during the first 24 hours (p<0.001), but for the other time intervals, the force decrease was

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Rev Inst Ciênc Saúde 2006; 24(1):31-5 Avaliação in vitro da intensidade da força liberada por elásticas com e sem revestimento de Evaluation in vitro of the intensity of forces liberated by elastic ligatures with and without investment of polymer Luciana Abrão * Cristina Lucia Feijó Ortolani ** Álvaro Mendes Mantins *** Liana Campos Santana ** Resumo Introdução Foi avaliada a intensidade das forças liberadas por elásticas com e sem revestimento de quando imersas em solução de saliva artificial. Material e Método As amostras foram testadas por meio de uma máquina de ensaios de tração, nos períodos de tempo inicial, 1 dia, 7, 14, 21 e 28 dias de imersão em saliva artificial. Resultados Encontrou-se uma diminuição acentuada e estatisticamente significante nas forças liberadas para as primeiras 24 horas (P <0,0001), sendo que entre os demais períodos (7, 14, 21, 28 dias) ocorreu uma queda gradativa não significante destes valores. Conclusão Não houve diferença significante para as magnitudes de forças liberadas pelas elásticas modulares das marcas 3M Unitek e TP Orthodontics com e sem revestimento de. Palavras-chave: Elasticidade; Polímeros; Teste de materiais; Resistência à tração Abstract Introduction The intensity of forces liberated by four different types of elastic ligatures of 3M Unitek and TP Orthodontics with and without polymer investment when immersed in artificial saliva solution, was evaluated. Material and Method The samples were quantified with a traction assay machine, for the following immersion time intervals: 0 hours, 1, 7, 14, 21 and 28 days. Results An accentuated and statistically significant decrease was found for the forces liberated during the first 24 hours (p<0.001), but for the other time intervals, the force decrease was gradual and not statistically significant. Conclusion There were no statistical significant differences for the forces liberated by the elastic ligatures of 3M Unitek TP Orthodontics with and without polymer. Key words: Elasticity; Polymers; Materials testing; Tensile strenght Introdução O crescimento do mercado ortodôntico está tornandoo cada vez mais competitivo e os investimentos em melhorias de seus produtos estão sendo intensificados. Vários comerciantes estão desenvolvendo diferentes elastômeros visando não só a eficiência do produto, como também a facilidade do uso e o conforto do paciente. A utilização dos elastômeros sintéticos nos materiais ortodônticos está diretamente relacionado com as elásticas, as quais são utilizadas para amarrar os arcos ortodônticos aos bráquetes, substituindo assim, em algumas situações, os amarrilhos metálicos 13. Desse modo, existem diversas opções em relação às elásticas, tais como cores diversificadas, as formas e tamanhos variados e, mais recentemente, a incorporação de uma camada polimérica externa de proteção. As elásticas são elastômeros sintéticos a base de poliuretano, um derivado do petróleo que apresenta propriedades químicas e físicas muito superiores aos derivados da borracha natural. As melhorias conseguidas em suas ligações químicas reforçadas foram provenientes do processo de polimerização e melhoraram a resistência à tração e abrasão. Esta melhoria também foi obtida através da redução de algumas características indesejáveis, como a deteriorização de suas propriedades elásticas devido a fatores ambientais, como calor, luz, substâncias químicas, envelhecimento natural e outros fatores associados à sua utilização 4-5, 8-9, 12-14. Apesar dos avanços obtidos no desenvolvimento das elásticas, algumas propriedades físicas ainda são deficientes quando estas são expostas às agressões provenientes do meio bucal 17. Avaliações laboratoriais mostraram uma redução drástica dos níveis * Mestranda em Clínica Infantil-Ortodontia na Universidade Paulista (UNIP). E-mail: lucianabrao@yahoo.com.br ** Professora Titular da Disciplina de Ortodontia da UNIP. *** Professor Titular da Disciplina de Ortodontia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

