TÍTULO: ANÁLISE DO DESEMPENHO DO MEMBRO SUPERIOR EM EXERCÍCIOS DE ALCANCE DE INDIVÍDUOS SADIOS EXPERIENTES E INEXPERIENTES

Documentos relacionados
TÍTULO: AS LESÕES CEREBELARES NO AVE: UMA RELAÇÃO ENTRE A CAPACIDADE FUNCIONAL E O DESEMPENHO MOTOR DOS MEMBROS SUPERIORES

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

EFEITO DA PREFERÊNCIA MANUAL SOBRE O TEMPO DE REAÇÃO

TÍTULO: INFLUÊNCIA DA INCERTEZA DO ALVO NO PLANEJAMENTO E DESEMPENHO DE MOVIMENTOS DIRIGIDOS AO ALVO EM INDIVÍDUOS SADIOS

Introdução e Classificação das Habilidades Motoras. Prof.ª Luciana Castilho Weinert

Controle do Alcance e Preensão. Geruza Perlato Bella

TRANSFERÊNCIA INTERLATERAL DE APRENDIZAGEM NO ARREMESSO DE DARDO

Fase do movimento Fundamental e Especializado A base para a utilização motora

FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL EM UNIDADE DE AVC: APLICAÇÃO DE PROTOCOLO PADRONIZADO É POSSÍVEL

TÍTULO: INFLUÊNCIA DA ALTURA DO ALVO NOS AJUSTES POSTURAIS DE INDIVÍDUOS PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

TÍTULO: ACURÁCIA DA ESTIMAÇÃO DO PRÓPRIO TAMANHO CORPORAL E DE OUTROS INDIVÍDUOS E ATIVIDADE FÍSICA EM UNIVERSITÁRIOS

Um Estudo das Funções Executivas em Indivíduos Afásicos

EFEITO DA PREFERÊNCIA MANUAL SOBRE O DESEMPENHO EM TAREFA CÍCLICA DE RESTRIÇÃO ESPACIAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

Terapia Ocupacional Reabilitação do doente com AVC

O LÚDICO NA PSICOMOTRICIDADE PSICOMOTRICIDADE. Desenvolvimento motor e Aprendizagem motora.

PLANO DE APRENDIZAGEM. CH Teórica: 50h CH Prática: 10h CH Total: 60h Créditos: 03 Pré-requisito(s): Período: III Ano:

COMPARAÇÃO DA HABILIDADE MANUAL DE ARTESÃS E NÃO ARTESÃS

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Revista Científica UMC

APRAXIA DA FALA INTRODUÇÃO

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE FORÇA MUSCULAR E FUNCIONALIDADE E SUA INFLUÊNCIA NA OCORRÊNCIA DE QUEDAS EM IDOSOS DE SÃO LUÍS

Medida do Desempenho Motor

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

Isabella Martins Rodrigues et al.

(CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMECÂNICA) CONTROLE MOTOR

Instrução Verbal e Demonstração

Prof. Ms. Sandro de Souza

AVALIAÇÃO DA ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR COM ADOLESCENTES ABRIGADOS DO PROJETO COPAME

MOVIMENTO DIRIGIDO AO ALVO DO MEMBRO SUPERIOR IPSILESIONAL APÓS LESÃO ENCEFÁLICA UNILATERAL: INFLUÊNCIA DO GRAU DE COMPROMETIMENTO MOTOR

PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Crescimento e Desenvolvimento Humano

Desempenho em prova de Memória de Trabalho Fonológica no adulto, no idoso e na criança Palavras Chaves: Introdução

INFLUÊNCIA DA GAMETERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTE PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

UM EXPERIMENTO PRELIMINAR SOBRE A INFLUÊNCIA DOS JOGOS DIGITAIS NO DESEMPENHO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

VALIDAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA DO INVENTÁRIO DE PREFERÊNCIA LATERAL PARA ANÁLISE DE MEMBROS INFERIORES

PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO COMO AUXÍLIO NA MELHORIA DA AUTONOMIA FUNCIONAL DA TERCEIRA IDADE 1

TÍTULO: DESVANTAGEM VOCAL EM CANTORES POPULARES PROFISSIONAIS E AMADORES COM E SEM TREINAMENTO

MOTOR EVALUATION SCALE FOR UPPER EXTREMITY IN STROKE PATIENTS (MESUPES-braço and MESUPES-mão)

ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DOS PARTICIPANTES DO PROJETO COPAME

TÍTULO: NÍVEIS DE APTIDÃO FÍSICAS DE PRATICANTES DE DOIS MODELOS DE TREINAMENTO RESISTIDOS.

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DAS QUEDAS EM CRIANÇAS INTERNADAS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS EM DUPLA-TAREFA SOBRE O EQUILÍBRIO E A COGNIÇÃO DE MULHERES IDOSAS

Rodolfo Novellino Benda

OS EFEITOS DO TREINAMENTO DE MEMÓRIA OPERACIONAL EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PAOLA RIBEIRO COQUEIRO

TÍTULO: EFEITO DA POSIÇÃO EM PÉ SOBRE O MOVIMENTO DE ALCANCE EM INDIVÍDUOS PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

EFEITO DA PRÁTICA DE JIU-JITSU NA DENSIDADE ÓSSEA DO SEGUNDO METACARPO

TÍTULO: MODIFICAÇÃO DO DESEMPENHO DO MOVIMENTO DIRIGIDO AO ALVO EM FUNÇÃO DE REPETIÇÃO EM PACIENTES PÓS-AVE

Glossário de Termos da Gestão da Competência. Ações Denominação genérica de atividade de treinamento e desenvolvimento.

TREINAMENTO E ENSINO. José Elias de Proença

TÍTULO: ESTUDO ERGONÔMICO DA POSTURA SENTADA EM COLABORADORAS DE UMA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO.

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Anais. IV Seminário Internacional Sociedade Inclusiva

AVALIAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE EM EDUCANDOS ENTRE 8 E 10 ANOS ATRAVÉS DE FERRAMENTAS DIDÁTICAS DE FÁCIL ACESSO

Interface Homem-Computador

SISTEMATIZAÇÃO DE ENSINO DO FUTEBOL PARA CRIANÇAS DE 10 E 11 ANOS: comportamento da qualidade de realização dos princípios táticos

Curso de Extensão FUNÇÃO MOTORA. Profa. Ana Lucia Cecconello

Monique Suellem Oliveira. Efeito da estrutura de prática na aquisição de habilidades motoras

TÍTULO: POSSIBILIDADES DAS VIVÊNCIAS LÚDICAS NO TEMPO ÓCIO VIVIDO PELAS CRIANÇAS NO RECREIO

AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM ALUNOS DURANTE A FASE DE ALFABETIZAÇÃO. PALAVRAS-CHAVES: consciência fonológica, adultos, alfabetização.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

Resistência Muscular. Prof. Dr. Carlos Ovalle

QUALIDADES FÍSICAS RELACIONADAS A APTIDÃO FÍSICA. BASES DO TREINAMENTO CORPORAL I

INFLUÊNCIA DA LATERALIDADE NO DESEMPENHO MOTOR NO MEMBRO SUPERIOR EM IDOSOS

TÍTULO: ASSISTÊNCIA BÁSICA NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS ATRAVÉS DO PAPANICOLAU

Ed Carlo Ferreira da Silva. Efeito da estrutura de prática na aquisição de habilidades motoras

AEE PARA DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOBILIDADE REDUZIDA. Curso: Unidade de Estudo: / / Valor: 10 pontos Nota: PROVA PRESENCIAL

O Brincar e a Terapia Ocupacional

INFLUÊNCIA DA ORDEM DO TIPO DE PAUSA NOS PARÂMETROS BIOQUÍMICO DE UM TREINAMENTO INTERVALADO EM HOMENS. RESUMO

PLANO DE APRENDIZAGEM

Características distintas do desempenho e do executante mudam durante a aprendizagem de habilidades

