PALAVRAS-CHAVE: Musicoterapia, Estresse, Qualidade de Vida

Documentos relacionados
PALAVRAS-CHAVE: musicoterapia, competência interpessoal, professores de arte, ensino público.

Palavras-chave: Musicoterapia; Cardiologia; Hipertensão Arterial; Saúde

MUSICOTERAPIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM CUIDADO PARA A QUALIDADE DE VIDA E CONTROLE DO ESTRESSE ACADÊMICO

Musicoterapia na promoção da saúde: contribuindo para o controle do estresse acadêmico

Um dos principais objetivos com o desenvolvimento do programa de

QUALIDADE DE VIDA & PRODUTIVIDADE

MUSICOTERAPIA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Grupo Bem-me-quero: Intervenção para pais na APAE em Juiz de Fora/MG

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NOS GRUPOS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular METODOLOGIAS DE INTERVENÇÃO Ano Lectivo 2018/2019

A INFLUÊNCIA DO TRABALHO NO NÍVEL DE ESTRESSE EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

Educação musical e musicoterapia frente a pessoa com deficiência

A MUSICOTERAPIA NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM LEITURA: UMA PRIMEIRA ANÁLISE SOB O OLHAR DA COMPLEXIDADE.

SÍNDROME DE BURNOUT das causas ao cuidado

INDICADORES DE BEM-ESTAR SUBJETIVO E QUALIDADE DE VIDA EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

Contexto escolar: a influência de professores, pares e pais sobre o comportamento de crianças

TÍTULO: O IMPACTO DA INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM PACIENTES OSTOMIZADOS POR CÂNCER

Saúde Mental e Música

AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA GLOBAL DE USUÁRIOS DE UM AMBULATÓRIO DE FONOAUDIOLOGIA

Avaliação e proposta de treinamento de habilidades sociais em homens e mulheres em tratamento pelo uso do crack

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES MASTECTOMIZADAS QUALITY OF LIFE ASSESSMENT IN WOMEN MASTECTOMIZED RESUMO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular METODOLOGIAS DE INTERVENÇÃO Ano Lectivo 2015/2016

NÚCLEO DE APOIO PSICOPEDAGÓGICO NAP

Musicoterapia: algumas considerações introdutórias. Dr. Gustavo Schulz Gattino Dia da Musicoterapia na UA Aveiro, 16 de Junho de 2018

Competências Requeridas para os Promotores de Saúde

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular MUSICOTERAPIA APLICADA Ano Lectivo 2018/2019

Anexo III Questionário Sociodemográfico. 1. Anexo IV World Health Organization for Quality of Life (WHOQOL-Bref)... 3

LUZ E ESPERANÇA, MÚSICA NA TERCEIRA IDADE. RESUMO

Vinícius Carvalho Guimarães

MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA EM CORREDORES AMADORES DE RUA NA REGIÃO DO ALTO TIETÊ

O Papel dos Psicólogos no Envelhecimento

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS INDIVÍDUOS AFETADOS PELA EXPOSIÇÃO AO CÉSIO 137 OCORRIDO EM GOIÂNIA, EM 1987.

ARTIGO Psicologia Clínica, Esportiva ou Coaching Esportivo - Entenda as diferenças e semelhanças das formas de atendimento.

EFEITOS DA DANÇATERAPIA NO ESTRESSE DE IDOSOS DURANTE O PERÍODO DA INTERVENÇÃO.

RESUMO. Palavras-chave: Resiliência. Estratégias de enfrentamento. Qualidade de Vida.

