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Transcrição:

1 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem o objetivo de analisar a rentabilidade do setor bancário brasileiro. O setor será analisado especificamente no que se refere a sua rentabilidade, analisando o seu resultado final bem como a composição de sua receita em cada período visando encontrar confirmações de algumas hipóteses previamente realizadas. A análise econômico-financeira temporal de um setor da economia envolve extenso trabalho de pesquisa que é consideravelmente dificultado quando são considerados as mudanças e os fatos ocorridos nos ambientes político e econômico brasileiro durante o passado recente do país, dos quais pode-se citar, por exemplo: implantação do Plano Real com queda abrupta da inflação, desvalorizações cambiais, choques externos (crise do México, Rússia e Tigres Asiáticos) e oscilações repentinas nos juros. Analisando-se a rentabilidade dos bancos através do tempo pretende-se determinar se houve mudanças nos padrões de rentabilidade ao longo do tempo e, mais do que isto, quais foram as alterações nas fontes de receita e se estas alterações podem ser facilmente correlacionadas com a situação econômica do momento em que ela ocorreu, ou com alguma das variáveis independentes. Além disto, pretendese ainda avaliar a magnitude do impacto, se é que houve, da implantação do Plano Real. O estudo é, portanto, útil para analistas financeiros e investidores, pois permite avaliar e até mesmo de alguma forma prever qual será o possível desempenho de um banco frente a uma situação econômica já ocorrida no passado. A escolha da análise do setor bancário se deve, primeiramente, a razão de meu estágio ter sido realizado na subsidiária brasileira de uma instituição bancária americana, qual seja, o Banco Morgan Stanley do Brasil. Durante o estágio, percebeu-se a necessidade tanto para o banco quanto para seus clientes de se quantificar impactos passados na economia, particularmente acerca do impacto do câmbio, taxa de juros e inflação na rentabilidade do setor. Em segundo lugar, não foram encontrados na literatura estudos deste tipo para o setor. Até existem, na bibliografia especializada pesquisada, artigos e

monografias que tratam do estudo da rentabilidade do setor bancário. No entanto, a maioria das análises é de característica qualitativa, não se preocupando com a relação existente entre os fatores que constatam influenciar os resultados e os próprios resultados, isto é, não realizando uma análise quantitativa. Além disto, os trabalhos pesquisados cobrem o período anterior a 1994 até 1999 analisando as mudanças causadas pela implantação do Plano Real. Existe, portanto, a carência de uma análise das alterações ocorridas após 1999, com a desvalorização da moeda, acontecimento que trouxe diversas conseqüências aos mais variados setores da economia. Assim sendo, a análise do setor bancário será feita pela confirmação ou rejeição de hipóteses baseadas em afirmações comumente difundidas por economistas, jornalistas, políticos e profissionais das mais variadas áreas além de algumas hipóteses baseadas em relações de causa e efeito. As hipóteses que serão analisadas são as seguintes: 1. A rentabilidade dos bancos se reduziria com a implantação do Plano Real.. A implantação do Plano Real trouxe alterações das fontes de receitas. 3. A rentabilidade sobre o ativo aplicado em títulos e valores mobiliários é diretamente proporcional à taxa de juros da economia 4. A rentabilidade sobre o ativo aplicado em operações de crédito é diretamente proporcional ao spread bancário. 5. A rentabilidade sobre o ativo aplicado em operações de câmbio é diretamente proporcional à cotação do dólar Cada uma destas hipóteses será posteriormente explicada e justificada. Para a análise de cada uma delas serão calculados indicadores econômico-financeiros e utilizar-se-á ferramentas estatísticas. O desempenho do setor bancário será avaliado de maneira consolidada, o que significa que diversas particularidades entre as empresas que o compõe serão ignoradas. Ao mesmo tempo, quando se consolida o setor é possível identificar mais claramente quais as variáveis que estão exercendo maior influência sobre o setor como um todo.

3 As medidas de desempenho que serão utilizadas neste trabalho são consistentes com as propostas de GITMAN (1997), e abordam especificamente o aspecto de lucratividade do setor. Serão ainda apresentados alguns indicadores não presentes na literatura especializada que foram desenvolvidos dada a necessidade de se realizar uma análise mais específica da situação do setor. Os indicadores financeiros serão calculados através de informações disponíveis nos demonstrativos de resultado e balanços (divulgados trimestralmente por cada empresa). A análise setorial, para a primeira e segunda hipótese, será elaborada para o período compreendido entre o início de 199 até dezembro de 00, o que implica o cálculo de pelo menos 44 medidas para cada indicador financeiro (o estudo será realizado para os últimos 44 trimestres). Já a análise para as demais hipóteses será elaborada para o período compreendido entre setembro de 1994 até dezembro de 00, o que implica o cálculo de pelo menos 34 medidas para cada indicador financeiro. As medidas de desempenho econômico-financeiro serão comparadas entre si em diferentes períodos e confrontadas com certo número de variáveis explicativas, que por sua vez representam medidas de agregados econômicos com influência direta sobre o setor. De posse dos indicadores financeiros e das variáveis explicativas, análises estatísticas serão realizadas, em busca de diferenças significativas entre períodos e dos fatores que mais influenciam a rentabilidade do setor. Uma das análises estatísticas a serem utilizadas consiste do teste de hipóteses para diferenças entre médias de dois períodos diferentes, que indica se duas médias podem ser consideradas diferentes entre si. Havendo ou não diferença entre as duas médias pode-se confirmar ou refutar hipóteses formuladas a priori. Outra análise estatística consiste no uso de ferramentas de correlação, que indicam até que ponto existe um relacionamento entre determinado indicador e determinada variável. Havendo ou não relacionamento relevante, pode-se confirmar ou refutar hipóteses anteriormente realizadas, como por exemplo, relacionamento identificável entre a lucratividade e a taxa de juros na economia. Muito embora se possa assumir e demonstrar analiticamente a existência de tal relacionamento, muitas vezes a real significância deste relacionamento não é observada no passado, levando

4 a acreditar que outros fatores possam ter sido mais importantes, ou mascararam a influência desta variável. Uma terceira análise estatística consiste na avaliação da força do relacionamento entre a variável explicativa e o indicador financeiro. Esta análise é realizada através de técnicas de regressão, e é importante por dimensionar o grau de influência de determinada variável explicativa sobre cada indicador financeiro. Mais uma vez, esta análise permite confirmar ou refutar hipóteses formuladas a priori. Assim sendo os diferentes testes a serem realizados neste trabalho abordam alguns aspectos da dinâmica econômico-financeira das empresas que compõe o setor bancário, e comporta praticamente qualquer tipo de análise de indicadores confrontados com variáveis explicativas.