CREF13/BA MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO PRÉ-PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMAS DE ATIVIDADES FÍSICAS

PROGRAMA DE ALONGAMENTO PARA CRIANÇAS DE 10 A 12 ANOS ESTUDANTES DE DANÇA CLÁSSICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ICB - DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E BIOFÍSICA. Aula Prática, parte 1: Ações reflexas na rã

EFEITOS DA BANDAGEM FUNCIONAL NO PÉ EQUINO DE CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL: ESTUDO DE CASO

HABILIDADES SOCIAIS: DIFERENÇA ENTRE SEXO E NÍVEL ESCOLAR

TÍTULO: SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO NO VOLEIBOL CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE: UMA COMPARAÇÃO ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DE SUMARÉ-SP

Lobo frontal e funções executivas

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

Justificativa para novas abordagens de treinamento de força no futebol.

TÍTULO: PREVALÊNCIA DE LESÕES EM CORREDORES DOS 10 KM TRIBUNA FM-UNILUS

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Revista Iniciação Científica, v. 8, n. 1, 2010, Criciúma, Santa Catarina. ISSN

IV Seminário do Grupo de Pesquisa Deficiências Físicas e Sensoriais Faculdade de Filosofia e Ciências 26 e 27 de fevereiro de 2018 ISSN

INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO NA FORÇA MUSCULAR DE TRONCO DE MULHERES

16/09/2010 CÓRTEX CEREBRAL

Resiliência e burnout em trabalhadores de enfermagem

Condições de variabilidade da fluência de fala

Mestrado Profissional em Ensino de Ciências

R e v i s t a C a m p o d o S a b e r I S S N P á g i n a Volume 4 - Número 6 - nov/dez de 2018

O USO DA ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR: AVALIAÇÀO PARTICIPANTES DO PROJETO EXTENSIONISTA NA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL COPAME"

DESENVOLVIMENTO MOTOR DOS ALUNOS DO 5º ANO DO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

AGRESSIVIDADE COMPETITIVA EM LUTADORES Carlos José Ferreira Lopes 1, Nelimar Ribeiro de Castro 2. Introdução

Escola EB 2/3 de Grijó - Agrupamento Júlio Dinis Núcleo de Estágio de Educação Física 2011/12. Plano de Aula. Data: 22/03/12 Aula nº: 68-69

5 Exemplos e testes 5.1 Exemplos de uso da Biblioteca Simula ao de um radar rodovi ario de monitoramento de velocidade automotiva

TÍTULO: ANÁLISE ANTROPOMÉTRICA DE SACROS DO SEXO MASCULINO E FEMININO DO ESTADO DE SÃO PAULO

AUTOR(ES): MARCOS VINICIUS ARAÚJO RODRIGUES, JAQUELINE APARECIDA DA SILVA NUNES, NATHAN BATALHA SILVA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. PROGRAMA DE DISCIPLINA/ ESTÁGIO Ano: 2008 IDENTIFICAÇÃO CÓDIGO DISCIPLINA OU ESTÁGIO SERIAÇÃO IDEAL

Transcrição:

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: ANÁLISE DO DESEMPENHO DO MEMBRO SUPERIOR EM EXERCÍCIOS DE ALCANCE DE INDIVÍDUOS SADIOS EXPERIENTES E INEXPERIENTES CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO AUTOR(ES): VIVIAN FARAHTE GIANGIARDI ORIENTADOR(ES): ROSIMEIRE SIMPRINI PADULA, SANDRA MARIA SBEGHEN FERREIRA DE FREITAS, SANDRA REGINA ALOUCHE