Áreas Temáticas BVS Atenção Primária à Saúde

AVALIAÇÃO DO PERFIL EMOCIONAL DOS PROFESSORES INSERIDOS EM CONTEXTOS VIOLENTOS

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular MUSICOTERAPIA DIDÁTICA Ano Lectivo 2018/2019

PROTOCOLO PARA OBSERVAÇÃO DE GRUPOS EM MUSICOTERAPIA UM INSTRUMENTO EM CONSTRUÇÃO

PSICOLOGIA CLÍNICA COM ÊNFASE NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Proposta de Parceria Pleno Ser / Escola

A musicoterapia em um contexto organizacional como facilitadora de motivação interna

Relatório de Atividades

Avaliação do suporte familiar, qualidade de vida e funcionalidade do idoso em tratamento fisioterapêutico

Conversando sobre: Os Esquemas do Terapeuta e a Saúde do Cuidador

FORMAÇÃO EM COACHING EMOCIONAL - MÉTODO AUGUSTO CURY

O que é doença? Doença é: Como as doenças acontecem? Quais os tipos de doenças? Classificação Internacional de Doenças (CID-10)

INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR. Laboratório de Investigação em Desporto PSICOLOGIA DO DESPORTO 2014

Revista CPAQV - Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida - ISSN: v.1, n. 1, 2009 NÍVEL DE QUALIDADE DE VIDA DE UNIVERSITÁRIOS

NAPP PROGRAMA DE APOIO PEDAGÓGICO E PSICOLÓGICO

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA Objetivo Geral Objetivos Específicos Metodologia: tratamento individualizado

SAÚDE DO TRABALHADOR DE SAÚDE: UMA PERSPECTIVA DE MELHORAR O RENDIMENTO PROFISSIONAL ATRAVÉS DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA NO MUNICÍPIO DE UIRAÚNA PB

OS BENEFÍCIOS DA MUSICOTERAPIA NA GRAVIDEZ: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

PROJETOS DE PESQUISA

A DIMENSÃO RELIGIOSA DOS IDOSOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA E SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DE VIDA

Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC): Um estudo de consensos para definição das intervenções de âmbito psicoterapêutico em Portugal

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Metodologia da Pesquisa Aplicada a Educação II. Carga Horária Semestral: 40 horas Semestre do Curso: 5º

Burnout profissional a importância de cuidar de quem cuida. Alexandra Marques Pinto Faculdade de Psicologia. Universidade de lisboa

MUSICOTERAPIA COMO MÉTODO PARA O FORTALECIMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE IDOSOS ABRIGADOS EM INSTITUTOS DE LONGA PERMANÊNCIA

Liderança em Contextos Instáveis: Stresse e Stressores dos Gestores Prisionais e Agentes Penitenciários das Unidades Prisionais do Estado da Bahia

CONHECENDO AS ADOLESCENTES DO PSF SÃO SEBASTIÃO 1

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO AVANÇADA DE VITÓRIA IESFAVI REGULAMENTO NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE E APOIO PSICOPEDAGÓGICO NAAP

INFLUÊNCIAS DO ESTRESSE E ANSIEDADE MATERNA NOS PRIMEIROS MESES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

EMENTAS DAS DISCIPLINAS

PERSONAL & PROFESSIONAL COACH Método Augusto Cury

Clima organizacional dos colaboradores da indústria de Panificação do Grupo Cíntia

Curso de Psicologia - Rol de Disciplinas Optativas. HP363 A Clínica da Psicanálise HP338 2

TÍTULO: GRUPO DE PROMOÇÃO À SAÚDE DA MULHER: UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE.

Pós-graduações Cuidados Continuados e Paliativos

RISCOS DE ADOECIMENTO NO TRABALHO: estudo entre profissionais de uma instituição federal de educação

O IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS

Musicoterapia no Desenvolvimento da Competência Interpessoal: atuação com professores de arte da rede pública estadual de ensino em Goiás

PRODUTO TÉCNICO (RELATÓRIO TÉCNICO) COMPETÊNCIA EM SAÚDE MENTAL NA PERSPECTIVA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE ATUAM EM CAPS NO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA-GO

O FAZER DA PSICOLOGIA DO IFRN: Mitos e Verdades. Apresentação dos profissionais de Psicologia do IFRN

ASPECTOS FUNDAMENTAIS E FUNCIONAIS DO ENVELHECIMENTO PARA DE IDOSOS DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA

Fundação Presidente Antônio Carlos - FUPAC Faculdade Presidente Antônio Carlos de Aimorés

NÍVEL DE DEPENDÊNCIA DE INTERNET E QUALIDADE DE VIDA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO CORRELACIONAL

PORTARIA Nº 145, DE 11 DE JANEIRO DE 2017

Subprojeto de Iniciação Científica

O que é doença? Doença é: Como as doenças acontecem? Qual o padrão das doenças? Quais os tipos de doenças?

