IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL NA REDUÇÃO DE INTERCORRÊNCIAS OBSTÉTRICAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Transcrição:

IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL NA REDUÇÃO DE INTERCORRÊNCIAS OBSTÉTRICAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Ester Costa Lima; Juciara Karla de Souza Lima; Regina Santos Dantas; René Geraldo Cordeiro Silva Junior; Universidade Federal do Vale do São Francisco UNIVASF ester.lima19@hotmail.com; jucy_karla@hotmail.com; reginadantas16@gmail.com; recojr2@gmail.com; RESUMO INTRODUÇÃO: O pré-natal envolve todo o momento que antecede ao parto, e deve ser acompanhado por profissionais de saúde garantindo a singularidade e a integralidade de todas as gestantes e visando ainda diminuir as possíveis intercorrências no parto e puerpério. Pesquisa realizada com o objetivo de identificar as principais intercorrências durante o parto e se a realização do pré-natal interfere para a redução das mesmas. METODOLOGIA: Esse é um estudo de delineamento descritivo, como base a revisão de literatura no banco de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Utilizou as seguintes palavras-chave: prénatal, intercorrências obstétricas, gestante e parto. Encontrou-se 39 artigos, dos quais, após leitura, 07 foram selecionados, por satisfazerem adequadamente as propostas do trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Os resultados apontam que as principais intercorrências no parto são: amniorrexe prematura, trabalho de parto prematuro, oligoâmnio, pré-eclampsia, placenta prévia, descolamento prematuro da placenta e a atonia uterina. Foi identificado ainda, que a realização do pré-natal reduz a incidência destas intercorrências. CONCLUSÕES: Sendo assim, a realização de pré-natal deve ser estimulada, sobretudo na classe socioeconômica mais baixa, já que é nesta, que mais se percebe a menor adesão ao programa, por considerar que o fato da gravidez ser processo natural lhe dispensa da necessidade de acompanhamento. Palavras - chave: Pré-natal. Intercorrências obstétricas. Gestante. Parto. INTRODUÇÃO A gestação é um fenômeno fisiológico e, por isso, sua evolução se dá, na maioria dos casos, sem intercorrências. As estatísticas mostram que cerca de 90% das gestações começam, evoluem e terminam sem complicações: são as gestações de baixo risco. Por outro lado, as gestações de alto risco já iniciam com problemas, ou estes surgem durante o decorrer das mesmas e apresentam maior probabilidade de terem desfechos desfavoráveis, quer para o feto, quer para a mãe. (FREITAS et al., 2006). De acordo com Coimbra et al. (2003), as condições de assistência ao pré-natal e ao parto interferem nos coeficientes de mortalidade materna e infantil, bem como pela presença de doenças provocadas ou agravadas pelo ciclo gravídico-puerperal, no qual cerca de 92% das mortes de mulheres por causas maternas são evitáveis, mediante a adoção de medidas que garantam o acesso ao

pré-natal e aos direitos reprodutivos das mulheres. O pré-natal envolve todo o momento que antecede ao parto, originou-se como uma ramificação do PAISM (Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher), e visa prestar assistência integral e qualificada as gestantes, acolhendo-as desde o início de sua gravidez, período de mudanças físicas e emocionais, que cada gestante vivencia de forma distinta (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000). Para Smeltzer e Bare (2009), as patologias que mais afetam as gestantes geralmente produzem manifestações clínicas detectáveis no decurso da gestação, no entanto, habitualmente os sinais e sintomas aparecem apenas no último trimestre da gravidez, quando as patologias encontram-se num estágio avançado, determinando condições ameaçadoras à vida da mãe e/ou do concepto, expondo as gestantes desprovidas de assistência especializada a situações de urgências/emergências obstétricas. As principais intercorrências durante o trabalho de parto, parto e nascimento são: amniorrexe prematura, trabalho de parto prematuro, oligoâmnio, pré-eclâmpsia, placenta prévia, descolamento prematuro da placenta e a atonia uterina (CABRAL et al., 2011). Conforme Peixoto (2004), o controle pré-natal eficiente deve ter início precoce, ter cobertura universal, ser realizado de forma periódica, estar integrado com as demais ações preventivas e curativas, e deve ser observado um número mínimo de seis consultas para incluir qualidade de vida no período de gestação, oferecendo condições ideais aos períodos seguintes do ciclo gravidez, parto e puerpério. Frente a isso, percebe-se que ainda existem poucos estudos que abordem a temática das principais intercorrências no parto e exponham a importância da realização regular da consulta de pré-natal para diminuir a incidência delas. Sendo assim, o interesse pelo tema surgiu em decorrência das inúmeras complicações que ainda vêm ocorrendo no trabalho de parto e de que na maioria dos casos estas poderiam ser eliminadas ou reduzidas com uma realização eficaz do prénatal. METODOLOGIA Trata-se de um estudo com delineamento descritivo, de revisão bibliográfica. A pesquisa bibliográfica, conforme Marconi e Lakatos (2003) abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo. Sua finalidade é colocar o pesquisador em íntimo contato com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto. Sendo assim, essa

