EXERCÍCIOS PEÇAS PRÁTICAS

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Transcrição:

EXERCÍCIOS PEÇAS PRÁTICAS 1. A BW Segurança Ltda. firmou com o Banco Reno S.A. contrato de confissão de dívidas, devidamente assinado por duas testemunhas, obrigando-se a efetuar o pagamento da importância de R$ 40.000,00. O instrumento foi firmado na cidade de Taguatinga, no Distrito Federal, local que as partes elegeram como foro competente para dirimir eventuais questões advindas do negócio jurídico. Em garantia ao cumprimento da avença, foi firmada nota promissória vinculada ao referido contrato, tendo Plínio, administrador da BW Segurança Ltda., avalizado o referido título de crédito, sem obtenção de qualquer vantagem decorrente desse ato. O devedor principal não cumpriu o avençado, tendo o credor deixado que transcorresse o prazo para a propositura da ação cambial. Em face dessa situação hipotética, na qualidade de procurador(a) do Banco Reno S.A., proponha a medida judicial que entender cabível para a defesa dos interesses da instituição, com fundamento na matéria de direito aplicável ao caso, apresentando todos os requisitos legais pertinentes. Gabarito: - Peça: Petição inicial de execução de título extrajudicial Varas Cíveis de Taguatinga DF - Tese(s): o instrumento particular assinado por duas testemunhas tem eficácia de título executivo extrajudicial (CPC 585, II) - Pedidos: citação do executado para pagamento em três dias, sob pena de penhora; condenação ao pagamento dos honorários de sucumbência - Valor da causa: valor da execução (deve-se indicar que o demonstrativo atualizado do débito instrui a inicial). 2. João e Carlos são administradores da Snob Veículos Importados S.A., pessoa jurídica com capital social de R$ 1.500.000,00 e com domicílio na cidade de Goiânia GO. João, acionista da companhia, no último exercício social, praticou vários atos contrários à lei e ao estatuto da sociedade empresária, além de cometer atos culposos e dolosos. Contratada empresa de auditoria, foi constatado que João causara prejuízos à referida sociedade por comprar veículo por valor superior ao de mercado, vender veículos, a prazo, a terceiros, sem cláusula de atualização monetária, por vender veículos com prejuízo, utilizar bens da sociedade para uso particular e usar recursos da companhia para manutenção de bens particulares. Carlos, amigo íntimo de João, mesmo tendo tomado conhecimento de todos os atos ilícitos perpetrados, não tomou qualquer atitude em relação aos fatos: não informou os demais dirigentes da companhia nem tentou impedir as práticas de João. Instalada assembleia geral, foi decidido que a companhia não promoveria ação de responsabilidade contra João. Contudo, Marcos e Sandoval, acionistas que representam 15% do capital social, ajuizaram ação de reparação de danos contra João e Carlos, a fim de verem reparados os prejuízos causados à Snob Veículos Importados S.A. Em sede de contestação, os réus alegaram a ilegitimidade ativa ad causam de Marcos e Sandoval; a ilegitimidade passiva de

Carlos, por ele não ter praticado qualquer ato ilícito; a ilegalidade da conduta de Marcos e Sandoval, que promoverem a ação de reparação de danos a despeito da decisão da assembléia geral. Arguiram, ainda, que os pedidos insertos na petição inicial seriam incertos e indeterminados e que não teriam sido praticados quaisquer atos ilícitos por parte dos administradores. Assim, o juízo competente determinou aos autores que se manifestassem, no prazo de 10 dias. Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a) constituído(a) por Marcos e Sandoval, elabore a peça profissional que entender cabível para a defesa dos interesses de seus clientes, abordando, todos os aspectos de direito material e processual pertinentes. Gabarito: - Peça: Réplica - Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ª Vara Cível da Comarca de Goiânia/GO - Tese(s): Quanto à (a) legitimidade ativa dos autores e (c) legalidade de sua conduta, de fato compete à companhia, em princípio, propor a ação de responsabilidade contra os administradores, conforme deliberação em assembléia-geral. Como visto, a assembléia deliberou não propor ação contra o réu João. Ocorre que, nessa hipótese de a assembléia-geral deliberar contra a ação, ela poderá ser proposta por acionistas que representem pelo menos 5% do capital social, nos termos do art. 159, 4º, da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/1976): Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação da assembléia-geral, a ação de responsabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio. 4º Se a assembléia deliberar não promover a ação, poderá ela ser proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento), pelo menos, do capital social. Quanto à (b) ilegitimidade passiva do réu Carlos, embora os atos ilícitos tenham sido cometidos diretamente pelo réu João, houve conivência ou, pelo menos, inércia do administrador, conforme comprova a documentação que instruiu a inicial, o que gera sua responsabilidade, nos termos do art. 158, 1º, da Lei das Sociedades Anônimas: Art. 158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder: I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo; II - com violação da lei ou do estatuto. 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento,