1. RESUMO Tarefas manuais necessitam do aprendizado motor para serem realizadas com sucesso, o qual consiste na aquisição de novas sequências de movimentos, dependente da prática e repetição. Como a prática leva à otimização de uma habilidade então, se torna necessário avaliar a hipótese de que indivíduos que estão constantemente realizando tarefas manuais, que exigem a precisão e direcionamento de movimentos, sejam mais habilidosos em movimentos dirigidos ao alvo quando comparados à indivíduos que não realizam tais atividades com frequência. Participaram deste estudo indivíduos da Universidade Cidade de São Paulo UNICID SP. A amostra foi formada por voluntários de ambos os sexos, entre 20-55 anos, os quais foram divididos em dois grupos: grupo experiente (trabalhadores experientes em trabalhos manuais) e grupo inexperiente (trabalhadores inexperientes para estas atividades). Os participantes deveriam realizar tarefas relacionadas ao movimento de alcance, força e destreza do membro superior. Os resultados demonstraram que um indíviduo habilidoso em tarefas específicas não apresentam, necessariamente, melhor desempenho em todas as atividades de membro superior, principalmente naquelas caracterizadas por demandar outras exigências motoras. 2. INTRODUÇÃO A realização de tarefas manuais necessita do aprendizado de habilidades motoras, as quais são caracterizadas pela execução de movimentos que exigem uma habilidade específica a ser alcançada, o que demanda a movimentação voluntária do corpo e/ou dos membros para atingir um objetivo 6. A aprendizagem motora consiste na aquisição de novas sequências de movimentos, onde a repetição de movimentos idênticos forma a base fisiológica do aprendizado motor 9. Ao realizar a digitação ou executar outras tarefas manuais é exigido destreza no movimento de mãos, dedos e braços, de maneira a existir certa harmonia e coordenação de várias articulações, envolvendo tanto o planejamento e controle preciso do Sistema Nervoso Central como adequado funcionamento do sistema musculoesquelético, sensorial e de processos cognitivos para sua execução 9. Quando se trata da coordenação para as tarefas manuais, a cognição é uma característica importante que nunca deve ser desprezada, uma vez que, para o 1

individuo se tornar habilidoso em uma tarefa é necessária à prática 11 e repetição, o que proporcionará a otimização do movimento. Padrões motores irão ser formulados após a repetição dos movimentos, os quais mudam com o aprendizado motor e com a experiência prévia do indivíduo. A partir deste contexto, trabalhadores que apresentam uma experiência prévia da tarefa a ser realizada, poderão possuir melhores estratégias motoras devido ao alto grau de desenvolvimento dessa habilidade 13. Se a prática leva a otimização de uma habilidade então, se torna necessário avaliar a hipótese de que indivíduos que estão constantemente realizando tarefas manuais, e que exigem a precisão e direcionamento de movimentos, possam apresentar habilidades motoras de membro superior melhor desenvolvidas ao serem comparados à indivíduos que não realizam tais atividades com frequência. Além disso, esses trabalhadores podem desenvolver estratégias de proteção e com isso apresentar melhores prognósticos para dores, desconfortos e lesões osteomusculares relacionadas ao trabalho. 3. OBJETIVOS O objetivo deste estudo é avaliar o desempenho do membro superior de índividuos sadios, comparando as características temporais e espaciais relacionadas ao planejamento e à execução dos movimentos de alcance do membro superior realizados por indivíduos que possuam experiência em tarefas manuais e por indivíduos inexperientes neste tipo de atividade em função da direção dos alvos e lado que realiza a tarefa. 4. METODOLOGIA Participaram do presente estudo indivíduos da Universidade Cidade de São Paulo UNICID SP. A amostra foi formada por voluntários de ambos os sexos, entre 20-55 anos, destros, os quais foram divididos em dois grupos: grupo experiente (trabalhadores experientes em trabalhos manuais) e grupo inexperiente (trabalhadores inexperientes para estas atividades). Inicialmente, os experientes foram classificados como trabalhadores que realizem por um período superior a 6 horas por dia tarefas manuais relacionados a digitação ou outro tipo de tarefa que exija destreza manual, enquanto os inexperientes foram classificados como 2