pesquisa não é uma repetição do que já foi exposto anteriormente sobre o assunto, mas permite a avaliação de um tema sob nova perspectiva, chegando a conclusões inovadoras. A escolha da pesquisa bibliográfica justifica-se por ela ser a que melhor oferece subsídios para o alcance do objetivo dessa pesquisa O universo da pesquisa foi à consulta de livros, manuais do Ministério da saúde e artigos científicos veiculados ao banco de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Quando utilizado descritor importância do Pré-natal encontrou-se 39 estudos. Dos 39 artigos obtidos através da coleta dados, apenas 07 foram utilizados nesta revisão. Os trabalhos foram selecionados a partir da leitura dos resumos e escolhidos os que mais se relacionavam com o atual estudo. Segundo Amaral (2007, p. 1) a técnica bibliográfica possibilita o levantamento, a seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas às pesquisas. Essa escolha justifica-se porque essa técnica é a mais conveniente para o cumprimento dos objetivos específicos deste estudo. Os dados coletados no banco de dados SCIELO foram analisados à luz dos artigos anteriormente selecionados em livros e por via eletrônica. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os artigos selecionados para a elaboração deste estudo estão organizados na tabela abaixo. Todos trazem de maneira particular a importância do pré-natal para o ciclo gravídico/puerperal, no entanto o que apresentou mais contribuição para o desenvolvimento deste trabalho foi Atuação do enfermeiro nas intercorrências e complicações obstétricas durante o trabalho de parto e nascimento, contudo Cunha et al. (2009) traz dados importantes relacionando o índice de mortalidade materna por regiões com a realização do pré-natal. Assunção et al. (2012), Cabral et al. (2011) e Serruya, Lago e Cecatti (2004), estabelecem uma relação entre as principais intercorrências e o pré-natal, sendo que Cabral et al. (2011) é o que mais deixa explicito as intercorrências no parto. Basso, Neves e Silveira (2012), trazem dentre outras coisas, a importância da qualidade do prénatal na redução de morbidades neonatais. Já Shimizu e Lima (2009) apontam os fatores socioeconômicos e culturais como importantes na adesão das gestantes ao prénatal assim como Cabral et al. (2011). Abaixo encontram-se os pontos mais importantes abordados nestes artigos os quais foram discutidos à luz de outros artigos e livros. Tabela 1. Lista de trabalhos e seus respectivos autores, que tematizam sobre... distribuídos em

ordem alfabética, considerado o ano da publicação. Fonte: SCIELO, 2014. Autores Ano Título ASSUNÇÃO, P. L. et al. BASSO, C. G.; NEVES, E. T.; SILVEIRA, A. CABRAL, et al. CUNHA, M. A. et al. DUARTE, S. J. H; ANDRADE, S. M. O. SERRUYA, LAGO E CECATTI SHIMIZU, H. E.; LIMA, M. G. 2012 Fatores associados ao nascimento prétermo em Campina Grande, Paraíba, Brasil: um estudo caso-controle. 2012 Associação entre realização de prénatal e morbidade neonatal. 2011 Atuação do enfermeiro nas intercorrências e complicações obstétricas durante o trabalho de parto e nascimento. 2009 Assistência prénatal: Competências essenciais desempenhadas por enfermeiros. 2006 Assistência prénatal no Programa de Saúde da Família. 2004 O panorama da atenção pré-natal no Brasil e o Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento. 2009 As dimensões do cuidado pré-natal na consulta de enfermagem. A atenção materno-infantil na saúde pública tem sido considerada uma área prioritária, principalmente no tocante aos cuidados da mulher durante o pré-natal, o parto e o puerpério, a fim de manter um ciclo gravídico-puerperal com o menor risco possível para o binômio mãe/filho. (SHIMIZU; LIMA, 2009). A gravidez e o parto correspondem a um período da vida caracterizado por complexas transformações interpessoais, sociais, emocionais e fisiológicas. Na maioria dos casos as gestações ocorrem sem nenhuma complicação, no entanto, envolvem uma fase de transformação, e por isso está sujeita a complicar a qualquer momento, sendo assim requer atenção da equipe multidisciplinar de saúde. (CABRAL et al, 2011). O pré-natal envolve todo o momento que antecede ao parto e visa prestar assistência integral e qualificada as gestantes, acolhendo-as desde o início de sua gravidez, período de mudanças físicas e emocionais, que cada gestante vivencia de forma distinta. Em geral, a consulta de pré-natal envolve procedimentos bastante simples, podendo o profissional de saúde dedicar-se a escutar as demandas da gestante, transmitindo nesse momento o apoio e a confiança necessários para que ela se fortaleça e possa conduzir com mais autonomia a gestação e o parto. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000). De acordo com o Ministério da Saúde (2000), o acompanhamento pré-natal apesar de apresentar efeito positivo sobre a saúde da mulher e do concepto, ainda possui baixa cobertura associada principalmente ao