GERENCIANDO O STRESS DO DIA-A-DIA GRAZIELA BARON VANNI

DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS PARA O BEM-ESTAR DISCENTE/DOCENTE

QUALIDADE DE VIDA DE FAMILIARES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: uma revisão de literatura

Palestrante: Caroline Perin Psicóloga CRP-18/01735

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL. Ficha da Subfunção/Componente Curricular

Os Benefícios da Atividade Física no Tratamento do Transtorno no Uso de Drogas

PROJETO DE ATENDIMENTO PSICOLóGICO AOS CANDIDATOS à OBTENçãO DA CNH COORDENADOR DA AÇÃO DE EXTENSÃO: FERNANDA MARIA SIQUEIRA TAVARES INTRODUÇÃO

Flávia de Campos Irineu

AMPUTADOS/MI 1 x NA SEMANA Pré-Prótese e Pós-Prótese

RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE

RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS UNIDADE ACADÊMICA ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS

AMPUTADOS/MI 2 X SEMANA

Avaliação Inicial e Definição de Conduta Tratamento Avaliação final e conduta Avaliação de aptidão Avaliação clínica inicial (objetivos específicos)

Seminário Nacional Unimed de Medicina Preventiva

PROPOSTA DE INSTALAÇÃO DE ESPAÇO PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA E PRODUÇÃO DE SAÚDE DO TRABALHADOR NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA - ES

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE APOIO PSICOPEDAGÓGICO - NAP

REGULAMENTO ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO

Almoços. 5 /almoço 48 /senha de 10 almoços

Transcrição:

MUSICOTERAPIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E CONTROLE DO ESTRESSE: UM PROJETO EM ANDAMENTO Graziela França Alves PANACIONI 1 Claudia Regina de Oliveira ZANINI 2 PALAVRAS-CHAVE: Musicoterapia, Estresse, Qualidade de Vida INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (WHO,1986) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bemestar físico, mental e social. Com o desenvolvimento deste conceito de saúde, que passa de um modelo biomédico para o modelo bio-psico-social, a Musicoterapia vem ocupando um lugar dentro da área da saúde, enquanto um processo interpessoal, que utiliza a música e todas as suas facetas para ajudar o cliente/paciente a melhorar, recuperar ou manter a saúde (BRUSCIA, 2000). Constata-se que a música pode envolver e afetar várias facetas do ser humano e, devido à grande diversidade de suas aplicações clínicas, a musicoterapia pode ser utilizada para se obter um grande espectro de mudanças terapêuticas (BRUSCIA, 2000). A Carta de Ottawa, considerada como documento precursor da promoção da saúde, a define como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo (WHO, 1986). O estresse, processo geral pelo qual o indivíduo percebe e responde a eventos ameaçadores ou desafiadores, está inserido em nosso cotidiano e pode vir de várias direções. O estresse crônico influencia a vulnerabilidade da pessoa à doenças, afetando a qualidade de vida (STRAUB, 2005). Quando se pensa no profissional, existem vários fatores que podem ser causadores de estresse, dentre eles: o ambiente de trabalho, a carga horária excessiva, a sobrecarga de papéis, que acabam por afetar os relacionamentos interpessoais, o rendimento no próprio ambiente de trabalho e, consequentemente sua vida pessoal (STRAUB, 2005; LIPP, 1996). Estendendo-se este pensamento aos alunos de graduação e pósgraduação, observa-se quase todos esses fatores causadores de estresse. Isto