5 CONSOLIDAÇÃO DE SETORES Os grupos de índices financeiros que serão posteriormente apresentados são normalmente utilizados para análises isoladas de empresas, porém permitem uma análise combinada de um setor quando se realiza um estudo consolidado. A consolidação de um determinado setor é feita combinando-se os Balanços e Demonstrativos de Resultados das empresas de determinado setor, produzindo o equivalente a uma grande empresa, cujos ativos, passivos, receitas e despesas são caracterizadas pela soma de cada parte integrante do setor. Assim, a receita consolidada é igual à soma das receitas de cada constituinte do setor, o ativo permanente consolidada é igual à soma do ativo permanente de cada integrante, e assim por diante. Este tipo de abordagem é realizado em larga escala por analistas financeiros, normalmente com o intuito de se comparar a situação financeira de uma única empresa em relação ao setor que ela está inserida. Neste trabalho, porém, o intuito é se comparar a evolução de tais indicadores através do tempo, em busca da comprovação para as hipóteses consideradas. A metodologia de análise de desempenho do setor bancário será, então, analisada através do tempo de maneira consolidada. Para tal, é necessário se constituir um grupo de empresas que possua grande representatividade do setor. Diversas instituições de análise financeira constroem estudos setoriais por uma variedade de critérios de representatividade, de acordo com o intuito do trabalho: valor de mercado, nível de receitas, ativo total, volume médio de negociação de ações, entre outros. Neste trabalho, serão escolhidos os bancos de maior representatividade nacional cujas ações são negociadas na bolsa, esperando-se que assim uma boa representatividade do setor seja alcançada. Estas empresas são também as que apresentam os maiores ativos totais, indicador dos mais utilizados quando se quer avaliar o tamanho de um banco, exceção feita a Caixa Econômica Federal, que apesar de apresentar um elevado ativo não possui capital aberto e, portanto, não será incluída na análise. Empresas com maiores ativos são as mais representativas por serem supostamente aquelas que possuem maior quantidade de clientes e também as

6 que conseguem lucros mais elevados, por terem mais ativos para aplicar e administrar, além de serem as que teoricamente mais empregam trabalhadores e mais contribuem para o PIB. Ao se consolidar um setor, porém, corre-se o risco de ignorar diferenças significativas entre as empresas que o compõem. A análise consolidada também exclui conquistas individuais de empresas através de diferenças intangíveis relativas à sua administração, como a competência da gerência. O impacto de decisões estratégicas individuais tomadas ao longo do período de estudo não é atingido pelo estudo em questão. A seguir encontra-se uma breve descrição das empresas que serão utilizadas para compor o setor bancário brasileiro:

7.1 Bradesco O Bradesco é o líder do setor financeiro privado e apresenta o melhor índice de eficiência entre os bancos de varejo. Seu modelo administrativo vem apresentando retorno atraente aos seus,3 milhões de acionistas. O Bradesco também ocupa posição de liderança nos mercados de Seguros, Leasing e Capitalização. No segmento de Previdência Privada, superou a marca de 1, milhão de participantes, o que representa mais de 50% do mercado total de previdência privada no país. Presente em todas as regiões do Brasil, o Bradesco dispõe de uma ampla rede de atendimento ao cliente. São 3.36 Agências, mais de 1.936 postos de atendimento bancário e.865 mil terminais de auto-atendimento. Uma sofisticada central telefônica, recebe cerca de 9 milhões de ligações por ano e realiza diversos serviços. O Bradesco Internet Banking é outro canal de atendimento com 5, milhões de clientes. Além disso, grandes grupos econômicos e pessoas físicas com alta disponibilidade financeira recebem atendimento especializado por meio das áreas Private e Corporate. No exterior, o Bradesco tem Agências em Nova York, Grand Cayman e Nassau, além de subsidiárias em Nova York, Nassau, Luxemburgo, Buenos Aires, Grand Cayman e Tóquio. Nos últimos anos o Bradesco realizou algumas aquisições importantes no setor bancário doméstico. Em 1998 adquiriu o Banco Pontual S.A., o Banco BCN S.A. e o BCR Banco de Crédito Real S.A. No mesmo ano o Banco de Crédito Real de Minas Gerais S.A. teve seu controle acionário transferido para o Bradesco. Em 1999 foram incorporados o Banco Baneb S.A. e o Banco Finasa S.A. e em 000 o Banco Boavista Interatlântico S.A. Já em 00 o Banco Bea S.A. e o Banco Mercantil de São Paulo S.A. foram as duas maiores aquisições. O Bradesco é o maior banco privado do Brasil com ativos totais consolidados de R$ 154 bilhões, conta com 13,8 milhões de clientes e,3 milhões de acionistas. O banco é também o maior empregador privado do Brasil

