Como Exportar Espanha



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Transcrição:

entre Ministério das Relações Exteriores Departamento de Promoção Comercial Divisão de Informação Comercial

SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 2 MAPA... 4 DADOS BÁSICOS... 5 I - Aspectos gerais... 6 1. Geografia... 6 2. População, centros urbanos e nível de vida... 6 3. Transportes e comunicações... 9 4. Organização política e administrativa...11 5. Organizações e acordos internacionais...11 II - Economia, moeda e finanças... 12 1. Conjuntura econômica...12 2. Principais setores de atividade...14 3. Moeda e finanças...17 4. Sistema bancário...19 V - Acesso ao mercado... 39 1. Sistema tarifário da União Européia...39 2. Regulamentação de importações...46 3. Regulamentação específica...50 4. Regimes especiais...50 VI - Estrutura de comercialização... 52 1. Canais de distribuição...52 2. Promoção de vendas...57 3. Práticas comerciais...57 VII - Recomendações às empresas brasileiras... 59 ANEXOS... 62 I Endereços...62 II - Comunicações com o Brasil...74 III - Informações práticas...75 BIBLIOGRAFIA...77 III -Comércio exterior... 20 1. Evolução recente...20 2. Direção do comércio exterior...21 3. Composição do comércio exterior...24 4. Participação brasileira nas importações espanholas 25 IV - Relações econômicas e comerciais Brasil-... 29 1. Evolução recente...29 2. Composição do comércio Brasil-...30 3. Investimentos brasileiros na...37 4. Investimentos espanhóis no Brasil...37 5. Principais acordos bilaterais...38 SUMÁRIO

2INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Com uma posição geográfica privilegiada, possuindo saídas para o Mar Mediterrâneo e Oceano Atlântico, a é hoje a 7ª maior economia da UE e está entre as quinze maiores potências comerciais do mundo. Segundo o Boletim de Comércio Exterior do Ministério de Comércio da, no ano de 2004, as exportações espanholas cresceram 6,3% frente aos 5,4% obtidos em 2003, e as importações aumentaram em 12,5%, resultado superior aos 6,0% apresentados em 2003. Com relação ao comércio bilateral, segundo dados desse mesmo boletim, em 2004 as exportações espanholas para o Brasil aumentaram 24,7%, comparado ao mesmo período do ano anterior, e as exportações brasileiras à aumentaram 14,2%, resultado que evidencia um significativo aumento das relações comerciais entre os dois países. O comércio entre Brasil e, entretanto, não tem o dinamismo e a envergadura que seriam compatíveis com a dimensão das respectivas economias, revelando uma margem significativa de possibilidades de crescimento. O Brasil necessita fazer esforço adicional para aumentar as exportações de produtos manufaturados, que, apesar de ser o setor mais importante do seu comércio exterior, é elemento secundário no intercâmbio com a. O intercâmbio comercial entre o Brasil e a foi marcado, no período de 1980 a 1993, por duas fases, com níveis distintos de intercâmbio, cujo período de transição coincide com a entrada da na atual União Européia. Isso permite inferir que a efetivação da União Européia e a plena inserção da nesse processo de integração introduziram novos e importantes elementos no relacionamento comercial Brasil-. Entre 1993 e 1995 pode ser observada uma terceira fase, motivada pela abertura da economia brasileira às importações. Com efeito, a análise do quadro de importações e exportações entre os dois países mostra as três fases bem caracterizadas: Fase anterior ao ingresso da na UE, de 1980 a 1985, o comércio Brasil- situou-se em níveis médios anuais de 363,13 milhões; Fase posterior ao ingresso da na UE, de 1986 a 1993, na qual os valores médios anuais do intercâmbio aumentaram para 627,4 milhões, representando um crescimento médio de 72%; Período de abertura da economia brasileira às importações, de 1993 a 1995, com crescimento médio do intercâmbio comercial de 35,6% ao ano, e intercâmbios da ordem de 927,14 milhões. O comércio bilateral entre ambos os países foi crescendo paulatinamente nos últimos anos. De acordo com as cifras espanholas, em 2004, as importações do Brasil chegaram a 1,896 bilhão de euros, 6,4% a mais que em 2003. E as exportações para o Brasil alcançaram 1,087 bilhão de euros, 11,7% a mais que em 2003. Os principais produtos exportados pelo Brasil para a no ano de 2004 foram: soja (mesmo triturada), farelo e resíduos da extração de óleo de soja, minérios de ferro e seus concentrados, carne bovina, camarão congelado, produtos semi-manufaturados de ferro ou aço e produtos laminados, madeira cerrada, milho em grãos e café cru em grãos. No que se refere às importações brasileiras procedentes da no ano 2004, os principais produtos foram: partes e peças de aviões e helicópteros, inseticidas e formicidas, partes e peças para automóveis, querosene (exceto de aviação), e medicamentos para medicina humana e animal. No que se refere à participação no mercado exterior da, o Brasil ocupava, em dezembro de 2004, o 19º lugar nas exportações, com 1,1 bilhão de euros, e nas impor-

3 tações o Brasil ocupava o 21º lugar, com 1,9 bilhão de euros. A tendência de crescimento das importações brasileiras provenientes da parece resultar do aproveitamento das oportunidades surgidas a partir do processo de liberalização da economia brasileira e do esforço do setor exportador espanhol no sentido da diversificação de mercados, principalmente direcionado à América Latina, considerada área prioritária de atuação. Cabe ressaltar que grande parte das exportações espanholas é diretamente relacionada com os investimentos e acordos comerciais realizados com o Brasil, como no setor de partes e peças para a indústria aeronáutica (Gamesa / Embraer) e autopeças. O interesse espanhol em estreitar as relações com os países da América Latina cria oportunidades que devem ser aproveitadas pelos empresários brasileiros no sentido de incrementar as exportações. Deve-se ter em vista, inclusive, o mercado da UE como objetivo final, o qual acabou de ser ampliado, com o ingresso de países do leste europeu, transformando-se na União Européia dos 25, o que gera novas oportunidades. Observa-se que grande parte das exportações brasileiras para o mercado espanhol ainda é composta por produtos primários, sendo que a cada ano cresce o número de produtos elaborados como: confecções, móveis, material de construção, bijuteria e objetos de decoração, e produtos de madeira elaborada. O investimento espanhol no Brasil, a partir da segunda metade dos anos 90, foi o grande protagonista das relações bilaterais entre os dois países. INTRODUÇÃO

