Certificação Participativa de Produtos Ecológicos - Rede Ecovida.

Documentos relacionados
REDE ECOVIDA AGROECOLOGIA E CERTIFICAÇÃO PARTICIPATIVA NO SUL DO BRASIL. Florianópolis, setembro de 2004

REDE ECOVIDA DE AGROECOLOGIA: CERTIFICAÇÃO PARTICIPATIVA DE PRODUTOS ECOLÓGICOS E ORGANIZAÇÃO DE NÚCLEOS REGIONAIS

CADERNO SISTEMAS PARTICIPATIVOS DE GARANTIA (SPG)

ANEXO II REGIMENTO INTERNO DO SPG-ABIO SISTEMA PARTICIPATIVO DE GARANTIA REGIMENTO INTERNO

Produção Orgânica: Requisitos legais para a produção, processamento, controle e informação da qualidade

FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA REDE ECOVIDA DE AGROECOLOGIA E A SUA EXPERIÊNCIA DE CERTIFICAÇÃO PARTICIPATIVA 1 Luiz Carlos Rebelatto dos Santos 2

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

PRODUTOS ORGÂNICOS SISTEMAS PARTICIPATIVOS DE GARANTIA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

PRODUTO ORGÂNICO. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SISTEMA PARTICIPATIVO DE GARANTIA - SPG REGIMENTO INTERNO DO SERVIÇO DE CERTIFICAÇÃO DO SINDICATO DOS PRODUTORES ORGÂNICOS DO DISTRITO FEDERAL.

MANUAL DE QUALIDADE GERAL - ACNB 1. OBJETO E CAMPO DE APLICAÇÃO

RESOLUÇÃO Nº 104, DE 27 DE AGOSTO DE 2015

TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA FEIRA DE AGRICULTORES ECOLOGISTAS (FAE) NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL: POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES

PALAVRAS-CHAVE: agroecologia; produtores orgânicos; rede de certificação.

Barra do Turvo, 06 de Março de Processo de Seleção

POLÍTICA DE PATROCÍNIOS E DOAÇÕES EZUTE

RESOLUÇÃO Nº 47, DE 30 DE AGOSTO DE INSTITUIR as seguintes NORMAS PARA AS ATIVIDADES DE EXTENSÃO CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES

CURSO DE FORMAÇÃO DE RESPONSÁVEIS TÉCNICOS E AUDITORES DA PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS. Campinas, 08 de novembro de 2011

RESOLUÇÃO CONSEPE 12/2008 APROVA AS DIRETRIZES DO NÚCLEO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO DO PARANÁ UNIFAE.

Orgânicos e a Economia verde: Oportunidade e desafios.

Norma: LEI Data: 12/01/2006 Origem: LEGISLATIVO

RESOLUÇÃO 01/ TGP

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

ARQUITETURA E URBANISMO REGULAMENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES IFBA/CAMPUS BARREIRAS

Bolsa de Avaliadores Externos - Regulamento (Aprovado em reunião da Comissão Pedagógica de 3/12/2012)

Alimentos orgânicos: processos de certificação ISABELLE PAES LEME DE CASTRO NUTRICIONISTA UNIRIO MESTRANDA EM ALIMENTOS E NUTRIÇÃO PPGAN/UNIRIO

PROGRAMA respuc AÇÃO COMUNITÁRIA NORMAS I- DEFINIÇÃO DO OBJETO DO PROGRAMA, DO CONCEITO DE VOLUNTÁRIO E OUTRAS DEFINIÇÕES

C EN TRO ECOLÓGICO. Litoral Norte Assessoria e Formação emagricultura Ecológica. Ipê - Serra

Regimento do Conselho Pedagógico 2013/2017

NOTA TÉCNICA Nº 009/2015

Agroecologia e Produção Orgânica no Rio de Janeiro. Mecanismos da Garantia da Qualidade Orgânica. Sistemas Participativos de Garantia MOUNTAINS 2018

E C O N Ô S O C E N T A L. Cultura e Tradição

A RESPONSABILIDADE DA ASSESSORIA PEDAGÓGICA FRENTE A LEGISLAÇÃO DO CEE/MT. Aguinaldo Garrido Presidente do CEE/MT março/2013

O esquema de certificação florestal gerenciado pela AFLORAM é uma forma eficaz para viabilizar o acesso aos produtos florestais oriundos do manejo em

RESOLUÇÃO Nº 295/2017-CEPE, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2017.