8 Bradesco - Em Reais mil 31/1/00 31/06/00 A T I V O CIRCULANTE 73.985.75 65.560.069 Disponibilidades 1.780.11 1.181.744 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 7.597.746 10.678.366 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos.073.433 8.37.810 Relações Interfinanceiras 11.48.196 8.057.684 Relações Interdependências 177.039 45.575 Operações de Crédito 18.663.74 0.456.95 Operações de Arrendamento Mercantil - - Outros Créditos 1.46.68 16.310.893 Outros Valores e Bens 199.648 56.70 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 15.400.314 1.10.649 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 30.546 116.151 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 4.874.111.188.550 Relações Interfinanceiras 141.89 14.384 Operações de Crédito 7.730.930 8.86.515 Operações de Arrendamento Mercantil - - Outros Créditos.085.8 1.113.930 Outros Valores e Bens 65.607 73.119 PERMANENTE 14.839.94 14.14.834 Investimentos 13.476.598 1.750.86 Imoblizado de Uso 1.063.94 1.108.105 Imobilizado de Arrendamento - - Diferido 98.754 83.903 T O T A L 104.5.333 91.83.55 P A S S I V O E P A T R I M Ô N I O L Í Q U I D O CIRCULANTE 73.380.04 67.411.310 Depósitos 37.990.67 35.88.419 Captações no Mercado Aberto 14.764.377 7.874.017 Recursos de Aceites e Emissão de Títulos.184.975.744.644 Relações Interfinanceiras 583.008.511.56 Relações Interdependências 1.185.06 719.537 Obrigações por Empréstimos 6.484.365 7.573.86 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 1.870.158 1.176.089 Obrigações por Repasses do Exterior 38.81 38.87 Outras Obrigações 8.78.505 8.944.380 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 19.99.837 14.88.18 Depósitos 10.955.676 7.15.659 Captações no Mercado Aberto 1.376 6.468 Recursos de Emissão de Títulos 460.364 407.153 Obrigações por Empréstimos 1.40.597 863.181 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 3.174.091 3.333.08 Obrigações por Repasses do Exterior 8.189 13.08 Outras Obrigações 3.990.544.449.51 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 6.75 5.465 PARTICIPAÇÃO MINORITÁRIA NAS CONTROLADAS - - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 10.845.79 10.118.559 Capital 5.00.000 5.00.000 Reservas de Capital 7.435 7.435 Reservas de Reavaliação - - Reservas de Lucros 5.638.94 4.911.14 Lucros Retidos - - T O T A L 104.5.333 91.83.55 Figura 1: Balanço Patrimonial do Bradesco fonte: Economática

9. Itaú O Banco Itaú Holding Financeira S.A. foi fundado em 1945, tendo sua origem no Banco Central de Crédito, depois Banco Federal de Crédito. Após um período de crescimento interno de quase 0 anos, com a modernização do sistema financeiro brasileiro deflagrada pelo governo federal o Itaú Holding ingressou num período de fusões, sendo a primeira delas entre o Banco Federal de Crédito e o Banco Itaú. Seguiram-se as fusões com o Banco Sul Americano e com o Banco da América. Esse período se estendeu entre 1964 e 1969. Foi um período de rápido crescimento não só pela expansão interna, mas pelas sucessivas aquisições dos Bancos Aliança, Português do Brasil e União Comercial. No final dessa década o Itaú Holding deu os primeiros passos para sua atuação internacional, com a abertura das agências de New York e Buenos Aires. Começou com um novo ciclo organizacional, que se delineou a partir das modificações do ambiente competitivo externo e de uma nova liderança interna, ciclo esse que se estende até o presente momento. Foram fundados os Bancos Itaú Europa (controlado pela sub-holding Itaúsa Portugal, SGPS, subordinada à holding Itaúsa), Itaú Argentina e Itaú Bank (Cayman), ampliando a visão e a operação internacional do conglomerado financeiro hoje liderado pelo Banco Itaú Holding Financeira S.A. Início de nova fase de expansão por meio de aquisições. O Itaú Holding adquire o BFB - Banco Francês e Brasileiro, reforçando sua posição no segmento de clientes de alta renda, tesouraria e corporate banking. Adquirido o Banco Itaú Europa Luxembourg (ex-bamerindus Luxembourg), controlado pelo holding Itaúsa Portugal. Este holding detém também importante participação no Banco BPI, uma das maiores organizações bancárias de Portugal. A compra do Banco Del Buen Ayre, incorporado ao Itaú Argentina, atual Itaú Buen Ayre, reforça a atuação do Itaú Holding no Mercosul. Numa bem sucedida seqüência de participações em leilões de privatização de bancos estaduais o Itaú Holding adquire o Banerj (Rio de Janeiro) (1997), o Bemge (Minas Gerais) (1998), o Banestado (Paraná) (000) e o BEG (Goiás) (001).

10 Em 5 de novembro o então Banco Itaú S.A. anunciou a associação com o grupo controlador do Banco BBA-Creditanstalt S.A. (BBA). O Itaú e o BBA iniciaram, em 10 de março de 003, as operações do Banco Itaú-BBA S.A., o maior banco de atacado do país, oferecendo os melhores produtos e serviços existentes no mercado para seus clientes corporativos. Para melhor gerenciar seus negócios, concedendo maior autonomia operacional aos seus diversos segmentos internos e possibilitando maior transparência nas demonstrações financeiras, o então Banco Itaú S.A. anunciou também uma reorganização societária, que culminou na criação do Banco Itaú Holding Financeira S.A., instituição financeira que incorporou, em 4 de março de 003, a totalidade das ações do Banco Itaú S.A., que assim tornou-se sua subsidiária integral. O Banco Itaú-BBA também se tornou subsidiária parcial (95,75%) do Itaú Holding. Com uma capitalização de mercado de R$,6 bilhões, o Itaú Holding é o banco de maior valor em bolsa no Brasil. As ações do Itaú Holding são negociadas em 3 bolsas de valores: São Paulo (Brasil), Buenos Aires (Argentina) e Nova York (EUA). No Brasil, opera com uma rede de atendimento de 3.068 pontos. Detém 18.309 caixas eletrônicos, perfazendo a maior rede privada de caixas eletrônicos multifuncionais do Brasil. Além disso, suas operações na América do Norte, Mercosul e na União Européia por meio de suas agências, subsidiárias e coligadas no exterior qualificam o Itaú Holding como um canal de integração das empresas nacionais ao cenário internacional. O Itaú Holding tem um patrimônio líquido no exterior de US$,1 bilhões.