32 de forças destes elastômeros já nas primeiras 24 horas em imersão em saliva artificial, confirmando assim, a incapacidade desses materiais de manterem um nível 1, 14- de força constante por um longo período de tempo 16. Hoje em dia, os fabricantes estão aprimorando as técnicas de manufatura com o objetivo de diminuir os efeitos indesejáveis da queda do nível de força gerado pelas elásticas. Encontra-se no mercado diversas com diferentes propriedades e que prometem mudar esta realidade. Com o avanço tecnológico foi introduzido no mercado elásticas com um revestimento à base de que visa alterar as características da superfície das elásticas como diminuir a fricção do arco ao bráquete, aumentar os níveis de força das, reduzir a adesão das bactérias e aumentar sua resiliência. Outro aperfeiçoamento foi a criação de um desenho apropriado, com angulações, o que permitiu uma melhor fixação ao bráquete e conforto para o paciente pelo menor contato do lábio ao elastômero. O presente estudo tem por objetivo avaliar as elásticas das marcas TP Orthodontics e 3M Unitek, com e sem revestimento de de proteção verificando o grau de degradação das forças geradas quando imersas em solução de saliva artificial, em diferentes períodos de tempo. Material e Métodos Foram utilizadas elásticas modulares com revestimento de, denominadas comercialmente Super Slick Ties (TP Orthodontics) e Alastik Easy- To-Tie (3M-Unitek) e sem revestimento, denominadas Dispense-A-Stix (TP Orthodontics) e Quik-Stik (3M- Unitek). Todas foram obtidas diretamente do fabricante e, até o início do procedimento, foram mantidas em suas embalagens originais, armazenada sob refrigeração e ao abrigo da luz, prevenindo assim, possíveis alterações indesejáveis por variações na temperatura e luminosidade. Para a realização dos procedimentos experimentais foram utilizados estiletes de aço inoxidável, afilados ao final de suas extremidades e com diâmetro de 4 mm e comprimento de 10 cm, correspondentes ao diâmetro aproximado que as elásticas apresentam, quando fixadas a um bráquete de incisivo central superior com um fio de aço inoxidável de 020 "de diâmetro. As elásticas foram cuidadosamente removidas dos módulos com auxílio de uma tesoura (TP Orthodontics) e inseridas nos estiletes com um colocador de ligadura (Shooter, TP Orthodontics). O conjunto foi imerso em solução de saliva artificial com ph = 7,0 (Farmácia Universitária - Faculdade de Farmácia da UFRJ) e mantidos em uma estufa (Estufa bacteriológica, Fanem) regulada em 37 graus Celsius pelos períodos de 24 horas, 7 dias, 14 dias, 21 dias e 28 dias (Quadro 1). Deste modo, a amostra foi constituída de 360 elásticas, sendo 180 com revestimento de e 180 sem revestimento e das duas marcas analisadas. Quadro 1. Distribuição da amostra de elásticas em solução de saliva artificial (zero hora) e após imersão (1 dia, 7 dias, 14 dias, 21 dias, 28 dias) Marca Tempo TP Orthodontics 3M- Unitek Medição da força gerada (Kgf) Imersão em solução de saliva artificial a 37 C 0 hora 1 dia 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias Com Sem Com Sem Para a medição da força liberada pelas elásticas, foi utilizada a máquina de ensaios de tração modelo DL-500 MF (EMIC Equipamentos e Sistemas de Ensaios LTDA, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Essa máquina estava equipada com transdutores de medição de forças ou strain-gauges, correspondente a uma carga de 5 Newton (equivalente a 49.0, Kgf) e pinos com 0,9 mm de diâmetro para fixação das. Todas as elásticas foram distendidas de uma distância inicial de 1,0 mm para uma distância final de 4,0 mm através da máquina de ensaios de tração, sendo que a velocidade de distensão adotada foi de 5,08 mm por minuto (0,2 polegadas por minuto), conforme descrito por Kovatch et al. 10 (1976). Foram obtidas as forças liberadas pelas elásticas antes e após a sua imersão em solução de saliva artificial de cada grupo. Os estiletes com as foram colocados na saliva artificial em estufa e no tempo determinado (1 dia, 7 dias, 14 dias, 21 dias e 28 dias), as eram retiradas dos estiletes e imediatamente posicionadas nos pinos da máquina de ensaios de tração para serem avaliadas em relação à intensidade das forças liberadas. Para verificar se houve diferença na liberação de força das elásticas entre os intervalos de tempo avaliados, comparou-se as médias de cada grupo através do teste de análise de variância (ANOVA) para uma variável dependente. O teste de Tukey-Kramer foi utilizado para Abrão L, Ortolani CLF, Martins AM, Santana LC. Avaliação in vitro da intensidade da força liberada por elásticas com e sem revestimento de. Rev Inst Ciênc Saúde. 2006; 24(1):31-5.

