Curso de Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1972/88

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REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS - GEOGRAFIA I Série, Vo!. IV - Porto. 1988 p. 5 a 13 Curso de Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1972/88 Rosa Fernanda Moreira da Silva Perdoarão que nestas breves palavras introdutórias comece por sublinhar o apoio dado pelo Professor Doutor Orlando Ribeiro aos docentes de Geografia desde os primeiros dias da abertura deste Curso na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Nos primeiros anos, não só as suas palavras nos estimulavam a lutar pela "afirmação" do novo Curso, mas também, ele próprio numa atitude de franca disponibilidade, nos ouvia e orientava os nossos trabalhos de investigação, quer em frutuosas conversas de gabinete, quer em pleno trabalho de campo. O Mestre sempre nos infundiu um forte incentivo e confiança no futuro. Ao longo destes quinze anos de funcionamento do Curso de Geografia no Porto todos os docentes, sem excepção, se preocuparam com o nível científico das suas aulas e, simultaneamente, imprimiram à organização do Curso um ritmo de evolução que visava o futuro, não obstante os numerosos condicionalismos que era necessário ultrapassar. E ainda hoje é olhando o futuro, com entusiasmo e esperança, que a equipa de docentes continua a exercer um árduo trabalho, quer se trate de reestruturações curriculares e sua aplicação prática, quer diga respeito ao apetrechamento e modernização do equipamento, de forma a satisfazer o incessante crescimento de uma Secção cada vez mais exigente e activa. 1 FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO LICEN- CIATURA EM GEOGRAFIA, (BASE LEGISLATIVA) O Decreto-Lei n. 43.864, de 17 de Agosto de 1961 "... cria a Faculdade de Letras na Universidade do Porto, o que veio responder não só a uma aspiração e a uma necessidade instante expressa pelo Norte do País, particularmente pela cidade do Porto, mas também ao problema da superlotação das Faculdades de Letras das Universidades 5

Curso de Geografia na Faculdade de Letras de Coimbra e de Lisboa..." 1. Como nos afirma António Cruz, este Decreto-Lei veio sim "reestruturar a Faculdade de Letras no Porto", fundada em 1919 mas encerrada desde 1928. Segundo o mesmo diploma legal, no seu Art. 3., são criadas, nesta primeira fase de funcionamento da Faculdade, as Licenciaturas de História, de Filosofia e o Curso de Ciências Pedagógicas. Após um período de sete anos, ou melhor dizendo, em 8 de Outubro de 1968, pelo Decreto-Lei n. 48.612, surge a Licenciatura em Filologia Românica e, somente em 20 de Junho de 1972, pelo Decreto- Lei n. 205, foram criados os Bacharelatos e as Licenciaturas de Filologia Germânica e de Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Estava assim instituída a Licenciatura em Geografia na Universidade do Porto. À partida, porém, grandes seriam as responsabilidades de quem assumisse o cargo da sua organização estrutural e funcionamento. Fases difíceis iriam seguir-se, mas com tenacidade e honestidade profissional responderíamos positivamente a um desafio que nos era lançado. 2 LICENCIATURA EM GEOGRAFIA NO PORTO, DE 1972 À ACTUALIDADE 2.1. Planos de Estudo Em 1972 vigorava um Plano de Estudos aprovados em 1957, com cinco anos de docência e defesa de dissertação de Licenciatura (Quadro I). Embora a abertura oficial do Curso se tenha realizado em Outubro de 1972, a leccionação da disciplina de Geografia Física I só se iniciou em Outubro de 1973, juntamente com o segundo ano da Licenciatura, momento em que se começaram a reunir as condições mínimas, quer no respeitante ao corpo docente, quer ao apetrachamento bibliográfico e cartográfico. Ainda em plena fase de iniciação do Curso, em Junho de 1974, procedeu-se à alteração do Plano de Estudos. Os docentes foram, pela primeira vez, chamados a responder a uma remodelação curricular. Desse trabalho resultou um Curriculum, em que se previa a criação do Ramo Educacional (Quadro II) 2. A proposta formulada pelo Curso de Geografia tinha por objectivo fundamental alertar para a necessidade de que o ensino universitário, sem detrimento do seu objectivo a formação científica, poderia continuar a apoiar os bacharéis e licenciados na sua formação profissional. Contudo, a nossa pro- 1 Diário do Governo Decreto-Lei n. 205/72. 2 O desdobramento em Ramo Científico e Educacional funcionou no ano lectivo 1975/76. 6