11 Itaú - Em Reais mil 31/1/00 31/06/00 A T I V O CIRCULANTE 46.999.051 44.139.391 Disponibilidades 1.475.638 1.748.085 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 11.705.05 10.896.555 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 5.94.939 7.447.599 Relações Interfinanceiras 8.937.476 6.095.91 Relações Interdependências 9.317.43 Operações de Crédito 11.606.168 11.00.674 Operações de Arrendamento Mercantil 79.37 85.677 Outros Créditos 7.593.809 6.64.386 Outros Valores e Bens 97.80 18.881 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 19.930.95 18.607.008 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 143.75 07.51 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 10.436.513 8.66.887 Relações Interfinanceiras 46.08 47.359 Operações de Crédito 7.49.76 7.730.186 Operações de Arrendamento Mercantil 39.440 68.578 Outros Créditos 1.744.339 1.779.651 Outros Valores e Bens 70.938 146.835 PERMANENTE 13.311.654 13.154.714 Investimentos 10.514.549 9.66.014 Imoblizado de Uso 1.174.936 1.308.940 Imobilizado de Arrendamento - - Diferido 1.6.169.183.760 T O T A L 80.41.630 75.901.113 P A S S I V O E P A T R I M Ô N I O L Í Q U I D O CIRCULANTE 49.19.407 54.751.950 Depósitos 7.03.831 5.07.753 Captações no Mercado Aberto 6.780.933 11.508.030 Recursos de Aceites e Emissão de Títulos 1.843.933 1.576.665 Relações Interfinanceiras 65.334.437.009 Relações Interdependências 496.167 434.798 Obrigações por Empréstimos 3.716.34 4.444.553 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 779.457 1.033.983 Obrigações por Repasses do Exterior - 577.377 Outras Obrigações 8.77.48 7.711.78 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 1.135.901 11.893.06 Depósitos 6.919.950.866.60 Captações no Mercado Aberto 4.160.38.013.661 Recursos de Emissão de Títulos 846.376 1.657.673 Obrigações por Empréstimos 1.569.411 1.038.199 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais.409.360 1.973.879 Obrigações por Repasses do Exterior - - Outras Obrigações 5.30.566.343.048 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 8.7 9.365 PARTICIPAÇÃO MINORITÁRIA NAS CONTROLADAS - - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 9.884.600 9.46.736 Capital 4.60.500 4.60.500 Reservas de Capital 167.484 167.484 Reservas de Reavaliação - - Reservas de Lucros 5.456.616 4.818.75 Lucros Retidos - - T O T A L 80.41.630 75.901.113 Figura : Balanço Patrimonial do Itaú fonte: Economática

1.3 Unibanco O Grupo Unibanco iniciou suas atividades na década de 0. De uma pequena casa comercial na cidade de Poços de Caldas tornou-se um dos maiores bancos privados da América Latina. Embora tenha uma atuação bastante diversificada, o mercado financeiro é o carro-chefe das operações do Unibanco. A compra do Nacional pelo Unibanco, em 1995, única operação no sistema financeiro brasileiro entre companhias praticamente do mesmo porte, foi o ponto de partida para uma etapa de consolidação, que acabou, nos anos seguintes, provocando uma intensa movimentação e resultando em uma profunda transformação do setor. Na última década, entre as grandes instituições, nenhuma outra cresceu tanto em um prazo tão curto e em tantos e tão variados segmentos, do varejo ao atacado, de seguros a administração de recursos, de previdência a cartões de crédito. Tal crescimento levou o Unibanco a um novo patamar entre as instituições financeiras. Em 10 anos, foi triplicada a rede de distribuição, multiplicada por 5 a base de clientes e aumentada em 8 vezes a base de clientes ativos. Esses resultados encerram uma importante etapa da estratégia do Banco. Para conquistar maior parcela do mercado e aumentar a qualidade dos serviços prestados aos clientes, o Unibanco utiliza-se de duas estratégias de atuação: uma delas é a aquisição de empresas ou parcerias que tenham afinidades com a estrutura Unibanco, a exemplo do Banco Nacional, SAU, Dibens, Credibanco, Bandeirantes, Fininvest, Magazine Luiza e Ponto Frio; a outra estratégia é o crescimento orgânico, o ContAtiva - um projeto de conquista de clientes ativos. R$ 75 bilhões em Ativos Totais

13 Unibanco - Em Reais mil 31/1/00 31/06/00 A T I V O CIRCULANTE 44.081.816 34.10.168 Disponibilidades 873.583 1.031.384 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 17.70.410 7.34.797 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 4.935.19 6.485.17 Relações Interfinanceiras 3.911.50.580.580 Relações Interdependências.975 4.548 Operações de Crédito 1.007.704 1.008.593 Operações de Arrendamento Mercantil 100 101 Outros Créditos 4.930.475 4.553.45 Outros Valores e Bens 149.938 113.703 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 18.044.55 15.677.946 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 388.890 64.740 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 9.181.185 7.190.403 Relações Interfinanceiras 57.90 48.599 Operações de Crédito 6.364.053 6.173.336 Operações de Arrendamento Mercantil - - Outros Créditos.036.638 1.978.083 Outros Valores e Bens 15.866.785 PERMANENTE 6.164.536 5.984.784 Investimentos 5.33.084 5.18.839 Imoblizado de Uso 403.488 448.183 Imobilizado de Arrendamento - - Diferido 48.964 407.76 T O T A L 68.90.904 55.764.898 P A S S I V O E P A T R I M Ô N I O L Í Q U I D O CIRCULANTE 4.675.487 33.655.830 Depósitos 15.1.45 1.783.910 Captações no Mercado Aberto 13.73.907 6.311.355 Recursos de Aceites e Emissão de Títulos.933.15 3.107.80 Relações Interfinanceiras 139.73 1.170.15 Relações Interdependências 303.176 361.41 Obrigações por Empréstimos 4.80.333 4.935.71 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 1.674.441 1.69.016 Obrigações por Repasses do Exterior - - Outras Obrigações 3.868.330 3.717.00 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 19.04.63 15.805.73 Depósitos 10.757.484 7.874.83 Captações no Mercado Aberto - - Recursos de Emissão de Títulos 606.706 1.17.783 Obrigações por Empréstimos 904.059 941.60 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 3.333.990 3.38.014 Obrigações por Repasses do Exterior - - Outras Obrigações 3.440.393.63.843 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 13.815 41.466 PARTICIPAÇÃO MINORITÁRIA NAS CONTROLADAS - - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6.558.970 6.61.879 Capital 3.690.60 3.690.60 Reservas de Capital 158.059 157.895 Reservas de Reavaliação 1.551 3.897 Reservas de Lucros.708.758.409.485 Lucros Retidos - - T O T A L 68.90.904 55.764.898 Figura 3: Balanço Patrimonial do Unibanco fonte: Economática