33 Tabela 1. Média das forças (Kgf), liberadas pelas elásticas modulares com e sem nos diferentes períodos de tempo de imersão em saliva artificial Marca Medição da força gerada (Kgf) imersão em solução de saliva artificial a Tempo TP Orthodontics 3M- Unitek Com Sem Com Sem 0 hora 0,680 0,688 0,683 0,758 1 dia 0,249 0,291 0,324 0,373 7 dias 0,306 0,298 0,350 0,301 14 dias 0,273 0,240 0,370 0,280 21 dias 0,410 0,239 0,314 0,243 28 dias 0,250 0,394 0,5 0,257 Tabela 2. Diferença e valor P em relação ao tempo de imersão em saliva artificial Tempo Diferença/Valor P 0 H vs 1 dia 0,3927 P < 0,001 0 H vs 7 dias 0,3881 P < 0,001 0 H vs 14 dias 0,4112 P < 0,001 0 H vs 21 dias 0,4006 P < 0,001 0 H vs 28 dias 0,3479 P > 0,05 1 dia vs 7 dias -0,0046 P > 0,05 1 dia vs 14 dias 0,0185 P > 0,05 1 dia vs 21 dias 0,0078 P > 0,05 1 dia vs 28 dias -0,0448 P > 0,05 7 dias vs 14 dias 0,0231 P > 0,05 7 dias vs 21 dias 0,0124 P > 0,05 7 dias vs 28 dias -0,0402 P > 0,05 14 dias vs 21 dias -0,0106 P > 0,05 14 dias vs 28 dias -0,0633 P > 0,05 21 dias vs 28 dias -0,0526 P > 0,05 verificar se houve diferença significativa entre o grupo com revestimento e sem revestimento de cada marca avaliada. Resultados As médias das forças degradadas pelas elásticas nos intervalos de tempo estão representadas nas Tabelas 1 e 2. Após a imersão das elásticas em saliva artificial, observou-se após 24 horas uma queda estatisticamente significante para todas as marcas de elásticas, com e sem revestimento de. A ligadura elástica da 3M Unitek sem revestimento apresentou maior nível de força inicialmente que as demais, sendo que após 24 horas sua força foi degradando gradualmente até os 28 dias de imersão. A ligadura elástica da 3M-Unitek com degradou sua força em menor quantidade, tendo um aumento não significativo no período de 21 a 28 dias devido a um enrijecimento de suas estruturas, ou seja, a perda de sua elasticidade. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre as da 3M-Unitek (Gráficos 1 e 2). As da TP Orthodontics apresentaram um comportamento semelhante às da 3M Unitek. A ligadura da TP com foi quem obteve a maior degradação da força nas primeiras 24 horas, perdendo 63% de sua força inicial. Porém após este período ela se manteve compatível com as outras, mas apresentando uma oscilação no período de 14 a 28 dias, a qual pode ser explicada pela perda da elasticidade e conseqüentemente sua força. Já a ligadura sem do mesmo fabricante obteve um comportamento semelhante e não estatisticamente significativo (Gráficos 1 e 2). Discussão As elásticas apresentam diferentes níveis de forças quando expostas a ambientes que possam alterar suas estruturas. Ao serem imersas em saliva artificial, todas as elásticas, com ou sem, apresentaram uma queda progressiva nos valores médios das forças liberadas durante o período de 28 dias. Este fato pode ser explicado por esses materiais serem alterados na presença de umidade por absorção de água, o que facilita a quebra das moléculas ou da cadeia do, acelerando assim, o seu processo de degradação 5. A queda mais acentuada nos valores médios das forças liberadas ocorreu entre os tempos de zero hora e 24 horas. Estes achados corroboram com os de Taloumis et al. 14 (1997) ao analisarem elásticas e com os de Andreasen e Bishara 1 (1970), Ash e Nikolai 2 (1978), Genova et al. 6 (1985), Hershey e Reynolds 7 (1975), Josell et al. 9 (1997), Matta 11 (1996) e Wong 16 (1976) ao analisarem elásticos em cadeia. Como pode ser visto no Gráfico 1, o comportamento das TP Orthodontics entre o período de 1 a 14 dias e 14 a 21 dias e da Unitek com entre os períodos de 7 a 14 dias sofreram um leve aumento, esta variação pode ser justificada pelo fato de que a qualidade desses materiais está na dependência do processo de fabricação empregado. Há alguns artifícios usados pela indústria para melhorar as propriedades dos elásticos, como o processo de vulcanização, o qual torna o produto final mais resistente 3. A resistência conferida ao produto não é obtida pela adição de carga como nas borrachas convencionais, e sim, determinada quimicamente pela composição interna dos materiais. E esta composição é resultante do grau de tecnologia empregada, refinamento da técnica de obtenção e pela qualidade das matérias primas utilizadas 1. Conseqüentemente a qualidade do produto depende fundamentalmente da tecnologia do processo de fabricação. Muitas vezes, se não houver um rígido controle de qualidade durante a fabricação dos elásticos, os resultados de testes similares podem ser diferentes, uma vez que, em um mesmo lote podem ser encontradas diferenças nas propriedades das elásticas, assim como na quantidade de material contido em cada ligadura, conforme constatado por Wong 16 em 1976. Embora as estudadas neste trabalho apresentarem uma camada protetora de para evitar a absorção de água, os seus níveis de força foram semelhantes aos das sem. Abrão L, Ortolani CLF, Martins AM, Santana LC. Avaliação in vitro da intensidade da força liberada por elásticas com e sem revestimento de. Rev Inst Ciênc Saúde. 2006; 24(1):31-5.

