INFLUÊNCIA DA EMBALAGEM E DO ARMAZENAMENTO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO 1

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Transcrição:

EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO 215 INFLUÊNCIA DA EMBALAGEM E DO ARMAZENAMENTO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO 1 EDNEI DE CONTI MACEDO 2, DORIS GROTH 3 e JACIRO SOAVE 4 RESUMO - O presente trabalho foi conduzido no laboratório de Análises de Sementes do Departamento de Pré-Processamento de Produtos Agropecuários, da Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI) da Universidade Estadual de Campinas, com o objetivo de avaliar a qualidade fisiológica de sementes de algodão, acondicionadas em dois tipos de embalagens, durante o armazenamento. Após a colheita 40kg de sementes de algodão foram divididas em subamostras e acondicionadas nas embalagens de multifoliado e de. Para a determinação da qualidade fisiológica (germinação, envelhecimento acelerado e primeira contagem), as sementes foram avaliadas no início e a cada dois meses, durante 12 meses de armazenamento (junho de 1996 a junho de 1997), em condições de ambiente natural de Campinas, SP. A temperatura e a umidade relativa do armazém foram registradas e a umidade das sementes também foi determinada. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em parcelas subdivididas, com quatro repetições. Os resultados permitiram concluir que as sementes apresentaram boa armazenabilidade nas condições ambientais de Campinas; a umidade relativa do ar durante o armazenamento influenciou significativamente o grau de umidade das sementes de algodão, nas duas embalagens; durante o período de armazenamento, o comportamento da qualidade fisiológica das sementes de algodão, foi semelhante para as embalagens de multifoliado e de ; a redução da qualidade fisiológica de sementes de algodão, teve início a partir do oitavo mês de armazenamento. Termos para indexação: algodão, sementes, embalagem, armazenamento. INFLUENCE OF PACKAGE AND STORAGE IN THE PHYSIOLOGICAL QUALITY OF COTTON ABSTRACT - The experiment was carried out at the Seed Tecnology Laboratory of Campinas State University with the purpose of evaluate the physiological quality of cotton seeds conditioned in two differents types of packages during the storage. It was used 40kg of postly-harvested cotton seeds, conditioned in two types of backages: multiwall paper and polietilene bags. For the physiological quality determination (germination, accelerated aging and first count) the seeds was evaluated at the beginning and at every two months, during 12 months of storage period in environmental conditions of Campinas, SP. The temperature and relative humidity of the storage were recorded and the moisture content of the samples was determinated. The experimental design was a subplot replicated four times in completely randomized blocks.the responses of the samples to the treatments, indicated that the seeds had good storability at the environmental conditions of Campinas; the relative humidity of the air during the storage affected the moisture of the cotton seeds in the two kind of packages; during the storage period there was no difference in the physiological quality of the cotton seeds between the multiwall paper and polietilene bags; the reduction of physiological cotton seeds quality, is began at the eighth month of storage. Index terms: cotton, seeds, packing bags, storage. 1 Aceito para publicação em 20.12.98; parte da Dissertação de Mestrado apresentada pelo primeiro autor à Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, em 1998; trabalho financiado pela FAPESP. 2 Pesq. Científico PqCIII, M.Sc., Centro Experimental do Instituto Biológico (IB), Cx. Postal 70, 13001-970, Campinas, SP. 3 Profa. Titular Convidada, Depto. de Pré-Processamento de Produtos Agropecuários, Faculdade de Engenharia Agrícola- UNICAMP- Cx. Postal 6011, 13083-970, Campinas, SP; bolsista do CNPq. 4 Pesq. Científico PqCIV, Dr. do Centro de Fitossanidade do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Cx. Postal 28, 13001-970, Campinas, SP; bolsista do CNPq. INTRODUÇÃO Dentre as várias etapas pelas quais as sementes passam após a colheita, o armazenamento assume importante, principalmente no Brasil, devido às condições climáticas tropicais e subtropicais. É nessa fase que os produtores necessitam ter os grandes cuidados, visando a preservação da qualidade, diminuindo a velocidade do processo deteriorativo e o problema de descarte de lotes. De acordo com Gregg & Fagundes (1977), tanto a umidade relativa como a temperatura do ar, são fatores importantes