4MAPA

5DADOS BÁSICOS DADOS BÁSICOS Capital: Madri Área: 505.955 km 2 População: - Recenseamento (2004) 43.197.684 - População de fato (Censo 2001) 40.847.371 Comércio exterior (dez/2004): Exportações: 146.460.358.000 Importações: 207.129.961.000 Intercâmbio comercial Brasil- (dez/2004): Exportações brasileiras: 1.896.135.000 Importações brasileiras: 1.087.037.000 Densidade demográfica: 80,7 hab/km 2 (censo 2001) População ativa (2004): 19.330,4 (milhares) - Empregados: 17.323,3 (milhares) - Desempregados: 2.007,1 (milhares) População Inativa: 15.143,9 (milhares) Taxa de desemprego: 10,38 % (2004) Principais cidades: Barcelona, Valência, Sevilha, Saragoza, Málaga, Murcia, Bilbao, Las Palmas, Palma de Mallorca e Valladolid. Moeda: euro ( ) Cotação: US$ 1,00 = 0,76 (janeiro 2005) 1,00 = US$ 1,31 (janeiro 2005) PIB, a preços de mercado (pr. correntes): 793.000 milhões (2003) 798.672 milhões (2004) PIB per capita: 18.202 (2003) 18.548 (2004)

6ASPECTOS GERAIS I - ASPECTOS GERAIS 1. Geografia Localização e superfície A limita-se ao norte com a França e a oeste com Portugal. É banhada ao norte pelo Mar Cantábrico, a sudoeste pelo Oceano Atlântico e a leste e sudeste pelo Mar Mediterrâneo. Com uma superfície total de 505.955 km 2 o território espanhol ocupa a maior parte da Península Ibérica (493.484 km 2 ), além das Ilhas Baleares (4.992 km 2 ) e Ilhas Canárias (7.447 km 2 ). A soberania espanhola abrange ainda algumas pequenas ilhas próximas do Marrocos e duas cidades situadas no norte da África, fundadas pela, antes, inclusive, da consolidação do Marrocos como Estado: Ceuta e Melilla. A grande extensão do litoral, explicada pela condição peninsular da, aliada à localização entre o Atlântico Norte e o Mar Mediterrâneo e à grande proximidade do continente africano, do qual é separada pelo Estreito de Gibraltar, concedem ao país uma posição estratégica. A distância entre Madri e as principais cidades espanholas e entre Madri e algumas das principais capitais do continente é: Barcelona.. 621 km Bilbao 395 km Sevilha 538 km Valência... 352 km Zaragoza.. 325 km Paris 1.260 km Lisboa.. 644 km Roma.. 2.066 km Berlim.. 2.360 km Regiões geográficas e clima Grande parte do território espanhol é composto pela Meseta Central, com altitude média de 700 m. Ao norte encontra-se a Cordilheira Cantábrica e a nordeste os Pirineus. O Sistema Ibérico a leste e a Serra Nevada a sudeste completam as partes mais altas do país, que coexistem com extensas planícies. As áreas do noroeste são verdes e úmidas, enquanto certas zonas do sudeste são áreas extremamente secas. A insular é bastante distinta, constituída pelas Ilhas Baleares, famosas por suas praias e belezas naturais, e pelas Ilhas Canárias, que são formadas por uma imensa cordilheira vulcânica. A apresenta grande variedade climática. Seu clima pode ser classificado, em termos gerais, como mediterrâneo. As regiões costeiras do norte apresentam características de clima temperado úmido, enquanto o clima da costa do Mediterrâneo, incluindo as Ilhas Baleares, é fresco no inverno, quente e seco no verão. No interior da península o clima é seco, com invernos relativamente frios (média de 2ºC) e verões quentes (média de 30ºC). Em Madri, o mês mais quente é julho, quando a temperatura mínima é de 16ºC e a máxima de 35ºC; o mês mais frio é janeiro, época em que a temperatura varia entre 0ºC e 8 ºC. 2. População, centros urbanos e nível de vida População A população da era de aproximadamente 43,2 milhões de habitantes em 2004, o que representa uma densidade demográfica de aproximadamente 85,4 habitantes por km 2. A maior parte da população está na região de Madri, com 5,8 milhões de habitantes, mais de 726,05 habitantes por km 2,

7 seguido pelo País Basco, as Ilhas Canárias, a Catalunha, as Ilhas Baleares e a região de Valência. Há regiões, como Castilla-La Mancha, Aragón, Extremadura e Castilla-León, onde a densidade demográfica é inferior a 30 habitantes por km 2. As Comunidades Autônomas mais populosas são: Madri, com 5.423.384 habitantes e a Catalunha, com 6.343.110 habitantes. No ano de 2003, o crescimento vegetativo da população espanhola (diferença entre nascimentos e óbitos) foi de 56.134, valor superior ao dos anos anteriores. Essa diferença tem como principal causa o crescimento vegetativo dos estrangeiros, que foi de 44.600, ou seja, 79,5% do total. A expectativa de vida na experimentou uma evolução favorável, com cifras de 72,38 anos de vida estimada em 1990 a 78,26 anos em 1996 e atualmente passou a ser de 81-82 anos para o conjunto da sociedade espanhola, e mais concretamente de 79-80 anos para homens e 83-84 para mulheres. Com respeito à idade dos espanhóis, nos últimos anos verificou-se o envelhecimento da população, conseqüência do baixo índice de natalidade da. Indicadores demográficos 2004 (em milhares de habitantes)..... Setores Número Setores Número População economicamente ativa 18.821,9 Total de mulheres 19.996,4 Total de homens 19.235,4 População até 15 anos 6.091,9 População de 16 a 24 anos 4.317,0 População de 25 a 54 anos 17.695,5 População acima de 55 anos 11.127,4 Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas (INE) Centros urbanos População das principais cidades (2004) Cidade População Albacete 156.466 Alicante 310.330 Palma de Mallorca 368.974 Barcelona 1.578.546 Córdoba 319.692 Coruña (La) 242.846 Granada 238.292 Donostia-São Sebastião 182.644 Madri 3.099.834 Málaga 547.731 Murcia 398.815 Pamplona 191.865 Palmas de Gran Canaria 376.953 (Las) Salamanca 160.415 Santa Cruz de Tenerife 219.446 Cidade População Santander 183.799 Sevilha 704.203 Valência 785.732 Valladolid 321.713 Vitória 223.702 Bilbao 352.317 Zaragoza 638.799 Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas (INE) ASPECTOS GERAIS