trabalhadores que não realizem esses trabalhos manuais por longo período de tempo. 5. DESENVOLVIMENTO Trata-se de um estudo avaliativo comparativo do tipo transversal. Antes do início das tarefas, todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo. Primeiramente o participante respondeu um questionário sobre dados pessoais e o estilo de vida com relação à utilização do computador e videogames, realizou o questionário Honey-Alonso 1 para avaliação do seu tipo de aprendizagem predominante e foi utilizado o Inventario de Edinburgh 8 para determinar a dominância manual do participante, em seguida os participantes realizaram duas tarefas que visam à avaliação do desempenho de diferentes tarefas de membro superior. A primeira tarefa ocorreu utilizando-se a placa de Purdue PegBoard, onde os participantes realizaram uma sequencia de encaixe, primeiro com o uso da mão direita, em seguida com a mão esquerda e então o uso de ambas as mãos; os participantes deveriam encaixar o máximo de pinos possíveis ao respectivo orifício, durante o período de 30 segundos. A pontuação foi realizada baseada na quantidade de pinos que o participante conseguiu encaixar no período de tempo proposto. A segunda tarefa foi realizada utilizando-se a mesa gráfica Wacom Intuos 2, separada em dois blocos relacionados à distância e lateralidade entre o alvo e o participante. Os alvos foram orientados a 45 a direita ou a esquerda e posicionados a distância de 12 cm, contendo a posição no mesmo lado ou lado oposto daquele do membro usado pelo participante (ipsilateral e contralateral). As condições foram: alvo posicionado contralateralmente ou ipsilateralmente ao membro sendo utilizado, realizados com o lado direito e esquerdo. Após o posicionamento da caneta no ponto inicial, foi então apresentada a sequência a ser reproduzida pelo sujeito. Cada estímulo da sequência (mudança de cor do alvo de branca para vermelha) teve uma duração de 300 ms e um intervalo de 300 ms foi dado entre cada estímulo. Após um intervalo de 600 ms, o ponto inicial 3

mudava de cor branca para verde (estímulo imperativo) indicando que o participante poderia iniciar o movimento. Cada participante realizou 30 repetições de movimentos dirigidos aos alvos nas direções ipsi e contralateral ao membro que o executava, totalizando 60 repetições para a tarefa completa. 6. RESULTADOS Para os resultados relacionados aos movimentos dirigidos ao alvo foi observado que o Tempo de Reação foi similar entre os grupos experiente (322 ± 6 ms) e inexperiente (334 ± 7 ms); assim como o Tempo de Movimento [Experiente:258 ± 27 ms; e Inexperiente: 225 ± 28 ms]; a Suavidade [Experiente: 1,4 ± 0,1 um; e Inexperiente: 1,1 ± 0,2 um]; a relação entre Tempo de Pico de Movimento e Tempo de Movimento [Experiente: 35 ± 1,4%: e Inexperiente: 36 ± 1,5%]; e o Erro Variável Resultante [Experiente: 0,4 ± 0,7 cm; e Inexperiente: 0,5 ± 0,8 cm]. Não houve diferença significativa entre os lados (F1,21 = 0,29; p = 0,6) relacionada ao Tempo de Reação; porém ocorreu diferença entre as direções (F1,21 = 5,05; p = 0,036), onde o Tempo de Reação foi maior para o movimento ipsilateral (331 ± 5 ms) do que para o movimento contralateral (325 ± 4 ms figura 1A). Com relação ao Tempo de Movimento, foram observadas diferenças significativas entre os lados (F1,21 = 15,23; p = 0,001) onde o Tempo de Movimento foi maior para o movimento contralateral (249 ± 19 ms) do que para o ipsilateral (233 ± 20 ms); e entre a direção (F1,21 = 81,6; p = 0,001) onde o Tempo de Movimento foi maior para o movimento contralateral (261 ± 20 ms) do que para o movimento ipsilateral (222 ± 19 ms figura 1B). 4

