10º DOMINGO DO TEMPO COMUM 05 de junho de 2016 O Senhor encheu-se de compaixão por ela e disse: Não chores! Leituras: Primeiro Livro dos Reis 17, 17-24; Salmo 29 (30), 2.4.5-6.11.12a.13b; Gálatas 1, 11-19; e Lucas 7, 11-17. COR LITÚRGICA: VERDE Animador: Nesta celebração em que o Evangelho de Lucas nos fala da ressurreição do filho da viúva de Naim, vemos que o tempo da Salvação trazido por Jesus já chegou. Na verdade, um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu o povo sofrido. A palavra narrada nos coloca no caminho com Jesus, seus discípulos e uma multidão. Mais uma vez, juntamente com a viúva de Naim, vemos Jesus cheio de compaixão diante da dor humana. 1. Situando-nos Neste domingo, em que lemos no Evangelho a história da ressurreição do filho da viúva de Naim, Lucas quer mostrar com este relato a chegada dos tempos messiânicos da salvação. Na verdade, um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo sofrido. A palavra evangélica narrada por Lucas nos coloca no caminho com Jesus, seus discípulos e uma multidão. E mais uma vez, juntamente com a viúva de Naim, vemos Jesus cheio de compaixão diante da dor humana. 2. Recordando a Palavra O Evangelho apresenta o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim, encontrado somente em Lucas. Em Naim, aldeia situada a uns dez quilômetros a sudeste de Nazaré, morre o filho único de uma viúva. 1
Juntamente com os órfãos e estrangeiros, as viúvas está entre os grupos mais desprotegido, necessitados de gestos solidários (cf. Dt 10,18). Como não tinham direito de herdar a propriedade de seus maridos falecidos, elas dependiam dos filhos homens ou dos parentes mais próximo de seus maridos. Por isso, a situação dessa viúva, após a morte de seu filho único, é digna de compaixão. Ela se encontra indefesa, sem recursos nem esperança. Jesus chega, acompanhado por discípulos e uma grande multidão e encontra a procissão levando um morto. Aparecem duas realidades opostas: um cortejo conduzido por Jesus Cristo, o doador da vida e o outro, pela morte. Como Filho de Deus, portador da vida, Jesus toma a iniciativa e ressuscita o filho da viúva. Jesus vê a situação da viúva e a consola com sua ternura e compaixão, com sua esperança de salvação, dizendo: Não chores! (7,13). O Deus da vida ouve o lamento dos que choram e os socorre com seu amor misericordioso, com a esperança da ressurreição. Prosseguindo sua ação salvadora, Jesus toca o falecido, quebrando um preceito da Lei, que declarava impuro quem tocasse um cadáver (cf. Nm 19,16). Seguindo o costume dos hebreus, o corpo não está fechado num caixão, mas é transportado numa maca, envolvido em panos com sudário no rosto. Quando Jesus se aproxima, os carregadores param e Ele incisivamente fiz ao jovem morto, como se estivesse vivo: Jovem, eu te ordeno, levanta-te! (7,14). O jovem senta-se e começa a falar. A ação de Jesus de fazer reviver o filho da viúva, juntamente com a expressão: o entregou à sua mãe (7,15), lembra o gesto solidário realizado pelo profeta Elias (cf. 1Rs 17,23). Esta ação de Jesus de transformar a morte em vida, leva o povo a reconhecê-lo como Deus Salvador. Então, as pessoas professam sua fé, glorificando a Deus, que socorre os mais abandonados. Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo (7,16). O modo de agir de Jesus vai além dos profetas conhecidos, pois Ele é o Messias e Filho de Deus, o Senhor da vida, que se compadece das pessoas necessitadas e as liberta. Por meio de Jesus, Deus visita seu povo (cf. 1,68), manifestando seu amor compassivo e misericordioso. Como na ressurreição do filho da viúva, Jesus torna presente, na história, a salvação de Deus. Ele é o Senhor da vida, vencedor da morte, que inaugura um tempo novo de esperança. 2