insipiente atendimento, um grande desafio que deve ser superado. Infelizmente esse déficit na atenção ao pré-natal tem prejudicado no curso das gestações e patologias evitáveis, através de adequada assistência ao ciclo gravídico-puerperal podem até levar ao óbito como, por exemplo: hipertensão na gravidez, hemorragias, infecção puerperal, complicações no trabalho de parto e abortos, são a maioria, apesar de serem facilmente. Segundo Serruya, Lago e Cecatti (2004) no final dos anos 90, após quase duas décadas da instituição do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), a assistência à saúde da mulher no Brasil permanecia com muitas questões a serem melhoradas. O PAISM propôs uma nova e diferenciada abordagem, centrada no atendimento à saúde reprodutiva das mulheres no âmbito da atenção integral, com vistas ao aperfeiçoamento do controle do pré-natal, parto e puerpério. Para o aperfeiçoamento da assistência obstétrica, a Área Técnica de Saúde da Mulher associada com a Secretaria de Assistência à Saúde e Secretaria Executiva, elaborou um plano em três etapas, sendo elas: a primeira, aumentou a remuneração ao parto normal e determinou um limite para o pagamento de cesáreas por hospital; a segunda, foi criado o Programa de Apoio à Implantação de Sistema Estadual de Referência Hospitalar para a gestação de alto risco; por fim a terceira etapa tratava especificamente da atenção no pré-natal e ao parto, preferenciando a qualidade da assistência e o acesso. Essas ações visavam reduzir a morbimortalidade materna e melhorar os resultados perinatais. (VIANNA, S. M. et al., 2001). O Ministério da Saúde por meio do PAISM estabeleceu que o pré-natal para desenvolver uma assistência eficaz deve captar a gestante na comunidade, fazer os controles periódicos, contínuos; garantir as consultas, bem como reuniões educativas, providenciar área física adequada, equipamento e instrumental mínimo; fornecer medicação básica e suporte laboratorial. (BASSO, NEVES, SILVEIRA, 2012). Para melhor qualificação da assistência em pré-natal, o Ministério lançou, em 2000, o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) e, em 2004, a Política Nacional de Atenção à Saúde Integral da Mulher (PNAISM), com a finalidade de ampliar o acesso aos serviços de saúde, a cobertura e a qualidade da atenção no período perinatal. No entanto, no mundo, por ano, ainda ocorrem 120 milhões de gravidezes, das quais mais de meio milhão destas mulheres, vêm a óbito em consequência de complicações

