Lançamento do relatório de pesquisa: Understanding what is happening in ict in mozambique

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Transcrição:

Lançamento do relatório de pesquisa: Understanding what is happening in ict in mozambique Francisco Mabila Director do Centto de Informática da UEM mabila@uem.mz Maputo, Novembro 2014

Conteúdo da apresentação 1. Principais pontos de análise 2. Principais conclusões e recomendações do estudo 3. Desafios de pesquisa em TICs em Moçambique

Principais pontos de análise 1. Principais desenvolvimentos no sector das TICs em Moçambique 2. Políticas, leis e arranjos institucionais 3. Avaliação do Ambiente Regulatório do Sector das Telecomunicações (TRE) 4. Estrutura do mercado 5. Desempenho financeiro do sector

Principais conclusões e recomendações do estudo Comparado com 2010, Moçambique registou um desenvolvimento notável, particularmente no sector das telecomunicações móveis. A largura de banda para Internet já não constitui problema. Mas apesar da abundância, os custos ainda não baixaram ao nível desejado devido à falta de concorrência no segmento de acesso à rede. A entrada da terceira operadora móvel em 2011 abanou o mercado, obrigando as outras duas a reduzir os preços dos seus produtos.

Principais conclusões e recomendações do estudo (2) Com a entrada da Movitel no mercado esperava-se uma redução significativa dos preços, especialmente no que diz respeito à banda larga. Os resultados negativos da avaliação do Ambiente Regulatório do Sector das Telecomunicações em relação à componente concorrência do mercado sugerem que pode não ter havido uma intervenção adequada por parte do INCM para apoiar a inserção da nova operadora e permitir que ela exercesse maior pressão sobre os incumbentes para baixar mais os preços do mercado.

Principais conclusões e recomendações do estudo (3) Apesar dos avanços alcançados em relação à cobertura geográfica da rede móvel, persistem problemas graves de qualidade de serviço, caracterizados sobretudo por congestionamentos da rede. Esta situação requer uma intervenção mais enérgica por parte do INCM e do Governo em defesa dos direitos do consumidor, através da nova Lei das Telecomunicações e do Regulamento sobre Qualidade de Serviço. Em geral a avaliação do Ambiente Regulatório do Sector das Telecomunicações foi negativa particularmente em relação à Qualidade de Serviço e Práticas anticoncorrenciais. Contudo, registou-se um grande avanço em relação à Interconecção, graças ao consenso alcançado sobre as tarifas para o período 2013-2015.

Principais conclusões e recomendações do estudo (4) Apesar das reformas introduzidas até aqui em relação à liberalização do mercado, ainda não houve espaço para a entrada dum novo operador de telefonia fixa. A teledensidade decresceu de 0.51% em 2001 para apenas 0.38% em 2012, enquanto que a penetração móvel cresceu de 2.6% em 2003 para 48% em 2012. Os chamados mega-projectos, particularmente na área dos recursos minerais, oferecem uma excelente oportunidade de crescimento do sector das Telecomunicações, sobretudo em relação ao desenvolvmento da infrastrutura da espinha dorsal.

Principais conclusões e recomendações do estudo (5) Há um institutioprogresso notável em relação à regulação. O INCM fez um esforço significativo em termos de capacitação institucional, tanto do ponto de vista de recursos humanos como de estrutura organizacional. Como resultado disso, vários instrumentos de regulação foram criados nos últmos anos (incluindo a revisão da Lei das Telecomunicações em curso). Contudo, o maior desafio para o Regulador agora é fazer cumprir os regulamentos existentes. Neste contexto, a nova Lei deverá dar ao INCM maior capacidade de intervenção em termos de medidas correctivas. Há uma clara mudança do tradicional acesso à Internet baseado no computador para o acesso baseado em dispositivos móveis, graças ao desenvolvimento tecnológico. Daí que os Internet Cafés estão cada vez mais a perder relevância.

Principais conclusões e recomendações do estudo (6) Em termos de conteúdos, o estudo mostrou claramente que, a tendência é dirigida pelas redes e medias sociais. A Internet é usada cada vez mais para socialização do que para simples informação e pesquisa, como era dantes. A maioria da população não tem acesso à electricidade. De acordo com a EDM, em 2011 a rede nacional de electricidade apenas cobria 18% da população. Por isso, o Governo deverá continuar a envidar esforços no sentido de expandir rapidamente a cobertura da rede de energia, para que o direito de acesso às TICs possa ser garantido à todos os cidadãos. A Política de Informática já tem 14 anos e precisa de ser revista para se adequar aos desenvolvimentos tecnológicos e as mudanças e tendências globais.

Desafios de pesquisa em tics Dificuldade de encontrar dados estatísticos; Ausência de cultura de colheita de dados estatísticos nas instituições; Resistência em disponibilizar dados institucionais, alegando muitas vezes segredo do negócio ; Fraca capacidade em recursos humanos para este tipo de pesquisa; Falta de financiamentos; Papel do INE e do INTIC não suficientemente explorado

MUITO OBRIGADO!!! Francisco Mabila <mabila@uem.mz> James Bond <mzee007@gmail.com> http://www.uem.mz http://www.researchictafrica.net/publications.php