porque os acadêmicos já são, muitas vezes, profissionais inseridos no mercado de trabalho, tendo preocupação constante com o tempo. Frequentemente percebemos uma situação como estressante, não porque põe em perigo nossa sobrevivência, mas porque é desconhecida e um tanto desafiadora (MCEWEN & LASLEY, 2003, p.84). A resposta fisiológica do estresse está correlacionada a uma série de enfermidades. Dentre elas destacam-se, pela ordem de evidências: doenças de trato respiratório; doenças de trato gastrointestinal; doenças cardíacas; doenças dermatológicas; câncer e doenças renais (ROCHA, 2002 apud SARDÁ; LEGAL; JABLONSKI, 2004). Cabe ressaltar que desenvolver estratégias de enfrentamento ao estresse visa sua diminuição e/ou sua prevenção. (McDill-Sexton, 1979; Friedman y DiMatteo, 1989; Flórez, 1994; Guibert, 1997, apud Meléndez & Grau Abalo, 2005) afirmam que o ideal é que toda estratégia educativa atue com condutas preventivas e promotoras. A Comissão de Prática Clínica da Federação Mundial de Musicoterapia define a Musicoterapia como: A utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia,) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos [...] A Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ ou restabelecer funções do indivíduo para que ele possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento. (Revista da UBAM n.2, 1996, p. 44) Segundo Bruscia (2000), quando a música é utilizada como processo, a experiência de criar, re-criar ou ouvir música dá oportunidades ao cliente de descobrir, experienciar e transformar vários aspectos do eu, dos outros, e/ou a relação eu-outro. Nesta pesquisa, objetiva-se verificar a contribuição da Musicoterapia para a promoção da saúde emocional, nos aspectos relacionais e de auto-estima, no controle do estresse e na qualidade de vida dos acadêmicos participantes. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa utiliza o método misto que inclui instrumentos qualitativos e quantitativos. O método misto se enquadra melhor na pesquisa-intervenção

que, segundo Chizzotti (1991), assume uma intervenção no nível da terapia. O método misto tem como objetivo reunir dados quantitativos e qualitativos em um único estudo (CRESWELL, 2007). Os dados quantitativos compreenderão os resultados fornecidos pelos questionários WHOQOL-Bref e ISSL. Os dados qualitativos subsidiarão uma compreensão do trabalho musicoterápico, fundamentado na fenomenologia numa abordagem Humanista Existencial. São sujeitos desta pesquisa os graduandos e pós-graduandos da UFG, de ambos os sexos, que têm acima de 18 anos e que, após a aplicação do ISSL (Lipp, 1996), apresentaram algum nível de estresse, visando a sua diminuição. Os sujeitos, após aceite do convite e assinatura do TCLE, foram encaminhados para a pesquisa através do Programa Saudavelmente da UFG, vinculado à Coordenação de Serviço Social da PROCOM, onde aconteceram os atendimentos musicoterápicos. O ISSL e o questionário WHOQOL-Bref foram aplicados aos sujeitos no início da pesquisa, antes de se iniciarem os atendimentos musicoterapêuticos, e ao final da pesquisa, isto é, após os sujeitos da pesquisa terem participado de todos os atendimentos musicoterapêuticos. O ISSL foi aplicado e avaliado pela psicóloga colaboradora da pesquisa. Foram instrumentos de coleta de dados: Avaliação do ISSL e do questionário WHOQOL-Bref, aplicados no início e final da pesquisa de campo (ou seja, dos atendimentos grupais de musicoterapia); Questionários sóciodemográficos com os participantes da pesquisa; Ficha Musicoterápica; Depoimentos individuais dos participantes da pesquisa ao final de cada sessão; Observações, gravações em áudio e/ou vídeo; Relatórios de sessões; e Entrevista semi-estruturada com os sujeitos participantes da pesquisa, por escrito, aplicada ao final da pesquisa de campo. RESULTADOS PARCIAIS De acordo com a metodologia, após aceite do convite e assinatura do TCLE pelos interessados, foi estabelecido um grupo heterogêneo em relação à idade e sexo, tendo no total oito participantes, sendo sete graduandos e um pós-graduando. O grupo foi atendido em dez sessões de Musicoterapia, semanais, com duração de uma hora e quinze minutos.