14.4 Banespa O Banespa foi criado em 14 de junho de 1909, com o nome Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola de São Paulo, para financiar a atividade cafeeira no Estado de São Paulo. O Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola de São Paulo iniciou suas atividades em 4 de setembro de 1909 e, em 17 de dezembro do mesmo ano, abriu uma agência em Santos, para atender aos cafeicultores e às casas exportadoras de café. Em 196, o governo do Estado transformou-se em acionista majoritário, após subscrever um total de 147.613 ações do capital. Nos anos 30, o banco entrou em fase de expansão e atingiu, em meados da década, um total de 65 agências distribuídas na capital e no interior do Estado. Em 1937, inaugurou a primeira agência fora do Estado, em Campo Grande, no Mato Grosso. As agências do interior ganharam mais autonomia e passaram a prestar serviços de assistência técnica ao produtor rural. Dez anos mais tarde, o banco ocupava o segundo lugar no setor em depósitos bancários, atrás apenas do Banco do Brasil. Uma nova fase de expansão ocorreu em meados dos anos 60, a partir da reforma bancária instituída no País. Diante dos limites legais para a abertura de agências, e pressionado pela necessidade de ampliar a rede, o Banco do Estado de São Paulo incorporou, em 1966, o controle acionário do Banco Cordeiro e do Banco do Pará - e, em 1967, foi incorporado o Banco de Crédito Pessoal e comprado o Banco Nacional da Lavoura e do Comércio. O banco abriu o capital em 1969 e, no mesmo ano, inaugurou o primeiro escritório no exterior, em Nova York. Em 1970 e 1971, foram abertos mais dois escritórios no mercado externo, em Londres e Tóquio. Uma nova incorporação ocorreu em 1973, a do Banco de São Paulo, e no ano seguinte consolidou-se o Grupo Financeiro Banespa, formando oito empresas financeiras e não financeiras. Em 1975, o nome Banespa passou a ser a marca oficial do banco. Os anos 90 foram decisivos para o Banespa. Logo no início da década, foi incorporado o Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo - Badesp - e o

15 Banespa transformou-se em banco múltiplo, formado pelas carteiras comercial, de crédito, de financiamento e investimento e de crédito imobiliário. Em 9 de dezembro de 1994, começou a intervenção federal no banco, que se estendeu até 7 de novembro de 1996, com a transferência de 51% das ações para o governo federal, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso. O Banespa retomou a vocação de instituição privada em 0 de novembro de 000, ao ser vendido, em leilão, para o Grupo Santander. Com a incorporação, o Banespa passou por grande modernização tecnológica, ficou mais eficiente e iniciou processo de melhor atendimento a seus clientes. A rede é formada por 1.358 (agências e postos de atendimento bancário) no Brasil e no exterior. O Banespa tem ativos totais de R$ 8,45 bilhões e patrimônio líquido de R$ 4,30 bilhões com base nos dados das demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 00.

16 Banespa - Em Reais mil 31/1/00 31/06/00 A T I V O CIRCULANTE 14.140.738 14.180.35 Disponibilidades 603.960 1.034.765 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 5.493.170 5.50.365 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 1.618.01.14.189 Relações Interfinanceiras.186.788 1.4.551 Relações Interdependências 1.140 4.864 Operações de Crédito 3.33.383 3.133.964 Operações de Arrendamento Mercantil - - Outros Créditos 99.710 877.537 Outros Valores e Bens 74.575 6.000 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.916.563 15.764.804 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez - - Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 7.854.466 9.565.313 Relações Interfinanceiras 4.964 15.747 Operações de Crédito 1.645.79 1.780.440 Operações de Arrendamento Mercantil - - Outros Créditos 3.368.006 4.369.846 Outros Valores e Bens 3.398 33.458 PERMANENTE 1.187.311 1.34.149 Investimentos 437.686 479.690 Imoblizado de Uso 476.010 53.104 Imobilizado de Arrendamento - - Diferido 73.615.355 T O T A L 8.44.61 31.179.188 P A S S I V O E P A T R I M Ô N I O L Í Q U I D O CIRCULANTE 14.83.011 15.679.10 Depósitos 10.13.93 8.975.006 Captações no Mercado Aberto.06.118 3.710.67 Recursos de Aceites e Emissão de Títulos - - Relações Interfinanceiras 4.060 59.494 Relações Interdependências 15.956 85.458 Obrigações por Empréstimos 434.454 887.503 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 5.646 5.40 Obrigações por Repasses do Exterior - - Outras Obrigações 1.89.484 1.535.747 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 9.091.569 11.533.115 Depósitos 1.145.37 953.155 Captações no Mercado Aberto - - Recursos de Emissão de Títulos - - Obrigações por Empréstimos 755.885 601. Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 55.630 551.34 Obrigações por Repasses do Exterior - - Outras Obrigações 6.637.817 9.47.414 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 15.380 19.151 PARTICIPAÇÃO MINORITÁRIA NAS CONTROLADAS - - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.305.65 3.947.80 Capital.536.794.536.794 Reservas de Capital 153.704 153.704 Reservas de Reavaliação - - Reservas de Lucros (633.00) (671.84) Lucros Retidos.48.156 1.98.588 T O T A L 8.44.61 31.179.188 Figura 4: Balanço Patrimonial do Banespa fonte: Economática

17.5 Banco do Brasil O Banco do Brasil foi criado em 1808 com a vinda do príncipe D. João para o Rio de Janeiro e, portanto, foi o primeiro banco brasileiro. Nestes quase 00 anos, o BB sempre participou vivamente da história e da cultura brasileira. Uma das principais transformações na história recente do Banco deu-se em 1986, quando o Governo decidiu extinguir a Conta Movimento mantida pelo Banco Central, mecanismo que assegurava ao BB suprimento automático de recursos para as operações permitidas aos demais intermediários financeiros. Em contrapartida, o Banco foi autorizado a atuar em todos os segmentos de mercado franqueados às demais instituições financeiras. Em 15 de maio de 1986, o Banco constitui a BB Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. Inicia-se, assim, a transformação do Banco em conglomerado financeiro. Para o Banco do Brasil, 1987 foi um ano de importantes realizações. Quatro subsidiárias passaram a integrar o conjunto de empresas vinculadas ao BB: BB Financeira S.A; BB Leasing S.A.; BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A. e BB Administradora de Cartões de Crédito S.A. O ano de 1988 foi marcado por grandes realizações, sobretudo no campo mercadológico, e a criação, em outubro, do BB Banco de Investimento S.A. Em 1995 a Empresa é reestruturada para se adaptar à nova conjuntura advinda do Plano Real e a conseqüente queda da inflação que afetou todo o sistema bancário. Demonstrou, em 1997, sua capacidade de se adaptar às exigências do mercado, oferecendo novas opções de crédito a grupos segmentados de clientes e produtos modelados de acordo com a nova realidade econômica. Lidera na área de mercado de capitais e conquista espaços cada vez maiores nas áreas de varejo e seguridade. O Banco do Brasil é o primeiro a ganhar o certificado ISO 900 em análise de crédito. O banco recebe o rating nacional máximo da Atlantic Rating, AAA : classificado como instituição da melhor qualidade. No ano de 000 o desempenho foi marcado pela ênfase na expansão dos negócios, controle de custos operacionais, busca da excelência na gestão de riscos e a

