1,7 milhões de estabelecimentos 50 Mha

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Transcrição:

Ignacio H. Salcedo

1,7 milhões de estabelecimentos 50 Mha <2 ha 27% dos estabelec. 0,8% da area 2-5 ha 33% dos estabelec. 2,1% da área > 200 ha 2,3% dos estabelec. 46% da área IBGE, 2006

1,0 milhão de estabelecimentos agropecuários são minifundios 31% do valor da produção 40 mil estabelecimentos 14% do valor da produção (IBGE, 2006)

Feijão (grãos) 1,4 Mha 0,48 Mt 15% Milho (grãos) - 1,7 Mha 2,3 Mt 4% Mandioca 0,4 Mha 3,9 Mt 16% IBGE, 2006

A produção de feijão-milho e mandioca consumiram, respectivamente, Nitrogênio 27 kg/ha e 94 kg/ha Fósforo 1,8 kg/ha e 5,3 kg/ha Potássio 24 kg/ha e 127 kg/ha

Atividade agrícola sem reposição de nutrientes = Degradação Item Sudeste Nordeste Produtividade média anual de culturas (kg/ha) nas décadas de 1930 1980 1930 1980 Feijão 834 561 956 293 (-31%) Mandioca 14.4 15,1 15,9 10,2 (-64%) Milho 1.303 2.105 1.139 449 (-39%) Fonte: Raij (2003)

Bovinos - 16 milhões Caprinos - 5,4 milhões Ovinos - 6,8 milhões 28,2 milhões ou 1,25 animal/habitante IBGE, 2006

Boas condições - 7,4 Mha Naturais - 12,4 Mha Em áreas degradadas - 1,6 Mha 21, 4 Mha para 28,2 millhões de animais IBGE, 2006

Para produzir um kg de Grão são necessários 1000 Litros Um Kg de Grão 140 gramas de carne bovina 250 gramas de carne suina 500 gramas de carne frango 500 gramas de carne peixe 300 gramas de ovos 200 gramas de leite Uma pessoa com DIETA SUADAVEL necessita: Cerca de 1.430 Litros dia -1 ou 1 Litro minuto -1 Christofidis (2006)

...Água e produção de alimentos Necessidade de grão por kilograma de produção animal 2.000 a 2.500 Litros de água 3.000 a 4.000 Litros de água 7.000 a 14.000 Litros de água Christofidis (2006)

Industrial Cerámica Ferro gusa Gesso Cal 16 M estéres Comercio Refeições Padarias Comidas de rua 4,8 M estéres Domiciliar Rural 36,2 M estéres

Area 95.000 ha manejada oferta 1,5 M st Plantios florestais - pequena oferta da carvão na Bahia. Poda de frutíferas (cajú) e corte de algaroba abastecem parte da demanda em PE, PB, CE e RN. O desmatamento é a fonte principal, originando 80% da lenha e carvão produzidos no NE (17.000 km 2 no período 2002/08)

Erosão hídrica Laminar Sulco 1 cm = 100 t ha -1 solo Erosão laminar pouco perceptível Voçorocas Erosão pelo impacto da chuva

Erosão vs Produtividade do milho 6 Camada perdida (cm) 30 Perda da produtividade (%) 75 5 25 57 4 20 41 3 2 1 5 10 15 15 22 30 PERDA EM PRODUTIVIDADE PELAS CULTURAS = MENOS ALIMENTOS DISPONÍVEIS Bertoni & Lombardi (1999)

Atlas da desertificação (2004) Consequência ambiental: desertificação Áreas afetadas por processos de desertificação - AAPD Principais núcleos de desertificação Nível de degradação Km 2 % AAPD 574.357,00 100 Muito Grave 98.593,00 17 Grave 81.868,00 14 Moderado 393.896,00 69 Relação Km 2 Gilbués - PI 6.131 Irauçuba - CE 4.000 Seridó - RN 2.347 Cabrobó - PE 5.960

Área-Piloto 05: Estado da Paraíba. Região fitogeográfica Cariris Velhos Área-Piloto 06: Estado da Bahia. Região fitogeográfica do Sertão do São Francisco. Vasconcelos Sobrinho (2002)

Sustentável? É a agricultura que visa maximizar os benefícios socio-económicos da geração presente, preservando a qualidade ambiental e a capacidade de produção para as gerações futuras Rezende et al (1996); Sampaio et al (2009)

Qualidade ambiental Quais variáveis/indicadores a definem? Qual a metodologia? Manutenção da capacidade de produção Falta uma base de dados integrada, para o SAB Projeto de Gestão de Informação-INSA

As condições de deficiência hídrica não são homogêneas em área maior que um município O uso de médias de séries históricas das chuvas ignoram intensidade das chuvas Esta variabilidade dificulta distinguir tendências de curto e longo prazo na sustentabilidade e capacidade de produção

Atlas MMA-UFPB (2007)

A avaliação da sustentabilidade depende de características medidas em reduzida escala espacial (ha), de propriedade rural Relevo Erosão Práticas conservacionistas e adubação Mecanização Compactação Queimadas de roçados Produtividades

Por outro lado, tratar a região de maneira global, leva a generalizações demasiado vagas e de pouca utilidade

Assim, a dificuldade para avaliar a sustentabilidade ambiental e a capacidade de produção das várias formas de uso da terra, se origina das diferentes escalas temporais e espaciais necessárias para esta finalidade

Alternativa? Identificar módulos que se repetem dentro da região, em condições mais ou menos semelhantes

Na area de sequeiro Vales Encostas úmidas Chapadas Áreas planas a onduladas secas, sedimentares, de baixa fertilidade Áreas planas a onduladas secas, do cristalino e sedimentares, de boa fertilidade Sampaio et al (2009)

salcedo@insa.gov.br