02/05/2016
Sumário Título do documento 1. Questão... 3 2. Normas Apresentadas pelo Cliente... 3 2.1. Competência e Incidência... 3 2.2. Ajuste SINIEF 06/89... 4 2.3. RICMS-CE... 4 3. Análise da Consultoria... 5 3.1. Solução de Consulta SEFAZ/SP... 5 3.2. Convênio ICMS s/n 1970... 6 3.3. Lei Complementar 87/1996... 7 4. Conclusão... 7 5. Informações Complementares... 8 6. Referências... 8 7. Histórico de Alterações... 8 2
1. Questão O cliente, uma indústria do segmento têxtil, possui unidades nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e São Paulo. Dentre todas as operações executadas pela empresa está a contratação de duas transportadoras para o transporte da mercadoria até o destinatário, cada uma realizando, de forma independe, o transporte de um trecho do trajeto. Sendo esta prestação de serviço de transporte feita de forma independente e distintas entre as transportadoras. Apresenta como exemplo para análise uma operação que se inicia em sua unidade em Fortaleza/CE com destino a clientes em São Paulo/SP. Informa que contrata uma prestadora de serviço de transporte para o trecho Fortaleza/CE a Guarulhos/SP, e outra transportadora para o segundo trecho de transporte que ocorre de Guarulhos/SP e vai até o cliente em São Paulo/SP. Com base neste exemplo questiona: 01. Como dever ser declarado o transportador responsável pelo segundo trecho do trajeto, considerando que o documento fiscal de venda apresenta apenas um quadro de informações destinado aos dados do transportador? 02. Se no momento da emissão do documento de venda da mercadoria a indústria têxtil não souber com precisão qual será a transportadora responsável pelo segundo trecho do trajeto, poderá apresentar duas opções de possíveis transportadoras no campo de informações complementares? 03. Considerando que o segundo trecho do trajeto é uma operação de Guarulhos/SP para São Paulo/SP o valor do ICMS será calculado aplicando-se uma alíquota interna ou interestadual? 2. Normas Apresentadas pelo Cliente O cliente apresenta como informações iniciais de análise um texto sobre competência e incidência nas a prestação de serviço de transporte, para reforçar a sua interpretação as disposições do Art. 58 do Ajuste SINIEF 06/1989 que determina os papeis dos envolvidos nas prestações de serviço de transporte e o Art. 63º do RICMS-CE que determina as alíquotas de operações interestaduais. 2.1. Competência e Incidência II Competência e Incidência De acordo com o art. 155, II, da Constituição Federal compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Já o art. 156, III, da Carta Magna determina que compete aos Municípios instituir imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. Neste sentido, foi publicada a Lei Complementar nº 116/2003, que traz disposições sobre o ISS e prevê em seu Anexo único uma lista de serviços que estão sujeitos a esse imposto. O item 16.01 prevê os serviços de transporte de natureza Municipal. 3
Dessa forma, sobre a prestação de serviço de transporte, seja de mercadoria, Título do documento pessoas, bens, rodoviário, aéreo, ferroviário, marítimo, incide: ISS PRESTAÇÃO INTRAMUNICIPAL início e término do trajeto dentro do mesmo Município; ICMS PRESTAÇÃO INTERMUNICIPAL E INTERESTADUAL início e término do trajeto em Municípios e/ou Estados diversos. 2.2. Ajuste SINIEF 06/89 Sobre os papeis dos envolvidos na prestação, observamos à Legislação do Ajuste SINIEF nº 02, de 04 de abril de 2008, que altera o Convênio SINIEF nº 06/89, como seja: Art. 58A. Para efeito de aplicação desta legislação, em relação à prestação de serviço de transporte, considera-se: I remetente, a pessoa que promove a saída inicial da carga; II destinatário, a pessoa a quem a carga é destinada; III tomador do serviço, a pessoa que contratualmente é a responsável pelo pagamento do serviço de transporte, podendo ser o remetente, o destinatário ou um terceiro interveniente; IV emitente, o prestador de serviço de transporte que emite o documento fiscal relativo à prestação do serviço de transporte. 1º O remetente e o destinatário serão consignados no documento fiscal relativo à prestação do serviço de transporte, conforme indicado na Nota Fiscal, quando exigida. 2º Subcontratação de serviço de transporte é aquela firmada na origem da prestação do serviço, por opção do prestador de serviço de transporte em não realizar o serviço por meio próprio. 3º Redespacho é o contrato entre transportadores em que um prestador de serviço de transporte (redespachante) contrata outro prestador de serviço de transporte (redespachado) para efetuar a prestação de serviço de parte do trajeto. ; 2.3. RICMS-CE Decreto 24/569/1997 Art. 63. Na operação e prestação oriundas de outras unidades da Federação, o crédito fiscal só será admitido, no máximo, se calculado pelas seguintes alíquotas: I das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, 12% (doze por cento); II das Regiões Sul e Sudeste, 7% (sete por cento). Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, consideram se pertencentes à: I Região Norte: os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins; II Região Nordeste: os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe; III Região Centro Oeste: o Distrito Federal e os Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; IV Região Sudeste: os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo; V Região Sul: os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Art. 63. Na operação e prestação oriundas de outras unidades da Federação, o crédito fiscal só será adminitido, no máximo, se calculado pelas seguintes alíquotas: I das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, 12% (doze por cento); II das Regiões Sul e Sudeste, 7% (sete por cento). 4