Rosa Fernanda Moreira da Silva Quadro I PLANO DE ESTUDOS, APROVADO EM 1957 LICENCIATURA EM GEOGRAFIA (1972/1974) Disciplinas Frequência Geografia Física I Curso Geral de Mineralogia e Geologia Curso Geral de Botânica Curso Geral de Zoologia Geografia Física II Geografia Humana I Geologia Desenho Topográfico Disciplina de Opção Geografia Humana II Etnologia geral» Pré-História História de Portugal I Disciplina de Opção» Geografia de Portugal Geografia das Regiões Tropicais I» Geografia Regional» Etnologia Regional História da Expansão Portuguesa Disciplina de Opção 5. ANO Geografia das Regiões Tropicais II Geografia Aplicada Seminário» Disciplinas de Opção: Literatura (trienal); Literatura Brasileira; História da Antiguidade; História da Civilização Romana; Arqueologia; História da Idade Média; História Moderna e Contemporânea; História de Portugal II; História de Arte; Estética e Teorias da Arte. 7

Curso de Geografia na Faculdade de Letras Quadro II PLANO DE ESTUDOS, DE 1974 A 1978 Introdução à Geografia Climatologia Elementos de Geomorfologia Elementos de Petrografia Cartografia Introdução à Fotografia aérea Geografia Física I Geografia Física II Geografia Humana I Geografia Humana II Elementos de Estratigrafia Geologia Biogeografia I e II Opção 1. Semestre 2. Semestre 1. Semestre 2. Semestre 1 Semestre 2. Semestre 1. Semestre 2. Semestre Geografia de Portugal m Geografia Regional» Geografia Económica e Social» Opções (2 disciplinas) Anuais RAMO CIENTÍFICO Prática de Geografia Humana I ou Prática de Geografia Física I Planeamento Regional e Urbano ou Geomorfologia Aplicada» Opção (2 disciplinas) Anuais RAMO EDUCACIONAL Metodologia da Geografia Didáctica Geral» Seminário» Opção» 5. ANO RAMO CIENTÍFICO Prática de Geografia Física II ou Prática de Geografia Humana II 2 Disciplinas de Opção» RAMO EDUCACIONAL 3 Estágio Seminário Disciplinas de opção: Geografia Rural, Cosmografia, Etnologia Portuguesa, Cristalografia, Antropologia Cultural, Psicologia Escolar, Pedagogia. 3 O 5. ano RAMO EDUCACIONAL, não foi aprovado pelo Ministério; por isso, os alunos tiveram que optar pelas disciplinas do Ramo Científico (1976/77). 8

Rosa Fernanda Moreira da Silva posta não foi acolhida pelos restantes Cursos. Consequentemente o Ministério da Educação não permitiu a abertura do estágio pedagógico por se tratar de uma experiência isolada. Este Plano de Estudo, aprovado parcialmente, vigorou até 1978, ano em que ocorreu uma nova remodelação curricular (Quadro III). A partir deste momento a licenciatura ficou reduzida a quatro anos de escolaridade. Quadro III PLANO DE ESTUDOS, 1978 A 1987 Introdução aos Estudos Geográficos Expressão Gráfica em Geografia» Elementos de Estatística aplicados à Geografia Geografia Física I» Geografia Humana I» Geografia Humana II Geografia Física II» Elementos de Biogeografia História Moderna e Contemporânea»» Geografia de Portugal Geografia Regional» Geografia Económica e Social» Disciplina de Opção» Geografia das Regiões Tropicais Técnicas de Aplicação em Geografia» 2 Disciplinas de Opção Anuais Disciplinas de opção: Geografia Urbana, Geografia Locativa; Geografia Rural; Climatologia; Cartografia; Geomorfologia; Estatística Complementar; Antropologia Cultural; Sociologia Rural e Urbana. Por fim, na segunda metade da década de 80, admite-se que há necessidade de reestruturar os Planos de Estudo, a fim de acompanhar a evolução e as exigências lançadas pelos mercados de trabalho, com especial destaque para o "ensino secundário". Após aturado estudo surgem os novos Curricula para as Faculdades de Letras, pela Portaria 850/87, de 3 de Novembro (Quadro IV). A partir do ano lectivo de 1987/88 os alunos têm a oportunidade de adquirir, após a obtenção do grau de licenciado, a sua profissionalização ligada ao ensino. 9