18 melhoria da composição da carteira de crédito e ainda confirmam o compromisso do Banco do Brasil em criar maior valor para os acionistas. Desde 30.04.001 o Banco do Brasil vem adotando a configuração de Banco Múltiplo passando assim, a atuar como os demais Bancos Brasileiros. A medida traz vantagens como a redução de custos, racionalização de processos, otimização da gestão financeira e fisco-tributário. Em decorrência disso, foram ativadas as Carteiras Financeira e Comercial. Com a nova estrutura, o BB passa a se configurar em quatro pilares negociais - Atacado, Varejo, Governo e Recursos de Terceiros. Esta estrutura organizacional deriva do novo modelo de negócio com a responsabilidade pela gestão sobre clientes, produtos e canais de negociação.

19 Banco do Brasil - Em Reais mil 31/1/00 31/06/00 A T I V O CIRCULANTE 109.464.913 78.711.34 Disponibilidades 11.569.80 7.341.65 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez.19.378 10.160.08 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 14.84.5 1.377.669 Relações Interfinanceiras 18.155.919 10.983.386 Relações Interdependências 70.189 6.670 Operações de Crédito 6.947.330 4.77.80 Operações de Arrendamento Mercantil - - Outros Créditos 15.53.14 1.65.88 Outros Valores e Bens 51.631 41.98 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 9.685.599 89.930.583 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 77.785 43.70 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 54.831.76 55.439.740 Relações Interfinanceiras - - Operações de Crédito 3.176.515 0.9.466 Operações de Arrendamento Mercantil - - Outros Créditos 14.399.537 13.837.675 Outros Valores e Bens - - PERMANENTE 6.85.98 6.089.559 Investimentos 3.998.968 3.598.974 Imoblizado de Uso.536.453.8.146 Imobilizado de Arrendamento - - Diferido 90.507 6.439 T O T A L 08.976.440 174.731.466 P A S S I V O E P A T R I M Ô N I O L Í Q U I D O CIRCULANTE 156.731.515 18.87.88 Depósitos 89.143.119 71.560.71 Captações no Mercado Aberto 44.89.465 34.3.953 Recursos de Aceites e Emissão de Títulos 367.858 96.119 Relações Interfinanceiras 60.804.774.316 Relações Interdependências 1.366.391 915.091 Obrigações por Empréstimos 5.798.736 3.89.05 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 80.998 670.437 Obrigações por Repasses do Exterior - 8.14 Outras Obrigações 14.884.144 13.847.394 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.946.56 38.373.308 Depósitos 9.444.91 9.793.675 Captações no Mercado Aberto 4.309.198 3.51.974 Recursos de Emissão de Títulos 706.500 568.70 Obrigações por Empréstimos 10.001.007 8.97.864 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 5.09.15 4.08.75 Obrigações por Repasses do Exterior 78.49 555.959 Outras Obrigações 13.114.679 10.940.391 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 101.604 86.376 PARTICIPAÇÃO MINORITÁRIA NAS CONTROLADAS - - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 9.197.065 7.984.494 Capital 7.435.544 7.435.544 Reservas de Capital 4.754 4.754 Reservas de Reavaliação 4.76 34.997 Reservas de Lucros 1.73.005 509.199 Lucros Retidos - - T O T A L 08.976.440 174.731.466 Figura 5: Balanço Patrimonial do Banco do Brasil fonte: Economática

0 Quando se consolida estas empresas, produz-se um agregado de empresas com patrimônio líquido da ordem de R$ 40 bilhões e ativos totais na ordem dos R$ 490 bilhões. Setor Bancário Consolidado - Em Reais mil 31/1/00 31/06/00 A T I V O CIRCULANTE 88.67.43 36.693.187 Disponibilidades 16.303.1 1.337.603 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 84.58.756 44.56.111 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 8.746.035 36.85.484 Relações Interfinanceiras 44.439.881 9.139.49 Relações Interdependências 460.660 483.900 Operações de Crédito 7.457.859 71.39.346 Operações de Arrendamento Mercantil 79.47 85.778 Outros Créditos 40.953.386 41.036.889 Outros Valores e Bens 973.07 89.584 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 158.977.953 15.100.990 Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 1.11.946 81.105 Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos 87.178.037 83.010.893 Relações Interfinanceiras 70.984 454.089 Operações de Crédito 46.166.989 44.199.943 Operações de Arrendamento Mercantil 39.440 68.578 Outros Créditos 3.633.748 3.079.185 Outros Valores e Bens 575.809 476.197 PERMANENTE 4.38.73 40.606.040 Investimentos 33.759.885 31.60.343 Imoblizado de Uso 5.654.89 5.65.478 Imobilizado de Arrendamento - - Diferido.914.009 3.360.19 T O T A L 489.978.919 49.400.17 P A S S I V O E P A T R I M Ô N I O L Í Q U I D O CIRCULANTE 336.811.46 99.785.498 Depósitos 179.511.95 154.175.800 Captações no Mercado Aberto 81.584.800 63.77.07 Recursos de Aceites e Emissão de Títulos 7.39.918 7.75.30 Relações Interfinanceiras 1.05.99 9.15.560 Relações Interdependências 3.503.896.516.15 Obrigações por Empréstimos 1.54.1 1.733.05 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 5.397.700 4.374.765 Obrigações por Repasses do Exterior 38.81 64.463 Outras Obrigações 37.137.891 35.756.33 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 11.09.195 91.893.46 Depósitos 39..638 8.703.914 Captações no Mercado Aberto 8.470.81 5.533.103 Recursos de Emissão de Títulos.619.946 3.761.39 Obrigações por Empréstimos 14.63.959 1.416.76 Obrigações por Repasses do País - Instituições Oficiais 14.56.3 13.14.970 Obrigações por Repasses do Exterior 86.618 569.167 Outras Obrigações 3.413.999 7.784.17 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 166.46 161.83 PARTICIPAÇÃO MINORITÁRIA NAS CONTROLADAS - - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 40.79.016 37.559.470 Capital 3.13.440 3.13.440 Reservas de Capital 491.436 491.7 Reservas de Reavaliação 6.313 38.894 Reservas de Lucros 14.90.671 11.977.76 Lucros Retidos.48.156 1.98.588 T O T A L 489.978.919 49.400.17 Figura 6: Balanço Patrimonial do Setor Bancário Consolidado autor fonte: desenvolvido pelo