ASPECTOS GERAIS Comunidades Autônomas Distribuição da população nas Comunidades Autônomas a 1.1.2004 Revisão Censo 03 Revisão Censo 04 Variação Absoluta Relativa Total Nacional 42.717.064 43.197.684 480.620 1,1 Andaluzia 7.606.848 7.687.518 80.670 1,1 Aragón 1.230.090 1.249.584 19.494 1,6 Asturias (Principado de) 1.075.381 1.073.761-1.620-0,2 Baleares (Ilhas) 947.361 955.045 7.684 0,8 Canárias 1.894.868 1.915.540 20.672 1,1 Cantábria 549.690 554.784 5.094 0,9 Castilla-La Mancha 1.815.781 1.848.881 33.100 1,8 Castilla e León 2.487.646 2.493.918 6.272 0,3 Catalunha 6.704.146 6.813.319 109.173 1,6 Comunidade Valenciana 4.470.885 4.543.304 72.419 1,6 Extremadura 1.073.904 1.075.286 1.382 0,1 Galícia 2.751.094 2.750.985-109 0,0 Madri (Comunidade de) Múrcia (Região de) Navarra (Comunidade Foral de) 5.718.942 5.804.829 85.887 1,5 1.269.230 1.294.694 25.464 2,0 578.210 584.734 6.524 1,1 País Basco 2.112.204 2.115.279 3.075 0,1 Rioja (La) 287.390 293.553 6.163 2,1 Comunidades Autônomas Revisão Censo 03 Revisão Censo 04 Variação Absoluta Relativa Ceuta 74.931 74.654-277 -277 Melilla 68.463 68.016-447 -0,7 Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas (INE) Principais indicadores socioeconômicos PIB per capita em (2004) 18.548 Núcleos familiares por 100 habitantes (2001) 51,0 % Casas com linha telefônica (2003) 88,1 % Casas com televisão (2003) 99,5 % Analfabetismo (16 anos ou mais 2003)..2,9 % Médicos por 1000 habitantes (2002)..4,3 % Taxa de mortalidade infantil por 1.000 nasc. vivos (2002) 3,4 % Fonte: Ministério da Administração Pública (MAP) e I.N.E. Principais grupos culturais, idioma e religião A tem uma grande riqueza cultural, conseqüência da evolução histórica da Península Ibérica, com períodos de domínio visigodo, romano e islâmico culminado com a reconquista cristã. Dessa maneira, podemos examinar diferentes grupos culturais: em primeiro lugar, está a região central ou Castilha, origem da língua oficial de todo o país, o castelhano. No nordeste e sudeste estão a Catalunha, Valência e Ilhas Baleares, onde a língua oficial, além do castelhano, é o catalão. No sul, está Andaluzia, cuja região geográfica de Granada restou sob domínio muçulmano até 1492, fato que denota uma grande diferença cultural. No norte, está o País Basco, que também tem outra língua oficial além do castelhano, que é o basco ou euskera, a qual não tem origem latina. Finalmente, na região noroeste está a Galícia, que também tem outra língua oficial, o galego, bastante similar ao português, conseqüência da proximidade geográfica com Portugal. No âmbito religioso, mesmo que a seja um Estado laico, o catolicismo é a religião principal. Ademais, o Estado tem acordos com o credo evangélico e com as religiões muçulmana e judia. A própria Constituição espanhola, ao mencionar a condição da como Estado laico estabelece uma obrigação dos Poderes Públicos de colaborar com todos

9ASPECTOS GERAIS os credos religiosos, em especial, com a Igreja Católica, credo principal da sociedade espanhola. Dessa forma, o Estado financia, por meio do orçamento geral, atividades da Igreja Católica no âmbito social, assinando vários acordos tanto com a Igreja Católica como com as religiões muçulmana, judia e evangélica. 3. Transportes e comunicações Transportes Rede rodoviária As rodovias são atualmente o principal meio de transporte na. A rede rodoviária espanhola possui uma extensão de 163.577 km e é composta de autopistas de pedágio, autopistas livres de pedágio, autovias, rodovias de pistas dupla e estradas convencionais, além das estradas e ruas em centros urbanos e as estradas ou caminhos agrícolas e florestais. Há dois tipos de rodovias que unem as capitais da : autopistas e autovias. As autopistas pertencem à iniciativa privada, cobram pedágio e localizam-se ao longo das regiões mais ricas e populosas do norte e do leste do país, enquanto as autovias são construídas pelo estado e livres de pedágio. Esse sistema dual de rodovias não impossibilita a circulação pelos principais eixos do país por autovias e rodovias nacionais de dupla pista, livres de pedágio. Algumas partes do noroeste espanhol e de Extremadura, na fronteira com Portugal, possuem estrutura rodoviária ainda deficiente. Há planos governamentais para a construção de mais 3.500 km de estradas até 2007, em cronograma apoiado por fundos da União Européia, embora as necessidades sejam ainda maiores. Rede ferroviária As ferrovias foram, até poucas décadas atrás, o principal meio de transporte na. Com o incremento da rede rodoviária, o transporte ferroviário passou a funcionar como forma complementar e especializada em relação ao transporte rodoviário. Nos últimos anos, nota-se um decréscimo considerável no tráfego por ferrovias, que representa, atualmente, cerca de 4% do transporte total de carga e 6% do transporte de passageiros. A topografia acidentada do território e as grandes distâncias a serem cobertas, bem como a largura das bitolas, incompatível com o restante do sistema europeu, dificultam o melhor aproveitamento e a modernização das ferrovias espanholas. Apesar dessas dificuldades, a é hoje um dos países da União Européia que demonstra maior dinamismo nesse campo com a implantação do Programa de Infra-estruturas Ferroviárias, que tem como principais objetivos aumentar a demanda do transporte ferroviário interurbano por meio da melhoria nos serviços de passageiros de longa distância e regionais; fazer do trem um meio de transporte competitivo pelo qual todas as capitais estejam a menos de 4 horas de Madri e nenhuma província esteja a mais de 6 horas e meia de Barcelona; aumentar o número de passageiros; melhorar os resultados econômicos da exploração do transporte ferroviário. Em 1992, foi inaugurada a primeira ferrovia espanhola de alta velocidade, com largura igual à utilizada internacionalmente, ligando Madri e Sevilha. O sucesso dessa ferrovia deu impulso à elaboração de um projeto que se destina a dotar diversas regiões do país com ferrovias de largura igual às ferrovias da maioria dos países europeus, tendo como uma das principais metas a ligação Madri-Barcelona-França, além de melhorar a estrutura ferroviária do país. Para cumprir essas metas, atualmente estão sendo