Legenda: Ipsi lado ipsilateral ao membro; Contra lado contralateral ao membro; MSD Membro Superior Direito; MSE Membro Superior Esquerdo; EXP grupo Experiente; INEXP grupo Inexperiente. Figura 1 Médias e Erro Padrão do Tempo de Reação (A) e Tempo de Movimento (B), em milissegundos (ms), do grupo Experiente e grupo Inexperiente durante a realização do movimento dirigido ao alvo. Não ocorreram diferenças significativas relacionadas ao lado e direção ao ser analisada a Suavidade, lado (F1,21 = 1,7; p = 0,20) e direção (F1,21 = 0,20; p = 0,66 figura 2C); ao analisar a relação entre o Tempo de Pico de Velocidade e o Tempo de Movimento, lado (F1,21 = 0,36; p = 0,55) e direção (F1,21 = 0,45; p = 0,51); e ao ser analisado o Erro Variável Resultante, lado (F1,21 = 2,1; p = 0,16) e direção (F1,21 = 0,06; p = 0,81 figura 2D). analisados. Em todas as variáveis não foram encontradas interações entre os fatores Legenda: Ipsi lado ipsilateral ao membro; Contra lado contralateral ao membro; MSD Membro Superior Direito; MSE Membro Superior Esquerdo; EXP grupo Experiente; INEXP grupo Inexperiente. Figura 2 Médias e Erro Padrão da Suavidade (C), em unidades de movimento (um); e Erro Variável Resultante (D), em centímetros (cm), do grupo Experiente e grupo Inexperiente durante a realização do movimento dirigido ao alvo. 5

Na tabela 1 são encontrados os resultados referentes ao questionário de Estilo de Aprendizagem (Honey-Alonso) dos individuos dos grupos Experiente e Inexperiente; além das forças de Preensão Palmar e Pinça; e dos resultados referentes ao teste de Destreza Motora (Purdue Pegboard Test) realizado. Em ambos os grupos ocorreram três estilos de aprendizagem predominantes: Ativo, Reflexivo e Teórico, sendo que o estilo Reflexivo foi o mais frequente em ambos os grupos (50% grupo experiente e 54,5% grupo inexperiente tabela 1). As forças de Preensão Palmar foram maiores em ambos os membros no grupo Inexperiente (38,26 kgf membro superior direito e 35,12 kgf membro superior esquerdo) do que no grupo Experiente (26,06 kgf membro superior direito e 24,36 kgf membro superior esquerdo tabela 1). O mesmo ocorreu nos resultados relativos às forças de Pinça, onde o grupo Inexperiente obteve maiores valores (4,38 kgf membro superior direito e 4,30 kgf membro superior esquerdo) do que o grupo Experiente (3,40 kgf membro superior direito e 3,16 kgf membro superior esquerdo tabela 1). Os resultados relativos ao teste de destreza motora (Purdue Pegboard Test) demonstraram que o grupo Experiente apresentou melhor desempenho para o membro superior direito (16,17 acertos em média) do que o grupo Inexperiente (15,86 acertos em média tabela 1. Na utilização do membro superior esquerdo, o grupo Experiente (14,58 acertos em média) obteve resultados similares ao do grupo Inexperiente (15,14 acertos em média tabela 2). O mesmo ocorreu na utilização de ambas as mãos, onde o grupo experiente (25,5 acertos em média) apresentou valor similar ao grupo inexperiente (25,18 acertos em média). Na fase de montagem do teste, o grupo inexperiente (35,45 acertos em média) apresentou valor maior que o grupo experiente (32,92 acertos em média tabela 1). 6

