Direito Internacional - UNISO 1 2. Fontes do Direito Internacional Público Sumário Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça... 1 Costume internacional... 2 Princípios gerais de Direito... 2 Jurisprudência... 3 Doutrina... 4 Equidade... 4 Analogia... 4 Atos unilaterais... 4 Decisões das Organizações Internacionais... 5 Jus Cogens... 5 Soft Law... 6 Exercícios de revisão... 6 Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o Direito Internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a. As convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b. O costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c. Os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; d. Sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito; 2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isso concordarem. Art. 59. A decisão da Corte não tem força vinculativa senão para as partes em litígio e em relação a esse caso concreto.
Costume internacional Direito Internacional - UNISO 2 Conjunto de normas consagradas pelo longo uso e observados na ordem internacional como obrigatórias. (Roberto Luiz Silva) Elemento material/objetivo - prática reiterada Elemento subjetivo/psicológico/espiritual - opinio juris Costume - obrigatório - responsabilidade internacional (diferente de uso - sem sanção). Prova - todos os meios possíveis Jura novit curia ônus do julgador Interpretação: tempo/espaço Flexibilidade/informalidade Tendência codificadora recente. Art. 13 Carta da ONU CDI Comissão de Direito Internacional (1947/Nova Iorque) UNCITRAL United Nations Comission on International Trade Law (1966/Viena) Grandes tratados multilaterais - costumes para países não signatários. Princípios gerais de Direito Objetivo: preencher as lacunas Aplicação não-autônoma Fonte transitória e recessiva (A. Pellet) Hoje os princípios se aproximam da eqüidade Gerais: Boa-fé, pacta sunt servanda, direitos adquiridos Direito Internacional: Resolução 2.625/1970 1. Abstenção da ameaça ou uso da força (legítima defesa);
2. Solução pacífica de litígios internacionais; 3. Não-intervenção em assuntos de jurisdição interna; 4. Cooperação; 5. Igualdade de direitos e livre determinação dos povos; 6. Igualdade soberana; 7. Cumprimento em boa-fé das obrigações contraídas pelos Estados. Direito Internacional - UNISO 3 Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Jurisprudência Corte Internacional de Justiça, Tribunal Penal Internacional e outros tribunais internacionais. Órgãos arbitrais. Meio auxiliar: a jurisprudência deve ser utilizada como no sistema romano-germânico e não como no sistema da common-law.
Direito Internacional - UNISO 4 Art. 5º, pár. 4º da CF/88: O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. Doutrina [...] juristas mais qualificados [...] - posição européia. Atualmente não é muito utilizada como fonte em virtude da grande falta de consenso e em decorrência da valorização de outras fontes. Recueil des Cours Academia de DI de Haia Equidade Equidade e analogia = métodos de raciocínio jurídico (RESEK, p. 140) Aplicação dos princípios de justiça a determinado caso específico. Depende da confiança depositada nos julgadores. Art. 38, 2. Estatuto (Concordância das partes) Analogia Não há previsão expressa no Estatuto; Aplica-se a determinado fato norma concebida para situação semelhante. Admitida desde que não fira os princípios. Atos unilaterais Manifestação de vontade de um sujeito de Direito Internacional suficiente para produzir efeitos jurídicos. Requisitos para figurar como fonte: Publicidade; Intenção em se obrigar. Atos unilaterais comitas gentium Tácito/Expresso
Direito Internacional - UNISO 5 Principais atos unilaterais: Promessa: dever de agir ou abster-se de agir (ex. Fra x Austrália e NZ) Protesto: impede a constituição de costume internacional Renúncia: deixa de usufruir um direito (ex. imunidades diplomáticas) Decisões das Organizações Internacionais Tornam-se obrigatórias aos Estados -membros independentemente de ratificação. Devem estar de acordo com os atos de criação das OIs ou de seus respectivos objetivos. Conselho de Segurança art. 25 Carta da ONU Assembléia Geral (Declarações) 1950/5ªAG Emenda à Carta da ONU Convenções da OIT sobre direitos mínimos presentes em outros tratados. Direito Supranacional União Européia aplicação imediata Mercosul ratificação Jus Cogens Hugo Grotius voluntarismo estatal DI tratados imorais Direito interno superação do liberalismo limites (direito privado/direito constitucional) Jus cogens jus dispositivum Prevalência sobre as demais normas; Inderrogabilidade; Erga omnes. CVDT art. 53 e 64 Jusnaturalistas: Direito Natural Positivistas: pacta sunt servanda Pós-positivistas: ordem pública internacional