10 construídas diferentes redes ferroviárias de alta velocidade. Desta forma, Madri se unirá a Barcelona, Valência, Valladolid e Lérida com a implantação do AVE (trem de alta velocidade). A operação do AVE na rota Madri-Zaragoza-Lérida foi iniciada em 2004. As principais cidades espanholas se encontram atualmente conectadas pela rede ferroviária mediante trens de alta velocidade TALGO (menos velozes que o AVE) e estas cidades, por sua vez, também estão conectadas por meio de ferrovias com trens de cercanias com os municípios menores de suas respectivas regiões. Transporte marítimo avião como meio de transporte, tanto para viagens nacionais como internacionais. Desta forma, se em 1994 houve um número total de 91.725.603 passageiros, em 2003 houve 153.826.341, que, comparado ao ano de 2002, representa um acréscimo de 7,5%. Com respeito aos vôos nacionais, em 2003, totalizaram 62.928.063 passageiros. Em vôos internacionais, o total foi de 89.047.440 passageiros. Os vôos comerciais atenderam a 151.975.503 passageiros. Os principais aeroportos espanhóis são o de Madri/Barajas, com 35.855.861 passageiros em 2003, de Palma de Mallorca e Barcelona. A chegada de mercadorias no mercado espanhol ocorre, em sua quase totalidade, por meio de 41 portos comerciais, em sua maioria, pequenos e médios. Quatro dos maiores portos estão situados na costa mediterrânea: Barcelona, Tarragona, Valência e Cartagena. Destacam-se também Algeciras, localizado no Estreito de Gibraltar, Huelva, no Atlântico Sul, La Corunha, no Atlântico Norte, Gijón e Bilbao, no Mar Cantábrico e Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias. Em 2003, o total do tráfego do sistema portuário estatal foi de 381,9 milhões de toneladas, com um acréscimo de 4,21% em relação ao ano anterior. No ano de 2003, como nos anos anteriores, o Sistema Portuário Estatal manteve o nível de investimento, consolidando seu volume de 694,8 milhões de euros, aplicado fundamentalmente na modernização da infra-estrutura e no aumento da capacidade portuária, e também nos seus equipamentos e instalações. Transporte aéreo Na há cada vez mais pessoas que utilizam o Comunicações A situação atual do sistema de telecomunicações na é de consolidação. As empresas reduziram custos, destacando os esforços das principais companhias de acesso fixo, Telefônica da e AUNA. Destaca-se também a fusão das duas redes de televisão a cabo, com a criação de Via Digital. Com respeito à telefonia celular, na há três companhias: Telefônica Móveis, Vodafone e Amena. Em 2003, 87,2% dos espanhóis tinham telefone celular. O país possui, além de duas emissoras estatais de TV, TVE 1 e TVE 2, canais mantidos pelos governos regionais de Madri, Catalunha (duas estações), País Basco (duas estações), Valência (duas estações), Galícia, Andaluzia e Castilla la Mancha, que muitas vezes têm programação conjunta. As emissoras privadas são Antena 3, Telecinco e Canal Plus. Os principais jornais espanhóis de informação geral são: ABC, El Mundo, El País e La Vanguardia. ASPECTOS GERAIS

11 4. Organização política e administrativa Organização política O regime político da é a Monarquia Parlamentarista em que o Rei é o Chefe do Estado e o Primeiro Ministro é o Chefe de Governo. Compete ao Rei indicar ao Congresso um candidato à chefia do Governo, após conhecer os resultados das eleições gerais, bem como nomear os Ministros. A administração do Estado espanhol compõe-se, atualmente, dos seguintes ministérios: Organização administrativa A se divide em cinqüenta províncias, organizadas em dezessete Comunidades Autônomas, além das cidades autônomas de Ceuta e Melilla. As províncias, por sua vez, se subdividem em mais de 8.000 municípios, nos quais a população se encontra dividida de forma bastante desigual. As Comunidades Autônomas constituem a organização autônoma do Estado, enquanto as províncias e os municípios formam a administração local. Ministério de Assuntos Exteriores e Cooperação Ministério de Justiça Ministério de Interior Ministério de Defesa Ministério de Fazenda e Economia Ministério de Proteção Ministério de Meio Ambiente Ministério de Educação e Ciência Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais Ministério de Indústria, Turismo e Comércio Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação Ministério da Presidência Ministério para as Administrações Públicas Ministério de Cultura Ministério de Sanidade e Consumo Ministério de Habitação As Cortes Gerais, que constituem o Parlamento espanhol, são compostas por duas Câmaras: o Congresso dos Deputados, eleitos para um mandato de quatro anos, e o Senado, composto por 208 membros eleitos e 46 indicados pelos Parlamentos das Comunidades Autônomas. 5. Organizações e acordos internacionais A pertence, entre outros, aos seguintes organismos internacionais: ONU - Organização das Nações Unidas UE - União Européia OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico FMI - Fundo Monetário Internacional BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte OMC - Organização Mundial do Comércio ASPECTOS GERAIS

12 II - ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS 1. Conjuntura econômica Após a Segunda Guerra Mundial, a ficou isolada do resto do mundo. O modelo de desenvolvimento autoritário fechou as fronteiras não só para o comércio de bens e serviços, mas também para os investimentos estrangeiros. Os altos volumes de bens importados, equipamentos e matérias-primas para a indústria, aliados à fraca competitividade dos produtos espanhóis no mercado internacional, geraram significativo desequilíbrio no balanço de pagamentos. Na década de 70, com a primeira crise do petróleo, os preços industriais se elevaram de tal forma que foi impossível a adaptação da indústria às novas condições do mercado. Com a segunda crise do petróleo, em 1978-79, os desequilíbrios das contas nacionais agravaram-se ainda mais. A inflação e o déficit do setor público e do balanço de pagamentos desestimularam os investimentos estrangeiros. As primeiras medidas rigorosas de ajuste macroeconômico foram tomadas a partir de 1977, com os chamados Pactos de la Moncloa, comprometidos com a desvalorização cambial, acompanhada de política monetária restritiva e uma política de renda comprometida com as reformas estruturais. Nos fins da década de 80, com a redução dos desequilíbrios macroeconômicos, iniciou-se um ciclo de crescimento da economia espanhola, graças à expansão da demanda interna e também ao incremento no volume de capitais estrangeiros que ingressaram no país. Em 1986, a integrou-se à Comunidade Européia atual União Européia e atingiu crescimento real da ordem de 20% entre 1986 e 1990, aproximando-se do nível médio de vida do europeu. Contudo, a partir de 1988 a economia começou a dar sinais de esgotamento da sua fase expansiva, o que se comprovou por meio do crescimento da inflação e da deterioração do balanço de pagamentos. Em 1989, foi imposta política monetária restritiva para corrigir os desequilíbrios do mercado interno. Nos primeiros seis anos da década de 90 o Produto Interno Bruto espanhol cresceu, em média, apenas 0,2% ao ano. Em 1993, as contas nacionais entraram em colapso em razão, principalmente, da expressiva queda na demanda interna e o PIB registrou decréscimo da ordem de 1,0%. Em 1994, o crescimento real do PIB de 2,1% garantiu à a posição de quinta maior economia da Europa, depois da Alemanha, França, Reino Unido e Itália. Comparando a estrutura da composição do PIB nos anos de 1985 e 1994, pode ser observado o crescimento na participação dos setores de serviços e da construção em detrimento dos setores da agricultura, silvicultura e pesca, da indústria, mineração e serviços públicos. Em valores, o PIB espanhol atingiu 437,8 bilhões em 1995. Entre os últimos anos da década de 90 e os primeiros do século XXI, a economia espanhola continuou crescendo, em parte, devido à evolução do setor da construção civil, que entre 1995 e 2002 cresceu 38,1 %, fato que resultou em um PIB de 793 bilhões no ano de 2003, posicionando a como uma das economias mais fortes do mundo. Em 2004, o PIB foi de aproximadamente 798,7 bilhões de euros. Atualmente, depois da última e mais complexa ampliação da UE, com a incorporação de Chipre, Malta, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Polônia e a República Tcheca, surgiu um novo mercado para a economia espanhola. No entanto, o impacto será maior nos países fronteiriços dos novos sócios, como Alemanha, Áustria e Itália. De qualquer forma, como conseqüência da abertura desses novos ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