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, consideram se pertencentes à: I Região Norte: os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins; II Região Nordeste: os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe; III Região Centro Oeste: o Distrito Federal e os Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; IV Região Sudeste: os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo; V Região Sul: os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 3. Análise da Consultoria Para complementar as normas apresentadas pelo cliente consultamos as informações da Lei Complementares 87/1996 e do Convênio ICMS S/N 1970. O foco principal da nossa análise se baseia na Solução de Consulta da SEFAZ de São Paul 454/2010, que mesmo não sendo o Estado de origem da operação, está totalmente envolvido na operação sendo o Estados de uma de nossas unidade no cliente. 3.1. Solução de Consulta SEFAZ/SP RESPOSTA À CONSULTA TRIBUTÁRIA 454/2010, de 06 de Abril de 2011 1. A Consulente, com CNAE principal referente à atividade de "comércio atacadista de materiais de construção em geral", inicia sua consulta com a transcrição literal dos artigos 206 e 206-A do RICMS/2000. 2. Isso posto, consulta: "Diante disso, o objeto da presente Consulta é para que V. senhorias esclareçam, tendo em vista que no artigo retro mencionado do RICMS/SP não ficou claro, se no caso de transporte realizado por redespacho, a Consulente pode mencionar no campo Informações Complementares de sua Nota Fiscal de Saída, os dados do Transportador Contratado." 3. A Consulente questiona quanto à possibilidade ou necessidade de menção no campo "Informações Complementares" de suas notas fiscais de saída de mercadorias, dos dados cadastrais referentes a uma segunda transportadora contratada, supostamente na modalidade de "redespacho". 3.1. Os artigos 206 e 206-A do RICMS/2000 dispõem: "Artigo 206 - Quando o serviço de transporte de carga for efetuado por redespacho, deverão ser adotados os seguintes procedimentos: I - o transportador contratado, que receber a carga para redespacho: a) emitirá o competente conhecimento de transporte, nele lançando o valor do frete e, se for o caso, o valor do imposto correspondente ao serviço a executar, bem como os dados relativos ao redespacho; b) anexará a 2ª via do conhecimento de transporte, emitido na forma da alínea anterior, à 2ª via do conhecimento de transporte que tiver acobertado a prestação do serviço até o seu estabelecimento, as quais acompanharão a carga até o destino; c) entregará ou remeterá a 1ª via do conhecimento de transporte, emitido na forma da alínea "a", ao transportador contratante do redespacho, dentro de 5 (cinco) dias, contados da data do recebimento da carga; II - o transportador contratante do redespacho: a) fará constar na via do conhecimento presa ao bloco, referente à carga redespachada, o nome e o endereço do transportador contratado, bem como o 5
número, a série e subsérie e a data da emissão do conhecimento referido na alínea Título do documento "a" do inciso anterior; b) arquivará em pasta própria os conhecimentos recebidos do transportador contratado ao qual tiver remetido a carga, para comprovação do crédito do imposto, quando admitido. Artigo 206-A - O documento fiscal relativo à prestação de serviço de transporte de carga deverá conter nos campos destinados à indicação do remetente e do destinatário os mesmos dados consignados na Nota Fiscal que acompanha a carga, quando essa for exigida." 3.2. Isso observado, em resposta, informamos inicialmente que é necessário diferenciar duas possíveis situações: (i) a primeira, em que a Consulente (remetente das mercadorias) faz a contratação de duas transportadoras para o transporte de, cada uma realizando, de forma independente, o transporte em um determinado trecho do trajeto; (ii) celebração de contrato de redespacho, que consiste em um contrato firmado entre transportadores em que o prestador de serviço de transporte (redespachante ou contratante, originalmente contratado pela Consulente) contrata outro prestador de serviço de transporte (redespachado) para efetuar a prestação de serviço de parte do trajeto. 4. Em se tratando da primeira hipótese (onde a Consulente contrata diretamente duas transportadoras, e há prestações independentes e distintas entre si): 4.1. Ressaltamos que na Nota Fiscal, emitida pela Consulente para acobertar a circulação das mercadorias até o seu destino, deverá constar no campo "Informações Complementares" a identificação de ambas as transportadoras que prestarão o serviço em cada trecho, informando-se, normalmente, os dados cadastrais da primeira transportadora no quadro "Transportador/Volumes Transportados" da Nota Fiscal (incisos VI e VII do artigo 127 do RICMS/2000). 4.2. Assim, cada uma das transportadoras deverá emitir um conhecimento de transporte relativo ao trecho no qual prestará o serviço de transporte, conhecimentos de transporte distintos, emitidos em nome da Consulente. 5. Por sua vez, tratando-se verdadeiramente de contrato de redespacho (onde a transportadora originalmente responsável pela carga contrata outra transportadora para efetuar a prestação de serviço de parte do trajeto), as transportadoras contratante e contratada deverão cumprir o disposto nos artigos 206 e 206-A, ambos do RICMS/2000. 