Tabela 1 - Resultados referentes ao Estilo de Aprendizagem (Honey-Alonso), forças de Preensão Palmar e Pinça; e resultados referentes ao teste de Destreza Motora (Purdue Pegboard Test) dos individuos dos grupos Experiente e Inexperiente. Estilo de Aprendizagem Grupos Variáveis Experientes Inexperientes %(N) Ativo 25,0 (3) 36,40 (4) Reflexivo 50,0 (6) 54,50 (6) Teórico 25,0 (3) 9,10 (1) Pragmático - - Força Preensão Palmar (kgf) Média (DP) MSDireito 26,06 (10,3) 38,26 (10,8) MSEsquerdo 24,36 (9,45) 35,12 (10,6) Força Pinça MSDireito 3,40 (1,5) 4,38 (2,26) MSEsquerdo 3,16 (1,45) 4,3 (1,52) Média (DP) Puerdue Pegboard Test (acertos) MSDireito 16,17 (2,42) 15,86 (1,12) MSEsquerdo 14,58 (2,305) 15,14 (1,61) Ambos 25,5 (3,09) 25,18 (2,85) Montagem 32,96 (10,85) 35,45 (7,802) 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo buscou avaliar o desempenho do membro superior de índividuos sadios, comparando as características temporais e espaciais relacionadas ao planejamento e à execução dos movimentos dirigidos ao alvo do membro superior realizados por indivíduos que possuam experiência em tarefas manuais e por indivíduos inexperientes neste tipo de atividade em função da direção e distância dos alvos. Os resultados demonstraram a existência de diferença entre os grupos. Com relação às forças de preensão palmar e de pinça o grupo Inexperiente obteve maiores valores do que o Experiente. Ao ser analisado o movimento dirigido ao alvo, o grupo Experiente apresentou desempenho similar ao grupo Inexperiente. Já em relação ao teste de destreza motora (Puerdue Pegboard) o grupo Experiente 7

obteve melhor desempenho ao utilizar a mão dominante, do que o grupo Inexperiente. Os membros superiores estão relacionados com a capacidade de promover preensão, alcance funcional e manipulação; essas funções básicas são dependentes da interação sincronizada entre suas articulações para coordenar seus seguimentos e realizar movimentos eficientes na distância ou posição mais adequada para uma tarefa específica 7, além do adequado controle e planejamento do Sistema Nervoso Central. Através das funções básicas do membro superior, habilidades motoras irão ser desenvolvidas e aperfeiçoadas. Tais habilidades podem ser dividas em habilidades motoras finas as quais, por sua vez, necessitam de maior controle dos músculos pequenos, mais específicos, e que exigem um alto grau de precisão dos movimentos 14. E habilidades motoras grossas, onde é necessária a utilização da musculatura grande para produzir as ações, requerendo menor precisão dos movimentos do que as habilidades motoras finas 14. A capacidade de promover preensão e o alcance funcional necessitam do adequado controle dos grandes grupos musculares, requerendo menor precisão dos movimentos e, podendo assim ser classificadas como habilidades motoras grossa. Já a atividades que exigem manipulação, como a digitação, recruta pequenos grupos musculares, pois necessita de uma aptidão mais específica e um alto grau de precisão, podendo ser classificada como habilidade motora fina. No presente estudo, ocorreu a realização de testes que representavam as funções básicas do membro superior, tais como os testes para força, como o teste de preensão palmar e preensão de pinça; testes para o alcance como o movimento dirigido ao alvo; e para habilidades de manipulação como o Perdue Pegboard Test. O grupo Experiente obteve melhor desempenho ao realizar o teste de Perdue Pegboard, devido ao fato de estar relacionado com a sua tarefa ocupacional, apresentando experiência e prática em uma tarefa de habilidade fina. Já os Inexperientes obtiveram melhor desempenho ao realizarem o teste de força, pois são exigências de suas tarefas ocupacionais, onde a constante prática fez com que seu desempenho fosse superior em tarefas que exijam habilidade motora grossa. As habilidades motoras grossas e finas são caracterizadas por apresentarem variabilidade motora, conhecida como a variação intrínseca presente em todas as 8