deixar de agir para impedir a sua prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em funcionamento, ou à assembléia-geral. O réu Carlos, amigo íntimo de João, mesmo tendo tomado conhecimento de todos os atos ilícitos perpetrados, não tomou qualquer atitude em relação aos fatos: não informou os demais dirigentes da companhia nem tentou impedir as práticas de João. Passa, por essa a razão, a responder pelos ilícitos. Finalmente, os réus afirmaram, na contestação, que (d) os pedidos insertos na petição inicial seriam incertos e indeterminados e que não teriam sido praticados quaisquer atos ilícitos por parte dos administradores. Na verdade, os ilícitos foram devidamente apontados na inicial, de forma objetiva, e comprovados pela documentação que instruiu o pedido. Implicam violação da lei e dos estatutos e, portanto, responsabilidade dos administradores. Foram atos culposos e dolosos que causaram prejuízos à companhia, quais sejam: comprar veículo por valor superior ao de mercado; vender veículos, a prazo, a terceiros, sem cláusula de atualização monetária; vender veículos com prejuízo; utilizar bens da sociedade para uso particular; e usar recursos da companhia para manutenção de bens particulares. - Pedidos: reiteração dos pedidos iniciais, principalmente a procedência e a produção de provas, caso o juiz entenda necessário. 3. Walter celebrou, com o banco Beta, contrato que estabelecia que a instituição financeira disponibilizaria R$ 20.000,00 em sua conta-corrente, por isso cobrando-lhe juros de 7% ao mês. Adicionalmente, o cliente deixou, com o banco, garantia consubstanciada em nota promissória assinada em branco, ou seja, sem nela terem sido lançados, na data da emissão, os demais elementos de formalização do valor do crédito, que permaneceram em aberto. Walter notou que, após um mês, o banco cobrou-lhe, lançando valor negativo em sua conta-corrente, o total de R$ 25.000,00, quantia que, por estar acima da soma do principal com a taxa de juros pactuada, ele se recusou a pagar. O banco apresentou ao cartório Alfa para protesto por falta de pagamento a nota promissória preenchida no valor de R$ 27.000,00, juntamente com a cópia do contrato. Constou, ainda, no verso do título de crédito, memória do cálculo utilizado para se chegar à quantia lançada no anverso, presentes naquela memória os seguintes itens, assim nomeados: a) valor do principal; b) reajuste