34 l l l l l l l l l l l l Gráfico 1. Degradação média das forças liberadas pelas com e sem revestimento de nos diferentes intervalos de tempo em solução de saliva artificial O aumento observado do nível de força observado na quarta semana destacando as da 3M Unitek, com que apresentaram o maior nível de força pode ser atribuído, provavelmente, às alterações nas propriedades físicas das elásticas, tornandoas mais rígidas e, conseqüentemente, a perda de sua elasticidade. Ao se comparar todas as quatro avaliadas neste estudo pode-se observar que a ligadura da 3M Unitek sem apresentou um compor- Gráfico 2. Representação gráfica da média e desvio padrão das forças liberadas pelas elásticas de acordo com o tempo de imersão em saliva artificial tamento mais uniforme sem oscilações na força gerada. Conclusão Conclui-se que as das diferentes marcas apresentaram oscilações nos níveis de força durante o período estudado, sendo revestida ou não por. Desta forma, o não contribuiu para a melhoria da qualidade do produto quando analisado o nível de forças liberadas. Referências 1. Andreasen GF, Bishara SE. Comparison of alastik chains with elastics involved with intra-arch molarto-molar forces. Angle Orthod. 1970;40 (3):1-8. 4. Bert WH, Droschl H. Forces produced by orthodontic elastic as a function of time and distance extended. Eur J Orthod. 1996;8:198-201. 2. Ash JL, Nikolai RJ. Relaxation of orthodontic elastomeric chains and modules in vitro and in vivo. J Dent Res. 1978; 56:685-90. 3. Baty DL, Storie, DJ, Fraunhofer JA. Synthetic elastomeric chains: a literature review. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1994;105(6):536-42. 5. Ferriter JP, Meyer CE, Lorton L. The effect of hydrogen ion concentration on the forcedegradation rate of orthodontic polyurethane chain elastics. Am J Orthod Dentofac Orthop. 1990;8:404-10. Abrão L, Ortolani CLF, Martins AM, Santana LC. Avaliação in vitro da intensidade da força liberada por elásticas com e sem revestimento de. Rev Inst Ciênc Saúde. 2006; 24(1):31-5.

35 6. Genova DCD, McInnes-Ledoux P, Weinberg R, Shaye R. Force degradation of orthodontic elastomeric chains a product study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1985;87(5):377-84. 7. Hershey HG, Reynolds GW. The plastic module as an orthodontic tooth-moving mechanism. Am J Orthod. 1975;67(5):554-62. 12. Phua SK, Castillo E. Anderson JM, Hiltner A. Biodegradation of a polyurethane in vitro. J Biomed Mater Res. 1987;21:231-46. 13. Stevenson SJ, Kusy PR. Force application and decay characteristic of untreated and treated polyurethane elastomeric chains. Angle Orthod. 1994; 64:455-67. 8. Jeffries CL, Fraunhofer JA. The effects of 2% alkaline glutaraldehyde solution on elastic properties of elastomerics chain. Angle Orthod. 1991;1:25-30. 14. Taloumis LJ, Smith TM, Hondrum SO, Lorton L. Force decay and deformation of orthodontic elastomeric ligatures. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1997;111(1):1-11. 9. Jossel SD, Leiss JB, Rekow ED. Force degradation in elastomeric chain. Semin Orthod. 1997; 3(3):189-97.. Ware AL. Some properties of plastic modules used for tooth movement. Aust Orthod J. 1971; 2(5):200-2. 10. Kovatch JS, Lautenschlager EP, Apfel DA, Keller JC. Load-extension-time behavior of orthodontic alastiks. J Dent Res. 1976; 55:783-6. 11. Matta ENR. Avaliação laboratorial da deformação plástica e da capacidade de liberação de força por elásticos plásticos [dissertação de mestrado] Rio de Janeiro: Faculdade de Odontologia do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 1996. 16. Wong AK. Orthodontic elastic materials. Angle Orthod. 1976;46 (2):196-204. 17. Young J, Sandrik JL. The influence of preloading on stress relaxation of orthodontic elastic polymers. Angle Orthod. 1979;49(2):104-9. Recebido em 25/11/2005 Aceito em 30/01/2006 Abrão L, Ortolani CLF, Martins AM, Santana LC. Avaliação in vitro da intensidade da força liberada por elásticas com e sem revestimento de. Rev Inst Ciênc Saúde. 2006; 24(1):31-5.