A enfrentar um processo de divórcio amigável, ANA BRAVO refugia-se no carinho dos sobrinhos "Terminei um casamento da forma mais tranquila possível,, A nutricionista, de 31 anos, é responsável pela clínica Saudarte e vai ter uma rubrica no Porto Canal A nutricionista não dispensa a companhia dos seus quatro sobrinhos: Rita, de 1 8 anos (que foi concorrente do programa "ídolos"), João, de 8, Ana João, de 3, e Matilde, de 9 meses
nove anos, e hoje está à frente da clínica Sau- Acabou darte, o curso há recentemente inaugurada no Porto. A nutricionista Ana Bravo, de 31 anos, é um exemplo de sucesso nesta área. Na clínica (que já existia há dois anos, noutras instalações) divide o trabalho com o seu padrasto, o homeopata Abel Sousa Dias. É também colaboradora do cirurgião plástico Ibérico Nogueira, em Lisboa, escreve livros nesta área, é frequentemente convidada para o programa "Querida Júlia", da SIC, e vai ter uma rubrica no programa "Porto Alive", do Porto Canal. Em Moledo, onde costuma passar alguns fins de semana, a nutricionista partilhou com a Lux um pouco da sua vida, em ambiente natalício, e não dispensou a companhia dos seus quatro sobrinhos: Rita, de 18 anos (que já foi concorrente do programa "ídolos"), João, de 8, Ana João, de 3 (estes dois, irmãos), e Matilde, de 9 meses. Lux - Como é que costuma o seu Natal? ser Ana Bravo- Os meus pais estão divorciados desde que eu tinha 6 anos. E aquilo que aconteceu, desde sempre, é que eu passo o Natal com a minha mãe, e com a família da parte dela. E isto é a prática comum, não é por estar afastada do meu pai. Nem pensar! Aliás, ele faz parte de mim. É que sempre foi assim desde criança, e continua a ser. E é assim com toda a gente,
com os meus sobrinhos também. A ceia de Natal é com a minha mãe e com o Abel e, na passagem de ano, tentamos compensar. Eu costumo dizer que tenho uma família enorme. Os laços podem não ser de sangue, mas para mim são muito mais do que isso. De resto, o Natal é sempre em Trás- -os-montes, independentemente de ser com a mãe ou com o pai. Lux - É transmontana? A.B.- Eu só fui nascer ao Porto, mas sim. O meu pai é da Guarda, mas foi parar a Vila Real por motivos de trabalho. A minha mãe é de Mirandela. A minha mãe acabou por ficar a morar em Chaves, porque os meus avós já viviam em Chaves, e o meu pai mora em Vila Real. Portanto, o Natal é entre Chaves e Vila Real. Por acaso, no ano passado foi na minha casa, no Porto, mas penso que foi a única vez. Porque lá, em Chaves, há muito espaço, imensas coisas até para os miúdos andarem mais à vontade, a casa é enorme e tem cinco lareiras. E no Natal estão sempre todas acesas, é uma festa! No Porto, num apartamento, não é a mesma coisa. Lux - É outro espírito, não é? E o Natal continua a ser uma festa da família? A.B.- Cormpletamente! Eu sou uma criança autêntica no Natal. É verdade! A minha sobrinha de 3 anos diz-me: "Ó tia, tu és pequenina como eu, não és?" Devo ser a única, naquela casa, que chega ao espírito deles, a brincar. Há sempre jogos
diferentes, visto os miúdos com fantasias, fazemos sempre imensas brincadeiras. Entre karaoke e música... E depois, como a Rita canta e toca guitarra, ajuda. O nosso Natal é muito animado, mesmo muito. Infelizmente já não tenho um dos meus irmãos, há quase quatro anos, e isso mexe um bocadinho com a festa. Nota- -se sempre, como é óbvio. O Natal nunca mais vai ser o mesmo. E, efetivamente, não é o mesmo. Mas, nem que seja por causa dos miúdos, há o espírito de Natal, a alegria, o dinamismo... A festa é sempre uma novidade porque fazemos brincadeiras diferentes,