ações controladas pelo sistema sensório-motor inclusive em tarefas ocupacionais repetitivas 6. Essa variabilidade difere entre as atividades e o grau de experiência do individuo. A variabilidade motora tem um papel funcional importante no desenvolvimento motor e na aquisição de habilidades 6. Para que uma habilidade motora seja aprimorada será necessária que ocorra o aprendizado motor, caracterizado por ser uma alteração na capacidade individual de realizar determinada habilidade específica, ao qual deve ser entendido como uma melhoria permanente no desempenho devido a prática ou a experiência 6. O aprendizado motor será constituído por elementos específicos a cada tarefa, que podem ser transferidos previamente para a aprendizagem de uma nova tarefa 12. Espera-se que duas tarefas que compartilhem um grande número de elementos motores, perceptivos e conceituais semelhantes possam ser transferidos mais fortemente 12. O treinamento promove a aprendizagem, tornando o indivíduo habilidoso naquilo que a tarefa exige de seu comportamento motor. Entretanto, essa habilidade só será transferida a outra tarefa, e assim o aprendizado motor só poderá ocorrer, quando a especificidade das tarefas apresentarem elementos semelhantes. Demonstrando que o indíviduo se torna habilidoso na prática e repetição de tarefas específicas, porém essa habilidade não é passada quando surge a necessidade do aprendizado de novas tarefas, as quais irão demandar outras exigências motoras. 8. FONTES CONSULTADAS 1. Amaral S. F; Barros D. M. V - Estilos de Aprendizagem no Contexto Educativo de uso das Tecnologias Digitais Interativas Laboratório de novas Tecnologias Aplicadas a Educação UNICAMP Brasil. 2. Barela J. A. Aquisição de habilidades motoras: do inexperiente ao habilidoso. Revista de Educação Física MOTRIZ, Universidade Estadual de São Paulo UNESP, vol 5, nº 1, 1999. 3. BiitefischC; Hummelsheim H; Denzler P; Mauritz K.H Repetitive training of isolated movements improves the outcome of motor rehabilitation of the centrally paretic hand Journal of the Neurological Sciences 130 (1995) 59-68. 4. Buddenberg L.A. Davis C.Test-Retest Reliability of the Purdue PegBoard Test. 9

The American Journal of Occupational Therapy, vol. 54, n. 5, 2000. 5. Fuster JM Memory in the cerebral cortex: an empirical approach to neural networks in the human and nonhuman primate. Cambridge, MA: MIT Press; 1995. 6. Magill R.A. Aprendizagem motora Conceitos e Aplicações, editora Edgard Blücher, 5ª edição, 2000. 7. Moore K - Anatomia orientada para a clínica 5ª edição Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2007. 8. Oldifield R. C The assessment and analysis of handedness: The Edinburgh Inventory Neurophysichologia Vol. 9, pp. 97-113 1971. 9. Silva C.M.A. Movimentos de alcance de indivíduos pós acidente vascular encefálico: efeito da complexidade da tarefa, Universidade Cidade de São Paulo UNICID, São Paulo, Brasil, Mestrado em Fisioterapia - Tese para obtenção do titulo de Mestre, 2012. 12. Srinivasan D; Mathiassen S. E Motor Variability in occupational health and performance Clinical Biomechanics Vol. 27, pp. 979-993 2012. 11. Vianna F.R. Estrutura de prática na aprendizagem de tarefas de timing coincidente. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Tese para obtenção do titulo de graduado em Educação Física, 2010. 12. Schmidt R. A; Wrisberg C. A Aprendizagem e performance motora: Uma abordagem da aprendizagem baseada no problema 2ª edição Artmed 2001. 13. Madeleine P; Lundager B; Voigt M; Arendt-Nielsen L Standardized low-load repetitive work: evidence of different motor control strategies between experienced workers and a reference group - Applied Ergonomics 34 (2003) 533 542. 14. Madeleine P; Madsen T. M. T Changes in the amount and structure of motor variability during a deboning process are associated with work experience and neck shoulder discomfort Applied Ergonomics, nº 40, pp 887 894 2009. 10