Curso de Geografia na Faculdade de Letras Quadro IV PLANO DE ESTUDO 1987 4 Métodos de análise em Geografia Introdução aos Estudos Geográficos Introdução à Geologia Elementos de Estatística Aplicados à Geografia Geografia Humana I Geografia Física I Opção: Introdução à Informática ou Língua Viva I semestral Geografia Humana II» Geografia Física II» Elementos de Biogeografia» Formação do Mundo Moderno e Contemporâneo 2 disciplinas de opção: Geografia da População Cartografia Geografia dos Recursos Naturais Língua Viva ti RAMO CIENTÍFICO Geografia Física de Portugal Geografia Humana de Portugal» Geografia Económica e Social» Antropologia Social e Cultural 2 disciplinas de opção» Teoria e Métodos em Geografia Seminário de Geografia Humana» ou Seminário de Geografia Física 3 disciplina opção: RAMO EDUCACIONAL Geografia Física de Portugal Geografia Humana de Portugal» Geografia Económica e Social» Antropologia Social e Cultural» Introdução às Ciências da Educação 4 Diário da República, I Série, n. 253, de 87/11/03 10

Rosa Fernanda Moreira da Silva Teoria e Métodos em Geografia Seminário em Geografia Humana ou Seminário em Geografia Física» Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendisagem Organização e Desenvolvimento Curricular >» Metodologia do Ensino da Geografia Disciplina de Opção: Geografia Urbana» Geografia Rural» Geografia Regional Geografia Histórica Planeamento Regional e Local» Geografia Política Geografia Industrial Geografia Estrutural» Geografia Dinâmica» Geografia Climática» Geomorfologia do Quaternário Climatologia Hidrologia Planeamento Físico» Cartografia Geomorfológica Geografia dos Solos 5. ANO Ramo Educacional Estágio Pedagógico Seminário RAMO EDUCACIONAUREGIME TRANSITÓRIO (1987-1990) Introdução às Ciências da Educação Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem» Organização e Desenvolvimento Curricular >» Metodologia do Ensino da Geografia Seminário I Seminário II Estágio Pedagógico semestral 2.2. Frequência do Curso, sua evolução Em 1972 inscreveram-se 12 alunos no 1. ano da licenciatura em Geografia; no ano lectivo seguinte o número ascendeu para 18 discentes, ou seja, em Outubro de 1973 havia que ministrar docência a 12 e 18 alunos, respectivamente no 2. e 1. anos. Todavia, em 1974/75 a frequência no 1. ano subiu bruscamente para 52 alunos, o que passou a exigir a duplicação das horas lectivas 11