1 3 ÍNDICES FINANCEIROS PARA O SETOR O objetivo deste trabalho é estudar a existência de alterações nos padrões de rentabilidade e na carteira dos bancos devido à implantação do Plano Real. Além disto pretende-se analisar a evolução do desempenho dos bancos no Plano Real correlacionando-se com as variáveis exógenas independentes. Uma das maneiras de se analisar a situação enfrentada por uma empresa é através da análise por meio de índices financeiros. Esta análise é usada para comparar o desempenho e a situação de uma empresa com outras empresas ou consigo mesma ao longo do tempo e envolve métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros. Os insumos básicos para a análise baseada em índices são as demonstrações de resultado e os balanços patrimoniais da empresa. Neste trabalho será utilizado o método de análise de série-temporal, que é aplicada quando se deseja avaliar o desempenho das empresas ao longo do tempo. Este método será de grande importância para determinar-se a evolução dos indicadores no período estudado e poder, assim, compará-los com as variáveis independentes e avaliar a existência ou não de algum relacionamento. O estudo compreenderá períodos de tempo entre março de 199 e dezembro de 00, o que implica a utilização de balanços e demonstrativos de resultado trimestrais que cubram todo o período sendo o primeiro referente ao primeiro trimestre de 199. A escolha deste período foi feita com o objetivo de, cumprindo-se o que foi proposto, analisar o comportamento da rentabilidade do setor antes e depois da implantação do Plano Real, feita no início de julho de 1994, e que reduziu drasticamente a inflação que era uma fonte de lucro importante para o setor. Os dados referentes aos balanços e demonstrativos de resultado de cada empresa em cada período foram obtidos com a utilização do programa Economática. Este programa é uma ferramenta importante e muito útil para os analistas financeiros que necessitam analisar as mais variadas empresas, por apresentar dados históricos sobre as empresas que podem ser rapidamente visualizados. Como este trabalho visa à análise da lucratividade dos bancos será feita uma breve descrição dos indicadores mais conhecidos e utilizados neste tipo de análise

bem como serão apresentados alguns indicadores criados com o objetivo de realizarse uma análise mais específica. Há muitas medidas de lucratividade. Cada uma delas relaciona os retornos da empresa a suas vendas, a seus ativos, ao seu patrimônio, ou ao valor da ação. Por serem empresas de serviço os bancos não apresentam dados sobre vendas e, portanto, alguns destes indicadores não serão utilizados nas análises. 3.1 Indicadores de Lucratividade Margem Bruta A margem bruta mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou após a empresa ter pago seus produtos. A margem bruta é calculada da seguinte forma: vendas custodos produtos vendidos MB = vendas ( 1) A margem bruta não leva em consideração as despesas com pesquisa e desenvolvimento, administração de pessoal ou despesas financeiras, mas é bastante útil na avaliação da relação entre a receita gerada pela empresa e os custos de produção dos mesmos. Margem Operacional A margem operacional mede o que, com freqüência, se denomina lucros puros obtidos em cada unidade monetária de venda. O lucro operacional é puro no sentido que ignora quaisquer despesas financeiras ou obrigações governamentais (juros ou impostos de renda) e considera somente o lucro auferido pela empresa em suas operações. Este valor é definido pela relação:

3 lucro operacional MO = vendas ( ) Margem Líquida A margem líquida mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou, depois da dedução de todas as despesas, inclusive o imposto de renda, e que efetivamente é convertida em lucro contábil. A margem líquida é calculada assim: lucro líquido ML = vendas ( 3) Taxa de Retorno sobre o Ativo Total A taxa de retorno sobre o ativo total (ROA return on assets), que é freqüentemente chamada de retorno sobre o investimento da empresa, mede a eficiência global da administração na geração de lucros com seus ativos disponíveis. É calculada como segue: lucro líquido ROA = ativototal ( 4) Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido A taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE return on equity) mede o retorno obtido sobre o investimento (ações preferenciais e ordinárias) dos proprietários da empresa e é expressa pela relação: ROE = lucro líquido patrimônio líquido ( 5)

4 De maneira geral, quanto maior o índice, mais lucratividade a empresa fornece aos detentores de suas ações. A grande vantagem da utilização do ROE em análises financeiras é a facilidade com a qual o índice pode ser utilizado em diferentes setores, conferindo flexibilidade ao mesmo. Maiores ROE indicam não somente maiores retornos, como também maior percepção de risco em tais retornos. Lucro por Ação O lucro por ação da empresa geralmente interessa aos acionistas atuais e potenciais e aos administradores. Representa o valor auferido sobre cada ação ordinária emitida. O público investidor acompanha-o atentamente e o considera um indicador importante do sucesso da empresa. O LPA é calculado como segue: lucro disponível aos acionistas ordinários LPA = número de ações ordinárias emitidas ( 6) Preço por Lucro Um dos indicadores mais comumente utilizados em análises financeiras, o P/L mede basicamente o retorno líquido adicionado ao valor de uma ação a cada ano. Sua expressão é: preço de uma ação P / L = lucro por ação ( 7) O índice P/L é função não somente do lucro líquido de uma empresa, mas também da percepção de risco em investimento no mercado de renda variável, taxa de juros, retorno esperado por investimento. Quanto maior o índice, mais confiança no retorno líquido por ação tem o investidor. Por utilizar o lucro líquido como uma de suas parcelas, diferenças contábeis entre setores ou países dificultam a comparação deste índice para um determinado período. Ainda assim, a evolução do P/L ao longo do tempo é de fundamental importância na percepção do risco associado ao setor.

