ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A LINGUAGEM E O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA EM ANDAMENTO

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Transcrição:

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A LINGUAGEM E O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA EM ANDAMENTO José Márcio da Silva Ramos Diniz Universidade Estadual da Paraíba jmdiniz_sb@hotmail.com RESUMO Este trabalho tem por objetivo apresentar algumas reflexões a respeito da linguagem e discussões matemáticas que podem ocorrer na sala de aula no uso de jogos como estratégia para o ensinoaprendizagem da Matemática. A pesquisa será desenvolvida em uma Escola Pública do estado da Paraíba, em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental. Serão aplicadas atividades com a utilização de jogos matemáticos que auxiliem o ensino e a aprendizagem dos conceitos referentes às operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão) e por meio destas atividades deverão ser observados e analisados o uso da linguagem natural e da linguagem matemática utilizadas pelos alunos no desenvolvimento das mesmas. Para isto foi feito um levantamento teórico sobre o uso de jogos nas aulas de Matemática e como eles podem contribuir para uma melhor aprendizagem da matemática. Espero, ao fim da pesquisa, verificar as contribuições destas atividades no desenvolvimento das aulas de Matemática, apontando suas limitações e possibilidades. Palavras-chave: Linguagem Matemática. Jogos. Aprendizagem Matemática. INTRODUÇÃO É notável o crescente desinteresse do alunado nas diversas áreas de conhecimento. Em matemática não é diferente. Cada vez mais os alunos se distanciam desta disciplina, criando barreiras de aprendizagem que dificilmente serão quebradas. Albuquerque (2008), em uma pesquisa investigativa sobre geometria plana verificou que um grande número de estudantes apresenta dificuldades nesta área, o que em nosso dia a dia parece estar evidente em toda a Matemática, não se restringindo apenas a geometria plana. Diversas pesquisas nos mostram estratégias diferenciadas que podem favorecer o ensino-aprendizagem da matemática na sala de aula. Silva (2012) em sua pesquisa de Mestrado nos sugere o uso de Materiais Manipulativos, os chamados Materiais Didáticos como forma de trabalho na sala de aula de Matemática. Já Grando (1995), também no Mestrado, traz um suporte teórico-prático para a inserção dos jogos nas aulas de Matemática. Por isso a utilização de jogos pode apresentar-se como um dos caminhos para encurtar este distanciamento entre o conhecimento matemático e o aluno. Segundo Flávia Dias Ribeiro, em sua obra Jogos e Modelagem na Educação Matemática, diversas possibilidades metodológicas vem sendo apontadas e discutidas para o ensino da Matemática, e o uso dos jogos vêm se configurando como caminhos altamente significativos para as aulas de Matemática. (Ribeiro, 2009. p.13) Além disso, os jogos

destacam-se pela sua relevância, centralmente, devido à sua potencialidade para o desenvolvimento do pensar matemático, da criatividade e da autonomia dos educandos. (Ribeiro, 2009. p. 13) Os Jogos podem, segundo Ribeiro (2009), ser classificados a partir de alguns critérios didático-metodológicos. Assim, os jogos podem ser classificados em: jogos de azar, jogos de quebra-cabeça, jogos de estratégias, jogos de fixação de conteúdos, jogos computacionais e jogos pedagógicos, que englobam todos os tipos anteriores. Os jogos matemáticos são jogos pedagógicos, que envolvem regras a serem cumpridas, por meio de estratégias criadas no decorrer da aplicação do jogo possibilitando, também, a fixação dos conteúdos propostos nas atividades. Segundo a mesma autora, com referenciais de Alves (2001), a escolha de jogos no contexto educativo deve seguir alguns critérios. Um bom jogo deverá ter e propor situações interessantes e desafiadoras para os jogadores; permitir a autoavaliação do desempenho do jogador; e permitir a participação ativa de todos os jogadores durante todo o jogo. Para Grando (1995, p. 101) ao propormos a utilização de jogos, devemos estar atentos aos objetivos cognitivos e afetivos que se pretende atingir a partir deste uso. Quanto aos objetivos cognitivos a autora destaca a introdução do aluno nos procedimentos utilizados em Matemática; desenvolvimento de formas heurísticas de raciocínio; elaborar estratégias diversificadas para se ganhar o jogo; desenvolvimento da memória e estimativa de cálculo mental e, auxiliar na elaboração e compreensão da linguagem matemática e de sua estrutura lógica. Já nos objetivos afetivos ela evidencia que os jogos motivam os alunos a terem atitudes positivas quanto à aprendizagem; propiciam um nível de instrução equivalente a todos os alunos e, que os jogos em sala de aula propicia uma importante discussão matemática. (Grando, 1995. p. 104. Grifo da autora) Ainda, para Cabral (2006, p. 18) O jogo na educação matemática parece justificar-se ao introduzir uma linguagem matemática que aos poucos será incorporada aos conceitos matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de lidar com informações e ao criar significados culturais para os conceitos matemáticos e estudo de novos conteúdos. A matemática, dessa forma, deve buscar no jogo a ludicidade das soluções construídas para as situações-problema vividas em seu dia a dia.

