Terceirização e cadeias produtivas: o caso do setor de confecções de Londrina-PR

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Transcrição:

Anais do IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina ISSN: 2177-9503 Imperialismo, nacionalismo e militarismo no Século XXI 14 a 17 de setembro de 2010, Londrina, UEL GT 3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho - Painel Terceirização e cadeias produtivas: o caso do setor de confecções de Londrina-PR Cinthia Xavier da Silva Leonardo Antonio Silvano Ferreira ** Resumo Esta pesquisa é estruturada em duas partes. A primeira, já realizada tratou das condições de trabalho de um dos elos da cadeia produtiva de confecções, a costura. A segunda parte, em andamento, tem como objetivo, observar a relação entre estas políticas públicas de desenvolvimento do Paraná, na forma de Arranjos Produtivos Locais 1 com o Termo de Compromisso de Trabalho Decente, da qual o Paraná é um dos signatários. Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina UEL. Pesquisadora do GENTT. End. eletrônico: cinthiaxsilva@hotmail.com ** Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina UEL, bolsista do Programa de Iniciação Científica (PROIC/UEL). Estudante do GENTT. End. eletrônico: leonardofmg@hotmail.com 1 A política de Arranjos Produtivos Locais é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como objetivo interligar as empresas em um fluxo de informações a fim de que juntas consigam maiores incentivos financeiros para a região e consigam se mobilizar para o crescimento da produtividade, novos produtos, e maior empregabilidade. GT 3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho 243

Gráfico 1: Empregos na Indústria em Londrina PR. Média em % dos anos de 1996 a 2008. Fonte: IPARDES, elaboração GENTT. No que se refere aos empregos na indústria em Londrina-Pr, o setor têxtil 2 e de confecções é o que emprega maior força de trabalho, sendo, portanto um setor significativo para absorção da força de trabalho da região (Gráfico 1). Reforça a ideia de que para a formação de um APL se leva em conta o aglomerado de empresas numa determinada região, devendo ainda ser observado o crescimento do setor em um dado período. A junção destes fatores cria o que é entendido como uma vocação da região para determinado ramo da economia 3. Embora o Estado do Paraná seja um dos estados que assinaram o termo de compromisso de trabalho decente, faz-se importante analisar qual a relação dessas políticas públicas de desenvolvimento do Paraná, com vistas ao desenvolvimento de determinada localidade. Para tanto, neste momento a pesquisa tem como objetivo, a compreensão desses fenômenos que ocorrem na economia é importante no sentido de trazer para a discussão da ordem do dia, os interesses do capital que estão por traz dessas medidas estruturais adotadas pelo Estado. 2 Sobre o Setor de Confecções, ver JINKINGS; AMORIM In: ANTUNES, 2006. 3 De acordo com os dados sócio-econômicos do Instituto de Desenvolvimento de Londrina CODEL, da Prefeitura Municipal de Londrina, o complexo industrial da região de Londrina, possui 499 indústrias compreendendo o setor têxtil, vestuários, calçados e artefatos de tecidos, representando 16% do total das atividades industriais de Londrina. Disponível em http://www.codel.londrina.pr.gov.br/geral/geral.asp?id=15. Acessado em 05 de abril de 2010. GT 3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho 244

Objeto e Objetivos O objeto de estudo em pesquisa são os Arranjos Produtivos Locais (APLs) do setor de confecções do Paraná. Buscamos estudar sua organização fazendo relação com a organização das cadeias produtivas. Qual a formação de um APL? Como estão inseridas as micro e pequenas empresas? De que forma a terceirização se insere na dinâmica de um APL? Estas são as questões que permeiam esta pesquisa. O objetivo principal é construir um percurso de análise empírica, que permita compreender se o desenvolvimento econômico das empresas, por meio das Políticas Públicas de Desenvolvimento do Paraná, se há relação com formas de flexibilização da produção e do mercado de trabalho, ocasionando a precarização das condições de trabalho. Metodologia Foram pesquisadas duas facções de costura, duas costureiras domiciliares, estas terceirizadas, e uma confecção de uniformes, que terceiriza a produção, especificamente a parte da costura. Foram realizadas entrevistas com as costureiras domiciliares e com os proprietários da confecção e das facções. Também foram aplicados questionários fechados com as costureiras, alem da coleta de dados através do site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), RAIS/CAGED, e outros sites como PNAD- IBGE, Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Vestuário do Paraná (SIVEPAR), Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit). Resultados e conclusões Observam-se alguns efeitos gerados com pelo impacto da organização da produção em cadeias produtivas. Os dados observados, a partir da pesquisa já realizada demonstram uma demanda de terceirizações no setor de serviços, mas também com micro e pequenas empresas, gerando desigualdade social, como também a perda de direitos dos trabalhadores. A flexibilização das relações de trabalho, por meio da reestruturação da cadeia produtiva, evidencia a perda de direitos do trabalhador, tendo em comum a desregulamentação das leis trabalhistas. O trabalho precarizado é compreendido a partir de uma crescente redução nos postos de trabalho nas empresas centrais, e a realocação dos trabalhadores via terceirização, cooperativas e/ou trabalho informal. Há, portanto um desemprego estrutural de trabalhadores, constituindo um exército de reserva, que são absorvidos pelas intermediárias das grandes companhias sob formas GT 3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho 245

precárias de trabalho. Precárias tanto para os trabalhadores como para os pequenos proprietários. Os APL s valorizam o desenvolvimento das empresas, principalmente micro e pequenas, mas em contra partida deve-se ponderar o que pode estar perpetuando formas de exploração dos trabalhadores a partir da flexibilização do trabalho, e o que incentiva a redução da desigualdade social, como a política publica da Agenda Nacional do Trabalho Decente, da Organização Internacional do Trabalho e Brasil. Faz-se necessário observar, em que medida essas políticas públicas de desenvolvimento do Estado do Paraná, pautado na política de trabalho decente, são adotadas pelas empresas. Bibliografia BALTAR, Ronaldo; WOLFF, Simone. Trabalho decente e cadeias produtivas: uma análise da implementação de programas estaduais para promoção da agenda trabalho decente no Brasil. In: Anais do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, Rio de Janeiro, 2009. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAGED. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2009a. Disponível em: < http://www.mte.gov.br/caged/default.asp>. Acesso em: 14 nov. 2009.. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual De Informações Sociais - RAIS. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2009b. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/rais/default.asp>. Acesso em: 12 nov. 2009. CASTELLS, Manuel. A empresa em rede: a cultura, as instituições e as organizações da economia informacional. In: A Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. p. 173-221. CASTILLO, Juan José. Las fábricas de software en España. Organización y división del trabajo: el trabajo fluido em la sociedad de la información. In: Política & Sociedade, Revista de Sociologia Política, Florianópolis-SC, v. 7, n. 3, p. 35-108, outubro de 2008. (Tradução livre) CHESNAIS, François. Capítulo 1: Decifrar palavras carregadas de ideologia. In: A Mundialização do Capital. São Paulo: Xamã, 1996. DALL ACQUA, Clarisse T. B. Competitividade e Participação: Cadeias Produtivas e a definição dos espaços econômicos, global e local. São Paulo : Annablume, 2003. GT 3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho 246

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