OFICINA 6: Como elaborar projetos de vendas da agricultura familiar para o PNAE. IV Encontro Catarinense de Alimentação Escolar.

Certificação de alimentos orgânicos

PROJETO DE REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE ÉTICA DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA

POLÍTICA DE COMPLIANCE

PROPOSTA DE REGULAMENTO INTERNO-TIPO DAS COMISSÕES SOCIAIS DE FREGUESIA. Art 1

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 14, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2011

Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário - SCJS

INSTRUÇÃO DE SERVIÇO Nº 001/2015-PROGRAD/UNIOESTE

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO (cursos presenciais e à distância)

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO GRANDE DO SUL - CREA-RS

QUADRO DE TEMPORALIDADE DE DOCUMENTOS DAS COORDENAÇÕES DOS CURSOS DA UNCISAL

GUIA PARA ELABORAÇÃO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES

POLÍTICA DE ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS. Apresentação

ANEXO 1: NORMAS DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES (ATC)

Legislação da Produção Orgânica

REGULAMENTO DE GRUPOS DE ESTUDO E PESQUISA

Natal João Magnantti Engenheiro Agrônomo Doutorando do Programa de Pós Graduação em Agroecossistemas

Relatório das Atividades

A CERTIFICAÇÃO PARTICIPATIVA PARA PRODUTOS ORGÂNICOS E OS PROCEDIMENTOS DO OPAC SUL DE MINAS: da constituição ao funcionamento RESUMO

REGULAMENTO DE ESTÁGIO CURRICULAR DO CURSO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA E DE AGRIMENSURA CAPÍTULO I DA OBRIGATORIEDADE, DOS OBJETIVOS E DA NATUREZA

RESOLUÇÃO CRESS 20ª REGIÃO Nº 185/2017 DE 23 DE SETEMBRO DE 2017.

MARKETING / DESIGN. Manual Operativo Rótulos

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E ESTUDO DE PORTO FERREIRA

A GESTÃO DEMOCRÁTICA DE ARACAJU

Ventor Investimentos Ltda. Política de Investimentos Próprios

RESOLUÇÃO Nº 1154, DE 31 DE MAIO DE 2017

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES ASSEMBLEIA LEGISLATIVA REGIONAL COMISSÃO PERMANENTE DE ASSUNTOS SOCIAIS

Resolução nº 581, de 29 de agosto de 2013

ORIENTAÇÕES PARA REGISTRO DE PROJETOS DE ENSINO NO IFNMG

Regulamento do Comité de Controlo Interno

Selo UNICEF Edição

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO (cursos presenciais e à distância)

CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA. para Parceiros do ISAE

Experiências em Trabalho Social

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO SISTEMA PARTICIPATIVO DE GARANTIA DA QUALIDADE ORGÂNICA DO SINDICATO DOS PRODUTORES ORGÂNICOS DO DF

Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avançado de Governador Valadares Instituto de Ciências da Vida Departamento de Nutrição

Patrícia Barbosa. MCs, MCEs e IGs: abordagens conceituais e suas aplicações no Agronegócio

RESOLUÇÃO. Artigo 2º Esta resolução entra em vigor nesta data, revogadas as disposições contrárias. Curitiba, 5 de abril de 2006.