Assim, neste trabalho objetivo trazer algumas reflexões a respeito da linguagem e discussões matemáticas que podem ocorrer na sala de aula no uso de jogos como estratégia para o ensino-aprendizagem da Matemática. Para isto, é feita uma abordagem teórica com reflexões sobre o uso de jogos e a linguagem natural e matemática que pode ser utilizada nestas atividades. METODOLOGIA DA PESQUISA EM DESENVOLVIMENTO Inicialmente foi feita uma pesquisa de cunho bibliográfico para levantar pressupostos teóricos para o uso de jogos e como a linguagem matemática está inserida e pode contribuir para um melhor ensino-aprendizagem da Matemática. Pretende-se, por meio de uma pesquisa-ação, aplicar jogos em uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental em uma Escola Pública do estado da Paraíba, mais especificamente nos conceitos referentes às operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão). A pesquisa-ação é um tipo especial de pesquisa participante, em que o pesquisador se introduz no ambiente a ser estudado não só para observá-lo e compreendê-lo, mas, sobretudo para muda-lo em direções que permitam a melhoria das práticas e maior liberdade de ação e de aprendizagem dos participantes. Ou seja, é uma modalidade de atuação e observação centrada na reflexão-ação. (Fiorentini & Lorenzato 2007, p. 112) A primeira etapa desta fase já foi concretizada com a escolha da turma e do conteúdo matemático que será trabalhado durante a pesquisa. Em seguida, serão aplicadas uma sequência de atividades que terão o auxílio dos jogos para o ensino e para a aprendizagem da Matemática, atentando sempre para a linguagem natural e matemática utilizada no decorrer destas atividades. A Linguagem Matemática e a Linguagem e o uso de Jogos Curi (2009) afirma, em seu texto Gêneros textuais usados frequentemente nas aulas de Matemática: Exercícios e problemas, se olharmos para os nossos livros didáticos veremos que se tornou uma tradição a presença de textos despersonalizados e descontextualizados, textos econômicos como Calcule, Resolva, Efetue (p. 138). Além do mais, a leitura solicitada é concisa, associada a instruções, comandos, situações problemas e símbolos específicos. (p. 138).

No entanto, esta mesma autora, mostra que existe uma relação entre as linguagens matemática e materna em diversos momentos do nosso dia a dia, o que não se reflete na escola. Lá, no espaço escolar a Matemática, segundo Cury (2009, p. 138) se reduz a uma linguagem formalizada, repleta de símbolos, muitas vezes sem significados para os alunos o que ocasiona no aluno uma barreira entre o pensamento e a escrita que deve ser realizada por ele. Mostra-se importante a superação desta barreira e dificuldades no ensinoaprendizagem da Matemática e Cury (2009, p. 138) afirma que isso poderá acontecer quando for reconhecida a essencialidade da impregnação mútua ente a língua materna e a linguagem matemática. Além disso, a mesma autora nos mostra que propostas de situações nas aulas de Matemática podem favorecer conexões entre a linguagem dos alunos, os conhecimentos prévios, suas experiências pessoais e a linguagem da matemática, estreitando as relações entre a Matemática e a linguagem materna. (Cury, 2009. p. 138-139) A utilização de jogos nas aulas de Matemática apresenta-se como uma das alternativas para superar esta barreira citada anteriormente. Os alunos sentem-se atraídos pelo ato de jogar e é na fase da adolescência que, segundo Cury (2009) os alunos passam por um momento crítico para a aprendizagem matemática, uma vez que ainda não adquiriram o domínio completo da linguagem materna e já sofrem com a necessidade de usar a linguagem matemática com toda sua formalidade, o que pode segundo a autora acarretar num problema didático. Para Grando (1995, p. 120) [...] a situação do jogo pode propiciar o processamento da veiculação da construção de uma linguagem matemática própria do indivíduo, para uma linguagem cientificamente aceita. Quando o indivíduo joga e explora os conceitos atemáticos subjacentes ao jogo e vivenciados pela ação de jogar, ele desenvolve suas estratégias que apresentam um certo conteúdo matemático. A criação de uma linguagem própria para a identificação de tais conteúdos pode facilitar na compreensão posterior de uma linguagem matemática científica. O professor deve estar atento a isto e fomentar situações de ensino, isto é, de jogo, que propiciem esta construção e transcrição de linguagem. (grifos da autora). Quanto às formas de linguagem utilizadas na sala de aula através da aplicação de jogos podemos destacar a linguagem escrita proposta nas regras dos jogos e na linguagem oral entre