216 E. DE C. MACEDO et al. no armazenamento, sendo que a umidade relativa exerce uma influência mais acentuada e direta na longevidade da semente. As melhores condições para manutenção da qualidade da semente são baixa umidade relativa do ar e baixa temperatura, pelo fato de manterem o embrião em baixa atividade metabólica (Carvalho & Nakagawa, 1983 e Aguiar et al., 1993). A umidade relativa do ar, temperatura ambiental e tempo de armazenamento são fatores importantes que afetam a longevidade, tanto de sementes, quanto de microrganismos. A embalagem utilizada é um fator que também tem grande influência na qualidade da semente, durante o armazenamento. Quando acondicionadas em embalagens, que possibilitam a permuta de vapor d água com a atmosfera, as sementes podem ganhar ou perder água, dependendo, principalmente, da temperatura e umidade relativa do meio ambiente. O armazenamento de sementes de soja, durante oito meses nas condições de Pelotas, RS, realizado por Amaral & Baudet (1983), em três tipos de embalagens (sacos de aniagem, multifoliado e polietileno ), não mostrou influência do tipo da embalagem na porcentagem de germinação em função do período de armazenamento e da umidade inicial (11,4% e 13,4%) das sementes. Entretanto, a partir do quinto mês de armazenamento, as sementes estavam severamente comprometidas em termos de vigor, independente do tipo de embalagem utilizada. Fallieri et al. (1995) avaliaram o efeito do deslintamento químico e mecânico sobre a qualidade de sementes de algodão, armazenadas em quatro condições ambientais diferentes e acondicionadas em sacos de multifoliado, de algodão e de polipropileno, durante sete meses. Avaliações realizadas mensalmente mostraram que somente a embalagem de multifoliado foi significativamente superior às demais, no teste de germinação. A conservação de sementes de algodão herbáceo em três tipos de embalagens (silo-impermeável; saco semi-permeável e permeável), durante nove meses de armazenamento, em condições controladas e não controladas de temperatura e umidade relativa, foi estudada por Queiroga & Barreiro-Neto (1985). Os resultados obtidos mostraram que a câmara de armazenamento, com temperatura de C e umidade relativa do ar em torno de 35%, conservou melhor a qualidade da semente, independente da embalagem utilizada, enquanto para as condições ambientais de Campina Grande, PB (nov. 1984 a set. 1995), a melhor embalagem foi representada pelo silo. O teste de germinação é um dos parâmetros que permite acompanhar as condições fisiológicas da semente no intervalo colheita-semeadura, daí sua importância. Entretanto transformações mais sutis podem ser detectadas e avaliadas através dos testes de vigor, que poderão fornecer um indicativo do potencial de armazenamento das sementes. Laposta et al. (1995) comparando métodos para avaliação da qualidade fisiológica de dez lotes de sementes de algodão, detectaram que o teste de envelhecimento acelerado foi um dos mais eficientes, no que diz respeito à separação de lotes em diferentes níveis de vigor e potencial de emergência das plântulas em campo. Canuto et al. (1986) armazenando sementes de algodão, durante 24 meses, em diferentes locais do Estado de Pernambuco, e avaliando o vigor das mesmas através da primeira contagem da germinação, verificaram que, nos municípios onde a umidade relativa do ar foi mais elevada, o resultado do teste chegou a zero, após 15 meses de armazenamento e o grau de umidade das sementes estava entre e 11%. Nos locais onde a umidade relativa do ar foi mais baixa, após 24 meses de armazenamento, os resultados apresentaram variações de 64% a 93%, demonstrando baixa qualidade das sementes e a umidade no final do