Através dos atendimentos musicoterapêuticos, foi possível trabalhar estratégias de enfrentamento ao estresse tais como: fortalecimento da autoestima, diminuição da ansiedade, organização do tempo, definição de metas de vida, melhora nas relações intra e interpessoais. Godoy (1999, apud Meléndez & Grau Abalo, 2005, p. 86), em relação à promoção da saúde, sugere à Psicologia da Saúde o controle de variáveis de risco (estresse, ansiedade, hostilidade, depressão, inibição, apatia) e indica a potencialização de recursos protetores ou de resistência, em especial, atitudes, motivações e estados emocionais positivos (amor, afeto, amizade, alegria, otimismo, implicação e compromisso, nas coisas e na vida, etc.) (ibid, p. 86). Portanto, acredita-se que a Musicoterapia tem muito a contribuir na promoção da saúde emocional, nos aspectos relacionais e de auto-estima, no controle do estresse e na qualidade de vida, ampliando dessa forma, o bemestar e a auto-realização de graduandos e pós-graduandos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através do ouvir e fazer música, durantes as sessões de Musicoterapia, os aspectos emocionais e psicológicos puderam ser trabalhados, facilitando a expressão emocional. Acreditamos que os resultados parciais demonstram que o musicoterapeuta, em sua atuação com o grupo estudo teve o papel de promotor da saúde, pois os dados analisados inicialmente evidenciam que é possível verificar o efeito da Musicoterapia no controle do estresse e na qualidade de vida de graduandos de graduandos e pós-graduandos da Universidade Federal de Goiás (UFG). Uma análise do processo musicoterapêutico vem sendo desenvolvida para evidenciar que as experiências musicais utilizadas (Bruscia, 2000) podem estar relacionadas com os resultados quantitativos obtidos, podendo-se assim, verificar a correlação entre os escores do WHOQOL-Bref 1 e do ISSL 2, antes e após a intervenção da Musicoterapia. 1 WHOQOL-Bref - questionário elaborado pelo grupo WHOQOL, da Organização Mundial de Saúde, que visa verificar como a pessoa se sente acerca de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas da sua vida (Fleck et al., 2008); 2 ISSL - Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (LIPP, 2000).

REFERÊNCIAS BRUSCIA, K. E. Definindo Musicoterapia. 2.ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000. BUSS, P. M. (2007). Promoção da Saúde e Qualidade de Vida. Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Disponível em: < http:// www.scielo.br/scielo.php?pid=s1413-81232000000100014&script=sciarttext& tlng=pt > Acesso em 31 de julho de 2009. CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991. CRESWELL, J.W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativos, quantitativo e misto. 2ª ed. Porto alegre: Artmed, 2007. LIPP, M.E.N. Pesquisas sobre Stress no Brasil: saúde, ocupações e grupo de risco. Campinas, SP: Papirus, 1996.. Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. MCEWEN, B.; LASLEY, E.N. O fim do estresse: como nós o conhecemos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003. MELÉNDEZ, E. H. & GRAU ABALO, J. Psicologia de la Salud: fundamentos y aplicaciones. Guadalajara: Universidade de Guadalajara, 2005. REVISTA BRASILEIRA DE MUSICOTERAPIA, n.2. Definição de musicoterapia. Rio de janeiro: UBAM, 1996, 88p. SARDÁ, J. J. Jr.; LEGAL, E. J.; JABLONSKI, S. J. Jr. Estresse: conceitos, métodos, medidas e possibilidades de intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artmed, 2005. WHOQOL Group. The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc Sci Med 1995; 41:1403-10. 1 Universidade Federal de Goiás/Escola de Música e Artes Cênicas. Mestranda em Música pela UFG. Bacharel em Musicoterapia pela UFG. Email: grazielafap@hotmail.com 2 Universidade Federal de Goiás/Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC/UFG). Doutora em Ciências da Saúde pela UFG (Universidade Federal de Goiás). Mestre em Música, Especialista em Musicoterapia em Educação Especial e em Saúde Mental e Graduada em Piano pela UFG. Integra e coordena o PPG-Música/UFG. Lidera o NEPAM - Núcleo de Musicoterapia (CNPq) Email: mtclaudiazanini@gmail.com