MATERIAIS CERÂMICOS Tecnologia de produção, exigências e características Hipólito de Sousa 1. PROCESSO INDUSTRIAL PREPARAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA - PASTA CONFORMAÇÃO SECAGEM COZEDURA RETIRADA DO FORNO E ESCOLHA 1
Processo cerâmica corrente Processo cerâmica alveolada (tipo termoargila) 2
PREPARAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA - PASTA Argila Minerais que asseguram a plasticidade - Inertes ( esqueleto) quartzo - Fundentes, formam o vidro, feldspatos Preparação Por via plástica, em geral misturando barros, moendo e laminando, sempre juntando água CONFORMAÇÃO Técnica seca ou semi-seca prensagem da pasta granulada Técnica plástica à mão, extrusão á fieira ou extrusão e prensagem 3
SECAGEM Objectivos Eliminar rapidamente a água, minimizar consumo de energia, sem produzir defeitos nas peças, garantir que a água remanescente não prejudica a cozedura Condicionantes geometria das peças Fases eliminar água nas seguintes etapas: de retracção, de preenchimento dos poros, adsorvida Técnicas - Processo natural ou artificial COZEDURA Objectivos Aumento gradual de temperatura até à fusão química com alteração da estrutura da argila. Fases expulsão da água residual 150 a 200 ºC - fusão do quartzo 573ºC - decomposição dos carbonatos 900 º C - vitrificação - > 900ºC Técnicas Na actualidade em fornos túnel durante várias horas. No passado em fornos de campanha ou fixos, contínuos ou intermitentes 4
RETIRADA DO FORNO, ESCOLHA E CONTROLO QUALIDADE Objectivos Retirar o produto do forno e avaliar a sua qualidade Técnicas Estar atento à cor, é um indicador da matéria prima e da cozedura - controlar as várias fases do processo de fabrico Exigir marcação dos produtos Divulgar características técnicas 5
2. PRODUTOS Tijolos L D 6
Tijolos H D Forma e dimensões (cm) Peso aprox. (kg) Perc. de furação (%) Resistência à compressão (2) (MPa) 30 x20 x22 (1) 9-10 55-70 2.5-4 Furação horizontal 30 x20 x15 (1) 6-7 50-65 3.5-5 30 x20 x11 (1) 4-5 50-65 4.5-5.5 30 x20 x7 (1) 3-4 40-60 6.5-7.5 30 x20 x4 2-3 40-50 6-7 7
Forma e dimensões (cm) Peso aprox. (kg) Perc. de furação (%) Resistência à compressão (2) (MPa) Furação vertical 22 x11 x7 (1) 1.5-2.5 25-40 8-9.5 22 x11 x5 1.2-1.7 25-40 8- - 9.5 Sólidos 22 x11 x7 (1) 3-4 - 11.5-13.5 3. EXIGENCIAS APLICÁVEIS AOS MATERIAIS CERÂMICOS 3.1 Exigências geométricas DIMENSÕES EXTERIORES Respeito pelos princípios de coordenação modular GEOMETRIA INTERNA FURAÇÃO ( EC6) TOLERÂNCIA DAS DIMENSÕES EXTERIORES Espessuras mínimas dos septos, correlaciona-se com a percentagem de furação Maciços - % furacão 25% (Grupo1) Perfurados (fur. vertical) > 25 a 50% (Grupo2); <50 a 70% (Grupo3); Vazados (furação horizontal) - >25 a 70% (Grupo4); Respeito de desvios máximos entre as dimensões de fabrico e as dimensões efectivas 8
3.2 Exigências físicas ASPECTO E TEXTURA Limitar o tipo e número de defeitos. Rugosidade superficial para receber acabamentos MASSA VOLÚMICA DA ARGILA ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR IMERSÃO EFLORESCÊNCIAS E SAIS SOLÚVEIS Comum > 1450 kg/m 3 Alveolada < 1450 kg/m3 Serve apara avaliar o comportamento do tijolo à água da chuva e para avaliar a necessidade de molhagem dos tijolos no assentamento È um indicador da porosidade aberta. Deve situar-se dentro de certos limites pois influencia a capilaridade e a resistência mecânica Avaliação da tendência para a deposição de sais e formação de manchas Exigências