A nutricionista escreve livros nesta área, é frequentemente convidada para o programa "Querida Júlia", da SIC, e vai ter uma rubrica no programa "Porto Alive", do Porto Canal "Quando as pessoas percebem que o que tinham de bom para dar uma à outra terminou, separam-se e não têm por que discutir,, procuramos inovar sempre, e isso mantém-se. Mesmo em relação à minha mãe, ela tem sido incrível. É uma força da Natureza. Lux- O que é que se passou com o seu irmão? A.B. - Como compreende, não falarei muito desse assunto. Foi algo completamente inesperado... Um processo difícil, muito difícil mesmo! Mas, sabe, se há boas memórias, são todas as que guardamos do Pedro. Era... É e será o meu exemplo, sempre! Pela força, pelo empreendedorismo, pela determinação e sobretudo pela sensibilidade ímpar! Mas prefiro não falar sobre esse tema... Lux- Mudando, então, de assunto, já fez as compras de Natal? A.8.- Já comprei. E vou continuar a comprar, até chegar ao Natal. Entretanto, eles têm não sei quantos presentes para abrir. Eu lembro-me de que, quando era miúda, cheguei a ter 50 e tal presentes... Era assim um exagero! E às vezes penso nisso. Meu Deus do céu, como é que é possível?! Lux - Este ano teve algum tipo de contenção, por causa da crise? A.B.- Sim. Eu sou muito vaidosa, assumo isso, e portanto a crise tem-me afetado nesse sentido, de ter um bocadinho mais de consciência com os meus gastos pessoais. Mas não propriamente
na clínica. Fazer contenção de gastos aí não faz sentido nenhum, é mais nos meus gastos pessoais. Noto, em alguns pormenores, que tento reduzir. Nem que seja por uma questão de consciência. É mesmo isso. Lux - É casada? A.8. -Fui. Estou a divorciar-me. Lux - Quer falar disso? A.B. - Não há nada de especial para dizer quanto a isso. Terminei um casamento da forma mais tranquila possível, tanto para mim como para o meu ex-marido, e ele continua a ser um dos meus melhores amigos. Sei que a maior parte das pessoas fica a olhar para mim quando eu digo isto. "É impossível!" Mas não, é possível. Quando as pessoas só fazem bem uma à outra mas são tão adultas que chegam a uma determinada altura em que percebem que o que tinham de bom para dar uma à outra, como homem e mulher, terminou, separam-se e não têm por que discutir. Está resolvido por natureza. E não temos filhos, é mais simples. Pretendo que ele continue a fazer parte da minha vida, porque realmente é uma pessoa especial. Lux -Como é que é a sua relação com os seus sobrinhos? A.B. - Como não tenho filhos, tenho a melhor relação possível. Os meus sobrinhos são uma parte fundamental da minha vida. Neste momento, é metade trabalho, metade família. E os sobrinhos têm um papel preponderante, como é óbvio. Lux- Passa muito tempo com eles? A.B. - Sim, muito. Ao fim de semana. Sou viciada neles. Às vezes, as pessoas dizem-me: "Tu não vais muito a festas." Eu não sou muito de sair à noite, nem é uma coisa que eu tenha um gosto enorme em fazer. Faço-o, de vez em quando, com as minhas amigas de infância. E estou com a família o mais que posso, sempre que posso. Como trabalho muito e não me resta muito tempo, dedico-o a eles, ou então viajo com amigas. Brinco com eles, rebolo-me na relva... A sério, quando estou com eles sou da idade deles. texto Rodrigo Ferreira foios Cristina Pinto e Pinto produção Teresa Abrunhosa agradecimentos Casa da Eira de Moledo, El Corte Inglês Gaia Porto, LTD Edition e Maria Flor