CAPÍTULO 1. Das definições

EDITAL PROEX Nº 01/ FLUXO CONTÍNUO

Políticas públicas, subsídios e financiamento para a ampliação da agricultura orgânica

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSITITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO CÂMPUS MATÃO

Edital de Seleção Pública nº 2018/009

CARTILHA DA AGROINDÚSTRIA

Art. 3º Serão considerados como objetivos da Política Municipal de Fomento à Economia Popular e Solidária:

NORMATIVO Nº 001 Dispõe sobre normas e condições aplicáveis ao processo de concessão do Selo abecs de Boas Práticas e dá outras providências

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO

REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS CURRICULARES OBRIGATÓRIOS E NÃO OBRIGATÓRIOS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA FACULDADE FAMETRO

Regimento do Conselho Pedagógico

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CONSELHO UNIVERSITÁRIO CÂMARA SUPERIOR DE ENSINO

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO VICENTE CME

Lei nº DE 18/01/2017

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES DO PROGRAMA DE MONITORIA. CAPÍTULO I Do Conceito de Monitoria

Universidade Federal de Ouro Preto Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

ASSOCIAÇÃO PRÓ-EDUCAÇÃO VIVENDO E APRENDENDO

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE APOIO PSICOPEDAGOGICO - NAPP

REGULAMENTO PARA EMISSÃO DE PARECERES TÉCNICOS. (Enquadramento)

USO LOGOMARCA DE CERTIFICAÇÃO SISTEMA DE GESTÃO

ANEXO I PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PARFOR

I - responsabilidade compartilhada entre os agentes das cadeias produtivas; Art. 3º O procedimento para adesão ao SUASA-Vegetal compreende:

Transcrição:

Certificação Participativa de Produtos Ecológicos - Rede Ecovida. 1) Como estão organizados a rede Ecovida: tem núcleos? Pessoas-líderes? Escritórios regionais? Assembléias? Como e onde está o poder decisório? Estrutura organizacional Associação Ecovida de Certificação Participativa está legalmente instituída. O funcionamento da Rede é descentralizado e está baseado na criação de núcleos regionais. O núcleo reúne membros de uma região com características semelhantes que facilita a troca de informações e a certificação participativa. Os associados ou membros da rede podem ser: Organizações (grupo, cooperativa, associação, ONG, processadora, comercializadora) ou colaborador (indivíduo). Cada Núcleo possui um Conselho de Ética e tem autonomia para definir sua estrutura. Normalmente é composto por agricultores, técnicos e consumidores. É o grupo responsável diretamente pelo processo de Certificação Participativa em cada Núcleo Regional. Comissão de ética: grupo de pessoas responsável pelo cumprimento das normas da Rede Ecovida dentro de certo grupo, associação ou cooperativa de agricultores. Composto em geral por 3 pessoas, tendo rotatividade entre os componentes do grupo para ocupar essa função. Coordenação: conjunto de representantes de cada Estado onde atua a Rede Ecovida. Três em cada estado. Instância máxima de decisão: Encontro ampliada realizado a cada 2 anos Coordenação ampliada ou plenária de Núcleos: representantes de todos os núcleos da rede Ecovida que se encontram esporadicamente para definir questões que atingem toda a rede

2) Norma de funcionamento (estatuto, parte burocrática, jurídica) A Rede Ecovida segue um conjunto de normas de Produção Ecológica, baseadas na Instrução Normativa n 007 proposta pelo Ministério da Agricultura em 1999, e pelas idéias e ideais de produto ecológico construídas pelos participantes do 3º Encontro Ampliado da Rede ECOVIDA, realizado em maio de 2001 em Francisco Beltrão/PR. Neste Encontro os membros da Rede Ecovida decidiram que o produto ecológico é aquele que vai além das normas técnicas de produção vegetal, animal e de processamento; pois deve também respeitar os princípios e os objetivos da Rede Ecovida de Agroecologia no tocante à inclusão social, ao respeito ao meio ambiente, e a produção de alimentos saudáveis, entre outros. Apresentamos assim, além das normas de produção ecológica, um conjunto de condutas relacionadas à ética e à solidariedade que devem estar presentes nas relações que se estabelecem entre as pessoas e com a natureza, durante o processo de produção e de comercialização.