Curso de Geografia na Faculdade de Letras para os quatro docentes em exercício de funções, ao que se acrescia a falta de espaço para a leccionação dos temas teóricos e práticos, pois o curso continuava a ser ministrado numa área repartida por duas salas no edifício sede da Faculdade de Letras, actual Instituto de Ciências Bio-Médicas, Abel Salazar. Só em 1977 se processou a mudança para o actual edifício, cedido provisoriamente pela Faculdade de Ciências e situado na rua do Campo Alegre, junto do Instituto Botânico. Nessa altura foi atribuída ap Curso de Geografia uma área que englobava 4 salas de aula, 6 gabinetes para docentes e uma sala para a Mapoteca. Com o evoluir da Secção foi criado o Laboratório de Geomorfologia, o Instituto de Geografia e numa sala anexa ao Instituto funciona, actualmente, um pequeno centro de informática e um arquivo bibliográfico. Neste momento são instalações insuficientes para a frequência dos actuais 295 alunos da licenciatura, acrescidos de cerca de 60 já licenciados a frequentarem o 1. e 2. ano do Ramo Educacional (regime transitório). Mais uma vez temos esperança no futuro, pois que em 1991/92 a Faculdade de Letras possuirá certamente o seu edifício próprio, e o Curso de Geografia, como os restantes, será contemplado com áreas funcionais adequadas à sua especificidade. 2.3. Corpo Docente Numa visão retrospectiva impõe-se reconhecer que não foi fácil assegurar o funcionamento do Curso de 1975 a 1979, pois o número de docentes era reduzido em relação ao crescimento da frequência. É, pois de realçar o oportuno e egrégio auxilio dado por Professores de Geografia das Faculdades de Lisboa e de Coimbra, assim como de especialistas do Curso de Mineralogia da Faculdade de Ciências e do Departamento de Planeamento da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Pode, neste momento, afirmar-se que o investimento intelectual se tem traduzido num cada vez maior e mais qualificado Corpo Docente. Assim, em 1988 há dois professores Associados em Agregação, catorze Assistentes, seis Assistentes Convidados e cinco Assistentes Estagiários. 2.4. Equipamento Constitui, com certeza, um dos grandes obstáculos a ultrapassar. Desde os primeiros dias até hoje tem sido valiosa a contribuição dos docentes na organização da Mapoteca e da Biblioteca do Instituto. 12

Rosa Fernanda Moreira da Silva Quanto ao apetrechamento que já possuímos, em muito construíram os legados em livros dos Professores Orlando Ribeiro e Ilídio do Amaral, em 1987. Num esforço conjunto entre os docentes desta Secção, o Concelho Directivo e graças aos financiamentos atribuídos quer pelo Instituto Nacional de Investigação Científica, quer pela Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica a Projectos de Investigação, (cujas equipas de investigadores são constituídas exclusivamente por docentes do Curso de Geografia) foi possível não só adquirir o equipamento de base indispensável ao regular funcionamento do Curso, mas também exigir que esse apetrechamento respondesse ao incremento de novas técnicas, com especial evidência para o equipamento informático. Pode afirmar-se que a Secção de Geografia em 1988, embora jovem está a ser equipada com vista ao futuro, para responder às exigências crescentes dos seus investigadores. 2.5. Publicações A Revista da Faculdade de Letras, II Série, sob a colaboração dos Concelhos Directivos e Científicos, permitiu que cada Curso possuísse uma publicação, o que possibilita aos docentes do Curso de Geografia disporem de um valioso meio de difusão dos resultados da sua investigação. A Séria de "Geografia" começou a publicar-se em 1985 e continua a manter uma periodocidade. Durante estes três anos de publicação já se conseguiram cerca de 30 permutas, quer com revistas portuguesas de Geografia e algumas congéneses estrangeiras, quer com publicações de diversos organismos portugueses. Se a publicação da Série de "Geografia" constitui um marco importante na história da nossa Secção, não pode deixar-se de sublinhar a participação dos docentes noutras publicações, quer em revistas portuguesas e estrangeiras, em monografias de Câmaras Municipais, em relatórios quer de Gabinetes de Planeamento Urbanístico, quer da Comissão Coordenadora da Região Norte, etc. Permita-se afirmar, com orgulho, que a tenacidade e a persistência de todo o corpo docente lograram impor o que, há quinze anos, poucos acreditariam que pudesse suceder. Após esta visão evolutiva do Curso de Geografia na Faculdade de Letras na Universidade do Porto afigura-se imperioso que, em artigos seguintes, se dê uma imagem pormenorizada da estrutura actual do Curso e do empenho dos seus docentes em se manterem atentos às realidades da região Norte. 13