período variou de 7.1% e 9.1%. Observa-se neste experimento que o teste de primeira contagem foi eficiente para detectar as diferenças de qualidade de sementes ocorridas. Utilizando a primeira contagem da germinação e o envelhecimento acelerado, como testes de vigor, para avaliar a qualidade fisiológica de sementes de algodão herbáceo, em função do grau de umidade inicial das sementes, tipos de embalagem e períodos de armazenamento, Castro et al. (1997), concluíram que, quanto maior o grau de umidade inicial das sementes armazenadas, mais rápido será sua deterioração, independente da embalagem utilizada e que aumentando o tempo de armazenamento, ocorre uma queda na qualidade fisiológica das sementes. O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes de algodão, acondicionadas em diferentes tipos de embalagens durante o armazenamento. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados os lotes, 478 e 487 de sementes de algodão (Gossypium hirsutum L.) do cv. IAC 22, da safra 95/96 produzidos no Núcleo Experimental de Campinas, fornecidos pelo Centro de Algodão e Fibrosas Diversas do Instituto Agronômico de Campinas, (IAC) SP. Esses lotes foram selecionados pela alta e média infestação de fungos em suas sementes. De cada lote selecionou-se 40kg de sementes, que foram homogeneizadas e retiradas amostras ao redor de dois quilogramas, para determinação dos testes iniciais: grau de umidade, germinação e vigor. Em seguida cada lote foi dividido em duas subamostras, correspondendo aos dois tratamentos de embalagens (sacos de multifoliado e ). Cada subamostra por sua vez foi dividida em quatro, correspondendo às quatro repetições. Cada repetição pesava ao redor de cinco quilogramas. Esses sacos foram identificados, fechados, dispostos em prateleiras e mantidos em condições ambientais no

EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO 217 armazém do Centro de Produção de Material Genético do Instituto Agronômico de Campinas, SP, a uma altitude de 674m, a 22 54 de latitude sul e 47 05 de longitude oeste. A temperatura e a umidade relativa do ambiente em que foram mantidas as sementes, foram registradas em termohigrógrafo. As amostragens foram realizadas no início e a cada dois meses, durante doze meses de armazenamento, de junho de 1996 a junho de 1997. Em todas as amostragens, as sementes contidas nos sacos foram misturadas e retiradas aproximadamente 300g de cada um e fechando-se novamente a embalagem com fita adesiva. As avaliações da qualidade das sementes foram realizadas no Laboratório de Análises de Sementes do Departamento de Pré-Processamento de Produtos Agropecuários, pertencente à Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Grau de umidade - foi determinado pelo método da estufa a 5±3 C por 24 horas (Brasil,1992), com duas subamostras de cinco gramas. Os resultados foram expressos em porcentagem; teste de germinação - foi realizado conforme as Regras para Análises de Sementes (Brasil,1992), utilizando-se 200 sementes, em quatro subamostras de 50 por tratamento, semeadas em toalha Germitest umedecidos com água destilada e colocadas em germinador na temperatura de 25 C. Utilizou-se água destilada quando houve necessidade de reumedecimento do substrato. A duração do teste foi de 12 dias, sendo a primeira contagem realizada no quarto dia, após a semeadura; vigor, foram utilizados os testes de: envelhecimento acelerado - foi realizado segundo a metodologia da AOSA (1983), onde 200 sementes (quatro subamostras de 50) foram colocadas sobre uma peneira em caixa plástica tipo Gerbox, com 40ml de água destilada na parte inferior. As caixas foram colocadas em uma câmara de germinação com temperatura de 42±0.5 C e 0% de umidade relativa, por um período de 72 horas (Lago, 1985). Após esse tempo, as sementes foram avaliadas pelo teste de germinação; primeira contagem da germinação - foi realizado em conjunto com o teste de germinação, avaliando-se no quarto dia, as plântulas normais. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em parcelas subdivididas no tempo, com os seguintes fatores: embalagem - multifoliado e saco, e sete épocas de amostragens, realizadas no início do armazenamento e a cada dois meses. O fator embalagem correspondeu às parcelas e a época de amostragem, às subparcelas. As análises estatísticas foram realizadas através da análise de variância e do teste de Tukey para comparação de médias a 5% de significância. Para a análise, os dados em porcentagem foram transformados em arc sen(%) 0,5, sendo que nas tabelas aparecem os dados sem transformação. Para as análises utilizou-se o Sistema de Análise Estatística para Microcomputadores - SANEST (Zonta & Machado, 1984). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1 encontram-se as temperaturas (média, máxima e mínima) e as umidades relativas médias do ar durante o armazenamento, nas condições de ambiente natural de Campinas-SP. A temperatura média durante o armazenamento foi de 21,3 C, sendo que a média da temperatura máxima foi de 30,1 C, registrada no mês de fevereiro de 1997 e a média da temperatura mínima foi de 11,1 C, em julho de 1996. A umidade relativa média do ar durante o período de armazenamento foi de 72,3%, sendo que a máxima registrada foi de 81,1% em janeiro de 1997 e a mínima, em agosto de 1996, de 58,4%. A região de Campinas, onde foi realizado o armazenamento das sementes, pode ser considerada favorável à conservação da qualidade fisiológica, de acordo com os dados de temperatura e umidade relativa do ar. Os coeficientes de variação da variável grau de umidade, do lote 478 de algodão, foram de 0,22% para parcelas e 0,59% para subparcelas; enquanto para o lote 487 foram de 0,08% e 0,61% respectivamente. Na Figura 2 encontram-se as porcentagens dos graus de umidade dos lotes 478 e 487, acondicionadas em sacos de multifoliado e de, durante o armazenamento. Observa-se que esse período influenciou significativamente o grau de umidade das sementes nas duas embalagens. A umidade inicial das sementes, dos lotes 478 e 487, foi respectivamente,1% e,5%, mas a umidade se comportou de modo semelhante durante o armazenamento. Na embalagem de multifoliado, o grau de umidade das sementes diminuiu até o quarto mês de armazenamento, atingindo 9,8% e,1%, respectivamente nos lotes 478 e 487, isto devido à baixa umidade relativa do ar no período. A partir do sexto mês, pelo fato da umidade relativa do ambiente nos meses que antecederam a amostragem ter aumentado, registrou-se uma elevação no grau de umidade das sementes, nos dois lotes e nas duas embalagens, sendo mais pronunciado no lote 487 onde atingiu,6%. A embalagem também influenciou significativamente o grau de umidade das sementes. Apesar das duas embalagens permitirem a troca de vapor dágua com o meio ambiente, o seu efeito foi significativo a partir do sexto mês de armazenamento, para o lote 478 e do décimo mês para o lote 478. A embalagem de multifoliado, nos dois lotes, mostrou menor resistência à troca de vapor dágua com o meio ambiente. Segundo Simpson (1942) quando o grau de umidade da semente e a temperatura ambiente encontram-se em níveis elevados, há uma aceleração dos processos bioquímicos favorecendo o desenvolvimento de fungos e outros microrganismos. Os coeficientes de variação da variável germinação, do lote 478 foram de 0.46% para parcelas e 1,73% para subparcelas; enquanto para o lote 487 foram de 1,31% e 1,73% respectivamente.

218 E. DE C. MACEDO et al. 90 80 70 60 T( o C) e UR(%) 50 40 30 20 0 jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun Temp.máxima Temp.mínima Temp.média U.R. FIG. 1. Temperaturas (máxima, média e mínima) e umidades relativas médias do ambiente em que as sementes de algodão permaneceram armazenadas durante 12 meses, em Campinas, SP, jun. 1996 a jun. 1997. Lote 478 Lote 487,6 Grau de umidade (%),4,2 9,8 9,6 9,4 9,2 zero dois quatro seis oito dez doze 9 FIG 2. Porcentagens do grau de umidade de sementes de algodão cv. IAC 22, lotes 478 e 487, armazenadas em sacos de multifoliado e de, em condições de ambiente natural de Campinas, SP, jun. 1996 a jun. 1997. Na Figura 3 encontram-se as porcentagens de germinação dos lotes 478 e 487, acondicionadas em sacos de multifoliado e em, para cada período de armazenamento. A porcentagem de germinação que no início do experimento era de 77,2% e 77,7% respectivamente, nos lotes 478 e 487, aumentou de modo gradativo até o sexto mês de armazenamento, atingindo valores maiores que 80%, devido ao fenômeno da dormência, mecanismo comum nas sementes

EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO 219 Lote 478 Lote 487 Germinação (%) 90 80 70 60 50 40 30 20 zero dois quatro seis oito dez doze 0 FIG 3. Porcentagem de germinação de sementes de algodão cv. IAC 22, lotes 478 e 487, armazenadas em sacos de multifoliado e de, em condições de ambiente natural de Campinas, SP, jun. 1996 a jun. 1997. recém colhidas de várias espécies, como nas da família Malvaceae (Brasil, 1992). Esses resultados estão de acordo com as considerações de Carvalho & Nakagawa (1983) onde nas sementes recém colhidas esse mecanismo é mais acentuado; por isso num período natural de armazenamento entre a colheita e a nova semeadura pode haver um aumento germinação das sementes. Observa-se, ainda, que houve diferença significativa entre a germinação das sementes, a partir do oitavo mês, evidenciando um declínio progressivo de níveis ao redor de 80%, para menos de 50%, aos 12 meses de armazenamento. Verifica-se, também, que não houve diferença significativa na germinação em função das embalagens utilizadas no armazenamento do lote 478, no período de 12 meses e nas condições climáticas do experimento. Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Amaral & Baudet (1983), que trabalharam com sementes de soja, armazenadas em sacos de multifoliado, aniagem e em ambiente aberto. Mas para o lote 487, nas amostragens realizadas aos e 12 meses, a embalagem de multifoliado apresentou efeito significativo, com redução no poder germinativo das sementes, que atingiu 45%. Quando se relaciona a germinação das sementes com a umidade relativa do ambiente, observa-se que esta permaneceu acima de 70% durante a maior parte do período de armazenamento, sendo favorável ao desenvolvimento dos fungos de armazenamento que são responsáveis, segundo Dhingra (1985), pelo enfraquecimento ou morte do embrião. O grau de contaminação inicial, antes do armazenamento, é também um fator que determina diretamente, segundo o mesmo autor, a redução da viabilidade das sementes. A qualidade das sementes no final de um período de armazenamento, normalmente é inferior à inicial. Sua deterioração ocorre mesmo nas melhores condições de armazenamento Os coeficientes de variação da variável envelhecimento acelerado do lote 478 foram de 0,95% para parcelas e 1,67% para subparcelas; enquanto para o lote 487 foram de 1,04% e 1,8% respectivamente. Na Figura 4 estão os resultados do teste de envelhecimento acelerado dos lotes 478 e 487, acondicionados em sacos de multifoliado e de, para cada período de armazenamento. Observa-se que o resultado do teste de envelhecimento acelerado, que inicialmente era de 77,5% no lote 478, chegou a 79,2% no sexto mês de armazenamento na embalagem de ; no lote 487, no início era de 75%, chegou a 78,7% no saco, apresentando efeito significativo nesse período de armazenamento. Esse fato se deve ao fenômeno da dormência, mecanismo que como já abordado, é comum nas sementes de muitas espécies, como as da família Malvaceae (Brasil, 1992). Verifica-se ainda, que a partir do oitavo mês houve um decréscimo progressivo do vigor, até os 12 meses de armazenamento. As porcentagens que eram de 79,0 e 79,2 no sexto mês e nas embalagens de multifoliado e de, respectivamente no lote 478, atingiram 40,0%

220 E. DE C. MACEDO et al. 80 Lote 478 Lote 487 Vigor - Envelhecimento acelerado (%) 70 60 50 40 30 20 0 zero dois quatro seis oito dez doze FIG 4. Porcentagens de vigor (envelhecimento acelerado) de sementes de algodão cv. IAC 22, lotes 478 e 487, armazenadas em sacos de multifoliado e de, em condições de ambiente natural de Campinas, SP, jun. 1996 a jun. 1997. Primeira contagem (%) Vigor - 1a. Contagem (%) Lote 478 Lote 487 80 70 60 50 40 30 20 zero dois quatro seis oito dez doze 0 FIG. 5. Porcentagens de vigor (primeira contagem) de sementes de algodão cv. IAC 22, lotes 478 e 487, armazenadas em sacos de multifoliado e de, em condições de ambiente natural de Campinas, SP, jun. 1996 a jun. 1997.

EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO 221 e 39,0% aos 12 meses, mostrando efeito significativo nesse período de armazenamento; enquanto no lote 487 eram de 78,0% e 78,7%, no sexto mês e nas embalagens de multifoliado e de, sofreram também, um decréscimo atingindo os 12 meses com 37,0 e 37,2%, respectivamente, apresentando também, efeito significativo do armazenamento. Esses resultados concordam com os encontrados por Usberti (1984), que obteve uma redução no vigor de sementes de algodão, embora não constante, avaliado através do teste de envelhecimento acelerado a 42ºC, durante 72 horas, até os 12 meses de armazenamento, em condições de ambiente. Os dados do teste de envelhecimento acelerado assemelham-se aos da germinação, mostrando que a partir do oitavo mês de armazenamento houve uma queda acentuada na qualidade fisiológica das sementes. Com relação às embalagens utilizadas, não foram observadas diferenças significativas de vigor, nos dois lotes de sementes. Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Fallieri et al. (1995), que ao utilizarem sacos de multifoliado, de algodão e de polipropileno, em experimento realizado com sementes deslintadas de algodão, não observaram diferenças entre as embalagens. Os coeficientes de variação da variável primeira contagem da germinação do lote 478 foram de 0,71% para parcelas e 1,68% para subparcelas, enquanto para o lote 487 foram 0,57% e 2,08% respectivamente. A Figura 5 verifica-se o efeito significativo do período de armazenamento sobre o vigor (primeira contagem da germinação) das sementes de algodão, nas embalagens de sacos de multifoliado e de. A partir do sexto mês, o resultado do teste de primeira contagem da germinação que era de 78%, decresceu substancialmente, atingindo aos 12 meses de armazenamento, valores inferiores a 40%. Os resultados obtidos estão de acordo com Canuto et al. (1986), que detectaram, através da primeira contagem, redução acentuada na qualidade fisiológica de sementes de algodão arbóreo e herbáceo, a partir do sexto mês de armazenamento, nos municípios do sertão do Nordeste, onde a umidade relativa do ambiente foi mais baixa. Os resultados do teste de envelhecimento acelerado, apresentam a mesma tendência dos obtidos na primeira contagem da germinação. Esses resultados estão em desacordo com Godoy & Abrahão (1978), que utilizaram quatro testes de vigor e concluiram que a primeira contagem revelou-se inadequado como teste de vigor para sementes de algodão. Com relação às embalagens utilizadas, também não foram observadas diferenças significativas; apenas na amostragem realizada no oitavo mês para o lote 478 houve uma diferença. CONCLUSÕES - As sementes de algodão apresentaram boa armazenabilidade nas condições ambientais de Campinas, SP; - a umidade relativa do ar durante o armazenamento influenciou significativamente o grau de umidade das sementes nas duas embalagens; - durante o período de armazenamento, o comportamento da qualidade fisiológica das sementes de algodão foi semelhante para as embalagens de multifoliado e de ; - a redução da qualidade fisiológica de sementes de algodão, teve início a partir do oitavo mês de armazenamento. REFERÊNCIAS AGUIAR, I.B.; PINÃ-RODRIGUES, F.C.M. & FIGLIOLIA, M.B. Sementes florestais e tropicais. Brasília: ABRATES, 1993. 350p. AMARAL, A.S. & BAUDET, L.M. Efeito do teor de umidade da semente, tipo de embalagem e período de armazenamento, na qualidade de sementes de soja. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.5, n.3, p.27-35, 1983. ASSOCIATION OF THE OFFICIAL SEED ANALYSTS. Seed vigor testing handbook. East Lansing: AOSA, 1983. 88p. (Handbook on seed testing Contribution, 32). BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p. CANUTO, V.T.B.; CANUTO NETO, N. & COELHO,T.de J.F. Avaliação da qualidade da semente de algodão armazenada em diferentes locais no Estado de Pernambuco. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.21, n.8, p.793-799, 1986. CARVALHO, N.M. & NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 2.ed. Campinas: Fundação Cargil, 1983. 429p. CASTRO, J.R.; DUTRA, A.S. & CASTRO, V.B. Qualidade da semente de algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L.) em função do grau de umidade, embalagem e períodos de armazenamento na sua conservação. In: CONGRESSO BRASI- LEIRO DE SEMENTES,, Foz do Iguaçú, 1997. Informativo ABRATES, Brasília, v.7, n.1/2, p.69, 1997. DHINGRA, O.D. Prejuízos causados por microrganismos durante o armazena-mento de sementes. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.7, n.1, p.139-145, 1985. FALLIERI, J.; PAOLINELLI, G.P.; SARAIVA, H.A.B. & BRAGA, S.J. Avaliação da qualidade de sementes deslintadas de algodão em diferentes ambientes e embalagens. In: CONGRESSO BRA- SILEIRO DE SEMENTES, 9, Florianópolis, 1995. Informativo ABRATES, Londrina, v.5, n.2, p.41, 1995.

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