5.1 Observe-se, que, neste caso,na Nota Fiscal emitida pela Consulente para acobertar a circulação das mercadorias até o seu destino, é facultativo constar no campo "Informações Complementares" a identificação da segunda transportadora (redespachada, que prestará o serviço de transporte apenas em um trecho do trajeto, sob responsabilidade da transportadora principal), devendo, contudo, constar os dados cadastrais da transportadora principal (redespachante) no quadro "Transportador/Volumes Transportados" da Nota Fiscal (inciso VI do artigo 127 do RICMS/2000). 5.2 Observe-se, por fim, que devem ser observadas, na hipótese de redespacho, entre outras, as regras estabelecidas pelo artigo 314 e 315 do RICMS (quando não for hipótese de redespacho multimodal). 3.2. Convênio ICMS s/n 1970 CONVÊNIO S/Nº, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1970 Art. 7º Os documentos fiscais referidos nos incisos I a V do artigo anterior deverão ser extraídos por decalque a carbono ou em papel carbonado, devendo ser preenchidos a máquina ou manuscritos a tinta ou a lápis-tinta, devendo ainda os seus dizeres e indicações estar bem legíveis, em todas as vias. 1º É considerado inidôneo para todos os efeitos fiscais, fazendo prova apenas em favor do Fisco, o documento que: 1. omitir indicações; 2. não seja o legalmente exigido para a respectiva operação; 6
3. não guarde as exigências ou requisitos previstos neste Convênio; 4. contenha declarações inexatas, esteja preenchido de forma ilegível ou apresente emendas ou rasuras que lhe prejudiquem a clareza. 3.3. Lei Complementar 87/1996 Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é: [...] II - tratando-se de prestação de serviço de transporte: a) onde tenha início a prestação; b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 e para os efeitos do 3º do art. 13; [...] Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza; 4. Conclusão Por conveniência da empresa ou por questão do logística lhe é permitido a contratação de duas transportadoras para a entrega da mercadoria no destinatário em duas etapas, cada uma delas realizando de forma independente e distinta entre sim o transporte em um trecho do trajeto. Este processo não caracteriza nem subcontratação e nem redespacho, nos termos dos artigos dos RICMS dos Estados envolvidos na operação. Pois estes processos são operações exclusivas para contratos entre os prestadores de serviço de transporte. Posto estes conceitos passaremos a resposta as questões pontuais apresentadas na introdução ao tema. 01. Como dever ser declarado o transportador responsável pelo segundo trecho do trajeto, considerando que o documento fiscal de venda apresenta apenas um quadro de informações destinado aos dados do transportador? Quando ocorrer transporte seccionado os dados da transportadora responsável pelo primeiro trecho deverá ser declarado nos campos referentes aos Dados do Transportador da Nota Fiscal. No campo de informações complementares deverá ser apresentada todas as informações da segunda transportadora, além de uma indicação expressa dos limites de cada trecho do transporte e da responsabilidade de cada uma delas. Cada uma das transportadoras deverá emitir um conhecimento de transporte relativo ao trecho no qual prestará o serviço de transporte, totalizando dois conhecimentos de transporte distintos, emitidos em nome da tomadora. 7
01. Se no momento da emissão do documento de Título venda da do mercadoria documento a indústria têxtil não souber com precisão qual será a transportadora responsável pelo segundo trecho do trajeto, poderá esta apresentar duas opções de possíveis transportadoras no campo de informações complementares? As disposições do item 4, 1º, Art. 7º do Convênio de ICMS s/n de 1970 deixa explicito que um documento fiscal não poderá conter informações inexatas. A empresa poderá fracionar o transporte em dois trechos, mas será necessário que ambas sejam informadas com exatidão na emissão do documento fiscal, não sendo permitido a declaração de duas opções para uma escolha futura ao término do primeiro trecho. 02. Considerando que o segundo trecho do trajeto é uma operação de Guarulhos/SP para São Paulo/SP o valor do ICMS será calculado aplicando-se uma alíquota interna ou interestadual? O fato gerador do ICMS na prestação de serviço de transporte ocorre no local de início da prestação do serviço, isto é, no ponto inicial do deslocamento da mercadoria ou como é normalmente determinado no local de coleta, não importando nestes casos a localização do estabelecimento tomador ou prestador. 5. Informações Complementares Na visão dos processos junto ao ERP, sugerimos aos desenvolvedores das linhas de produto TOTVS, atenção nos seguintes processos: Considerando que a solicitação de análise a esta questão foi feito para o módulo de Gestão do Frete Embarcador avaliar se é viável para a gestão comercial do módulo fazer esta implementação. Caso seja feito todas as informações devem constar na declaração das obrigações acessórias e livros fiscais. 6. Referências hutu://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm http://www.pfe.fazenda.sp.gov.br/st_legislacao.shtm http://info.fazenda.sp.gov.br/nxt/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut 7. Histórico de Alterações ID Data Versão Descrição Chamado LSB 02/05/2016 1.00 mercadoria até o destinatário TUY564 8