3) Princípios e Critérios: como foram elaborados, como é feita a adesão (pessoas e instituições), como se dá na prática (monitoramento, controle), avaliação. Obtenção do Selo Ecovida Para obter o selo da Rede Ecovida, é necessário seguir alguns passos mínimos estabelecidos pela rede. Cada núcleo pode aprimorar e tornar estes passos mais rígidos e/ou específicos. Passos Detalhes Integrar-se à Rede Ecovida Solicitar a certificação no Núcleo Regional Preencher o formulário para requerimento da certificação Encaminhá-los ao Conselho de Ética do Núcleo Análise dos formulários pelo Conselho de Ética Vista a propriedade ou agroindústria Parecer do Conselho de Ética A adesão à Rede Ecovida ocorre através do Núcleo Regional. Para viabilizar a certificação, o Núcleo Regional deve estar formado e com seu Conselho de Ética em funcionamento. Para cada unidade produtiva (propriedade, área arrendada ou outra área) é preenchido um formulário. O Núcleo ou a Rede pode solicitar outros documentos. Após análise, o Conselho de Ética poderá solicitar mais informações antes da visita. O número de propriedades a serem visitadas fica a critério do Núcleo, devendo ser representativo à realidade do grupo. Sua escolha é de acordo com a necessidade observada pelo Conselho de Ética na análise dos formulários ou por sorteio. O parecer pode ser de aprovação ou de rejeição. Em ambos os casos, sugere-se que o Conselho de Ética aponte as melhorias necessárias na propriedade ou agroindústria.

Aprovação da certificação pelo NR Com base no trabalho do Conselho de Ética, o Núcleo aprova a certificação e autoriza o uso do selo. O Núcleo também poderá emitir diplomas, atestados ou declarações para os membros certificados. Monitoramento e Sanções O monitoramento da certificação deve ser realizado anualmente. O Conselho de Ética deve ter o planejamento (ou plano de conversão) apresentado com um instrumento de avaliação para continuidade do uso do selo. No caso de haver suspeita de descumprimento das normas estabelecidas, deve-se acionar o Conselho de Ética do Núcleo Regional para que avalie o caso e emita parecer. Caso seja confirmado o descumprimento, os seguintes procedimentos serão adotados: 1. Interrupção imediata do certificado e do uso do selo; 2. Encaminhamento de orientação para as modificações nos procedimentos de produção ou beneficiamento, conforme parecer do Conselho de Ética; 3. Aquele que perdeu o certificado Ecovida reaverá o mesmo quando solicitar ao Núcleo Regional sua nova certificação e ficar comprovado o cumprimento das normas, em especial as mudanças propostas anteriormente; 4. A reincidência no descumprimento das normas será avaliada pelo Núcleo. Princípios Gerais Confiança Esta é a base do processo. Parte do princípio que os agricultores, técnicos e consumidores desenvolvem suas ações de forma responsável e verdadeira com o objetivo de aprimorar a agroecologia. Todos devidamente conscientes e capacitados, possuem as condições necessárias para atestar e melhorar a qualidade dos produtos ecológicos. Participação Acredita que a certificação pode se dar de forma participativa, ou seja, os princípios e normas construídos, são colocados em prática e verificados com o envolvimento efetivo dos agricultores e suas organizações, de técnicos, de organizações locais e regionais de assessoria e dos consumidores. Este trabalho não fica restrito aos técnicos altamente capacitados. Descentralização Respeita e prioriza as iniciativas e organizações locais, através da valorização de suas particularidades e capacidade própria de assumir as principais atribuições e responsabilidades na certificação e na garantia da qualidade.