13 mercados, abrem-se oportunidades para os países ibero-americanos investirem na. Produto interno bruto a preços correntes, 2000-2004 2000 2001 2002 2003 2004 PIB ( bilhões) 609,7 653,3 696,2 793,0 798,6 Cresc. real (%) 4,4 2,8 2,2 2,5 2,7 Fonte: Instituto Nacional de Estatística - INE Formação do PIB, por principais setores de atividades, 1996, 2003 e 2004 ( milhões) Setores da atividade 1996 2003 2004 Agricultura, silvicultura e pesca 21.548 21.932 22.311 Energia 17.341 20.221 20.970 Indústria 80.469 109.494 115.135 Construção 32.217 67.600 76.050 Serviços 275.319 450.934 480.726 Total 464.255 744.754 798.672 Fonte: Instituto Nacional de Estatística INE Desde o ingresso da na União Européia, o nível de emprego tem aumentado aceleradamente. No qüinqüênio 1986-1990, o pico de crescimento da economia espanhola e a conseqüente criação de novas empresas causaram quedas significativas no desemprego, apesar do aumento da população ativa. Em 1993 foi aprovada reforma na legislação trabalhista, regulamentando as relações de trabalho, facilitando as negociações coletivas e dando flexibilidade aos contratos de trabalho, com o objetivo de reduzir o índice de desemprego. No triênio 1993-1995, entretanto, a taxa de desemprego permaneceu em patamares muito altos. Em 1995, o índice de desemprego espanhol foi de 22,9%, menor que no ano anterior, mas ainda muito acima da média da UE, em torno de 10,9%. Desde 1996 a taxa de desemprego na vem diminuindo até chegar próximo de 11% da população ativa. Mesmo com essa evolução positiva, a taxa de desemprego espanhola continua sendo uma das mais altas da Europa, situação que se agrava no caso da taxa de desemprego feminino, que no final de 2004 era de 15,1 %, enquanto a média da Europa dos 25 era de 10%. Taxa de desemprego, 2000 2004 (em % da força de trabalho) Ano 2000 2001 2002 2003 2004 Taxa 13,44 10,50 11,45 11,20 14,39 Fonte: Instituto Nacional de Estatística INE No âmbito dos países da zona do euro, a é o que registrou maior inflação nos últimos anos, superando inclusive a Grécia e a Itália, países que tradicionalmente têm inflação mais alta que a. Desta forma, se no período de setembro de 2003 a setembro de 2004, a inflação na foi de 3,6%, a inflação da zona do euro foi de 2,4%. Curiosamente, a teve a mesma taxa de inflação que o conjunto da União Européia dos 25 países membros (UE-25), ou seja, uma inflação superior à inflação da zona do euro no mesmo período. A inflação anual na zona do euro aumentou 2,4%, enquanto na União Européia (UE) o aumento foi de 2,2% em outubro de 2004, segundo a Oficina de Estatística Comunitária (Eurosat). Essas cifras representam um aumento de 4 e 3 décimos de pontos em comparação com as cifras registradas em outubro de 2003, quando a inflação da zona do euro foi de 2,0%, e a da União Européia (UE) de 1,9%. O Governo da segue com uma política monetária similar à da última década, ou seja, continuar com as reformas de mercado para provocar uma maior competitividade e a liberalização das empresas públicas. No entanto, ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

14 como conseqüência da última ampliação da UE, os fundos de coesão percebidos pela serão reduzidos no período 2007-2013, pois parte dos recursos será destinada aos novos Estados-Membros da Europa Oriental. Variação anual do índice de preços ao consumidor, 2000-2004 (em%) 2000 2001 2002 2003 2004 4,0 2,7 4,0 2,6 3,1 Fonte: Instituto Nacional de Estatística INE 2. Principais setores de atividade a) Agricultura, silvicultura e pesca A específica configuração geográfica da, sua condição peninsular e insular, e sua exposição às influências atlântica e mediterrânea, provocaram uma diversificação dos meios agroclimáticos, que unidos à ação humana, deram início a uma variedade de sistemas agrários e de formas de assentamento humano. Os produtos agrícolas significam mais de 50% da produção final agrária, algo mais de 12% da produção da União Européia, destacando-se a produção horto-frutícola, o vinhedo, o olival e os cereais. Nos últimos quarenta anos, a população dos municípios espanhóis de menos de 10.000 habitantes passou de 57% da população para somente 23%, enquanto as zonas rurais representam mais de 80,2% da superfície total. Essas circunstâncias demandaram a formulação de uma política de desenvolvimento rural. A política agrária, como a de outros países europeus, é pautada pela política agrícola comum. A origem das políticas agrárias atuais se deu em novembro de 1996, quando estudiosos dos distintos países comunitários e observadores de outros países europeus aprovaram a Declaração de Cork (Irlanda). Nessa reunião, após analisar detalhadamente os câmbios nas relações comerciais internacionais, a liberalização dos mercados agrários e o efeito que esses fatos teriam sobre as áreas rurais européias, foram propostas fórmulas para manter a riqueza cultural e natural da Europa rural, e projetar um novo papel para a sociedade do novo século, evitando qualquer efeito negativo para seus habitantes. Evolução agrícola: itens selecionados, 1994, 1999, 2000, 2002 e 2003 (em mil toneladas) Discriminação 1994 1999 2000 2002 2003 Trigo 4.132 4.774 7.333 6.783 6.290 Cevada 7.596 9.382 8.333 8.698 Milho 2.266 3.047 3.898 4.463 4.339 Aveia 394 916 873 Arroz 394 570 798 816 855 Açúcar de 8.005 7.361 8.232 beterraba Alfafa 12.390 14.621 Frutas cítricas 4.963 4.796 5.374 5.739 5.365 Outros vegetais 6.109 6.396 Outras frutas 3.065 3.233 Tomates 2.894 3.170 3.583 3.878 3.849 Batatas 4.075 5.331 3.138 3.099 2.790 Semente de 984 1.312 848 757 769 girassol Azeitonas 2.543 2.983 Azeite de oliva 462 639 962 850 1.387 Fonte: MAPA ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