durante a gestação ou o parto. Embora estudos demonstrem os benefícios do acompanhamento pré-natal sobre a saúde da gestante e do recém-nascido, que contribuem para a diminuição da mortalidade materna, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal, a cobertura da consulta pré-natal ainda é deficiente. Tabela 2. Cobertura da consulta pré-natal e índice de mortalidade materna por região brasileira, em 2009. Cunha et al, 2009. Região Cobertura de Razão de brasileira pré-natal % mortalidade materna por cem mil nascidos vivos Norte 26,55 53,2 Nordeste 34,9 60,8 Centrooeste 55,85 60,3 Sudeste 60,54 45,92 Sul 61,5 56,6 Conforme mostrado na tabela 2, estes dados apontam que a região Nordeste apresenta apenas 34,9% de cobertura pré-natal e consequentemente é onde tem o maior índice de mortalidade materna, enquanto a região Sudeste apresenta 60,54% de cobertura e é onde possui a menor taxa de mortalidade. Contudo, no Norte é o que possui a mais baixa cobertura de pré-natal (26,55%), no entanto, é a segunda com menor índice de mortalidade (53,2%) perdendo apenas para o Sudeste (45,92%). Cunha et al. (2009) conclui que um atendimento de qualidade no pré-natal pode desempenhar um papel importante na redução da mortalidade materna, além de evidenciar outros benefícios à saúde materna e infantil. Com isso percebe-se que há necessidade de se expandir o acesso das gestantes aos serviços de saúde, bem como, melhorar a qualidade das consultas, principalmente fortalecendo o acolhimento, a fim de garantir a adesão ao pré-natal e reduzir o quantitativo de intercorrências no momento do parto. (SHIMIZU; LIMA, 2009). Frente a isso há necessidade de se expor as principais intercorrências que ocorrem no Brasil. A figura 1 resume as principais intercorrências ocorridas durante o trabalho de parto. Segundo Corrêa (2004), as complicações que ganham destaque são aquelas decorrentes da hipertensão gestacional, hemorragias no pós-parto e infecções. Contudo, problemas pré-existentes podem desenvolver-se durante a gestação ou trabalho de parto de forma frequente, ampliando a probabilidade de complicações materno-fetal. Artigos mostram que existe um maior risco de prematuridade entre as mães que não receberam cuidado pré-natal ou receberam de forma inadequada. Mesmo em diferentes contextos sociais, apesar das realidades

socioeconômicas variadas e da utilização de medidas diferentes, chamam atenção o alto percentual de ausência de pré-natal e a ausência de cuidados adequados, dificultando o manuseio durante as intercorrências durante o parto. (ASSUNÇÃO et al., 2012). Apesar da evolução de conceitos e procedimentos na assistência obstétrica, há diversos fatores que influenciam diretamente para um resultado obstétrico insatisfatório, como o baixo nível socioeconômico e cultural, a dificuldade de acesso e a escassez de serviços de saúde. Desta forma, ainda existem registros em nossas unidades hospitalares de alta incidência de patologias e complicações, facilmente evitáveis durante o pré-natal, através de esclarecimento e conscientização, como serviços de referência bem equipados de fácil acesso para as gestantes. (CABRAL et al., 2011). O início do trabalho de parto, o parto e o nascimento podem desencadear excitação, medo, estresse, apreensão e alterações dos sinais vitais, independentemente se ela é primípara ou multípara, pois a mulher tem várias necessidades físicas e psicológicas nesta fase, por ocorrer diversas alterações que afetam o transcurso normal causando intercorrências e complicações (BRADEM, 2004). Figura 1. Principais intercorrências durante o trabalho de parto, parto e nascimento. (CABRAL et al., 2011). Como refere Braden (2004), o período gestacional está permeado por diversas alterações quer seja física ou psicológica, o que importa é que a qualquer momento uma alteração considerada fisiológica pode se tornar patológica. Infelizmente, no Brasil, como afirma Shimizu e Lima (2009), ainda é muito forte a representação social das gestantes sobre o processo gestacional como um fenômeno natural, isso acaba contribuindo para a falta de cuidado na gravidez, a não aderência e evasão do programa pré-natal, o que tem culminado na alta incidência de distúrbios gestacionais graves. Diante disso, a consulta de enfermagem na realização do pré-natal apresenta-se como de suma importância, pois têm como finalidade garantir a extensão da cobertura e melhoria da assistência, principalmente por meio da introdução das ações de prevenção e promoção. Além disso, promove tranquilidade as gestantes, pois lhes