A primeira leitura é tirada do primeiro livro dos Reis. Deus ouve o clamor das pessoas pobres e excluídas, como a viúva de Sarepta, pequeno povoado na Fenícia. Elias solidariza-se com as pessoas que estavam passando por situações difíceis de sofrimento, de falta de condições dignas de vida. Como homem de Deus, ele é enviado para socorrer as necessidades de uma pobre viúva estrangeira. O Deus da vida move o profeta. Elias a manifestar a força da salvação que transforma a dor e a morte. A queixa apresentada pela mulher a Elias (cf. 17,18), reflete a mentalidade da época, que associava a morte prematura à punição por causa dos pecados. Cheio de confiança, Elias intercede junto ao doador da vida, suplicando que revele seu poder sobre a morte. O Deus misericordioso e compassivo atende a súplica e devolve a vida e a esperança ao povo. Ele manifesta a salvação através de palavras e ações proféticas em favor da vida. Elias é reconhecido como verdadeiro profeta, porque age em nome de Deus, e que a palavra do Senhor é verdadeira em tua boa (17,24). O Salmo 29 (30) é uma oração de louvor e ação de graças a Deus pela libertação de uma doença grave. O salmista exalta aquele que o levantou do Xeol ou abismo, restaurando-o na vida plena. Agradecemos ao Senhor, que no s liberta das situações difíceis, fazendo-nos experimentar sua força de vida e salvação. A segunda leitura é extraída da Carta aos Gálatas. O texto destaca que o ministério de Paulo está fundamentado no Evangelho de Jesus Cristo. A revelação do caminho de Damasco ensinou ao apóstolo das gentes quem é Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, e o que Ele significa para toda a humanidade. O chamado ou conversão foi uma experiência marcante na vida de Paulo. No passado, a defesa intransigente da lei o levou a perseguir cristãos. Agora, nas comunidades cristãs da região da Galácia, Paulo enfrenta conflitos com os judaizantes ou cristãos conservadores, procedentes do judaísmo. Os judaizantes pretendiam impor a circuncisão e outros preceitos da Torá aos pagãos convertidos ao cristianismo. Essa era a condição necessária para ser bons cristãos e assim alcançar a salvação. Paulo mostra que Deus oferece a salvação gratuitamente a todas as pessoas por meio de Jesus Cristo. A vocação missionária do grande apóstolo de Cristo é descrita como um chamado profético. Semelhante a Jeremias, Paulo sente-se chamado por Deus desde o ventre materno (cf. Gl 1,15; Jr 1, 4-10). Sua missão apostólica apoia-se no Evangelho da graça, na salvação pela fé em Jesus Cristo e não pelas obras da lei. 3
3. Atualizando a Palavra As leituras bíblicas de hoje nos mostram o rosto misericordioso e compassivo de Deus, que se manifesta nas ações de Elias, de Jesus, de Paulo. O Deus da vida vai ao encontro das viúvas de Sarepta e de Naim, do salmista, tirando-o do abismo, de Paulo, que sofre incompreensão por parte de membros da comunidade. Esse nosso Deus continua presente em nossas vidas através do Espírito do Ressuscitado, consolando e enxugando as lágrimas das pessoas que choram e se encontram desamparadas, infundindo-lhes a esperança. Deus revela seu amor e ternura de modo especial às pessoas marginalizadas, resgatando-lhes a dignidade, a confiança, a força de viver. Ao longo da história, Deus suscita profetas para defender a causa das pessoas indefesas, como as viúvas. Ele envia o seu próprio Filho para manifestar a bondade e a salvação. Jesus tem compaixão das pessoas que são abandonadas pelas outras. Assume a dor e a tristeza dos que sofrem, como no caso da mulher viúva e agora sem filhos. A compaixão de Jesus se traduz em ação. Ele lidera a procissão que leva vida plena ao jovem, à viúva, enchendo de esperança toda a multidão. As duas viúvas, que perdem seus filhos únicos, representam também a toda a humanidade necessitada do amparo de Deus na luta em favor da vida. Jesus veio nos visitar, trazendo o consolo, o sustento, a vida divina que permanece para sempre. Seguindo o caminho trilhado por Cristo, somos chamados