15 A é um país eminentemente marítimo, no qual os produtos da pesca sempre deram uma contribuição fundamental de proteínas à dieta alimentar. Isso favoreceu o desenvolvimento de atividades pesqueiras, inclusive nas águas exteriores e longínquos lugares propícios às redes de pesca. A pesca é, portanto, uma atividade tradicional, que se desenvolveu no decorrer do tempo, sendo atualmente uma das mais importantes dentro da União Européia. Devemos recordar que a tem 8.000 km de litoral. Entre os países da UE, a é o maior consumidor per capita de peixes (43kg/ano) e o segundo do mundo, superado apenas pelo Japão. b) Indústria A política industrial espanhola, comum a toda UE, concentra-se principalmente na promoção e estímulo à pequena e média empresas, que a longo prazo serão o motor da economia. Nesse sentido, destaca-se o Programa Plurianual a favor da empresa e do espírito empresarial, em particular para as pequenas e médias empresas (2001-2005). Destacam-se os seguintes objetivos: Promover o crescimento e a competição das empresas numa economia internacional baseada no conhecimento. Promover o espírito empresarial. Simplificar e melhorar o conjunto administrativo e normativo das empresas, para favorecer a investigação, a inovação e a criação de empresas. Melhorar o ambiente das empresas, particularmente das PYME (pequenas e médias empresas). Facilitar o acesso das empresas aos serviços de apoio aos programas, às redes comunitárias, e melhorar sua coordenação. No conjunto do Programa Plurianual, a cada ano se aprova um programa de trabalho com uma série de projetos: instrumentos financeiros em benefício das PYME (pequenas e médias empresas), relatórios para reunir boas práticas dos Estados-Membros e formular recomendações futuras, estudos, foros e seminários, etc. O setor automotivo é o mais importante do setor. Entre os países da União Européia, a é o terceiro maior produtor, depois da Alemanha e França; e no âmbito mundial, é o quinto maior produtor de automóveis. O setor industrial espanhol é concentrado ainda na indústria pesada, siderúrgica e naval, e nos tradicionais setores têxtil e de calçados. ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

16 Índices de produção industrial: taxa de variação média, 1990-2002 (em%) Indústrias 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 BENS DE CONSUMO 0,1-0,8-2,8-4,8 7,3 4,7 6,7 5,4 1,9 1,2-1,6 3,0 Alimentos, bebidas e cigarros 4,6 1,9-3,8 1,6 3,9-1,7 7,5 4,4-0,1-0,9 0,4 3,1 Sapatos, vestidos e confecções 1,7-4,9-8,4 8,6-2,0 1,5 2,7-3,2-5,4-3,6-9,1 BENS DE PRODUÇÃO -4,2-9,4-5,0-7,8 7,6 3,0 8,4 3,2 6,1-3,4-8,7 Estruturas metálicas e objetos de cobre 1,8-3,5 6,3 1,2 8,9-2,6 3,9-2,6-4,5-2,6 Material de transporte -2,8 0,6 2,1 28 6,4 6,6 8,1-2,8 Máquinas e equipamentos -5,9-9,9-6,0 0,7 9,7 0,7 4,9 6,0 1,4 7,0-3,5-8,0 BENS INTERMEDIÁRIOS -0,8-1,0-2,4-4,4 7,3 4,5 5,9 4,2 3,1 5,5-0,1 0,9 Energia e água 2,2 1,5 0,7-3,6 1,2 0,2 5,1 1,1 4,4 7,0 3,0 0,0 Materiais de construção 3,6-1,8-7,6-4,8 7,8 7,2 6,4 5,2 4,9 1,2 2,6 Fonte: Instituto Nacional de Estatística - INE c) Serviços O setor de serviços é dominado pelo turismo, um dos ramos mais importantes da economia do país, responsável por 11% do PIB e que absorve aproximadamente 11,3% da população economicamente ativa. No âmbito mundial, a é um dos principais receptores de turistas e, para tanto, possui infra-estrutura e know-how adequados. Em 2004, a recebeu 53 milhões de turistas, 1,1% a mais que no ano de 2003. A exemplo das diretrizes voltadas para o setor industrial, a objetiva incrementar o turismo através da modernização das estruturas existentes e treinamento de mão-de-obra capacitada na conservação e recuperação dos monumentos e nos serviços voltados ao turista, para oferecer maior qualidade de apoio prestado. Atualmente, a tem o objetivo de manter e ampliar o bom ritmo de seu mercado turístico diante da concorrência dos países da Europa Oriental, que funcionam com uma oferta turística similar, a um custo bastante inferior. d) Energia A energia é um setor decisivo da economia pela sua importância para a indústria e, sobretudo, pelo seu valor estratégico e por ser elemento imprescindível de qualquer indústria ou serviço. Os objetivos da política energética espanhola são: a segurança no abastecimento energético, a competição dos mercados de energia e a proteção ao meio ambiente. A política energética espanhola tem respondido ao novo contexto: após a privatização do setor energético, promovida pelas novas leis dos setores elétrico e de hidrogênio carbonado, surgiu um profundo processo de liberalização dos mesmos. Os monopólios ou quase monopólios estatais energéticos estão se convertendo em empresas privadas de serviços que podem ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

17 competir e que fornecem, entre outros, produtos petrolíferos, gás e eletricidade. O país desenvolve ainda uma política ativa nos aspectos ambientais da energia, com a inclusão da proteção ao meio ambiente na Lei do Setor Elétrico, na Lei do Setor de Hidrogênio Carbonado e com a aprovação do Plano de Desenvolvimento de Energias Renováveis, que pretende elevar até 2010 a participação dessas energias a 12% do abastecimento total. O acréscimo da potência de origem eólica na rede elétrica da está aumentando de forma notável. A ocupa o segundo lugar mundial em energia eólica, atrás da Alemanha. A potência calculada para os próximos anos é de cerca de 10/14 GW. Em 1996, a Comissão Européia concedeu uma subvenção de 114 milhões de euros para desenvolver as energias renováveis, mediante investimentos diretos do IDAE (Instituto para a Diversificação e Economia de Energia). Em abril de 2004, havia 36 parques eólicos instalados na, com potência de 115 MW. Em 1998, o setor eólico espanhol deu trabalho direto e indireto a mais de 4.000 pessoas nos setores de promoção, implantação, fabricação, operação e manutenção de parques eólicos. O Governo espanhol espera que, em 2006, 8% da energia consumida na seja renovável, e que em 2010 chegue a 15%. Principais países por capacidade eólica instalada (janeiro 2004) (de mais de 100 MW instalados) País MW Alemanha 13.875 Estados Unidos 6.336 6.212 Dinamarca 3.094 Índia 1.900 Holanda 910 Itália 800 Reino Unido 648 País MW Suécia 390 Grécia 354 Canadá 317 França 231 Portugal 217 Austria 267 Austrália 196 Irlanda 150 3. Moeda e finanças Moeda Atualmente, a moeda de curso legal na é o euro ( ), dividido em centavos. Cotação média, de 1999 a janeiro 2005 Ano US$ por 1999 1,0046 2000 0,9305 ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

18 2001 0,8813 2002 1,048 2003 1,26 8/2004 1,21 9/2004 1,24 10/2004 1,273 11/2004 1,3006 12/2004 1,341 01/2005 1,3203 Fonte: Banco Central Europeu Saldo do Balanço de Pagamentos, 2001-2004 (em milhões de ) Discriminação 2001 2002 2003 11/2004 Conta Corrente -18.346,00-16.881,40-18.576,7-33.827,9 Balança Comercial -36.396,40-34.712,40-34282,8-46481,6 Serviços 27.130,50 26.128,00 25.833,3 23.930,1 Turismo e viagens 29.941,70 28.523,50 28.046,0 26.966,3 Outros serviços -2.811,10-2.395,50-2.212,7-3.036,2 Rendas -10.853,00-10.466,20-10.030,8-11.112,5 Conta de Capital 5.566,20 7.497,50 6.784,7 6.851,4 C. CORRENTE + CAPITAL -12.779,80-9.129,10-11.792,0-26.976,5 CONTA FINANCEIRA 20.072,30 16.178,90 17.582,4 32.406,2 Banco de 17.457,00 3.561,20-10.289,0-17.799,4 Excluído o Banco de 2.597,30 12.617,70 27.871,5 50.205,6 Erros e Omissões -7.292,50-7.049,80-5.790,4-5.429,7 Fonte: Banco de Nesse período de cotação do euro, como tipo de câmbio mínimo, encontramos 0,8252 com data de 26.10.2000, e como tipo de câmbio máximo, 1,2917 a 8.11.2004, e 1,3415 em dezembro de 2004. ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