permitem compreender e expressar os diversos sentimentos vivenciados. (SHIMIZU, LIMA, 2009). Sendo assim, pode-se perceber que existem diversos problemas que podem ocorrer no momento do parto. Nesse contexto, a qualidade na assistência ao pré-natal é fundamental para reduzir as taxas de mortalidade materna e infantil, prevenindo mortes por doenças hipertensivas, hemorragias, sepses e outras causas diretas. Sendo assim, as causas obstétricas diretas e suas complicações, podem ser prevenidas a partir de uma assistência adequada, incluindo a prevenção de doenças, agravos e o tratamento dos problemas ocorridos durante o período gestacional até o pós-parto. (ABRÃO, 2002). Com isso, Duarte e Andrade (2006), afirmam que sem um acompanhamento de pré-natal adequado, o processo patológico pode conduzir a gestação para uma situação de alto risco para o binômio mãe/feto. A atenção primária na gravidez abrange a prevenção de doenças, a promoção da saúde e o tratamento dos problemas ocorridos durante o período gestacional até o pós-parto, tanto na mulher quanto no bebê favorecendo um parto e pósparto mais seguro. CONCLUSÃO A gravidez e o parto correspondem a um período da vida caracterizado por complexas transformações e que geralmente transcorre normalmente, no entanto alguns percalços podem surgir no decorrer da gestação que pode culminar em um trabalho de parto complicado ou até mesmo morte materna e/ou neonatal. Prova disso é que das 120 milhões de gravidezes que ocorrem por ano no mundo, meio milhão vêm a óbito em consequência de complicações durante a gestação ou o parto. Embora sejam notórios os benefícios do acompanhamento pré-natal sobre a saúde da gestante e do recém-nascido, a cobertura da consulta pré-natal ainda é deficiente. Além disso, a representação social das gestantes sobre o processo gestacional como um fenômeno natural principalmente na classe social mais baixa, contribui para a não adesão e evasão do programa pré-natal, o que acaba resultando na alta incidência de distúrbios gestacionais graves. Estudos apontam que dentre as principais intercorrências durante o trabalho de parto, parto e nascimento podemos encontrar: amniorrexe prematura, trabalho de parto prematuro, oligoâmnio, pré-eclâmpsia, placenta prévia, descolamento prematuro da placenta e a atonia uterina e fica evidente que a realização regular do pré-natal contribui positivamente com a redução destas.

Dessa forma, para que exista uma gravidez tranquila e sem riscos, faz-se necessário identificar todos os fatores de risco capazes de aumentar a morbimortalidade e interferir neles de forma precoce. É fundamental que haja uma assistência obstétrica satisfatória, inclusive com a realização das consultas de pré-natal regulares, pois isto corresponde à forma mais eficaz de se manter uma gestação saudável, protegendo dessa forma o binômio mãe/feto. REFERÊNCIAS ABRÃO, A. C. F. V. Enfermagem obstétrica e ginecológica: Guia para a prática assistencial. 1 ed. São Paulo: Roca, 2002. AMARAL, J. J. F. Como fazer uma pesquisa bibliográfica. Ceará: UFC, 2007. ASSUNÇÃO, Paula Lisiane et al. Fatores associados ao nascimento pré-termo em Campina Grande, Paraíba, Brasil: um estudo caso-controle Factors associated with preterm birth in Campina Grande, Paraíba State, Brazil: a case-control study. Cad. saúde pública, v. 28, n. 6, p. 1078-1090, 2012. BASSO, Chariani Gugelmim; NEVES, Eliane Tatsch; SILVEIRA, Andressa da. Associação entre realização de pré-natal e morbidade neonatal. Texto and Contexto Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 269, 2012. BRANDEN, S. P. Enfermagem Materno- Infantil. 4 ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2004. CABRAL, R. W. L. et al. Atuação do enfermeiro nas intercorrências e complicações obstétricas durante o trabalho de parto e nascimento, 2011.. COIMBRA, Liberata C. et al. Fatores associados à inadequação do uso da assistência pré-natal. Rev Saúde Pública, v. 37, n. 4, p. 456-62, 2003. CUNHA, M. A. et al. Assistência pré-natal: Competências essenciais desempenhadas por enfermeiros. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 13, n. 1, p. 145-153, 2009. CORRÊA, M. D. Noções Práticas de Obstetrícia. 12.ed. Minas Gerais: Coopmed Editora, 2004. DUARTE, Sebastião Junior Henrique et al. Assistência pré-natal no Programa Saúde da Família. Esc. Anna Nery Rev. Enferm, v. 10, n. 1, p. 121-126, 2006. FREITAS, et al. Rotinas em Obstetrícia. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003. KAUARK, F. S.; MANHÃES, F. C.; MEDEIROS, C. H. Metodologia da pesquisa: Um guia prático. Itabuna: Via Litterarum, 2010. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência Prénatal: Manual técnico. Equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. 3 ed. Brasília: SPS/Ministério da Saúde, 2000. PEIXOTO, S. Pré-Natal. 3 ed. São Paulo: Rocca, 2004. SERRUYA, Suzanne Jacob; LAGO, Tânia Di Giácomo; CECATTI, José Guilherme. O panorama da atenção pré-natal no Brasil e o Programa de Humanização do Pré-natal e

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