a viver a compaixão, a bondade, a misericórdia, acolhendo e ajudando as pessoas que vivem situações de morte por causa de desemprego, drogas, violência, fome, doenças, morte prematura dos filhos. O trabalho persistente e solidário, comprometido com a defesa da vida, liberta da morte gerada pelo egoísmo exploração e opressão. Como Paulo, somos chamados a anunciar A Boa Notícia de Jesus Cristo, enfrentando desafios e incompreensões, para permanecermos fiéis ao projeto de vida e salvação. O Senhor da vida nos chama, desde o ventre materno, para proclamarmos o Evangelho, que liberta de todas as formas de exclusão. Com o salmista de hoje, glorifiquemos o Senhor, que conserva nossa vida, a fim de podermos colaborar na construção de um mundo melhor, de igualdade e fraternidade. 4
4. Ligando a Palavra com a ação eucarística A celebração é um sinal da consolação de Deus que não fica indiferente diante do choro dos pobres. Ele é luz e salvação, a quem temer? (Antífona de Entrada). Somos chamados a celebrar em atitude de abertura ao Senhor que é capaz de preservar a vida da morte (Salmos Responsorial). É preciso deixar que Ele, fonte de todo bem, nos faça pensar o que é certo e realizá-lo com a ajuda d Ele (cf. Oração do Dia). Sobretudo ser capaz de decidir pela vida, contra todas as forças da morte. Diante de nossa disposição em servi-lo, que Ele acolha nossas oferendas, fruto da terra e do trabalho de homens e mulheres, de forma que o sacrifício o agrade (cf. Oração sobre as Oferendas). A Eucaristia é a celebração por excelência da páscoa do Senhor. Celebrando a páscoa do Senhor também somos ressuscitados. Na celebração, professamos nossa fé na ressurreição e aclamamos unanimemente o memorial de sua vida: Anunciamos Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus. O mesmo Senhor, na mesa eucarística se faz comida e bebida para a vida do mundo. Que o Senhor, refúgio e Salvador, abrigo e protetor, faça de nós fonte de vida como Cristo nosso Senhor. Ele é o grande revelador da bondade infinita de Deus, como reza a Oração Pós- comunhão: Ó Deus, que curais nossos males, agi em nós por esta Eucaristia, libertando-nos das más inclinações e orientando para o bem a nossa vida. PRECES DOS FIÉIS Presidente: Ao Deus da vida que manifesta seu amor no quotidiano dos pobres e sofredores vamos elevar nossas preces. 1.Vinde Senhor, auxiliar dos anunciadores do Evangelho: Bispos, Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas e Leigos, para que nunca se cansem de anunciar o Evangelho de Cristo. Peçamos: Todos: Senhor, vinde em nosso auxílio. 2. Vinde Senhor, inspirar os responsáveis pela segurança e bem-estar das pessoas, para que tratem a vida como o bem maior. Peçamos: 3. Vinde Senhor, iluminar os profissionais da saúde na luta contra as doenças do corpo e do espírito. Peçamos: 4. Vinde Senhor, consolar todas as mães que sofrem com a perda de seus filhos, vítimas das drogas e da violência. Peçamos: 5
5. Vinde Senhor, animar as comunidades que encontram dificuldades para testemunhar a fé. Peçamos: (Outras intenções) Presidente: Deus de bondade cuide sempre de cada um de nós e que teu olhar misericordioso seja para nós seguimento e missão. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém. III. LITURGIA EUCARÍSTICA ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS: Presidente: Senhor nosso Deus, vede nossa disposição em vos servir e acolhei nossa oferenda, para que este sacrifício vos seja agradável e nos faça crescer na caridade. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém. ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO: Presidente: Ó Deus, que curais nossos males, agi em nós por esta Eucaristia, libertando-nos das más inclinações e orientando para o bem a nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém. V. RITOS FINAIS BÊNÇÃO E DESPEDIDA: Presidente: (Dá a bênção e despede todos). 6