19 Reservas internacionais As reservas internacionais da totalizaram, em setembro de 2004, 15,8 bilhões de euros, dos quais 54,3% são referentes a divisas conversíveis. Reservas internacionais, novembro 2004 (milhões de euros) Discriminação 30 nov. 2004. RESERVAS OFICIAIS 15.061 Divisas conversíveis..7.796 DEG 337 Posição e reservas FMI..1.197 Ouro..5.729 OUTRAS DIVISAS ESTRANGEIRAS 489 Fonte: Banco de (conforme as novas normas do FMI de outubro 1999) 4. Sistema bancário O sistema bancário europeu é gerenciado pelo Banco Central Europeu, que tem política comum com o controle do tipo de câmbio da moeda única européia, o euro. No âmbito nacional, a liberalização do sistema bancário espanhol provocou a fusão de diferentes bancos e o aparecimento de entidades bancárias de grande escala, inclusive em nível mundial: o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e o Banco Santander Central Hispano (SCH). O BBVA desenvolveu uma política dirigida aos investimentos na Ibero-América e o SCH, com importantes investimentos no Brasil, acaba de absorver o Abbey National Bank, inglês. ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

20 III. COMÉRCIO EXTERIOR 1. Evolução recente A responde por 2,3 % do comércio mundial, o que coloca o país entre as quinze maiores potências comerciais. Sua quota de participação dentro do mercado mundial no ano de 2001 era de 2,0%. Apesar de a mostrar um bom desempenho no setor externo, a balança comercial apresenta-se deficitária há mais de quarenta anos (o último superávit aconteceu em 1960). Segundo especialistas da The Economist Intelligence Unit (EIU), a principal causa do déficit comercial espanhol é o alto grau de consumo de bens importados. A deterioração da balança comercial começou nos anos 60, período em que o grau médio de cobertura das importações foi de 0,48, ou seja, as exportações representavam menos da metade das importações. Nesse período, o crescimento anual médio das importações foi duas vezes maior que o das exportações. Nos anos 70, a taxa média de cobertura subiu para 0,63, e ficou em torno de 0,74, nos anos 80. Entre 1974 e 1985, o petróleo foi o item que mais contribuiu para o desempenho negativo da balança comercial, respondendo por quase um terço do valor total das importações do período. A rígida política cambial adotada pelo governo espanhol, no final dos anos 80, resultou em perda de competitividade externa e contribuiu para que o déficit comercial passasse de cerca de US$ 6 bilhões em 1987, para quase US$ 30 bilhões em 1992. No final de 1992 e início de 1993 a peseta foi desvalorizada. A medida provocou um impacto positivo sobre o setor externo da economia. Em 1993, o déficit da balança comercial diminui cerca de 50%, totalizando US$ 14,3 bilhões. Em 1994, a taxa de crescimento das exportações foi superior à das importações e o déficit diminuiu para US$ 13,8 bilhões. A entrada em vigor do Tratado de Maastricht (que eliminou as barreiras alfandegárias entre os países da União Européia que formalizaram o mercado de livre comércio de mercadorias, bens e capitais, em 1993) e a diminuição da taxa de juros dentro da (que passou de 11,68% em janeiro de 1995 para 4,02% em dezembro de 2002) provocaram um crescimento das importações de bens de consumo e de bens de capital, gerando um incremento no déficit da balança comercial a partir de 1998. Em 2004, o saldo negativo da balança comercial espanhola aumentou para 60,6 bilhões de euros, 31,1% a mais do que o registrado em 2003. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Turismo e Comércio, em 2004 as exportações aumentaram 6,3%, passando a 146.460,4 milhões de euros, e as importações cresceram 12,5%, totalizando 207,1 bilhões de euros. A deterioração da balança comercial espanhola é atribuída pelas autoridades à valorização do euro em relação ao dólar e à elevada inflação do país, a qual superou em 1,3% a média da zona do euro. COMÉRCIO EXTERIOR

21 2. Direção do comércio exterior Comércio exterior total da, 2001-2004 (em milhões de euros) Exportações...... Importações.... SALDO Cobertura % milhões % var. Igual período anterior milhões % var. Igual período anterior Período milhões % var. Igual período anterior 2001 4,5 2,2-43.439,1-4,1 74,9 2002 2,7 1,2-42.000,2-6,0 76 2003 5,4 6,5-45.279,2 10,3 74,9 2004 6,3 12,5-60.669,6 31,1 70,7 Fonte S.G de Análise e Estratégia com dados de Aduanas Cerca de 70% do comércio exterior espanhol é realizado com outros Estados-Membros da União Européia, sendo que a França e a Alemanha respondem por 50% desse comércio. Importações As importações espanholas procedentes da União Européia mantiveram-se em torno de 63% do total entre 1994 e 2004. Levando-se em conta o valor total das importações em 2001, o incremento corresponde a US$ 2,5 bilhões na participação da Europa no mercado importador espanhol. Além da Europa, somente o continente africano vem ganhando espaço neste mercado desde 1988. Outras regiões, como é o caso da Ásia e da América do Norte (exceto o México), perderam participação. A participação da América Latina registra uma pequena redução, passando de 4,36% em 1994 a 4,12% em 2004, o que significa uma perda real de US$ 300 milhões. México, Brasil e Argentina respondem por 61% das importações espanholas provenientes da América Latina, destacando-se aumentos de 18,9% e de 14,2% nas importações provenientes de México e Brasil, respectivamente. Exportações As vendas para a União Européia responderam por 73,9% do total exportado pela. A partir da entrada em vigor do Tratado de Maastrich em 1993, observa-se um aumento constante das exportações para os Estados-Membros do mercado de livre comércio. Em 2004, este valor superou os 87 bilhões de euros, com incremento de 5,1% em relação ao ano anterior. Os principais países de destino das exportações foram: França (19,04%), Alemanha (11,7%), Portugal (9,7%), Reino Unido (9,0%) e Itália (9,0%). As outras regiões sofreram uma redução importante, COMÉRCIO EXTERIOR