professor e alunos e entre os próprios alunos quando jogam em equipes, uma vez que os devem conversar antes de qualquer tomada de decisão. As regras do jogo apresentam-se como uma forma muito importante de leitura para as aulas de Matemática. Na maioria das vezes os alunos ao iniciar o jogo não dão conta que este requer o conhecimento de regras que devem ser seguidas por todos os participantes da atividade. Em geral, não fazem a leitura dessas regras. Cabe, entretanto, ao professor, mediador da atividade na sala de aula, um momento de leitura coletiva das regras para que os alunos tirem suas dúvidas em relação às mesmas. Neste momento, pode acontecer, também, uma negociação entre professor e alunos e entre os próprios alunos a respeito de regras muito complexas que os mesmos não desejam seguir e novas regras que queiram inserir para a realização do jogo. Durante a realização do jogo, que não deve apenas possibilitar o ato de jogar sem que traga em seu desenvolvimento os conceitos matemáticos, é quando ocorre o que Grando (1995) chama de discussão matemática entre os membros da equipe e entre os alunos e o mediador do trabalho, o professor. CONCLUSÃO E RESULTADOS ESPERADOS Como o jogo tem um objetivo didático e traz em si pelo menos uma ideia matemática, Grando (1995) afirma que a realização deste nas aulas de matemática possibilita ao aluno uma ponte entre: Quadro 1 Esquema de aprendizagem do aluno quando se utiliza jogos Extraído e adaptado de Grando (1995) Jogar Fazer Matemática Aprender Matemática Durante a realização do jogo é importante que o professor valorize os registros escritos do aluno e os recolha ao fim do jogo para analisar as estratégias utilizadas por cada um deles no decorrer da atividade. Maneiras diferenciadas de chegar a um resultado, não necessariamente correto, podem se tornar excelentes materiais de investigação em sala de aula mostrando aos próprios alunos que se seguissem outras estratégias poderiam ter chegado ao objetivo final do jogo, que é ganhar, de maneira mais eficiente.

Neste momento, com a orientação do professor, os alunos poderão refletir sobre seus próprios erros e acertos e buscar estratégias diferenciadas para ganhar. Por fim, acredito ser importante que o professor ao propor atividades com a utilização dos jogos possa estar seguro de suas escolhas e que a proposta esteja coerente com sua proposta pedagógica e de sua escola. Além disso, o professor deve estar atento ao objetivo que ele pretende atingir com a realização desta atividade na sala de aula, caso contrário, como afirma Grando (1995) ele estará levando a seus alunos o jogo pelo jogo sem sentido para a aprendizagem matemática, nosso objetivo primordial. Espero, ao fim da pesquisa, verificar as contribuições destas atividades no desenvolvimento das aulas de Matemática, apontando suas limitações e possibilidades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, L. O uso do programa geogebra no ensino de geometria plana de 5ª a 8ª séries no ensino fundamental das escolas públicas estaduais do Paraná. Curitiba, 2008. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1735-6.pdf. Último acesso: 18 mar. 2015. CABRAL, M. A. A utilização de jogos no ensino de matemática. (Trabalho de Conclusão de Curso) CCFM UFSC, 2006. Disponível em: http://www.pucrs.br/famat/viali/tic_literatura/jogos/marcos_aurelio_cabral.pdf. Último acesso em: 22 mar. 2015. CURI, Edda. Gêneros textuais usados frequentemente nas aulas de matemática: exercícios e problemas. In: Celi E. LOPES e Adair M. NACARATO (Orgs.). Educação matemática, leitura e escrita: armadilhas, utopias e realidades. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009. p. 137-150. FIORENTINI, D.; LORENZATO, S. Investigação em Educação Matemática: percursos teóricos e metodológicos. 2. ed. rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. GRANDO, C. R. O jogo suas possibilidades metodológicas no processo ensino-aprendizagem da Matemática. (Dissertação de Mestrado) Universidade Estadual de Campinas. Campinas SP. 1995. RIBEIRO, F. D. Jogos e Modelagem na Educação Matemática. São Paulo: Saraiva, 2009. SILVA, R. A. O uso de material didático de manipulação no cotidiano da sala de aula de Matemática. (Dissertação de Mestrado) Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande PB. 2012.