Organização de base Uma característica fundamental da certificação participativa é a sua ligação com a base, ou seja, com os grupos e associações de agricultores e com as organizações dos consumidores. Neste sentido, a participação do maior número de atores possível permitirá uma melhor compreensão e prática de todo o processo. Quanto mais dinâmico e organizado for o grupo, tão mais fácil será de trabalhar e gerar credibilidade. Formação de Rede Quando se mostra sem hierarquias, respeita as iniciativas regionais e busca estabelecer uma conexão entre elas através da construção de diretrizes e princípios comuns e o cumprimento mútuo de regras e procedimentos estabelecidos participativamente. Transparência As informações estão disponíveis e não são confidenciais no processo de certificação e da obtenção da qualidade. Olhar externo Garante a presença de pessoas e organizações não envolvidos diretamente com o processo produtivo que será certificado através da comissão ou conselho de ética, estabelecidos no grupo comunitário, articulação municipal ou no Núcleo Regional. Adequação à pequena produção familiar É adequada à realidade e características da agricultura e do empreendimento familiar, pois incentiva o trabalho associativo e as pequenas iniciativas de processamento e comercialização, além de simplificar os registros, fazendo com que a prática, o que é feito na propriedade ou agroindústria, fale mais alto do que os relatórios e os papéis. Processo pedagógico É importante que a certificação contribua para a melhoria da compreensão de todos os atores que participam da construção da agroecologia. Somente assim podemos tê-la como parceira na multiplicação do número de iniciativas agroecológicas e da oferta de produtos saudáveis. Acreditamos que a certificação participativa pode ser um processo educativo/pedagógico importante, por ser realizado pelas pessoas e organizações próximas à realidade local, que conhecem melhor a situação e podem contribuir nas mudanças necessárias.

4) Situação atual: membros, alcance geográfico, parte de produção: que produtos, quantidade, mercados (local, regional, nacional, externo), evolução Atua no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul 21 núcleos regionais, abrangendo em torno de 170 municípios i. 6 no Paraná ii. 8 no Rio Grande do Sul iii. 7 em Santa Catarina. Seu trabalho congrega, aproximadamente, 200 grupos de agricultores, 20 ONGs e 10 cooperativas de consumidores. Em toda a área de atuação da Ecovida, são mais de 100 feiras livres ecológicas e outras formas de comercialização.

5) Certificação ou algo parecido (identificação pelo público): estrutura de funcionamento (tem certificadores, credenciadores, etc.) tem selo? É reconhecido em todos os mercados? Tem trabalho de marketing, propaganda? É regulamentado pelo governo, ou seja, está de acordo com a legislação nacional? Possui um Selo e uma logomarca: diferença entre fazer parte da Ecovida e ser certificado pela mesma. O Selo é o certificado colocado nos produtos dos membros da Rede Ecovida que passaram pelo processo de certificação participativa. O seu uso é restrito aos produtos ecológicos oriundos de propriedades certificadas; Já a logomarca simboliza a Rede como um todo e pode ser utilizada por todos seus membros em camisetas, bonés, publicações, etc; Os pedidos de selo deverão ser feitos pelos Núcleos ao Conselho de Certificação. O pedido de selo deverá ser feito por escrito, assinado pelo coordenador do núcleo, e passando por fax (juntamente com o comprovante de pagamento) para o Conselho de Certificação. no Tel (46) 524 2488. É de inteira responsabilidade do interessado a elaboração do rótulo do(s) seu(s) produto(s) com o selo.aqui prevalecerá o bom senso e o compromisso de preservar a arte original do selo da Rede Ecovida. O interessada envia amostra do selo ao Conselho de Certificação para avaliação que pode aprovar ou sugerir modificações. O certificado Ecovida poderá ser utilizado em feiras, bancas, propriedades, agroindústrias, etc; na forma de faixas, banners e placas. Nestes casos, o mesmo somente poderá ser utilizado caso não houver a produção, processamento e a comercialização simultânea (ao mesmo tempo) de produtos ecológicos e não ecológicos.