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Transcrição:

Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira Excelentíssimas Senhoras e Senhores Deputados Este debate potestativo promovido pelo Partido Socialista começa a ser já uma praxe anual, talvez embalado por outras Mudanças, mas cujos resultados estão à vista de todos. É em nome de quê? Em benefício de quem? Servindo-se de valores de transparência, esta interpelação dissimula a sua intenção. É que apesar de ser obrigação de qualquer político, em agir de acordo com o interesse público e com os olhos no futuro, o PS teima em atuar por puro oportunismo e de acordo com a defesa dos seus próprios interesses. Perante o défice de ideias e de políticas, tornou-se já prerrogativa deste partido, o recurso a todo o tipo de meios que permitam criar factos que garantam alguma visibilidade em ano de eleições. É, portanto, a táctica habitual de um partido que já não convence ninguém! Mas não é por esse caminho que o Governo quer ir, nem é essa a leitura que faz do teor da interpelação proposta sobre o estado da Região. Este debate é para nós, uma excelente oportunidade para apresentar um balanço da orientação e da estratégia do Governo nestes últimos três anos. Portanto, debateremos as questões que estão em discussão, independentemente da acuidade da interpelação proposta. Desde logo, serão apresentados ao longo deste debate indicadores objectivos de que o estado da Região, face à situação que vivemos, é coerente e sustentável e não caótico 1

como pretendem classificá-lo, pois visa a consolidação das contas públicas, o crescimento económico e o aumento do emprego. Sabemos que o Partido Socialista não se conforma com os factos e portanto, no seu habitual registo de demagogia, acha que estes devem ser postos de lado, mas os indicadores que apresentamos não são nossa invenção e correspondem a dados irrefutáveis. Por isso, lamentamos que perante os dados que revelam que a Região está melhor, o PS continue com uma atitude de desvalorização dos resultados, como se quisesse que a Madeira e os madeirenses estivessem sempre na mesma ou pior. Ainda há poucas semanas foram publicados, por entidades independentes, idóneas e responsáveis, vários indicadores que confirmam que o Governo tudo fez e continua a fazer para encontrar as melhores soluções que resolvam os problemas dos cidadãos. Segundo números do primeiro trimestre do ano, divulgados pelo INE, a Madeira é a Região onde o desemprego mais caiu: 3,4 pontos percentuais foi o valor dessa diminuição. E ainda que o desemprego continue a ser uma grande preocupação para este Governo, esta taxa tem vindo paulatinamente a diminuir, apesar de ainda a considerarmos alta. Também em maio, recebemos com satisfação a notícia de que a agência Moody s reviu em alta o nível de rating da Região com perspetiva de melhoria, face aos dados da execução orçamental de 2013, que excederam todas as melhores perspetivas, e da melhoria das condições económicas. 2

Outra boa notícia, que também atesta das melhores condições do estado da Região, prende-se com a prorrogação, pela Comissão Europeia, do prazo para a admissão de novas empresas na Zona Franca da Madeira, no âmbito do actual Regime III, até 31 de Dezembro de 2014. Esta medida não só transmite uma mensagem de confiança aos mercados, como mantém a estabilidade do Centro Internacional de Negócios da Madeira como mecanismo de atracção de investimento externo, de diversificação e modernização da economia regional a vários níveis, entre os quais a criação de emprego e a captação de importantes receitas fiscais. Felizmente, vivemos tempos muito diferentes daqueles em que Sérgio Vasques e seus aliados, alguns quiçá do PS-Madeira, tentavam acabar com o Centro Internacional de Negócios da Madeira, com base na sinistra tese do quanto pior melhor. Da mesma forma, é indesmentível o crescimento sustentado que o sector do turismo tem ocupado no alavancar da economia regional e, os efeitos multiplicadores que se têm registado noutros sectores regionais. Permitam-me, agora, que esclareça as matérias que o Partido Socialista, sem dados concretos e sem conhecimento dos dossiês, aborda de forma falaciosa nesta interpelação. Os dados revelam que a economia dá sinais, ainda pequenos mas reais, de melhoria. Atacámos os défices estruturais. Redefinimos prioridades e reduzimos, de modo sustentado, a despesa pública. Assegurámos a consolidação orçamental, sem a qual a estabilidade macroeconómica não seria possível. Consolidámos as finanças públicas. Estamos a reduzir a nossa dívida comercial e com isso injetando dinheiro na economia. 3

É, portanto, um equívoco da interpelação acusar a Madeira de ser uma região falhada! Acusa-nos, também, a interpelação de falta de planeamento e de negociação corajosa da dívida. A dívida comercial continua a ser a nossa grande preocupação, apesar de já termos negociado com o Governo da República uma operação de 1100 milhões de euros e de termos feito acordos com os nossos credores com vista a cumprir com os nossos compromissos. Nesta matéria, a estratégia do Governo Regional tem merecido enaltecimentos de entidades insuspeitas, o que nos tem dado condições para desenvolver novas políticas e apresentar soluções alternativas no âmbito da execução do plano de ajustamento. É público que a Região tem em curso o processo de renegociação das Parcerias Público Privadas, do qual apresentaremos os resultados, à população, na altura devida. Com efeito desde o início deste processo que temos objectivos muito claros, e que permanecem inalterados. Já afirmámos e voltamos a repetir que iremos replicar na Madeira o nível de poupanças obtido nas concessões do Continente. De todos os problemas que a atual conjuntura económica provoca, o desemprego é, sem dúvida, o que mais nos preocupa, sobretudo pelas implicações que tem na vida de 4

muitos madeirenses, com especial incidência nos jovens e nos desempregados de longa duração. Desta forma, o Governo Regional continua a concentrar as suas energias nesta questão, promovendo e intensificando medidas ativas de emprego, como o reforço dos mecanismos de apoio à inserção profissional dos jovens, à promoção do espírito empreendedor, à concessão de incentivos aos empregadores, canalizando para esse efeito significativas verbas. Nesta área, os dados indicam que a população empregada tem aumentado, espelhando a dinamização da actividade económica regional. Efetivamente, entre o 1.º trimestre de 2013 e o 1º trimestre de 2014 foram criados 3.791 postos de trabalho, mas temos a consciência que ainda não são suficientes. Por outro lado, a afirmação de que o estado atual da Educação da Madeira é preocupante carece de sustentação e fundamento. Pode melhorar? Sim. Claro. Há medidas e melhorias a implementar. Mas o facto de apenas quatro linhas serem dedicadas a esta área na sustentação da interpelação, revela que a preocupação terá mais motivações demagógicas do que reais. Da mesma forma, a Saúde. Esta é uma das áreas basilares de qualquer processo de desenvolvimento e neste âmbito temos a consciência de que estamos a melhorar. Não se poderá confundir faltas pontuais existentes em qualquer hospital, e que não põem, nem nunca puseram em causa, os cuidados de saúde à população, com a gestão geral do SESARAM. E é em relação a isso que o Partido Socialista não se conforma. Mas em relação a isso também, o Governo Regional nada pode fazer, a não ser insistir em que a realidade é o que é! Estamos na direção certa, a caminho do crescimento, do emprego e de mais oportunidades para o nosso povo e não nos deixaremos afetar por meia dúzia de frases demagógicas, como pretendeu o PS com esta interpelação. 5

Muito obrigado. O Secretário Regional do Plano e Finanças, 27 de Maio de 2014 6