físicas INCLUSÕES DE CAL VIVA EXPANSÃO COM A HUMIDADE Limitar o calcário da pasta. A hidratação da cal é expansiva e provoca roturas localizadas. Importante em alvenaria á vista A estabilização da argila vai ocorrendo ao longo do tempo através da absorção química de moléculas de água, que produz expansão irreversível. A tendência e o valor da expansão pode ser avaliada por ensaios Limites EC6 - - 0.2 a +1.0 mm/m RESISTÊNCIA AO GELO Importante em tijolos face á vista. È avaliável através do coeficiente de saturação. Melhora com o aumento da porosidade aberta 9
3.3 Exigências mecânicas RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO A resistência é convencional pois é muito influenciada pela técnica de ensaio. Calculada relativamente à secção aparente tendo em conta a forma do elemento (resistência normalizada) RESISTÊNCIA À TRACÇÃO POR FLEXÃO É determinável sobre tijolos ou septos e é correlacionavam com outras propriedades MÓDULO DE ELASTICIDADE È determinado sobre tijolos maciços ou sobre septos A marcação CE é obrigatória a partir de 01-04-2006, em conformidade com a EN 771-1. 10
BIBLIOGRAFIA NP EN 771-1: 2003 Especificações para elementos de alvenarias. Parte 1: Tijolos cerâmicos para alvenarias. NP EN 772-1: 2002 Métodos de ensaio de blocos de alvenarias. Parte 1: Determinação da resistência à compressão. NP EN 772-3:2000 (Ed.1) Métodos de ensaio para elementos e alvenarias. Parte 3: Determinação do volume liquido e da percentagem de furação em elementos cerâmicos para alvenarias por pesagem hidrostática. EN 772-5: 2001 Methods of test for masonry units. Part 5: Determination of the active soluble salts content of clay masonry units. NP EN 772-7: 2000 Métodos de ensaio para elementos de alvenarias. Parte 7: Determinação da absorção de água em água fervente de elementos cerâmicos para alvenaria. NP EN 772-11: 2002 Métodos de ensaio de blocos para alvenarias. Parte 11: Determinação da absorção de água por capilaridade de blocos para alvenarias de betão de agregados, de betão face à vista e de pedra natural, e da taxa de absorção inicial de água de blocos cerâmicos. NP EN 772-13: 2002 Métodos de ensaio de blocos para alvenarias. Parte 13: Determinação da massa volúmica real seca e da massa volúmica aparente seca de blocos para alvenarias (excepto blocos de pedra natural). NP EN 772-16: 2002 (Ed.1) Métodos de ensaio de blocos para alvenarias. Parte 16: Determinação das dimensões. EN 772-19: 2000 (Ed.1) Methods of test for masonry units. Part 19: Determination of moisture expansion of large horizontally perforated clay masonry units. EN 998-2: 2003 (Ed.1) Especificação para argamassas para alvenaria. Parte 2: Argamassa de montagem NP EN 1052-1: 2002 (Ed.1) Métodos de ensaio para alvenarias. Parte 1: Determinação da resistência à compressão. NP EN 1052-2: 2002 (Ed.1) Métodos de ensaio para alvenarias. Parte 2: Determinação da resistência à flexão. NP EN 1052-3: 2005 (Ed.1) Métodos de ensaio de alvenaria. Parte 3: Determinação da resistência inicial ao corte. NP EN 1052-4: 2002 (Ed.1) Métodos de ensaio para alvenarias. Parte 4: Determinação da resistência ao corte de alvenarias com membrana de corte de capilaridade. EN 1052-5 Methods of test for masonry Part 5: Determination of bond strength by bond wrench method. Directiva 89/106/CE Directiva dos Produtos da Construção (DPC). Directiva 97/740/CE Sistema de comprovação da conformidade aplicável a elementos de alvenaria. 11