à observância do princípio fundamental de a) economicidade b) legalidade c) moralidade d) impessoalidade Impessoalidade (CESPE/Min. Público do TCU/2004) Regras relativas a impedimentos e suspeições são aplicadas a servidores públicos como corolário do princípio da impessoalidade. Moralidade - Moral comum x moral administrativa. - Instrumentos de controle da moralidade administrativa. - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível (art. 37, 4º, da CF). Moralidade Súmula Vinculante nº 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. Publicidade - Objetivos: divulgação e propiciar o controle dos atos da Administração Pública. - Atos que devem ser publicados - Meios de divulgação Eficiência - O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. - A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (art. 5º, LXXVIII, CF)
Eficiência - Art. 37, 8º, CF: A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (...). - Pedido de reconsideração. Eficiência - CONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO/RIO DE JANEIRO/2002) A qualidade do serviço público prestado à população, a que corresponde o direito do usuário de exigi-la, é consectário do princípio constitucional da: a) eficiência b) moralidade c) motivação necessária d) continuidade dos serviços públicos Supremacia do interesse público Essa supremacia do interesse público é o motivo de desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados. Dada a prevalência geral sobre os individuais, inúmeros privilégios e prerrogativas são reconhecidos ao Poder Público. Supremacia do interesse público (CESPE/Min. Público do TCU/2004) O princípio da legalidade pode ser afastado ante o princípio da supremacia do interesse público, especialmente nas hipóteses de exercício de poder de polícia. Indisponibilidade do interesse público Coloca os agentes públicos como meros gestores do interesse público, não lhes conferindo o poder de disposição sem prévia autorização legislativa. Razoabilidade O agente público deve atuar dentro dos padrões normais de aceitabilidade, valendose do bom senso no exercício de suas funções.
Razoabilidade - (ESAF/AFC/SFC/2000) O regime jurídicoadministrativo abrange diversos princípios. Entre os princípios abaixo, assinale aquele que se vincula à limitação da discricionariedade administrativa: a) impessoalidade b) presunção de legitimidade c) razoabilidade d) hierarquia e) segurança jurídica Proporcionalidade A atuação do agente público deve limitar-se às medidas necessárias para o atendimento do interesse público. É fundamental que haja uma proporção entre os meios utilizados e o fim visado, sob pena invalidade do ato. Proporcionalidade - (ESAF/AFRF/2003) Tratando-se de poder de polícia, sabe-se que podem ocorrer excessos na sua execução material (...). Para limitar tais excessos, impõe-se observar, especialmente, o seguinte princípio: a) legalidade b) finalidade c) proporcionalidade d) moralidade e) contraditório Segurança jurídica O princípio da segurança jurídica é considerado como uma das vigas mestras da ordem jurídica. A Lei 9.784/99 determina a obediência ao princípio da segurança jurídica (art. 1º), vedando textualmente a aplicação retroativa de nova interpretação. Tutela Autotutela Liga-se à descentralização administrativa, representando o controle que a Administração Direta exerce sobre os atos praticados pela Administração Indireta. Calcado neste princípio a Administração Pública tem o dever-poder de rever seus próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando os atos válidos por motivo de oportunidade e conveniência.
Autotutela Súmula 346 STF A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. Súmula 473 STF - A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação Judicial. Presunção de legalidade - Abrange dois aspectos: presunção de veracidade e presunção de legitimidade. - Trata-se de presunção relativa. - Consequencias: as decisões administrativas são de execução imediata, podendo criar obrigações para os particulares independentemente da sua concordância. Especialidade Continuidade do serviço público Relacionado às entidades administrativas integrantes da administração indireta: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. O serviço público não pode parar, pois é a forma como o Estado desempenha suas funções essenciais ou necessárias à coletividade. Hierarquia Motivação Os órgãos da Administração Pública são organizados de tal forma que se cria uma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros. Este princípio só existe nas funções administrativas. Exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões.
Último concurso - analista Questão 51: Em decorrência do princípio da continuidade do serviço público, há a impossibilidade, para quem contrata com a Administração, de invocar a exceptio non adimpleti contractus nos contratos que tenham por objeto a execução de serviço público. Último concurso - analista Questão 51: Por meio do princípio da tutela, a Administração Pública direta fiscaliza as atividades dos seus entes, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.