5 dos Bancos 3. Fontes de Lucratividade e Indicadores Adicionais de Lucratividade Os indicadores que serão apresentados a seguir visam à realização de uma análise mais específica da receita obtida por cada uma das principais fontes de receitas do setor, quando comparada com a quantidade de ativo destinada aquela atividade. Estas análises visam tornar mais claras as influências das variáveis independentes visto que são excluídas da análise muitas variáveis que não são influenciadas diretamente pelas variáveis independentes, tais como, todas as despesas operacionais dos bancos, que são função muito mais de decisões estratégicas da diretoria do que das variáveis econômicas. Os bancos apresentam, basicamente, cinco fontes de receitas as quais encontram-se discriminadas a seguir: 1- Operações de Crédito As receitas com operações de crédito advém dos empréstimos de curto ou longo prazo realizados para as pessoas físicas e jurídicas. O ganho destas operações é conseguido pela cobrança de uma taxa de juros pelo empréstimo maior que a taxa paga pela captação dos fundos. Esta diferença entre a taxa de captação e a taxa de aplicação é chamada de spread bancário. Contudo, este não é um investimento de risco zero, pois existe sempre o risco de não pagamento do empréstimo por parte do devedor. Assim os bancos são obrigados a fazerem provisões destas perdas de acordo com o nível de inadimplência do mercado. - Operações com Títulos e Valores Mobiliários Todo banco possui em seu ativo uma carteira de títulos do governo, sejam eles de curto prazo ou de longo prazo, que são oferecidos a eles pelo governo que precisa financiar seus gastos ou suas dívidas. Aplicar em títulos é considerado um investimento muito seguro, pois os títulos do governo são considerados como sendo de risco zero. Além disto, no Brasil, devido às altas taxas de juros causadas pela

6 vulnerabilidade externa, estes são investimentos muito atrativos, pois pagam elevada rentabilidade com baixo risco. 3- Operações de Câmbio Os bancos também possuem em seu ativo uma carteira de câmbio, isto é, possuem depósitos em moeda estrangeira. O banco precisa desta carteira para satisfazer necessidades de clientes que, por exemplo, realizarão uma viagem ao exterior e precisam de moeda estrangeira. Nada impede ainda que os bancos optem por destinar parte de seu ativo a aplicação em moeda estrangeira para se proteger de eventuais crises de confiança que gerem a desvalorização da moeda nacional. As receitas destas operações advém, novamente, da cobrança de taxas de conversão entre as moedas maiores que as cotações oficiais destas no mercado de câmbio e, portanto, maiores que as taxas que os bancos se utilizam para trocar moedas com o Banco Central. 4- Operações com Instrumentos Financeiros Derivativos Esta carteira nada mais é do que aplicação em instrumentos tais como swaps e opções que permitam ao banco se proteger de determinadas movimentações dos mercados tanto de juros como de moeda, ou mesmo tirar vantagem destas movimentações. No entanto, estas são aplicações de alto risco, pois, do mesmo modo que o mercado pode mover numa direção favorável a sua posição ele pode mover-se para a direção inversa e grandes perdas podem ser geradas. De outra maneira a existência desta carteira é necessária, pois um banco precisa também ser capaz de atender as necessidade dos clientes que procuram estes tipos de aplicação. 5- Operações Compulsórias De acordo com o Banco Central, os bancos são obrigados a depositar no Banco Central uma porcentagem de todo o dinheiro por eles captados, o que é chamado de depósito compulsório. Esta medida tem como objetivo controlar a

7 quantidade de moeda em circulação, visto que os bancos conseguem, através do multiplicador econômico, aumentar significativamente a quantidade de moeda em circulação. A receita advinda desta aplicação encontra-se na remuneração paga pelo Banco Central em cima deste montante de dinheiro. Pode-se dizer que a taxa de juros utilizada na remuneração deste dinheiro é a taxa básica da economia, isto é, a taxa Selic. Sendo assim, a maior parte da receita obtida por um banco está dividida nesta cinco fontes de receitas, que estão ligadas a cinco formas de alocação do ativo total. O desafio deste trabalho é tentar encontrar relacionamentos das receitas geradas por algumas destas fontes de receita com os fatores que, a princípio, justificariam a escolha por este ou aquele investimento. Por exemplo, uma taxa básica de juros mais elevada justificaria um maior investimento em títulos públicos e, portanto, uma maior receita com esta aplicação. Para analisar as proposições realizadas será necessária a utilização de alguns indicadores específicos, não presentes na literatura do gênero. Conforme dito anteriormente, o objetivo do uso destes indicadores é focalizar ativos e receitas específicas, garantindo-se, assim, que fatores desnecessários as análises sejam eliminados. Estes indicadores são apresentados a seguir: Ativo Proporcional da Carteira de Títulos e Valores Mobiliários Este indicador mede a porcentagem do ativo total aplicado na carteira de títulos e valores mobiliários (AP de Títulos e VM). Sua expressão é a seguinte: Ativoda Carteira de Títulos e VM AP de Títulos evm = (8) AtivoTotal

8 Ativo Proporcional da Carteira de Crédito Este indicador mede a porcentagem do ativo total aplicado na carteira de crédito (AP de Crédito). Pode ser expresso assim: Ativoda Carteira de Crédito AP de Crédito= (9) AtivoTotal Ativo Proporcional da Carteira de Câmbio Este indicador mede a porcentagem do ativo total aplicado na carteira de câmbio (AP de Câmbio). É dado pela fórmula: Ativoda Carteira de Câmbio AP de Câmbio = (10) AtivoTotal Rentabilidade sobre o Ativo aplicado em Títulos e Valores Mobiliários Este indicador mede o retorno obtido sobre o investimento em títulos (ROA de Títulos). É expresso da seguinte forma: Re sultado das Operações com Títulos e VM ROA de Títulos = (11) AtivoTotal aplicado em Títulos evm Rentabilidade sobre o Ativo aplicado em Operações de Crédito Este indicador mede o retorno obtido sobre a carteira destinada a operações de crédito (ROA de Crédito). Pode ser expresso assim:

9 Re sultado das Operacões de Crédito Pr ovisões ROA de Crédito= (1) AtivoTotal aplicado em Operações de Crédito Rentabilidade sobre o Ativo aplicado em Operações de Câmbio Este indicador mede o retorno obtido sobre a carteira destinada à aplicação em moeda estrangeira (ROA de Câmbio). Pode ser expresso assim: Re sultado das Operacões de Câmbio ROA de Câmbio = (13) AtivoTotal aplicado em Operações de Câmbio