Direito Internacional - UNISO 6 Projeto sobre a responsabilidade internacional dos Estados CDI/AG Soft Law Grau de normatividade menor Hard law: acabado/obrigações efetivas Soft law: aspira tornar-se norma/ recomendações Decorre da diplomacia multilateral decorrente dos foros de negociações multilaterias (DI econômico/di ambiental). Relações Internacionais: ECO 92 Ordenamentos internos: leis modelo. Exercícios de revisão 01. Sobre as fontes do Direito Internacional Público é CORRETO afirmar que: a) Por expressa vedação constitucional, o Brasil não se submete ao Tribunal Penal Internacional. b) Considerando-se os ideais da ONU, a intervenção em assuntos de jurisdição interna é princípio reconhecido por aquela organização. c) Segundo compreensão atual, somente a doutrina dos juristas mais qualificados pode ser considerada meio auxiliar do Direito Internacional Público. d) Desde que estejam de acordo com os atos de criação da Organização Internacional, seus atos unilaterais obrigam os Estados independente de ratificação. e) O ato unilateral, ainda que não seja público, é fonte do Direito Internacional Público. 02. Sabe-se que o artigo 4º da Constituição Federal de 1988 estabeleceu os princípios norteadores do Brasil perante as relações internacionais, ou seja, aqueles que deverão ser sempre observados pelo Brasil em sua atuação na sociedade internacional. Assinale a conduta que NÃO representa a observância de tais princípios pelo Estado brasileiro: a) concessão de asilo a perseguidos políticos de outros países. b) submissão de um litígio internacional à Corte Internacional de Justiça. c) atuação em tropas da ONU para a defesa dos direitos humanos em países como o Haiti e o Timor Leste. d) crítica e combate à política do apartheid (separação entre negros e brancos) institucionalizada na África do Sul no século passado. e) apoio às ações terroristas de Israel com vistas à consolidação de seu Estado perante a sociedade internacional. 03. Com base nas características apresentadas por Celso Albuquerque Mello, (Curso de Direito Internacional Público, 2004, p. 296-297) aponte qual a fonte do Direito Internacional abordada: prática comum - no sentido de que ela resulta da repetição uniforme de certos atos na vida internacional;
Direito Internacional - UNISO 7 prática obrigatória - é direito que, em conseqüência, deve ser respeitado pelos membros da sociedade internacional; prática evolutiva - possui uma plasticidade que lhe permite se adaptar às novas circunstâncias sociais [...] a) tratados internacionais b) regra ex aequo et bono c) costume d) decisões da organizações internacionais e) jurisprudência 04. (OAB/MG mar/04) Dentre as principais fontes do direito internacional, conforme estabelecido pelo Estatuto da Corte Internacional de Justiça, pode-se afirmar que: a) os tratados internacionais de natureza geral devem ser concluídos por escrito ou por via oral entre os Estados e são regidos pelo Direito Internacional. As Convenções Internacionais especiais não podem, contudo, ser consideradas fontes do direito internacional. b) o costume internacional é reconhecido como meio auxiliar para a determinação das regras de direito internacional. c) a regra ex aequo et bono é admitida como fonte do direito internacional. d) por estarem desvinculados da vontade dos Estados, a jurisprudência internacional, a doutrina e os princípios gerais de direito não podem ser, em nenhuma hipótese, consideradas fontes nem sequer meios auxiliares à interpretação e aplicação do direito internacional. 05. (OAB 2011) Em relação à chamada norma imperativa de Direito Internacional geral, ou jus cogens, é correto afirmar que é norma: a) Prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segundo o direito interno de cada um. b) Reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma derrogação é permitida. c) Aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados membros, salvo os que apresentarem reservas. d) De direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito. 06. Assinale a alternativa INCORRETA: a) Diferentemente do que ocorre em relação ao uso, a violação de um costume gera responsabilidade internacional. b) O princípio da autodeterminação (ou livre determinação) dos povos é revisto tanto pela ONU quanto pela Constituição brasileira, de forma que a Sociedade Internacional não deverá interferir nas escolhas políticas livremente tomadas pelos povos. c) Segundo a Constituição Federal, o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. d) A soft law, caracterizada por seu conteúdo ético, deve prevalecer em caso de conflito com quaisquer outras fontes do Direito Internacional Público. e) Os atos unilaterais dos Estados apresentam-se como uma manifestações de vontade suficiente para produzir efeitos jurídicos.
Direito Internacional - UNISO 8 1.D 5.B 2.E 6.D 3.C 4.C GABARITO OBS: Esse conteúdo é apenas um roteiro para o acompanhamento das aulas e não substitui a bibliografia indicada.