22 como é o caso da Ásia, cuja participação caiu de 8,18% em 1994, para 5,5%, em 2004. A América Latina também sofreu redução, passando de 6,17% em 1994, para 4,3% em 2004. Somente o Brasil conseguiu aumentar a sua participação, de 0,49% em 1994, para 0,7% em 2004, mas ainda abaixo do índice de 1,26% obtido em 2001. : exportações e importações por principais áreas e países (2004) EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES SALDO Milhões % total % 2004/2003 Milhões % total % 2004/2003 Milhões. UNIÃO EUROPÉIA (1) 108.272,0 73,9 4,8 133.756,4 64,6 9,8-25.484,30 ZONA EURO 7.056,4 59,4 5,1 112.181,5 54,2 10,2-25.125,10 França 28.396,0 19,4 7,3 31.570,1 15,2 6,5-3.174,1 Bélgica 4.435,3 3,0 7,3 6.416,0 3,1 16,0-1.980,7 Luxemburgo 190,1 0,1 14,6 304,9 0,1 21,0-114,8 Países baixos 4.886,3 3,3 4,4 8.490,5 4,1 14,8-3.604,2 Alemanha 17.089,9 11,7 3,7 33.386,6 16,1 11,0-16.296,7 Itália 13.223,6 9,0-1,4 18.775,6 9,1 11,9-5.552,0 Irlanda 900,3 0,6 15,2 2.774,4 1,3 6,7-1.874,1 Portugal 14.264,6 9,7 7,9 6.737,8 3,3 13,8 7.526,8 Áustria 1.284,6 0,9 1,9 1.985,0 1,0 9,1-700,4 Finlândia 588,2 0,4 7,7 1.321,1 0,6-4,1-732,9 Grécia 1.797,6 1,2 8,0 419,7 0,2-6,1 1.377,9 RESTO UE 21.215,7 14,5 3,7 21.574,8 10,4 8,0-359,1 Reino Unido 13.225,6 9,0 2,6 12.682,9 6,1 7,5 542,7 Dinamarca 934,7 0,6 2,9 1.496,6 0,7-57,8-561,9 Suécia 1.474,2 1,0 11,4 2.697,5 1,3 20,7-1.223,3 Novos Membros UE 4.272,1 2,9-0,3 4.697,9 2,3 17,1-425,8 Malta 117,5 0,1 8,4 20,9 0,0-57,8 96,6 Estônia 71,7 0,0 13,2 56,7 0,0 20,7 15,0 Letônia 55,1 0,0-14,9 55,3 0,0 34,7-0,2 Lituânia 100,1 0,1-12,0 102,6 0,0-47,5-2,5 Polônia 1.472,1 1,0 7,8 1.641,8 0,8 37,0-169,7 República Checa 871,4 0,6 1,8 1.074,1 0,5 18,3-202,7 Eslováquia 322,0 0,2-33,2 281,3 0,1-5,1 40,7 Hungria 762,7 0,5 3,7 1.294,0 0,6 16,3-531,3 Eslovênia 332,7 0,2 3,0 155,8 0,1 5,3 176,9 Chipre 166,9 0,1-4,2 15,4 0,0 3,2 151,5 COMÉRCIO EXTERIOR

23 Milhões % total % 2004/2003 Milhões % total % 2004/2003 Milhões. PAÍSES CANDIDATOS -UE 3.429,0 2,3 40,9 3.181,5 1,5 36,1 247,5 Bulgária 194,2 0,1 9,2 273,3 0,1 56,0-79,1 Romênia 438,9 0,3 35,5 414,1 0,2 23,8 24,8 Croácia 210,5 0,1 7,5 29,2 0,0-18,5 181,3 Turquia 2.585,5 1,8 48,9 2.464,9 1,2 37,5 120,6 RESTO EUROPA 4.967,5 3,4 12,8 9.322,3 4,5 25,0-4.354,8 Suíça 1.547,0 1,1 5,5 3.091,1 1,5 24,1-1.544,1 Noruega 717,4 0,5 54,9 1.633,8 0,8 18,2-916,4 Rússia 904,2 0,6 10,8 3.694,9 1,8 27,8-2.790,7 AMÉRICA DO NORTE 6.461,0 4,4 2,4 8.390,8 4,1 12,8-1.929,8 EUA 5.799,5 4,0 2,2 7.464,5 3,6 9,5-1.665,0 Canadá 661,4 0,5 4,2 912,7 0,4 47,3-251,3 AMÉRICA LATINA 6.332,6 4,3 4,1 7.450,3 3,6 12,1-1.117,7 Argentina 439,8 0,3 3,7 1.421,3 0,7-2,0-981,5 Brasil 1.087,0 0,7 24,7 1.896,1 0,9 14,2-809,1 México 2.282,1 1,6 3,8 1.758,7 0,8 18,9 523,4 RESTO DE AMÉRICA 776,0 0,5 6,6 826,5 0,4-7,5-50,5 ÁSIA.106,8 5,5 8,2 30.214,8 14,6 22,2-22.108,0 JAPÃO.187,4 0,8 19,0 5.703,2 2,8 18,5-4.515,8 China.155,5 0,8 5,2 8.490,6 4,1 27,1-7.335,1 Hong-Kong, China 409,1 0,3 4,1 286,9 0,1 2,3 122,2 Ásia -5 (2) 1.263,4 0,9 4,8 5.852,2 2,8 16,0-4.588,8 Oriente Médio 3.050,8 2,1 9,6 5.418,6 2,6 37,4-2.367,8 ÁFRICA 5.978,5 4,1 13,3 13.196,3 6,4 8,8-7.217,8 Marrocos 2.173,0 1,5 15,5 1.861,3 0,9 16,9 311,7 Argélia 831,2 0,6 9,8 2.852,6 1,4 1,9-2.021,4 Nigéria 259,9 0,2 42,5 2.016,4 1,0 0,8-1.756,5 OCEANIA,7 0,6 31,3 745,4 0,4 11,3 143,3 SEM DETERMINAR.248,3 0,9 9,6 45,7 0,0 1.835,6 1.202,6 TOTAL MUNDIAL 46.460,4 100,0 6,3 207.130,0 100,0 12,5-60.669,6 Pró memória:.............. TOTAL NÃO UE 38.188,3 26,1 10,6 73.373,6 35,4 17,8-35.185,3 OCDE 123.425,3 84,3 5,8 159.856,8 77,2 11,3-36.431,5 NAFTA 8.742,9 6,0 2,7 10.135,9 4,9 13,7-1.393,0 MERCOSUL 1.602,3 1,1 14,8 3.432,3 1,7 5,4-1.830,0 OPEP 3.800,7 2,6 12,3 12.780,4 6,2 10,9-8.979,7 Fonte: Secretaria de Estado de Turismo e Comércio com dados de Aduanas (1) O total da UE é maior que a soma dos EEMM porque inclui operações de abastecimento intracomunitário e de pesca em altura em outro estado comunitário. Assim mesmo, inclui os dez novos Estados-Membros incorporados em 1 de dezembro de 2004. (2) Ásia: Coréia do Sul, Malásia, Cingapura, Tailândia e Taiwan. COMÉRCIO EXTERIOR