monetário; c) comissão de permanência; d) multa contratual; e e) acréscimos moratórios e convencionais. Walter, então, decidiu procurar um escritório de advocacia para ingressar com medida judicial opondo-se ao referido protesto, o qual, caso se concretize, poderá causar vultosos prejuízos em seus negócios empresariais, particularmente prejudicando sua participação em licitação privada na qual disputa contrato de R$ 2.000.000,00, a ocorrer em dez dias. Considerando a situação hipotética apresentada acima, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Walter, redija a medida judicial mais apropriada, visando obstar o referido protesto, com os fundamentos de fato e de direito exigíveis ao caso. Gabarito: - Peça: Petição inicial de ação cautelar de sustação de protesto Varas Cíveis da Comarca de - Tese(s): A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou (Súmula 258/STJ); é inviável a cobrança de comissão de permanência não pactuada, nem sua cumulação com juros e correção monetária; - Pedidos: concessão de liminar inaudita altera parte para suspender os efeitos do protesto; citação do requerido; procedência, confirmando-se a liminar e sustando o protesto até o provimento concedido na ação principal, a ser proposta no prazo legal; condenação ao pagamento dos honorários de sucumbência - Valor da causa: R$27.000,00 (valor da promissória). 4. João, empresário individual e um grande chefe de cozinha, manteve, ao longo de 10 anos, um restaurante de comida portuguesa, que contava com clientela fiel e constante. Todavia, seduzido pela proposta feita por Marcos, um de seus fornecedores, alienou seu estabelecimento por R$ 300.000,00, valor suficiente para que João se aposentasse. Entretanto, depois de dois anos sem realizar atividades empresariais no ramo, formou com José a sociedade Restaurante Veneza Ltda., um sofisticado restaurante de comida italiana. A antiga clientela de João, tomando conhecimento do novo empreendimento, passou a freqüentá-lo, desviando-se do antigo restaurante, alienado a Marcos, que, por sua vez, ao tomar pé da situação, procurou um advogado para ajuizar uma ação para inibir a conduta de João, bem como haver os prejuízos por ele experimentados. Diante da situação hipotética apresentada acima, elabore, de forma fundamentada, a petição inicial de Marcos. Gabarito: - Peça: Petição inicial de ação de obrigação de não-fazer cumulada com indenizatória e antecipação de tutela Varas Cíveis da Comarca de - Tese(s): salvo disposição contratual em contrário, o alienante do estabelecimento empresarial não pode fazer concorrência ao adquirente nos 5 anos seguintes, nos termos do art. 1.147 do CC. Quem causa prejuízo por ato

ilícito deve repará-lo art. 927, caput, do CC; - Pedidos: seja deferida a antecipação da tutela, interrompendo imediatamente o réu sua atividade, sob pena de multa diária; citação do requerido; procedência, confirmando-se a tutela antecipada e condenando-se o réu ao pagamento de indenização em valor a ser apurado no curso do processo; produção de provas; condenação ao pagamento dos honorários de sucumbência - Valor da causa: (art. 258 do CPC). 5. Jorge Luís e Ana Cláudia são casados no regime de comunhão parcial de bens desde 1979. Em 17/8/2005, sem que Ana Cláudia ficasse sabendo ou concordasse, Jorge Luís, em garantia de pagamento de contrato de compra e venda de um automóvel adquirido de Rui, avalizou nota promissória emitida por Laura, sua colega de trabalho com quem mantinha caso extraconjugal. O vencimento da nota promissória estava previsto para 17/9/2005. Vencida e não paga a nota promissória, o título foi regularmente apontado para protesto. Após inúmeras tentativas de recebimento amigável do valor, Rui promoveu, contra Laura e Jorge Luís, em 12/12/2008, a execução judicial do título, com fundamento nos artigos 566, 580, 585, inciso I, e 586 do CPC. Os réus foram regularmente citados e, não havendo pagamento, foram penhoradas duas salas comerciais de propriedade de Jorge Luís adquiridas na constância do seu casamento. Inconformada, Ana Cláudia procurou a assistência de profissional da advocacia, pretendendo alguma espécie de defesa, em seu exclusivo nome, para livrar os bens penhorados da constrição judicial, ou, ao menos, parte deles, visto que haviam sido adquiridos com o esforço comum do casal. Em face dessa situação hipotética, redija, na condição de advogado(a) constituído(a) por Ana Cláudia, a peça processual adequada para a defesa dos interesses de sua cliente, apresentando, para tanto, todos os argumentos e fundamentos necessários. Gabarito: - Peça: Petição inicial de embargos de terceiro Varas Cíveis da Comarca de - Tese(s): o prazo prescricional contra os devedores principais da promissória é de apenas 3 anos. O aval sem outorga uxória é nulo; - Pedidos: citação do embargado; procedência, para extinguir a execução ou reconhecer a nulidade do aval ou reconhecer a inoponibilidade do aval contra a embargante (pedidos sucessivos); condenação ao pagamento dos honorários de sucumbência - Valor da causa: (art. 258 do CPC).