ÁFRICA: DA COLONIZAÇÃO A INDEPENDÊNCIA Módulo 28 - Frente 03 (segunda parte) página 194 a 196 ( segunda parte)
Desde o século XVI, devido ao tráfico de escravos, os europeus já conheciam e exploravam algumas regiões litorâneas da África. Com a expansão do capitalismo industrial, várias expedições foram enviadas ao continente com o objetivo de conhecer melhor riquezas e potencialidades da região. Em busca de mercados e recursos naturais, as potências europeias realizaram em 1885 a Conferência Internacional em Berlim, onde se estabeleceu a partilha da África sem que houvesse conflitos. Essa conferência resultou na divisão da África entre as potências industrializadas da época. O interesse econômico das grandes potências foi escamoteado com a alegação de que o povo europeu, o homem branco, teria o dever de civilizar as culturas inferiores.
As riquezas minerais presentes no continente africano despertaram o interesse e a cobiça das potências européias, que em plena revolução industrial estavam à procura de novos mercados e centros fornecedores de matéria prima. Fonte: Atlas geográfico IBGE
A divisão ao lado foi feita sem considerar os aspectos naturais, culturais e étnicos dos povos que habitavam o continente. Essa divisão artificial contribui para a eclosão de muitos conflitos na região. www.anovademocracia.com.br/1 0/24.htm
A descolonização ocorreu após a II Guerra, no cenário da Guerra Fria. Após a Segunda Guerra e a Conferência de Bandung (Indonésia, 1955), inicia-se o processo de independência da África. A independência tardia ocorreu apenas no âmbito político, permanecendo a divisão artificial de antes. Esse período ficou conhecido como neocolonialismo, onde os novos países independentes recebiam benefícios ao se alinharem ao socialismo (URSS) ou ao capitalismo (EUA). Os novos países independentes apresentavam disputas internas pelo poder, mão de obra desqualificada e as melhores terras controladas pelas elites locais que produzem para exportação (plantation).
Antes da Segunda Guerra Mundial, somente o Egito, a Etiópia, a Libéria e a África do Sul haviam se tornado independentes.
AS FONTEIRAS ARTIFICAIS NA ÁFRICA INDEPENDÊNCIA POLíTICA SIM, ECONÔMICA NÃO!
Após o processo de independência dos países africano as fronteiras artificiais foram mantidas. São assim chamadas pelo fato de reunir em um mesmo território colonial, diferentes grupos étnicos, ou seja, diversas nações muitas vezes rivais.
Conflitos na África A situação de pobreza e subdesenvolvimento presente no continente africano foi provocada, em parte, pelo colonialismo ambicioso dos países europeus. O continente africano encontra-se isolado do processo de globalização, apresentando inúmeros conflitos internos, fruto da ocupação e descolonização européia que levou em conta apenas seus interesses econômicos. Atualmente, vários grupos lutam pelo controle territorial ampliando a pobreza e dizimando milhares de pessoas.
veja.abril.com.br/170805/p_133.html
Ruanda foi colonizada pela Bélgica. Está localizada na África central e possui cerca de 8,2 milhões de habitantes. Sua capital é Kigali e tem como línguas oficiais o francês e o ruandês. Está localizada ao lado de Uganda e Burundi, que foram criados artificialmente, misturando grupos étnicos inimigos históricos: os Tutsis, os Hutus e os Twas. www2.mre.gov.brdeafd
Em finais do século XIX, a região é ocupada pelos alemães que logo se aliam aos Tutsis e convertem os Hutus à escravidão, despertando antigas divergências. Após a Segunda Guerra, os alemães perdem o poder na região e a instabilidade passa a reinar. Tutsis e Hutus passam a se confrontar provocando atitudes cruéis e violentas de ambas as partes. Crianças Tutsis Em 1962, o país conquista sua independência e a liderança dos Hutus se consolida. Estes passam a perseguir os Tutsis,
Os Hutus contam com a maioria da população de Ruanda, cerca de 90%. Controlam o exército e convocaram a população civil a participar da guerra usando armas domésticas como facões, machadinhas e facas. Já os Tutsis representam 10% da população, entretanto controlam as atividades agropecuárias, podendo desta forma adquirir armas no mercado informal. www2.mre.gov.brdeafd
O CASO DA NIGÉRIA País da porção centro-oeste da África, a Nigéria sempre foi vítima de sua principal riqueza: o petróleo. O país contém cerca de 250 etnias diferentes e foi criado artificialmente pelos europeus, mantendo-se até 1960 sob o domínio da Inglaterra. A independência da Nigéria não trouxe a união entre as tribos; ao contrário, aguçou ainda mais a disputa pelas melhores terras e pelo domínio da região petrolífera. A Guerra de Biafra ocorrida entre 1967 a 1970, é um exemplo disso. A tribo do Ibos, encontra-se sobre uma área com importantes jazidas de petróleo e proclamou a independencia em 1967 criando a República de Biafra que resistiu durante três anos (estimulada pela França que tinha interesse no petróleo). Com um saldo de mais de um milhão de mortos, o conflito terminou em 1970, sem que os Ibos tivessem obtido realmente a independência de Biafra.
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